Controlo da legalidade Garantia da não violação da lei O s E s t a d o s d e D i r e i t o, t a l c o m o o s c i d a d ã o s, e s t ã o s u j e i t o s à l e i ( p r i n c í p i o d o i m p é r i o d a l e i ), p e l o q u e q u a l q u e r c i d a d ã o p o d e r e c o r r e r a o s T r i b u n a i s o u a o u t r o s m e i o s p a r a d e f e n d e r o s s e u s d i r e i t o s e c o n t r o l a r a a c t u a ç ã o d o E s t a d o.
Controlo da legalidade O Estado procede ao controlo da legalidade através da tutela pública ou estadual Modo adequado de defesa da legalidade, assegurado pelo Estado, com o objectivo de garantir o cumprimento das normas jurídicas A tutela pública ou estadual pode ser: tutela administrativa se compete à Administração Pública (por exemplo, aos órgãos de soberania) tutela judiciária se compete aos Tribunais
Controlo da legalidade A par da tutela pública existe a tutela privada, autotutela ou autodefesa Modo de controlo da legalidade assegurado pelos particulares, por ex. pelo titular do direito violado, e que visa reparar a violação desse direito A tutela privada só é admitida excepcionalmente, a título extraordinário, e nas seguintes hipóteses: acção directa legítima defesa estado de necessidade
Acção directa: recurso à força com o fim de preservar ou realizar o próprio direito. Legítima defesa: reacção destinada a afastar qualquer agressão dirigida a uma pessoa ou a terceiro, desde que se verifiquem os requisitos que a lei enumera: agressão actual e ilícita, defesa necessária e proporcional. Estado de necessidade: acto daquele que, para remover o perigo actual de um dano manifestamente superior, quer próprio quer de terceiro, destrói ou danifica coisa alheia.
Tutela pública ou estadual A tutela pública ou estadual pode assumir as seguintes modalidades: Preventiva Compulsiva Repressiva ou sancionatória
Tutela preventiva São medidas que visam impedir ou evitar a violação das normas jurídicas e podem ser: Têm por objectivo colocar certas categorias de pessoas que se consideram perigosas, ou seja, aptas a praticar crimes, em situação de os não praticar. São medidas privativas da liberdade dos indivíduos, decididas em Tribunal. São processos judiciais urgentes, em que o Tribunal dá uma solução provisória a um conflito, de forma a evitar a lesão imediata de um direito. Têm de ser acompanhados por uma acção judicial principal.
Medidas de segurança Exemplo: aplicação destas medidas a quem sofre de anomalia psíquica grave, sendo determinado o internamento compulsivo numa instituição psiquiátrica, em caso de manifesta perigosidade. Entre cinco a 10 por cento das hospitalizações psiquiátricas são feitas ao abrigo da lei do internamento compulsivo. Um mecanismo que permite tratar psicoses graves de forma eficaz, mas que também pode atirar uma pessoa saudável para uma ala psiquiátrica. iol, 6 Agosto 2010 Médicos defendem internamento compulsivo por doenças infecciosas O isolamento é importante para evitar propagação, mas as decisões têm que passar sempre por um juiz. O projecto de revisão constitucional do PSD prevê a possibilidade de "portadores de grave doença contagiosa" serem hospitalizados à força quando põem em risco a saúde pública Público, 7 de Março de 2011
Procedimentos cautelares Exemplo: medidas especificadas ou não especificadas que permitem uma decisão provisória rápida de um Tribunal num conflito existente, mas que dependem da propositura de uma acção principal. Alimentos provisórios - Enquanto decorre a acção de fixação das responsabilidades parentais, mas antes da decisão final, o Tribunal fixa imediatamente o valor da pensão de alimentos a pagar ao filho menor. Embargo de Obra - Imagine que o seu vizinho resolve construir uma casa parcialmente construída no seu terreno. Neste caso pode agir-se imediatamente através do procedimento cautelar de embargo de obra nova, que consiste na suspensão de execução de obras que foram ou se preparam a ser executadas com desrespeito das normais em vigor. De seguida, no prazo de 30 dias, deverá intentar acção judicial para fazer vencer o seu direito, sob pena de o embargo ficar sem efeito. Providências não especificadas Fenprof entrega providência cautelar para travar cortes salariais O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, entregou hoje no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa uma Providencia Cautelar para evitar os cortes salariais anunciados pelo Governo, uma medida que considera ilegal e inconstitucional. 5 de Janeiro, 2011
Tutela compulsiva São medidas que actuam sobre o infractor de uma norma, de forma a obrigá-lo a adoptar um determinado comportamento que até ali ele omitiu. Consiste na fixação do pagamento de uma quantia pecuniária por cada dia de atraso no cumprimento de um contrato ou por cada infracção cometida. por atraso na entrega de obras públicas.
Tutela repressiva ou sancionatória São sanções aplicáveis por violação das normas jurídicas. A sanção é a consequência desfavorável do não cumprimento de uma norma. Sanções quanto à finalidade Reconstitutivas Compensatórias Punitivas Sanções quanto à natureza Civis Penais Disciplinares De mera ordenação social
Sanções quanto à finalidade Reconstitutivas Compensatórias Punitivas Visam reconstituir em espécie a situação que existiria se a norma tivesse sido cumprida Quando não é possível a reconstituição em espécie, o objectivo é compensar o lesado pela violação da norma São aplicáveis em casos mais graves de violação das normas e funcionam como castigo por essa violação (não visam a reconstituição nem a compensação do lesado)
Sanções reconstitutivas Quando há incumprimento de uma norma, o Tribunal faz cumprir coactivamente essa norma, através da execução específica entrega obrigatória do que é devido. Exemplo: num contrato de compra e venda em que o vendedor não entregou o bem, o Tribunal obriga-o a entregar o que vendeu ao comprador Quando não é possível o cumprimento coactivo da norma, o Tribunal pretende reconstituir a situação que existiria se não tivesse havido violação, através da reintegração. Esta pode ser: Reintegração in natura entrega de algo igual ao que era devido Exemplo: no contrato de compra e venda entrega-se um bem igual ao que deveria ter sido entregue Reintegração por mero equivalente pagamento em dinheiro, no montante do que era devido Exemplo: não sendo possível entregar um bem igual, paga-se o valor equivalente ao bem
Sanções compensatórias Não sendo possível reconstituir/repor a situação anterior à violação da norma, o Tribunal fixa uma compensação ou contrapartida para o lesado. Um exemplo de sanção compensatória é o pagamento de uma indemnização por danos morais ou não patrimoniais. Exemplo: da violação da norma resultou sofrimento para o lesado e a indemnização visa compensar esse sofrimento
Sanções punitivas Estas sanções visam punir ou castigar quem violou a norma, através da aplicação de uma pena que pode variar em função da culpa do infractor. Aplicam-se às situações mais graves de violação das normas. sanções corporais pecuniárias pena de prisão multas ou coimas Exemplo: quando se comete um crime a pena a aplicar pode ser a prisão ou o pagamento de uma multa
Sanções quanto à natureza Civis Podem assumir várias formas, sendo, normalmente, reconstitutivas ou compensatórias. Penais São as mais graves e aplicamse ao Direito Penal. Correspondem às penas (de prisão ou de multa), ou seja, são sanções punitivas. Disciplinares Visam proteger valores de coesão ou de relações internas nas empresas, organizações e Administração Pública, podendo assumir a forma de repreensão, suspensão ou despedimento. De mera ordenação social Correspondem a violações de bens sociais de menor gravidade, sendo a sanção típica a coima, um pagamento em dinheiro.