ASSOCIAÇÃO ENTRE PERÍMETRO ESCROTAL E PRECOCIDADE SEXUAL E SUA IMPORTÂNCIA COMO CRITÉRIO DE SELEÇÃO

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Transcrição:

ASSOCIAÇÃO ENTRE PERÍMETRO ESCROTAL E PRECOCIDADE SEXUAL E SUA IMPORTÂNCIA COMO CRITÉRIO DE SELEÇÃO OLIVEIRA, J. L. C.¹; PEREIRA, R. J.² 1 Graduando em Zootecnia, Faculdades Associadas de Uberaba, Uberaba (MG), e-mail: zeluizcavalcante@gmail.com. 2 Zootecnista, D.Sc. Genética e Melhoramento Animal, Associação Brasileira dos Criadores de Zebu ABCZ, Uberaba (MG), e-mail: rodrigo.junqueira@abcz.org.br. RESUMO: O perímetro escrotal (PE) é uma característica muito usada no melhoramento genético bovino. Isto se deve à facilidade na mensuração e às correlações genéticas positivas com precocidade sexual e outras características de interesse comercial. A correlação entre PE e características ponderais é baixa e positiva (favorável).assim, a seleção para PE não irá ter efeitos negativos sobre estas características. As informações obtidas nesta revisão permitem afirmar que o PE pode e deve ser usado como critério de seleção para melhorar a eficiência reprodutiva tanto de fêmeas quanto de machos. PALAVRAS CHAVE: correlação genética; bovinos de corte; herdabilidade. TÍTULO DO TRABALHO EM INGLÊS ABSTRACT: The scrotal circumference (SC) is a trait ofter used in cattle breeding. This is due to ease of measurement and positive genetic correlations with sexual precocity and other traits of commercial interest. The genetic correlation between SC and weight traits is low and positive (favorable). Thus, selection for SC will not have negative effects on this traits. The information obtained in this review have revealed that the SC should be used as selection criteria to improve the reproductive efficiency of both females and males. KEY WORDS: genetic correlation; beef cattle; heritability. INTRODUÇÃO O pecuarista de corte já vem entendendo que é preciso produzir animais mais precoces para continuar a competir no mercado, incorporando o máximo de eficiência e qualidade nos processos de produção de alimentos utilizando animais que produzam maior número de arrobas em menor intervalo de tempo e com menores custos. (TEIXEIR; ALBUQUERQUE; FRIES, 1998) O perímetro escrotal (PE) e a idade ao primeiro parto (IPP) são características de fácil mensuração e as mais importantes como indicadoras de idade à puberdade em bovinos (OLIVEIRA et al., 2007). Por ser uma característica de fácil mensuração, alta herdabilidade e correlação genética favorável com características reprodutivas da fêmea, o PE é amplamente utilizado em programas de seleção visando o melhoramento da fertilidade do rebanho (PEREIRA; ELER; FERRAZ, 2000). Segundo Dias, Faro e Albuquerque (2003), de acordo com os parâmetros genéticos estimados, pode-se concluir que o PE é uma característica que deve responder à seleção individual e pode ser utilizado como critério de seleção quando se busca, principalmente, maior precocidade sexual. Eler, Ferraz e Teixeira (2010), ainda afirmam que a precocidade sexual e a fertilidade são características que têm sido buscadas quase que exclusivamente pela seleção por PE. Boa parte dos touros jovens utilizados atualmente têm sido escolhidos pelo seu PE e não pelo mérito genético, expresso pela diferença esperada na progênie (DEP). Resultados práticos mostram que houve aumento na precocidade sexual nas populações que basearam a seleção em PE, principalmente as que utilizaram DEP como critério de seleção. Esta revisão teve como objetivos sumarizar estudos sobre a herdabilidade do PE e da idade ao primeiro parto, bem como suas correlações genéticas com características reprodutivas e produtivas de importância econômica, salientando a importância de utilizar do PE no melhoramento genético de bovinos. MELHORAMENTO GENÉTICO E PERÍMETRO ESCROTAL Atualmente há uma crescente demanda por genética superior para o mercado nacional, processo característico nos países de pecuária mais desenvolvida. Tem ocorrido um aumento na discussão e prática do melhoramento genético, em especial na pecuária de corte e leite (JOSAHKIAN, 1998). Modernos programas de melhoramento genético de bovinos de corte devem incluir características reprodutivas além do desempenho ponderal. A seleção para PE vem sendo praticada em grande parte dos programas de melhoramento de bovinos de corte, pois o PE está favoravelmente correlacionado com características reprodutivas nas fêmeas e machos, alem de apresentar alta herdabilidade e ser uma medida de baixo custo e fácil obtenção (CUCCO et al., 2008 a; CUCCO et al., 2008 b) A facilidade na obtenção dos valores de PE é um fator importante para sua utilização no melhoramento,

permitindo a massificação na coleta de dados. Adicionalmente, segundo Josahkian (1998), dados coletados de forma inadequada ou com registros incorretos, intencionais ou não, provocam estimativas errôneas e acumulativamente prejudiciais ao longo do tempo, sendo então, a qualidade dos dados, um fator primordial para qualquer avaliação genética. Diversos estudos apontam a herdabilidade para PE como de média e alta magnitude (Tab. 1), indicando que há variabilidade genética aditiva considerável, o que sugere a possibilidade de se obter ganho genético satisfatório para a característica pela seleção. TABELA 1 Valores de herdabilidade (h²) para PE encontrado por diversos autores h² PE12 h² PE18 Fonte - 0,51 PEREIRA; ELER; FERRAZ, 2000 0,3 - SILVA et al., 2000 0,52 0,85 a CUCCO, 2008 b - 0,42 SILVA et al., 2008-0,38 SARREIRO et al., 2002-0,52-0,59 b RIBEIRO et al., 2008 a - quantidade reduzida de dados de PE aos 18 meses b - resultados obtidos em 3 rebanhos distintos FERTILIDADE EM MACHOS Rebanhos detentores de alta fertilidade e precocidade sexual possuem maior disponibilidade de animais para venda e para reposição, permitindo maior intensidade de seleção, o que resulta em maior lucratividade e progressos genéticos mais rápidos (BERGMANN, 1999). Na pecuária de corte existe o mito de que o Nelore (raças zebuínas em geral) é tardio. Na realidade, existem animais tardios e animais precoces. Para se obter uma população precoce, deve-se fazer um trabalho de melhoramento identificando e utilizando os reprodutores que transmitem precocidade (além das fêmeas) (ELER; FERRAZ; TEIXEIRA, 2010). Quando se realiza uma seleção para PE, o objetivo principal é obter animais mais precoces sexualmente e mais férteis (BERGMANN, 1999). Medidas de PE são indicativas da idade à puberdade em machos bovinos, e possuem boa correlação com características produtivas e reprodutivas (TEIXEIRA; ALBUQUERQUE; FRIES, 1998). A precocidade sexual é, para ambos os sexos, indicada pela idade à puberdade e é uma importante característica reprodutiva a ser considerada nos programas de melhoramento das raças zebuínas (BERGMANN, 1999; SILVA et al., 2008). Segundo Bergmann (1999) a determinação da idade à puberdade envolve coleta de informações para ambos os sexos, sendo que sua detecção em machos envolve coletas sequenciais de sêmen. Para Unanian (1997) a idade à puberdade em machos pode ser considerada como aquela em que aparecem os primeiros espermatozoides no ejaculado. O PE é a medida mais utilizada para refletir o volume dos testículos, característica esta que esta associada ao desempenho reprodutivo dos machos (BERMANN, 1999). Segundo Guimarães (2010), a produção espermática será maior, quanto maior o PE, apresentando assim maior número de ejaculados férteis. Silva et al. (2008), em estudo comparando diferentes características testiculares obteve um resultado de correlação favorável para PE mensurado aos 18 meses (PE18) e circunferência escrotal, volume testicular e formato do testículo obtidos por exame andrológico. Sarreiro et al. (2002) observou correlação genética favorável entre PE, libido e características seminais, sendo estas: motilidade, vigor, concentração e taxa de anormalidade espermática. Na raça Nelore, Quirino (1999), citado por Bergmann (1999) encontrou substancial associação genética entre o PE e características do sêmen (vigor, 0,89; defeitos maiores, -0,50; menores, -0,86 e totais, -0,52), e correlações favoráveis, porém moderadas, entre o PE e o volume do ejaculado (0,10) e entre o PE e a motilidade (0,13). Sarreiro et al. (2002) obteve resultados de 0,78; 1,00; 0,99; 0,99; -0,14 para correlação entre PE e libido, motilidade, vigor, concentração e anormalidades respectivamente. Estes resultados, respaldados por outros da literatura, indicam ser possível obter melhora da qualidade do sêmen e testículos de touros Nelore a partir da seleção para aumento do PE. CORRELAÇÃO COM CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS DE FÊMEAS O PE é a principal característica reprodutiva incluída nos programas de melhoramento genético de bovinos de corte por ser uma medida de fácil obtenção e por estar geneticamente correlacionada com a libido, qualidade seminal dos machos (SARREIRO et al., 2002), peso corporal (FERNANDES et al., 2005), dentre outras características produtivas e, especialmente, reprodutivas. O principal destaque dado ao PE, no entanto, refere-se à sua correlação favorável com a precocidade sexual das fêmeas (ELER; FERRAZ; TEIXEIRA, 2010). Eler, Ferraz e Teixeira (2010), afirmam que nas ultimas três ou quatro décadas, os estudos relacionados com o melhoramento da fertilidade e da precocidade sexual basearam-se em três características: intervalo de partos, idade no primeiro parto e PE. Estes mesmos autores afirmam, embasados em dados de campo, que touros da raça Nelore chegaram a apresentar 55% das filhas prenhas aos 14 meses, enquanto outros apresentaram apenas 1 ou 2%, indicando claramente que filhas de determinados touros atingem a puberdade mais cedo enquanto filhas de outros touros são mais tardias. Isso ocorre pela falta de seleção para fertilidade. Nas fêmeas, a detecção da primeira ovulação envolve repetidas palpações retais, ultra-sonografias ou dosagens da progesterona circulante. Paralelamente, a

detecção do primeiro estro envolve mão de obra adicional, além da utilização de rufiões com marcadores, por usualmente longo período. Uma forma mais simples de identificar fêmeas precoces é correlacionando a idade ao primeiro parto (IPP) com o início da atividade reprodutiva das fêmeas (BERMANN, 1999). A redução da idade ao primeiro parto antecipa a idade produtiva, provoca rápida recuperação do investimento, aumenta a vida útil, possibilita maior intensidade de seleção nas fêmeas e reduz o intervalo de gerações. Os critérios de seleção para se reduzir a idade à puberdade, característica relacionada com precocidade sexual, não são facilmente caracterizados. Sendo assim, muitas vezes é necessário identificar características de fácil mensuração, que apresentem variabilidade genética e que sejam geneticamente correlacionadas aos eventos reprodutivos (BERGMANN,1999). Segundo Eler, Ferraz e Teixeira (2010), o PE é apenas uma característica indicadora da fertilidade da novilha, principalmente indicadora da idade na puberdade. O objetivo da seleção para PE é a diminuição da idade à puberdade e não o aumento do PE por si só, aumentando assim a taxa de prenhez de fêmeas jovens na população. Silva et al. (2000) avaliando correlações genéticas para peso e PE de machos e características reprodutivas e de crescimento de fêmeas da raça Canchim, obteve resultados que apontaram correlação entre a precocidade sexual em machos e fêmeas. O PE é a característica mais recomendada dentre as indicadoras de precocidade sexual (BERGMANN, 1999). Boa parte dos touros jovens tem sido selecionada com base no valor fenotípico individual para PE, ou seja, o tourinho selecionado com base na medida do seu próprio PE e não em seu mérito genético para a característica. O mérito genético PE é expresso pela Diferença Esperada na Progênie (DEP). (ELER; FERRAZ; TEIXEIRA, 2010). Doyle et al. (2000) sugeriram que a relação entre prenhez de novilhas e PE poderia não ser uma função linear, ou seja, poderia haver um limiar na medida do PE para influenciar a prenhez. A partir desse valor, o impacto na taxa de prenhez seria o mesmo. Gressler et al. (2000) avaliaram correlações genéticas entre o PE mensurado aos 12 e aos 18 meses e diversas características reprodutivas das fêmeas, entre elas idade ao primeiro parto (IPP) e primeiro intervalo de partos (PIP). Na Tab. 2 são mostrados os dados de correlação obtidos. Observou-se correlação genética favorável entre PE12 e PE18 para ambas as características. TABELA 2 - Estimativa de correlação entre Perímetro Escrotal aos 12 e 18 meses (PE12 e PE18 respectivamente) e Idade ao Primeiro Parto (IPP) e Primeiro Intervalo entre Partos (PIP) IPP PIP PE 12-1,00-0,37 PE 18-1,00-0,44 Fonte: Gressler et al., 2000. Silva et al. (2000), avaliando características reprodutivas em rebanho Canchim, observaram correlações genéticas de PE12 com IPP e idade ao segundo parto (ISP) de -0,47 e -0,67 respectivamente, indicando que a seleção para aumentar o PE nos machos deve resultar em redução nas idades das fêmeas aos partos. Pereira, Eler e Ferraz (2000) também observaram correlação favorável entre PE e IPP (-0,22) embora de magnitude inferior. A variação na correlação obtida por Silva et al. (2000) e Gressler et al. (2000) pode ser explicada pelo fato dos trabalhos tratarem de raças diferentes, sendo assim a raça Nelore, por apresentar menor tempo de seleção sendo conhecida como mais tardia (ELER; FERRAZ; TEIXEIRA, 2010), deve apresentar maior variabilidade genética para essa característica (na mesma idade) e também pelo pequeno tamanho amostral utilizado por Gressler et al. (2000). Pereira et al. (2001) estimaram essa correlação e obtiveram valor igual a -0,19 para um conjunto de dados em que as novilhas entraram em reprodução com idade em torno de 24 meses, e -0,39 para outro conjunto da mesma população, mas considerando apenas as novilhas que entraram na reprodução aos 14 meses. Embasados nos resultados destes trabalhos pode-se afirmar que a correlação genética entre PE e IPP é favorável, mas baixa. Eler, Ferraz e Teixeira (2010), afirmam que os valores de baixo a mediano de correlação genética não garantem que a seleção com base no PE forneça uma resposta correlacionada rápida para precocidade sexual, visto que a característica real que se objetiva é a IPP. Ainda assim os mesmos autores afirmam que houve progresso genético em rebanhos que utilizaram PE como critério de seleção, principalmente nos que utilizaram a DEP, porém o progresso genético poderia ter sido muito maior e poderá ser muito maior no futuro, se o PE como critério de seleção for substituído por uma característica medida diretamente na fêmea. Estes autores ainda afirmam que utilizando IPP como critério de seleção, o PE não deixaria de ser mensurado, pois o PE é uma característica que serve para aumentar a acurácia na DEP para IPP. CORRELAÇÃO COM CARACTERÍSTICAS PONDERAIS A partir do momento em que o PE é incluso nos critérios de seleção, o mesmo deve ser estudado detalhadamente, sendo fundamental para a condução adequada do programa de melhoramento o conhecimento das suas correlações genéticas e fenotípicas, pois isso possibilita realizar a seleção dos animais conhecendo os possíveis resultados correlacionados, os quais dependem da magnitude das correlações genéticas entre as características (CUCCO et al., 2008 a). Cucco et al. (2008 a) ao estudar as correlações genéticas e fenotípicas entre diversos pesos e perímetros escrotais, mensurados em diferentes idades na raça Pardo Suíço Corte, concluiu que a seleção para PE não interfere no desempenho ponderal dos animais. Devido ao fato

correlações genéticas, terem sido positivas e negativas de baixa magnitude, não são esperados impactos significativos em PE quando os critérios de seleção envolverem desenvolvimento ponderal, ou seja, há uma independência entre as características (PE e peso) que possibilita que a seleção de uma característica não influencie na outra. Este resultado contraria a maioria dos trabalhos encontrados na literatura, que reportam correlações genéticas altas e positivas entre pesos e PE. Silva et al. (2000) estudando correlações genéticas entre peso e PE de machos e características reprodutivas e de crescimento de fêmeas da raça Canchim, estimaram correlações genéticas entre PE e peso ao primeiro e segundo parto de 0,09 e 0,07, concluindo que as correlações são baixas, e que a seleção para elevar o PE nos machos não deve resultar em aumento significativo nos pesos das fêmeas ao primeiro e segundo partos, o que é desejável. A correlação genética entre PE12 nos machos e peso adulto nas fêmeas foi de magnitude baixa e negativa (-0,17), resultado altamente favorável, indicando que a seleção para aumentar o PE nos machos não interfere no peso adulto das fêmeas. Neste mesmo estudo os autores ainda relataram que houve incremento na taxa de maturação e redução nos pesos assintótico e adulto. Araújo et al. (2008), ao estimarem os componentes de covariância entre o PE e os escores visuais (EVs) de conformação, precocidade (acabamento), musculatura e umbigo, medidos ao sobreano em uma população multirracial Angus-Nelore, encontraram correlações genéticas de baixa ou moderada magnitudes (Tab. 3), sugerindo que a seleção para PE não influencia de maneira significativa os EVs, o que indica que esses caracteres são relativamente independentes sob o ponto de vista genético. Tabela 3- Estimativas dos componentes de covariância (acima da diagonal) e correlações genéticas (abaixo da diagonal) para Perímetro Escrotal (PE), Conformação (C), Precocidade (P), Musculatura (M) e Umbigo (U), obtidas por análises bivariadas. Fonte: ARAÚJO et al., 2008. Teixeira, Albuquerque e Fries (1998), estudaram a influência do peso à desmama de animais Nelore, sobre suas futuras medidas e avaliações de PE. Seus resultados mostraram efeitos significativos do peso à desmama sobre as medidas de PE. O mesmo também ocorreu usando-se o peso a desmama como covariável. Os valores encontrados indicam que quanto maior for o peso à desmama, maiores também serão as medidas de PE ao sobreano. Assim, devese destacar que a seleção de animais mais pesados na desmama, devera afetar as avaliações de DEP s para PE ao sobreano. Este estudo concorda com Pereira, Eler e Ferraz (1998), que afirmam que o peso corporal é um importante fator que contribui para variação nas medições de PE de bovinos. Larreal et al. (1986), citado por Dal-Farra, Fries e Lobato (1998) avaliaram touros Nelore dos 8 aos 30 meses de idade, verificando as alterações no peso corporal, PE e características seminais. O PE aumentou linearmente com o peso até os animais atingirem cerca de 300 kg de peso (DAL-FARRA; FRIES; LOBATO, 1998). Não se deve buscar o aumento indefinido de peso à desmama visando o aumento do PE, pois com isso ocorrera um desequilíbrio no tamanho adulto do animal (TEIXEIRA; ALBUQUERQUE; FRIES, 1998). QUANDO MEDIR O PERÍMETRO ESCROTAL A mensuração do PE ocorre geralmente aos 12 meses em raças de origem Bos taurus (CUCCO et al., 2008 b) e aos 18 meses em animais Bos indicus (CUCCO et al., 2008 b ; BERGMANN, 1999). Desta forma a seleção para PE necessita de um longo período para ser realizada. Visando a melhor idade para a mensuração, diversos trabalhos foram realizados comparando medidas de PE em diferentes idades, suas herdabilidades e correlações genéticas. Segundo Bergmann (1999), quando se objetiva a redução da idade à puberdade através da seleção para PE, a avaliação do perímetro testicular em touros deve ser feita antes dos 24 meses de idade por ser esse o período que antecede, ou coincide com o início de sua atividade reprodutiva. Dal-Farra, Fries e Lobato (1998), realizaram um estudo visando determinar fatores de correlação do PE para os efeitos de idade e peso do animal, visando sua utilização em programas de seleção para obtenção de animais sexualmente mais precoces. A Figura 1 demonstra graficamente os valores preditos do PE em função da variação da idade na data de pesagem pós-desmame utilizando o modelo completo (com o peso de 330 kg como padrão para peso ao sobreano ajustado para 550 dias de idade). Verificou-se que, quando o PE atinge 28,0 cm, o animal tem idade aproximada de 580 dias. Observando a FIG. 1, verifica-se que aos 590 dias de idade o PE se encontra em fase adiantada de desenvolvimento, identificada pela tendência à estabilização na curva. FIGURA 1 - Valores preditos de perímetro escrotal (cm) em função da idade do animal (dias). Fonte: DAL-FARRA; FRIES; LOBATO, 1998.

Este trabalho apresentou a idade de 19,4 meses como idade à puberdade dos animais avaliados. Considerando o PE como característica importante na seleção para maior precocidade sexual, sua mensuração em fase anterior do desenvolvimento, como 17 a 18 meses, por exemplo, representaria "desafio" maior para a precocidade sexual dos animais e permitiria identificar de forma mais eficiente os animais que realmente interessam. Dal-Farra, Fries e Lobato (1998), ainda estimaram valor de 0,45 para herdabilidade do PE em Nelore aos 550 dias de idade, o qual é superior à estimativa da herdabilidade para esta característica aos 365 dias de idade (0,25) no mesmo conjunto de dados. Gressler et al. (2000) observaram correlações genéticas favoráveis entre PE aos 12 meses de idade e data do primeiro parto (-0,08) e desfavorável entre PE aos 18 meses de idade e data do primeiro parto (0,21). Os autores conjeturaram que esses resultados poderiam indicar que a seleção de animais com maior PE aos 12 meses de idade estaria associada à escolha de animais que apresentassem maiores níveis de hormônios gonadotrópicos, culminando com a puberdade, início de atividade reprodutiva de machos e fêmeas, concepções mais precoces na primeira estação de monta e antecipação das datas do primeiro parto. Aos 18 meses de idade, a maioria dos tourinhos já estaria em período pós-púbere e a seleção praticada para maiores perímetros escrotais nessa idade estaria associada a maiores pesos corporais e, possivelmente, a menor precocidade reprodutiva em ambientes tropicais. Os autores concluem afirmando que, para as condições deste trabalho, a idade mais apropriada para a seleção para PE seria aos 12 meses de idade, ao contrário das recomendações descritas na literatura nacional, que enfatizam a seleção do PE aos 18 meses de idade. Cucco et al. (2008b) obtiveram estimativa de herdabilidade de 0,41 pra PE mensurado aos 205 dias, denotando a possibilidade de resposta a seleção para esta característica, o que permite que a seleção seja feita em animais bem jovens. Os mesmos autores ainda estimaram parâmetros genéticos para PE à desmama (P205) ao ano (PE365) e sobre-ano (PE 550) na raça Pardo Suíço Corte. Para a correlação genética entre PE205 e PE365 e PE365 e PE550, reportaram valores de 0,81 e 0,94 respectivamente. Gressler et al (2000), encontraram valores de correlação genética de 0,99 entre PE365 e PE 550. Estes estudos demonstram que a seleção para PE nesta raça pode ser realizada a uma idade bastante jovem, no momento usual da desmama. Este procedimento reduzirá o tempo necessário para a seleção desta característica. Observa-se que alguns trabalhos divergem quanto à melhor idade para mensuração do PE. Em geral, quanto maior a idade maior a herdabilidade. Entretanto, maior será o tempo para seleção; e todos os autores parecem concordar de que se o objetivo da seleção é aumentar a precocidade sexual, a mensuração deve ser feita antes que os machos iniciem sua atividade reprodutiva. Cucco et al. (2008b) afirmaram que a seleção para PE no momento da desmama, aproximadamente aos 7 meses de idade, permanece pouco estudada. Na prática mensurações aos 18 meses são as mais comuns para zebuínos. CONCLUSÃO A seleção utilizando PE como critério é eficiente para aumentar a precocidade sexual de machos e fêmeas, sendo mais eficiente ainda quando utilizadas as DEP s. O PE ainda é uma medida que aumenta a acurácia de DEP para IPP. A seleção para PE não apresenta efeitos negativos para características de desenvolvimento ponderal. O PE apresenta correlação positiva com peso à desmama e correlação baixa e negativa com peso adulto, sendo relacionada à animais com menor peso adulto e que atingem peso ao abate mais rapidamente. Quanto à idade ideal de mensuração do PE, há muita discordância na literatura. Basicamente, a mensuração deve ser feita antes da idade da puberdade e quanto maior a idade do animal maior será a herdabilidade para PE. No Brasil é comum a mensuração aos 18 meses para animais zebuínos. Apesar da seleção para aumento do PE não trazer benefício econômico direto, este está geneticamente correlacionado com várias características reprodutivas de machos e fêmeas e com características ponderais. Ademais, o PE apresenta alta herdabilidade e tem mensuração fácil e de baixo custo. Assim, sua inclusão tem sido recomendada nos programas de melhoramento genético. REFERÊNCIAS ARAUJO. R. O. de. et al Componentes de (co)variância para perímetro escrotal e características de escores visuais em uma população multirracial Angus-Nelore. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MELHORAMENTO ANIMAL, 7., 2008, São Carlos. Anais... São Carlos, 2008. Disponível em: 064.pdf >. Acesso em: 10 ago. 2012. BERGMANN. J. A. G. 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