1. Depois do título, indicar a referência no início. Título (opcional): Um ticket de espera(nça) Ticket de espera. Vídeo institucional da Santa Casa de São Paulo. Produto/tema: doação de órgãos. Produzido pela Young Brasil. Veiculado em março de 2012. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=bpcbmus5fk>. Acesso em 04 set. 2015. BERTUCCI, R. (2015). UTFPR 1
2. Breve resumo da obra O vídeo institucional aqui analisado, cuja temática é doação de órgãos, da Santa Casa de São Paulo, mostra a reação das pessoas ao retirarem um ticket (senha) para serem atendidas e notarem que o número que ali está é bem maior que o usual. A ideia da agência era que as pessoas experimentassem a sensação de estar em uma fila tão grande que, dificilmente, BERTUCCI, R. (2015). UTFPR 2
seriam atendidas, exatamente como acontece com as pessoas que estão nas filas para receber um transplante de órgão. No ticket, logo abaixo do número maior, havia o número real, bem mais próximo daquele que fora chamado recentemente. BERTUCCI, R. (2015). UTFPR 3
3. Crítica das partes que chamaram a atenção Já de início, percebe-se que o vídeo se baseia na indisposição das pessoas em esperar. A impaciência e o incômodo gerados pelas filas do cotidiano (como a da padaria em que acontece a cena) parecem insignificantes, quando comparados com a espera por um rim, por exemplo (19393 pessoas à frente, como indica o vídeo). O espanto de alguns consumidores ao dizer Se fosse 27 mil, eu não iria esperar não, mostra que, em geral, a fila é algo a ser evitado pelo ser humano. BERTUCCI, R. (2015). UTFPR 4
E é exatamente nesse ponto que o vídeo se sustenta: evitar filas, aqui, passa a ser uma responsabilidade de quem pega o ticket (do cliente ), ao contrário do que acontece no dia a dia, quando isso deve ser evitado pelo dono do estabelecimento. Essa responsabilidade de quem pega o ticket é caracterizada pela doação de órgãos, cujas filas são muito grandes no país, devido ao baixo número de doadores. BERTUCCI, R. (2015). UTFPR 5
Pode-se dizer que a campanha cumpre bem seu objetivo, pois, além de chamar a atenção de todos os que veem o vídeo, parece transformar a atitude daqueles que retiram o ticket. Estes se sentem tão mais responsáveis agora que dizem frases como Eu não sou [doador], mas depois dessa aí dá até pra pensar em ser ; Minha cabeça foi pra outro lugar agora ; Muito legal. Isso faz você se sentir do outro lado. BERTUCCI, R. (2015). UTFPR 6
Como se vê, pelo fato de o vídeo levar a pessoa a experimentar, ainda que na imaginação, a fila por uma doação de órgãos, cria-se uma atmosfera de envolvimento com o problema, de modo que o imperativo Seja um doador de órgãos, presente no ticket retirado, transfere a responsabilidade ao cliente de evitar as gigantescas filas. BERTUCCI, R. (2015). UTFPR 7
É esse tipo de campanha que precisa se tornar frequente no país, não apenas com relação à saúde, mas a tantos outros temas que parecem ainda distantes da realidade da maioria das pessoas (como política, economia, educação, entre outros). É essencial que a pessoa sinta-se parte responsável da solução de um problema para que contribua com ações efetivas de cidadania. BERTUCCI, R. (2015). UTFPR 8
Aliás, o título da peça (Ticket de espera) poderia ser muito bem Ticket de esperança, para todos os que, de fato, se encontram na fila dessa situação. Parabéns à Santa Casa de São Paulo, pela campanha, e à Young Brasil pela maravilhosa peça publicitária. Roberlei Bertucci é professor da UTFPR/Curitiba BERTUCCI, R. (2015). UTFPR 9
Crítica: elogio ou depreciação Linguagem Formato do produto Cor Tamanho Funcionalidade Personagens Conceitos Eficácia etc. BERTUCCI, R. (2015). UTFPR 10