APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Coordenador: Rodrigo Sodero Facebook/FAN PAGE: Professor Rodrigo Sodero e Rodrigo Sodero III Instagram: @profrodrigosodero
Profa. Ester Moreno de Miranda Vieira Mestre em Direito Previdenciário PUC/SP Especialista em Direito Previdenciário Advogada Professora de Direito Previdenciário Ex-servidora do TJ/SP E-mail: ester.vieira@globo.com Facebook: Ester Vieira
Histórico Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo): 04 espécies de prestações previdenciárias, que eram os socorros médicos em caso de doença, os medicamentos obtidos por preço especial, a pensão por morte e a aposentadoria.
Espécies de aposentadoria da Lei Eloy Chaves: ordinária ou por invalidez. Requisitos da aposentadoria ordinária: empregado ou operário com, no mínimo, 30 anos de serviço e 50 anos de idade (integral). Podia ser proporcional, para aquele que implementasse apenas o tempo de serviço ou apenas a idade mínima estabelecida.
Lei 3.807/60: aposentadoria ordinária passa a ser denominada de aposentadoria por tempo de serviço. Requisitos: 35 ou 30 anos de serviço, com proventos integrais ou proporcionais e, pelo menos, 55 anos de idade. Idade mínima: eliminada pela Lei 4.130, de 28.08.62.
Decreto-lei 66/1966: acrescentou o requisito de, no mínimo, 60 contribuições mensais (carência). CF de 1967: diminuiu o tempo de serviço mínimo da mulher para 30 anos (aposentadoria integral). Aposentadoria proporcional para a mulher a partir dos 25 anos de tempo de serviço.
Lei 8.213/91 (arts. 52 e 53): aumentou a carência de 60 para 180 contribuições (regra de transição no art. 142). Proporcional - Homem: 30 aos 34 anos (70% + 6%). Proporcional - Mulher: 25 aos 29 anos (70% + 6%). Integral - Homem: 35 anos. Integral - Mulher: 30 anos.
PEC 33/95: previa a instituição de idade mínima de 60 anos para homens e 55 para mulheres. Não foi aprovada! EC 20/98: a aposentadoria por tempo de serviço passa a ser denominada aposentadoria por tempo de. A aposentadoria proporcional é extinta, sendo somente devido o benefício com proventos integrais, a homens e mulheres que comprovem, respectivamente, 35 e 30 anos de.
Importante: EC 20/98, traz em seu art. 9º, uma regra de transição para quem já estava no sistema antes da sua edição! Novos requisitos: idade mínima e pedágio. Coeficiente: 70% + 5%, a cada ano completo além do total exigido pela EC.
EC 20/98 x Direito adquirido antes da EC: o direito adquirido à aposentadoria proporcional é preservado! Regra de transição para aposentadoria proporcional: 53 anos de idade, se homem ou 48 anos de idade, se mulher + 30 anos, homem ou 25 anos, mulher + pedágio de 40% do tempo faltante para atingir o tempo mínimo necessário.
Fator Previdenciário Fundamentação: Lei 9.876/99 altera a redação do art. 29, inciso I e 7º a 9º, da Lei 8.213/91. Aplicação: aposentadoria por tempo de (Regra 85/95 progressiva) e aposentadoria por idade (somente se beneficiar).
Tempo de adicional: 05 anos, quando se tratar de mulher. 05 anos, quando se tratar de professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. 10 anos, quando se tratar de professora que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
Fórmula: f = Tc x a x [1+(Id + Tc x a)] = Es 100 f = fator previdenciário Tc = tempo de (em anos) a = alíquota (fixa) de (0,31) Es = expectativa de sobrevida (em anos) Id = idade do trabalhador (em anos)
Exemplo: Segurado com 37 anos de tempo de e 58 anos de idade (Es = 23,5). Qual seria o resultado do fator previdenciário? Fator previdenciário: 0,48808511 x 1,6947 = 0,82715784
Inconstitucionalidade da própria fórmula: ADI 2110 e ADI 2111 (STF). Inconstitucionalidade da aplicação do fator nas aposentadorias concedidas na regra de transição do art. 9º, da EC 20/98: RE 639.856/RS (STF). Inconstitucionalidade da aplicação do fator na aposentadoria do professor:
Precedentes positivos: TRF4: Arg. Inc. 5012935-13.2015.4.04.0000. 3ª Turma Recursal do JEF do Paraná: Recurso Cível nº 5001532-98.2011.404.7007/PR. 3ª Vara Federal de São José dos Campos São Paulo: Processo nº 0004072-15.2012.403.6103. 1ª Vara Cível de Pindamonhangaba São Paulo: Processo nº 0007060-96.2013.8.26.0445.
Qualidade de segurado: a partir da edição da Lei 10.666/03, a perda da qualidade de segurado não é mais impedimento para a concessão das aposentadoria por tempo de, bem como para as aposentadorias por idade e especial.
Regra 85/95 progressiva: prevê o art. 29-C, da Lei 8.213/91, que o segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de poderá optar pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for igual ou superior a 95 pontos, se homem, observando o tempo mínimo de de 35 anos; ou igual ou superior a 85 pontos, se mulher, observado o tempo mínimo de de 30 anos.
Frações: serão somadas as frações em meses e dias de tempo de e idade. Regra 90/100 (Regra 85/95 progressiva): as somas de idade e de tempo de previstas serão majoradas em um ponto em 31.12.2018. 31.12.2020, 31.12.2022, 31.12.2024 e 31.12.2026. Professor: serão acrescidos 05 pontos à soma da idade com o tempo de.
Tempo de Contribuição Considera-se tempo de o tempo, contado de data a data, desde o início até a data do requerimento ou do desligamento da atividade abrangida pela Previdência Social. (art. 59, do Decreto 3.048/99) Empregado, Avulso e Doméstico: é toda e qualquer atividade laborativa, sendo presumidas as contribuições previdenciárias a cargo do empregador ou contratante do serviço. (art. 30 e 33, da Lei 8.212/91 e art. 34, da Lei 8.213/91).
Individual: a empresa a responsável pela retenção e pelo recolhimento da previdenciária ( 1º, do art. 45, da Lei 8.212/91). Facultativo: pagamento de contribuições, não sendo admitido recolhimento extemporâneo (06 meses).
Período de recebimento de benefício por incapacidade: nos termos do art. 29, 5º da Lei 8.213/91 c/c o art. 61 do Decreto 3.048/99 c/c p art. 164, inciso XVI, da IN 77/2015, são contados como tempo de os períodos de recebimento de benefício por incapacidade, entre períodos de atividade e o de benefício por incapacidade decorrente de acidente do trabalho, intercalado ou não.
Considera-se ainda como tempo de : o tempo de serviço militar, o tempo de serviço em mandato eletivo, período em que o segurado tenha sido colocado pela empresa em disponibilidade remunerada, desde que tenha havido contribuições. Contagem recíproca: art. 201, 9º, da CF e Lei 9.796/99 (compensação financeira).
Aposentadoria do professor (art. 201, 8º, da CF e art. 56, da Lei 8.213/91): o tempo de básico para a concessão da aposentadoria por tempo de (30 ou 35 anos) será reduzido em 05 anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
A Lei 11.301/2006 dispõe que o art. 67 da Lei 9.394/96, passa a vigorar acrescido do seguinte 2º, renumerando-se o parágrafo único para 1º: Para os efeitos do disposto no 5º do art. 40 e no 8º do art. 201 da Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico.
No julgamento da ADI 3772, o STF assentou o posicionamento no sentido de que as atividades mencionadas na Lei, de exercício de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico também gozam do benefício, desde que exercidas por professores.
Conversão do tempo especial em comum e acréscimo no tempo de : Fundamentação: art. 201, 1º, da CF; art. 58, 5º, da Lei 8.213/91 e art. 70, do Decreto 3.048/99. Aplicação prática muito interessante!
Conversão do Tempo de Serviço Atividade a converter Para Nocividade Máxima Para Nocividade Média Para Nocividade Mínima Para Comum de Mulher Para Comum de Homem De Nocividade Máxima De Nocividade Média De Nocividade Mínima Comum de Mulher Comum de Homem 1,00 1,33 1,67 2,00 2,33 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 0,50 0,67 0,83 1,00 1,17 0,43 0,57 0,71 0,86 1,00
Comprovação do tempo de : Com relação à comprovação do tempo de serviço ou é imprescindível a atenta leitura do disposto no 3º, do art. 55, da Lei 8.213/91.
Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de segurado: 3º A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento.
Contemporaneidade da prova material: o início de prova material deve ser contemporâneo à época da prestação dos serviços. Não se exige, entretanto, a contemporaneidade da prova material durante todo o período que se pretende comprovar o tempo de. Reconhecimento do tempo trabalhado antes do documento mais antigo apresentado: segundo o STJ é possível!!! (REsp repetitivo 1.348.633/SP (trata de tempo rural)).
Atividade rural: nos termos da Súmula 149, do STJ, a prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito da obtenção de benefício previdenciário. Orientação confirmada no julgamento do REsp repetitivo 1.133.863/RN. Sobre o tema: Súmula 34, da TNU: Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar.
Súmula 14, da TNU: Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material, corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício. Bóias-frias: é necessário o início de prova material (REsp repetitivo 1.321.493/PR).
CNIS como prova do tempo de : O INSS utilizará as informações constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais CNIS sobre os vínculos e as remunerações dos segurados, para fins de cálculo do salário-debenefício, comprovação de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, tempo de e relação de emprego. (art. 29-A, da Lei 8.213/91)
CTPS e Súmula 75, da TNU: A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) em relação à qual não se aponta defeito formal que lhe comprometa a fidedignidade goza de presunção relativa de veracidade, formando prova suficiente de tempo de serviço para fins previdenciários, ainda que a anotação de vínculo de emprego não conste no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).
Empregada doméstica: LC 150/2015 É necessário o início de prova material. A profissão de empregada doméstica somente foi regulamentada por meio da edição da Lei 5.859, de 11/12/72, o que dificulta, a comprovação do trabalho doméstico no período anterior à sua vigência, pois, à época, não se exigia o registro na respectiva carteira de trabalho.
É dominante o entendimento do STJ quanto à inexigibilidade da prova documental relativa ao período anterior à regulamentação da profissão (AgRg no Ag 1.213.413/SP) e, consequentemente, pela possibilidade de que a declaração de exempregador, ainda que não contemporânea do tempo de serviço alegado, seja considerada para fins de início de prova material (EREsp 11.657.29/PR).
Sentença trabalhista como início de prova material: A sentença trabalhista considerada como início de prova material. No entanto, na forma da jurisprudência do STJ, a sentença homologatória de acordo trabalhista é admitida como início de prova material para fins previdenciários, mesmo que o INSS não tenha participado da lide laboral, desde que o decisum contenha elementos que evidenciem o período trabalhado e a função exercida pelo trabalhador (STJ, AgRg no AREsp 249.379/CE, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, DJe de 22/04/2014).