USO DE DISPOSITIVO MO VEL EM ANA LISE DE LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR EM UM LABORATÓRIO

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Malu Branca Flor Leal Camilo
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1 USO DE DISPOSITIVO MO VEL EM ANA LISE DE LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR EM UM LABORATÓRIO Arilson José de Oliveira Júnior 1, Silvia Regina Lucas de Souza 2, Tiago Aparecido Vicentin 3, Andréia Soares Gonçalves Glavina 4, Mikael Timóteo Rodrigues 5 & William Duarte Bailo 6 1 Doutorando em Energia na Agricultura, Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, Botucatu-SP, arilsonjr@outlook.com. 2 Profª. Dra. da Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, Botucatu-SP. 3 Doutorando em Irrigação e Drenagem, Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, Botucatu-SP, 4 Mestranda em Energia na Agricultura, Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, Botucatu-SP. 5 Doutor em Energia na Agricultura, Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, Botucatu-SP. 6 Assistente de Suporte Acadêmico, Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, Botucatu-SP. 1 INTRODUÇÃO O conforto térmico em ambientes de trabalho é considerado um fator de extrema importância para a saúde e desempenho produtivo dos colaboradores. Ambientes confortáveis termicamente permitem que os indivíduos em seu interior se sintam satisfeitos e realizem com alta performance suas atividades. Em regiões quentes, estudos de conforto térmico em ambientes de trabalho são realizados constantemente a fim de avaliar a influência das medidas climáticas nas sensações de bem-estar dos indivíduos e no consumo de energia (MUSTAPA et al., 2016; INDRAGANTI; OOKA; RIJAL, 2015; MAULA et al., 2016; RICCIARDI; BURATTI, 2012). Trabalhos de avaliação da influência das condições climáticas no interior de ambientes, tornaram-se um importante meio de identificação das causas de deficiência no rendimento produtivo dos colaboradores, além da relação entre problemas de saúde e comportamentais e exposição frequente a condições de estresse térmico. No Brasil, o Ministério do Trabalho e Emprego, mediante normal regulamentadora NR 15, apresenta duas formas de avaliar condições de exposição ao calor em ambientes e horas de trabalho permitidas (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2014). Para isso, à NR 15 sugere duas equações que consideram as variáveis climatológicas de temperatura de bulbo úmido natural, umidade relativa do ar e temperatura de globo negro. De acordo com o ambiente a ser analisado (com ou sem carga solar), uma das equações é aplicada e seu resultado comparado com uma tabela de regimes de trabalho intermitente com descanso no próprio local de trabalho. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o limite de tolerância para exposição ao calor em um laboratório da Faculdade de Ciências Agronômicas, FCA, UNESP, Botucatu/SP, utilizando um aplicativo para dispositivos móveis smartphones.

2 MATERIAL E MÉTODOS Utilizou-se para medição das variáveis climatológicas um dispositivo portátil com um sensor digital de temperatura e umidade relativa do ar AM2302 também conhecido por DHT22 para

2 2 MATERIAL E MÉTODOS Utilizou-se para medição das variáveis climatológicas um dispositivo portátil com um sensor digital de temperatura e umidade relativa do ar AM2302 também conhecido por DHT22 para as medidas de temperatura de bulbo seco (TbsºC) (AOSONG, 2016), um termohigrômetro de leitura direta Incoterm para as medidas de bulbo úmido natural (Tbn ºC) e um globo negro de cloreto de polivinila para as medidas de temperatura de globo negro (Tg ºC) (OLIVEIRA JÚNIOR; SOUZA; VICENTIN, 2015). O laboratório avaliado localiza-se no departamento de Engenharia Rural da fazenda experimental Lageado, da Faculdade de Ciências Agronômicas, FCA, UNESP, Botucatu/SP Laboratório de Mecânica do Solo (22 51'08.2"S; 48 25'56.5"W) (Figura 1). Figura 1 - Interior do laboratório de mecânica do solo do departamento de Engenharia Rural, FCA, UNESP, Botucatu/SP Segundo a normal regulamentadora NR 15 do Ministério do Trabalho e Emprego (2014), para se avaliar os limites de tolerância para exposição ao calor deve-se aplicar as equações de IBUTG (Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo), considerando ambientes sem carga solar e com carga solar (Eq. 1 e 2).

3 IBUTG = 0, 7T bn +0,3T g (Eq. 1) IBUTG = 0, 7T bn +0,1T bs +0,2T g (Eq. 2) Em que: T bn: Temperatura do bulbo úmido natural (ºC). T g: Temperatura de globo negro (ºC). T bs: Temperatura de bulbo seco (ºC). O cálculo do IBUTG e a comparação com os limites de tolerância para exposição ao calor, de acordo com a tabela de regime de trabalho intermitente com descanso no próprio local de trabalho, foi realizado por meio do aplicativo para dispositivos móveis IBUTG App, disponível no Google Play ( A Tabela 1 exibe a determinação das horas de trabalho e descanso, segundo à NR 15. Tabela 1 - Limites de tolerância para exposição ao calor NR15 (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2014) Regime de trabalho intermitente com descanso no próprio local de trabalho (por hora) Leve Moderada Pesada Trabalho contínuo Até 30,0 Até 26,7 Até 25,0 45 minutos trabalho 15 minutos descanso 30 minutos trabalho 30 minutos descanso 15 minutos trabalho 45 minutos descanso Não é permitido o trabalho, sem a adoção de medidas adequadas de controle 30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0 Acima de 32,2 Acima de 31,1 Acima de 30,0

(Eq. 1), coletadas em intervalos de 2 minutos.

4 Foram determinados pontos de medição no interior do laboratório de acordo com a área do ambiente, totalizando 6 pontos de referência. As medições foram feitas de forma sequencial ponto a ponto, nos quais em cada ponto obteve-se uma média das variáveis necessárias ao cálculo do IBUTG (Eq. 1), coletadas em intervalos de 2 minutos. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES A Figura 2 exibe os pontos de referência distribuídos em planta baixa sem escala do laboratório de mecânica do solo da Faculdade de Ciências Agronômicas, FCA, UNESP, Botucatu-SP. Figura 2 - Pontos de referência em laboratório de mecânica do solo

5 Na Tabela 2 são apresentados os valores médios das medidas do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo IBUTG, conforme pontos de referência. Tabela 2 - Valores médios de IBUTG em pontos de referência distribuídos no laboratório de mecânica do solo DIA IBUTG P1 P2 P3 P4 P5 P6 19/ / / Figura 3 - Valores médios de IBUTG em pontos de referência distribuídos no laboratório de mecânica do solo, para os dias 19, 25 e 26/08/ ,0 19,8 D D D ,6 19,4 IBUTG 19,2 19,0 18,8 18,6 18,4 18,2 P1 P2 P3 P4 P5 P6 Pontos de Referência Conforme apresentado, os valores médios de IBUTG, calculados pelo aplicativo IBUTG App nos respectivos pontos de referência, não ultrapassaram o limite de tolerância correspondente à atividade leve pela NR 15 (Limite de IBUTG: 30). Os valores médios de máxima e mínima de IBUTG obtidos foram de: (P3 em 19/08) e (P1 em 25/08). A Figura 4 ilustra o uso do aplicativo IBUTG App no cálculo do IBUTG.

Figura 4 - Aplicativo IBUTG App em cálculo de IBUTG Considerando as atividades do laboratório como leves, os cálculos por meio do aplicativo para dispositivos móveis mostraram que em todos os pontos

6 Figura 4 - Aplicativo IBUTG App em cálculo de IBUTG Considerando as atividades do laboratório como leves, os cálculos por meio do aplicativo para dispositivos móveis mostraram que em todos os pontos referenciados os trabalhos podem ser realizados continuamente, sem interrupções para descanso. 4 CONCLUSÕES O limite de tolerância para exposição ao calor em um laboratório foi avaliado durante três dias, demonstrando ser um ambiente adequado durante o período de análise, no qual o trabalho pode ser realizado continuamente. O uso do aplicativo IBUTG App possibilitou o cálculo do índice de IBUTG de forma automatizada e sem a necessidade de verificação manual à tabela de limites de tolerância para exposição ao calor, para comparação dos valores. 5 REFERÊNCIAS MUSTAPA, M. S. et al. Thermal comfort and occupant adaptive behaviour in Japanese university buildings with free running and cooling mode offices during summer. Building And Environment, Oxford, v. 105, p , ago Elsevier BV. INDRAGANTI, M.; OOKA, R.; RIJAL, H. B. Thermal comfort in offices in India: Behavioral adaptation and the effect of age and gender. Energy And Buildings, Amsterdam, v. 103, p , set Elsevier BV.

7 MAULA, H. et al. The effect of cooling jet on work performance and comfort in warm office environment. Building And Environment, Oxford, v. 104, p.13-20, ago Elsevier BV. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR 15: ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, p. RICCIARDI, P.; BURATTI, C. Thermal comfort in open plan offices in northern Italy: An adaptive approach. Building And Environment, Oxford, v. 56, p , out Elsevier BV. OLIVEIRA JÚNIOR, A. J.; SOUZA, S. R. L.; VICENTIN, T. A. NEW DEVICE FOR BLACK GLOBE TEMPERATURE MEASUREMENTS. In: WORKSHOP INTERNACIONAL DE AMBIÊNCIA DE PRECISÃO, 1., 2015, Campinas. Anais... Campinas: Unicamp, OLIVEIRA JÚNIOR, A. J.; SOUZA, S. R. L. IBUTG App: Aplicativo para cálculo de índices de conforto térmico. Disponível em: < App.wordpress.com>. Acesso em: 12 ago AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à Capes, ao programa de Energia na Agricultura e ao Departamento de Engenharia Rural da Faculdade de Ciências Agronômicas, FCA, UNESP, pela disponibilidade do local e dos equipamentos necessários para a realização deste trabalho.

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