VIII Simpósio Brasileiro de Agropecuária Sustentável 5 th International Conference on Sustainable Agriculture 6 a 8 de Outubro de 2016

Documentos relacionados
RESUMO Desempenho de poedeiras em diferentes programas de luz ao início da postura

FAIXAS DE CONFORTO TÉRMICO EM FUNÇÃO DA IDADE DOS FRANGOS

Article history: Received 02 May 2018; Received in revised form 21 July 2018; Accepted 02 August 2018; Available online 30 September 2018.

EFEITO DA TEMPERATURA AMBIENTAL SOBRE A QUALIDADE DA CASCA DO OVO DE CODORNAS JAPONESAS. *autor para correspondência:

ANÁLISE DO AMBIENTE TÉRMICO EM GALPÕES REDUZIDOS PARA AVES COM DIFERENTES MATERIAIS DE COBERTURA CONVENCIONAL E ECOLÓGICO

DESEMPENHO DE TRÊS DIFERENTES LINHAGENS DE FRANGOS DE CRESCIMENTO LENTO NA FASE INICIAL

BGHI AND EFFECTIVENESS IN REDUCED MODELS OF POULTRY HOUSINGS WITH DIFFERENT MATERIALS ROOFS

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE EM DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAL AVALIADOS 7 A 21 DIAS DE IDADE

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE AVES EM CONDIÇÕES DE VARIAÇÃO MICROCLIMÁTICA

Galinhas semipesadas em postura criadas sobre diferentes tipos de cama. Semi-posed hens reared on different bed types SUMMARY

Bem-estar, comportamento e desempenho de porcas lactantes por 28 dias alojadas em diferentes tipos de maternidades no verão

DESEMPENHO E QUALIDADE DOS OVOS DE GALINHAS SEMI-PESADAS ALIMENTADAS COM RAÇÕES FORMULADAS COM DUAS EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DIFERENTES

AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE TEMPERATURA E UMIDADE PARA AS DIFERENTES FASES DE PRODUÇÃO DE AVES DE CORTE NO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA - MG

Professora da Universidade Federal de Santa Maria Campus de Cachoeira do Sul. 3

V. M. N. ABREU 1, P. G. ABREU 2. Apresentado no XV Congresso Brasileiro de Agrometeorologia De 02 a 05 de julho de 2007 Aracaju SE

ESPACIALIZAÇÃO DO ÍNDICE DE TEMPERATURA E UMIDADE EM UMA GRANJA DE POEDEIRAS LOCALIZADA EM SANTA HELENA DE GOIÁS 1

MÉTODOS ALTERNATIVOS DE MUDA FORÇADA EM POEDEIRAS COMERCIAIS

Ambiência interna e externa em galpão de frangos de corte nas diferentes épocas do ano e fases de criação

ATRIBUTOS FISIOLÓGICOS DE CAPRINOS LEITEIROS SUBMETIDOS A DIFERENTES FASES DE ALEITAMENTO

Criação de Galinha em Piso

EFEITO RESIDUAL DOS NÍVEIS DE METIONINA + CISTINA SOBRE O DESEMPENHO PRODUTIVO DE POEDEIRAS NA FASE FINAL DE POSTURA

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS FISIOLÓGICOS NAS RAÇAS DE OVINOS MORADA NOVA, SOMALIS E MESTIÇOS DE DORPER x SOMALIS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO*.

Mapeamento do ambiente térmico de aviários de postura abertos em sistema vertical de criação

PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DE OVELHAS SANTA INÊS SUPLEMENTADAS COM GLICERINA BRUTA ANTES E DURANTE A ESTAÇÃO DE MONTA

Efeito da seleção no primeiro ciclo de postura para produção de ovos sobre o desempenho no segundo ciclo

CURVA DE CRESCIMENTO DA LINHAGEM DE FRANGO DE CORTE CARIJÓ

4ª Jornada Científica e Tecnológica da FATEC de Botucatu 7 a 9 de Outubro de 2015, Botucatu São Paulo, Brasil

Efeito do ambiente sobre indicadores fisiológicos na produção de frangos de corte. Environment effect on the physiological indicators in broilers

Efeito de sistemas de criação no conforto térmico ambiente e no desempenho produtivo de suínos na primavera

DIFERENTES NÍVEIS DE DEBICAGEM PARA FRANGAS COMERCIAIS

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA AMBIENTAL SOBRE AS RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DE OVINOS MESTIÇOS ½ DORPER + ½ SANTA INÊS NO SEMIÁRIDO DA PARAÍBA*.

1º DE SETEMBRO DE

SELETIVIDADE ALIMENTAR DE GALINHAS POEDEIRAS SUBMETIDAS A DIFERENTES MÉTODOS DE DEBICAGEM EM DOIS SISTEMAS DE CRIAÇÃO NA FASE DE RECRIA

ADAPTABILIDADE DE CAPRINOS SANNEN E MAROTA MANTIDOS EM CLIMA TROPICAL SEMIÚMIDO

TEMPERATURA RETAL DE BOVINOS DE CORTE DESTINADOS A JULGAMENTO EM PARQUE DE EXPOSIÇÃO

Avaliação da curva de crescimento de frangos de corte e índices zootécnicos no sistema de produção do IFMG campus Bambuí

QUALIDADE DE OVOS DE POEDEIRAS ALIMENTADAS COM DIETAS CONTENDO A INCLUSÃO DE ÁCIDOS ORGÂNICOS DE CADEIA MÉDIA PURIFICADAS 1

Marcos William Botelho 1, Jofran Luiz de Oliveira 2, Flavio Alves Damasceno 3, Leonardo Schiassi 4 &Vitor Hugo 5

AVALIAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS DE AVES POEDEIRAS UTILIZANDO SEQÜÊNCIA DE IMAGENS 1

RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DE DUAS LINHAGENS DE FRANGO DE CORTE INDUSTRIAL CRIADOS SOB CONDIÇÃO DE INVERNO AMAZÔNICO. Acre AC;

QUALIDADE DOS OVOS DE GALINHAS POEDEIRAS NO PERÍODO PÓS MUDA INDUZIDA POR ALIMENTAÇÃO ALTERNATIVA

PALAVRAS-CHAVE: ambiência animal, bioclimatologia, conforto térmico, avicultura. BROILER BEHAVIOR UNDER DIFFERENT THERMAL ENVIRONMENTS

QUALIDADE E DESEMPENHO DE OVOS CONTENDO ÁCIDOS ORGÂNICOS NA DIETA DE POEDEIRAS EM FASE FINAL DE PRODUÇÃO 1

CONFORTO TÉRMICO DE GALPÕES CUNÍCULAS UTILIZANDO TÉCNICAS DE GEOESTATÍSTCA

DETERMINAÇÃO DE EQUAÇÕES DE REGRESSÃO OBTIDAS EM TERMÔMETROS DE GLOBO NEGRO PADRÃO E PLÁSTICO VERÃO E INVERNO

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MATERIAIS DE CAMA DE AVIÁRIO E DENSIDADES POPULACIONAIS - DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO PARA OVINOS EM EXPOSIÇÃO DURANTE FEIRA AGROPECUÁRIA DE SANTARÉM.

Manejo de Produção Avicultura Colonial. Fabiane Pereira Gentilini CaVG/IFSul Fernanda Gonçalves Medeiros GA/UFPel

UTILIZAÇÃO DE URUCUM NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DA LINHAGEM LABEL ROUGE

Avaliação do microclima de pastagens em sistema silvipastoril

Avaliação do Conforto Térmico de Frangos de Corte de Forma Direta e Prática

O AMBIENTE TÉRMICO E A DENSIDADE ENERGÉTICA ALTERAM PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DE GALINHAS EM FINAL DE POSTURA

AVALIAÇÃO DA ADAPTABILIDADE DE CAPRINOS EXÓTICOS (ANGLO- NUBIANO, SAVANH E BOER) E NATIVOS (MOXOTÓ) NO SEMI-ÁRIDO PARAIBANO 1

QUALIDADE FÍSICA DE OVOS ORIUNDOS DE POEDEIRAS CRIADAS EM SISTEMA FREE RANGE COM E SEM GALOS

ATUALIZAÇÃO DOS VALORES DE BALANÇO ELETROLÍTICO TOTAL PARA FRANGOS DE CORTE DOS 28 AOS 34 DIAS DE IDADE

DIFERENÇAS COMPORTAMENTAIS DE POEDEIRAS EM DIFERENTES AMBIENTES TÉRMICOS

COMPORTAMENTO INGESTIVO DIURNO DE BOVINOS ¾WAGYU-BLACK ¼ANGUS EM SISTEMA DE PASTEJO EXTENSIVO EM DIFERENTES ESTAÇÕES

Determinação de limites superiores da zona de conforto térmico para codornas de corte aclimatizadas no Brasil de 22 a 35 dias de idade 1

FIBRA BRUTA EM DIETAS DE POEDEIRAS LEVES EM FASE INICIAL DE POSTURA

ESTIMATIVA DE NÍVEIS CRÍTICOS SUPERIORES DOS ÍNDICES DE TEMPERATURA E UMIDADE PARA VACAS LEITEIRAS DA RAÇA HOLANDESA

Revista Eletrônica Nutritime, Artigo 151. v. 8, n 06 p Novembro/Dezembro 2011 POEDEIRAS SEMIPESADAS SUBMETIDAS A DEBICAGEM LEVE

Ganho de Peso de Coelhos de Diferentes Grupos Genéticos

Determinação do índice de temperatura e umidade (ITU) para produção de aves na mesorregião metropolitana de Curitiba PR

UTILIZAÇÃO DA GOMA DE SOJA EM DIETAS PARA POEDEIRAS E O SEU EFEITO SOBRE A QUALIDADE INTERNA E EXTERNA DO OVO

Palavras-chave: agroindústria, alimentos alternativos, codornas europeias, resíduo de fruta

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE MUDA INDUZIDA ATRAVÉS DE PARÂMETROS COMPORTAMENTAIS E FISIOLÓGICOS

RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE TÉRMICO E PERFIL ERITROCITÁRIO DE OVINOS SOMALIS, MORADA NOVA E DORPER NO SEMIÁRIDO NORDESTINO*.

UTILIZAÇÃO DE EMULSIFICANTES NA DIETA DE FRANGOS DE CORTE DE 1 A 21 DIAS DE IDADE

ALOMETRIA DOS ÓRGÃOS DIGESTIVOS DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE FRANGOS DE CRESCIMENTO LENTO

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE SORGO FORRAGEIRO NO OESTE DA BAHIA

Alterações fisiológicas de matrizes suínas criadas nas condições climáticas do semiárido mineiro

Desempenho de aves poedeiras em diferentes densidades de alojamento. Performance of laying poultry in different housing densities

IV Simpósio de Ciências da UNESP Dracena. V Encontro de Zootecnia Unesp Dracena ESPÉCIES FORRAGEIRAS E Í DICES DE CO FORTO TÉRMICO

DESEMPENHO DE POEDEIRAS COM ADIÇÃO DE PROTEASE NA DIETA

Comunicado Técnico. Ventilação Cruzada e em Zig-Zag em Aviário de Matrizes de Corte. Introdução. Metodologia

DETERMINAÇÃO DO GRADIENTE TÉRMICO DE CAPRINOS E OVINOS DESLANADOS CRIADOS NO SEMIÁRIDO PARAIBANO*

REDUÇÃO DE SÓLIDOS EM BIODIGESTORES ABASTECIDOS COM DEJETOS DE AVES ALIMENTADAS COM MILHO EM DIFERENTES GRANULOMETRIAS

Qualidade de Sementes de Milho Armazenadas em Embalagens Alternativas

Conforto térmico animal e humano em galpões de frangos de corte no semiárido mineiro

EFICIÊNCIA DE DIFERENTES TIPOS DE ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL NO COMPORTAMENTO E BEM ESTAR DE EQUINOS

COBERTA COM TELHA ECOLÓGICA FABRICADA COM TETRAPACK RECICLADA

DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE ALIMENTADOS COM ORÉGANO ENTRE 7 A 28 DIAS DE IDADE

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO ORAL - CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS

AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL DE NOVILHAS LEITEIRAS CRIADAS A PASTO EXPOSTAS ÀS DIFERENTES ÁREAS DE SOMBREAMENTO ARTIFICIAL

O sistema industrial brasileiro apresenta menor grau de bem-estar de frangos de corte?

ATUALIZAÇÃO DOS VALORES DE BALANÇO ELETROLÍTICO TOTAL PARA FRANGOS DE CORTE DOS 28 AOS 42 DIAS DE IDADE

Efeito da Densidade na Gaiola sobre o Desempenho de Poedeiras Comerciais nas Fases

PIGMENTAÇÃO DA GEMA DE OVOS DE POEDEIRAS NEGRAS ALIMENTADAS COM DIETAS CONTENDO DIFERENTES TIPOS DE PIGMENTANTES

DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE FÊMEAS RECEBENDO DIETAS COM NÍVEIS DE VALINA

2. MATERIAL E MÉTODOS

Transporte de frangos: caracterização do microclima na carga durante o inverno 1

COMPORTAMENTO DE USO DO NINHO E DESEMPENHO PRODUTIVO DE POEDEIRAS ALOJADAS EM DIFERENTES DENSIDADES E TAMANHOS DE GRUPO

RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DE VACAS HOLANDESAS FRENTE A RECURSO DE VENTILAÇÃO EM ESTABULAÇÃO LIVRE 1

Estudo bioclimático das regiões litorânea, agreste e semiárida do estado de Sergipe para a avicultura de corte e postura

Izabela C. Vinhal¹; Luisa de M. Coura¹; Renato S. da S. Júnior¹; Thiago l. M. Ribeiro¹; Rafael A. D. Costa¹; Flávio A. S. Nogueira¹.

USO DE DISPOSITIVO MO VEL EM ANA LISE DE LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR EM UM LABORATÓRIO

Pesquisador da Embrapa Cerrados - Centro de Transferência de Tecnologias do Zebu Leiteiro

DIFERENTES NÍVEIS DE CÁLCIO E ÓLEO EM DIETAS DE POEDEIAS DE 70 A 73 SEMANAS DE IDADE

Transcrição:

VIII Simpósio Brasileiro de gropecuária Sustentável 5 th International Conference on Sustainable griculture 6 a 8 de Outubro de 2016 Sistema cage free e a expressão dos principais comportamentos indicativos de bemestar por poedeiras Dayana Cristina de Oliveira Pereira 2,3, Késia Oliveira da Silva Miranda 3, Gustavo do Valle Pereira 2, Luiz Carlos Demattê Filho 2, Sônia Maria De Stefano Piedade 4 1 Parte da dissertação da primeira autora. Projeto de pesquisa financiado pelo Centro de Pesquisa Mokiti Okada CPMO e pela Korin gropecuária 2 Centro de Pesquisa Mokiti Okada CPMO 3 Departamento de Engenharia de Biossistemas, Escola Superior de gricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, Brasil 4 Departamento de Ciências Exatas, Escola Superior de gricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, Brasil Resumo: O objetivo desta pesquisa foi avaliar a frequência dos principais comportamentos indicativos de bem-estar expressos por poedeiras criadas em sistema cage free em diferentes períodos do dia. Foram utilizadas 4.500 poedeiras da linhagem Isa Brown no período compreendido entre a 15 e a 31 semanas de idade das aves. Foram analisados o microclima da instalação, e a frequência dos principais comportamentos indicativos de bem-estar (banho de areia, bater asa e investigação de penas). Estes foram avaliados uma vez por semana em três períodos distintos do dia: manhã, meio do dia e a tarde. Utilizou-se o delineamento casualizado em blocos. s médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de significância. análise do microclima das instalações evidenciou, exceto no período da manhã, situação de estresse por calor. O comportamento banho de areia foi menos frequente no período da manhã e mais frequente no período da tarde. O ato de bater a asa não foi alterado estatisticamente em função do horário de observação. frequência de investigação de penas foi menor no período da tarde se comparado aos demais horários. Constatou-se que os principais comportamentos indicativos de bem-estar foram expressos pelas aves criadas no sistema cage free. O horário de observação exerceu influência na expressão dos comportamentos banho de areia e investigação de penas. Palavras chave: banho de areia, bater asa, investigação de penas Cage free system and the expression of the main welfare of laying behavio 1 bstract: The objective of this research was to evaluate the frequency of the main welfare indicative behaviors expressed by layers created in cage free system at different times of the day. 4500 laying Isa Brown hens were used on the period between the beginning and the peak of the production at 15th and 31st weeks of age. They analyzed

2 the microclimate of the installation, and the frequency of the main welfare indicative behaviors (sand bathing, flapping wing and investigating feathers). These evaluations were conducted once weekly, by the scanning method, in three periods of the day: morning (08.00 to 09.00 h), noon (12.00 to 13.00 h) and afternoon (16.00 to 17.00 h). The experimental design adopted was a randomized block. Means were compared by Tukey's test at 0.05 significance level. The analysis of the microclimate of the premises revealed except in the morning, stress situation for heat. The behavior "sand bathing" was less frequent in the morning and more frequent in the afternoon. The act of flapping wing was not statistically changed due to the observation time. The frequency of "investigating feathers" was lower in the afternoon compared to other times. It was found that the main behaviors indicative of well-being were expressed by birds reared in cage free system. The observation time exerted influence on the expression of the sand bath and behavior investigating feathers. Keywords: sand bathing, flapping wing, investigating feathers Introdução No que diz respeito à avicultura, várias críticas estão voltadas para as práticas envolvidas na produção de ovos comerciais. s imagens das aves debicadas, criadas em gaiolas com pouquíssimo espaço, causaram e ainda causam verdadeiras comoções. Inegavelmente o aumento do poder aquisitivo, a crescente preocupação com a qualidade dos alimentos, e o maior esclarecimento da população em relação a senciência animal, elevou a demanda por parte dos consumidores por produtos oriundos de sistemas menos intensivos e respaldados nos conceitos de bem-estar animal. Neste contexto a adoção de novas práticas de manejo, tais como a utilização do sistema cage free, desponta como uma importante ferramenta na busca pelo bem-estar das aves. Tal sistema de produção tem como principal característica a criação das poedeiras em piso, ou seja, livres para expressarem os comportamentos naturais da espécie, requisito este, descrito pela Farm nimal Welfare Council (FWC, 1993) como essencial para o bem-estar das aves. ssim, considerando que a avaliação do comportamento faz parte do diagnóstico de bem-estar, esta pesquisa teve como objetivo avaliar a frequência dos principais comportamentos indicativos de bem-estar animal expressos por poedeiras criadas em sistema cage free, em diferentes períodos do dia. Material e Métodos O experimento foi conduzido em um galpão comercial de poedeiras da empresa Korin gropecuária localizada em Ipeúna SP. Foram alojadas 4.500 poedeiras da linhagem Isa Brown. densidade das aves assim como a proporção de comedouros, bebedouros e área de poleiro foram estabelecidas de acordo com as regras estabelecidas pela HFC (2014). O período experimental compreendeu a idade de 15 a 31 semanas das aves. s variáveis climáticas: temperatura ( C), temperatura de globo negro ( C) e umidade relativa do ar (UR%) foram registradas diariamente ao longo das 24 horas em intervalos regulares de uma hora. Para melhor caracterização do microclima das instalações foi calculado o índice de ITGU segundo Buffington et al. (1981). avaliação do comportamento foi realizada pelo método de varredura. Para isso, foram

3 instaladas no centro do galpão duas câmeras. s gravações das imagens ocorreram semanalmente em três períodos: manhã (08:00 às 09:00 h), meio do dia (12:00 às 13:00 h) e a tarde (16:00 às 17:00 h). Registrou-se a frequência dos principais comportamentos indicativos de bem-estar animal. Foram eles: banho de areia, bater asa e investigação de penas. Utilizou-se o delineamento casualizado em blocos. Os dados foram analisados pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. s variáveis comportamentais foram submetidas à transformação: Y t = arcsen (Y/100). Resultados e Discussão s variáveis climáticas foram significativamente alteradas em função do horário de observação (Tabela 1). temperatura ambiente foi significativamente menor no período da manhã. Tal período também registrou o maior índice de umidade relativa do ar. Os valores de ITGU, exceto no horário de nove horas, evidenciaram situação de estresse térmico caracterizado por valores acima do limite definido como seguro, de até 74, (BÊT; SOUZ, 1997). Tabela 1 - Valores médios de temperatura ( C), umidade relativa do ar (UR) (%) e ITGU registrados ao longo do período experimental Variáveis Temperatura ( C) UR (%) ITGU Período 8-9 h 12-13 h 16-17 h 8-9 h 12-13 h 16-17 h 8-9 h 12-13 h 16-17 h Índices 23,9 B 30,0 30,3 78,8 51,5 B 50,7 B 73,3 B 78,3 77,3 CV (%) 1,38 3,28 2,22 Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente ente si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. CV: coeficiente de variação. expressão do comportamento banho de areia foi influenciado pelo horário de observação sendo este menos frequente (p<0,05) no período da manhã (Figura 1). É coerente que este comportamento tenha sido mais frequente nos horários mais quentes do dia uma vez que este consiste em um mecanismo de trocar calor com o ambiente (SNTOS et al., 2010). Percebeu-se que quando lhes são dadas o direito a escolha, as aves preferem tomar o banho de areia em locais onde há incidência direta de raios solares. Imagina-se que três principais fatores influenciem esta preferência: 1 ) nestes locais normalmente a cama se encontra mais seca e, portanto, mais fofa facilitando a dispersão do material sobre suas penas, 2 ) a exposição aos raios solares favorece o controle de ectoparasitas e 3 ) ao movimentarem o material da cama a incidência dos raios solares faz com que algumas partículas reflitam a luz o que pode aguçar a curiosidade das mesmas.

4 B B B C Figura 1 - Expressão dos principais comportamentos indicativo de bem-estar expresso por poedeiras criadas em sistema cage free. Letras distintas deferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade O ato de bater a asa não foi alterado estatisticamente em função do horário de observação. Isso se deve, provavelmente, ao fato de este ser um comportamento mais utilizado para exibição corporal (Leonard et al., 1998), do que para as tentativas de perda de calor. Segundo Barbosa Filho (2004) este comportamento serve para diferenciar sob qual condição ambiental estão submetidas às aves, uma vez que, sob estresse as aves não o manifestam. Desta forma, reforça-se a ideia de que o sistema cage free correlaciona-se positivamente com as questões de bem-estar das aves. Descrito também como um comportamento inerente da espécie e representativo de bom estado de bem-estar a investigação de penas teve sua frequência alterada em função do horário de observação, sendo menos frequente no período da tarde se comparado ao período da manhã. Considerando que a alocação de tempo e de recursos a diferentes atividades fisiológicas ou comportamentais é controlada por mecanismos motivacionais a hipótese e que esta redução, no período da tarde, esteja associada a maior frequência de outros comportamentos realizados neste horário, por exemplo, os comportamentos relacionados com a dissipação de calor, como é o caso do banho de areia. Conclusões Os principais comportamentos indicativos de bem-estar foram expressos pelas aves criadas no sistema cage free. O horário de observação exerceu influência na expressão dos comportamentos banho de areia e investigação de penas Literatura citada BÊT, F.C.; SOUZ, C.F. mbiência em edificações rurais: conforto térmico animal, MG. Viçosa: Universidade Federal Viçosa, 1997. 269p. BRBOS FILHO, J..D. valiação do bem-estar de aves poedeiras em diferentes sistemas de produção e condições ambientais, utilizando análise de imagem. 2004.

5 141 p. Dissertação (Dissertação em Física do ambiente grícola) - Escola Superior de gricultura Luiz de Queiroz, Universidade São Paulo, Piracicaba, SP, 2004 BUFFINGTON, D.E.; COLLZO-ROCHO, ; CNTON, G.H.; PITT, D.; HTCHER, W. W.; COLLIER, R. J. Black globe-humidity index (BGHI) as comfort equation for dairy cows. Transactions merican Society gricultural Engineer, v.24, p.711-4, 1981. FRM NIML WELFRE COUNCIL (FWC). Farm nimal Welfare Council: Report on priorities for animal welfare research and development, London, 1993. 27p. LEONRD, M.L.; ZNETTE, L.; FIRFULL, R.W. The effect of early exposure to the opposite sex on mate choice in white leghorn chickens. pplied nimal Behaviour Science, v.36, p.29 38, 1993. HUMNE FRM NIML CRE (HFC 2014). nimal Care Standards - Egg laying hens. In: http://certifiedhumane.org/wpcontent/uploads/2014/08/std14.layers.5z.pdf (acessado em 09 de abril de 2015). SNTOS, M.J.B.; PNDORFI, H.; LMEID, G.L.P. et al. Comportamento bioclimático de frangos de corte caipira em piquetes enriquecidos. Revista Brasileira de Engenharia grícola e mbiental, v.14, p.554 560, 2010.