PLANTAS ORNAMENTAIS TÓXICAS UTILIZADAS NO PAISAGISMO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS PETTERSON BAPTISTA DA LUZ 1 ; PAULO ROBERTO CORRÊA LANDGRAF 2 ; PATRÍCIA DUARTE DE OLIVEIRA PAIVA 3 1 Engenheiro Agrônomo; Mestrando do Curso de Fitotecnia da Universidade Federal de Lavras; Bolsista da CNPq; autor correspondente; e-mail: petterbaptista@hotmail.com.br RESUMO As plantas ornamentais são elementos decorativos de grande importância, não só as plantas de interior como as de jardim. A sua compra é influenciada geralmente pelo seu aspecto atrativo, sem se ter o conhecimento do seu potencial de toxidade. O modo de ação desses venenos ou princípios tóxicos pode variar muito, desde um simples contato, ou através da ingestão de partes da planta ou das substancia tóxicas que nelas se encontram. O presente trabalho foi realizado no Campus da Universidade Federal de Lavras, no município de Lavras, Sul de Minas Gerais, foram estudados todos os jardins internos e externos localizados no perímetro da Universidade. As espécies de plantas foram identificadas com seu nome vulgar, cientifico e família. Após a identificação foram feitos estudos das espécies que apresentam algum tipo de principio tóxico. O objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento das plantas ornamentais com princípios tóxicos utilizadas no paisagismo da Universidade Federal de Lavras. Em quase todos os jardins existentes na Universidade apresentam pelo menos um tipo de plantas tóxicas. Nas condições em que este trabalho foi realizado pode-se concluir que os jardins da Universidade Federal de Lavras apresentam muitas plantas ornamentais com algum principio tóxico, tornando-se necessário divulgar as espécies tóxicas mais comuns e 2 Eng. Agr. e Eng. Ftal. Doutorando em Fitotecnia, Departamento de Agricultura, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 37, CEP 37200-000, Lavras-MG. 3 Eng. Agr. Dra. Prof. Adjunto do Departamento de Agricultura, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 37, CEP 37200-000, Lavras-MG. 282
também educar a população universitária sobre a inconveniência de ingerir ou manusear qualquer espécie vegetal desconhecida. PALAVRAS-CHAVE: Ornamentais, levantamento, princípios tóxicos. INTRODUÇÃO As plantas ornamentais são elementos decorativos de grande importância, não só as plantas de interior como as de jardim. A sua compra é influenciada geralmente pelo seu aspecto atrativo, sem se ter o conhecimento do seu potencial de toxidade. Tendo em conta que normalmente as plantas existem no mesmo meio ambiente em que habitam crianças e animais de companhia, ela constitui um perigo real de intoxicação. Existem, em todas as partes do mundo, plantas que encerram venenos ou princípios tóxicos, capazes de perturbar ou aniquilar as funções essenciais à vida de organismos animais e do próprio homem. O modo de ação desses venenos ou princípios tóxicos pode variar muito. Pode ser via ingestão de suas partes, mero contato ou ingestão das substâncias que, de alguma forma afetaram a água, por exemplo, (BARSA, 1994). Os principais princípios ativos conhecidos como responsáveis pelos efeitos adversos causados pelas plantas são: alcalóides, glicosídeos, resinas, fitotoxinas, minerais, oxalatos, óleos essenciais e compostos foto-sensibiliantes. Muitas dessas plantas são amplamente utilizadas no paisagismo, e são facilmente encontradas nos jardins. Sabe-se que mais de 50% dos acidentes com plantas venenosas ocorrem com crianças de até 10 anos de idade e que mais de 1/3 da população não conhece nenhuma planta tóxica, embora muitas vezes esteja em contato com algumas delas (BARCELLOS, 1998). Existem algumas medidas preventivas para diminuir a intensidade do problema das plantas tóxicas: divulgar o máximo possível e por todos os meios de comunicação as espécies tóxicas mais comuns; recomendar a necessidade de orientação médica ao se utilizar algum preparado vegetal para fins medicinais, e finalmente educar a população sobre a inconveniência de ingerir ou manusear qualquer espécie vegetal desconhecida (SCHVARTSMAN, 1992).As plantas ornamentais são as que se encontram mais próximas e de fácil acesso, plantas essas que embelezam e podem trazer sensações agradáveis ao 283
homem pela sua beleza exterior. Entretanto, elas trazem também danos irreparáveis, pois pode existir por trás de tanta beleza, elementos químicos não apropriados a espécie humana e dos animais. Os princípios tóxicos são variados e, a maioria deles, se não todos, possuem uma toxicidade para o homem. O reconhecimento fácil e rápido é uma necessidade urgente para se isolar estas plantas e realizar planejamentos paisagísticos adequados. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento das plantas ornamentais com principio ativo tóxicas utilizados no paisagismo da Universidade Federal de Lavras. MATERIAL E MÉTODOS Foram estudados todos os jardins localizados no perímetro da Universidade Federal de Lavras. De pose de uma ficha pré-elaboradas as espécies formam identificadas e anotadas a localização em relação aos canteiros e passagem de pedestres. As espécies de plantas foram identificadas com seu nome vulgar, cientifico e família. Após a identificação foram feitos estudos das espécies que apresentam algum tipo de principio tóxico. RESULTADOS E DISCUSÃO Em quase todos os jardins existentes na Universidade apresentam pelo menos um tipo de plantas tóxicas. Na tabela 1 são apresentadas as plantas tóxicas utilizadas no paisagismo da Universidade Federal de Lavras. TABELA 1- Espécies ornamentais com principio tóxicos utilizadas no paisagismo da Universidade Federal de Lavras, Sul de Minas Gerais em 2004. Nome popular Nome cientifico Família Parte tóxica Principio ativo Alamanda amarela Allamanda cathartica Apocynaceae Planta toda Glicosídeo cardiotóxico Alamanda roxa Allamanda blanchetti Apocynaceae Toda Glicosídeo cardiotóxico Anturio Anthurium sp Araceae Folha e Oxalato caules 284
Aroeira salsa Schinus mollis Anacardiaceae Folhas toxicodendrol Azaléia Rododendron simsii Ericaceae Toda Andrometoxina (glicosideo) Batata do Jathropa Euphorbiaceae Toda Toxalbumina inferno podagrica curcina Bico de papagaio Buxinho Euphorbia pulcherrima Euphorbiaceae Latex Toxalbumina Buxus Buxaceae Folhas Buxina sempervirens Camara Lantana camara Vernenaceae Folhas e alcalóide lantanina frutos Cica Cycas circinallis Cycadaceae Folhas Cicasina Cróton Coediaeum Euphorbiaceae semente Alcalóide crotina variegatum Costela de adão Monstera deliciosa Araceae Folhas Oxalato de cálcio, saponinas Coroa de cristo Euphorbia milii Euphorbiaceae Latex Toxalbumina (5 grande deoxigenol) Cora de cristo Euphorbia milii Euphorbiaceae Latex Toxalbumina (5 pequena deoxigenol) Cinerária Senecio cruentes Planta toda Alcalóide Pirrotizidínico Espada de São Sanseveria Planta toda Saponinas Jorge trifasciata Ficus benjamina Fícus benjamina Moraceae Latex toxalbumina Hera Hedera helix Moraceae Folhas e Hederagenina frutos (glicosideo) Jiboia Scindapsus Araceae Folhas - aureus Lantania camara Lantana camara Verbenaceaea Toda Lantadema A 285
camara Piteira brava Agave Amaryllidaceae Toda saponina americana indeterminada e ácido oxálico. Tagetes Tagetes patula Compositae Raizes - Trapoeraba roxa Setcrasea Commelinaceae Toda - purpurea Sheflera Shefllera sp Folha Oxalato Piteira Furcraea Amaryllidaceae folhas - gigantea Samambaia Pteridium Poly podiaceae Folha tiaminase do tipo aquilinum I, glicosídeo cianogênico Vinagreira Euphorbia cotinifolia Euphorbiaceae Latex Toxalbumina deoxigenol) A localização das plantas nos jardins pode oferecer perigo, pois estão localizadas em todas as partes. De acordo com Landgraf (2004) é sempre recomendável que a população seja orientada sobre a toxidade de tais plantas, evitando-se assim que crianças e adultos se intoxiquem. Se este tipo de orientação acontecer poderá o paisagista utilizar estas plantas sem oferecer riscos a população. CONCLUSÃO Nas condições em que este trabalho foi realizado pode-se concluir que os jardins da Universidade Federal de Lavras apresentam muitas plantas ornamentais com algum principio tóxico, tornando-se necessário divulgar as espécies tóxicas mais comuns e também educar a população universitária sobre a inconveniência de ingerir ou manusear qualquer espécie vegetal desconhecida. 286
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARSA, Enciclopédia Britânica. São Paulo, 1994. Vol. 12, p. 357-358. BARCELLOS, D.C.; GONÇALVES, W.; STRINGHETA, A.C.O. Determinação das principais Espécies Tóxicas Encontradas no Município de Viçosa e Suas Possíveis Alternativas. Viçosa:UFV, 1998. Anais...Simpósio de Iniciação Científica da Universidade Federal de Viçosa,8., - UFV. 1998. LANDGRAF, P.R.C., ALBUQUERQUE, A.D.; RAATS, L.E.de.S.; PAIVA, P.D.de.O. Plantas tóxicas utilizadas no paisagismo das praças públicas na cidade de Alfenas. XIV Congresso Brasileiro de Floricultura e Plantas Ornamentais e I Congresso Brasileiro de Cultura de Tecidos de Plantas. Lavras, 2003,13p. SCHVARTSMAN, S. Plantas Venenosas e Animais Peçonhentos: Soroterapia. São Paulo: Ed. Sarvier, 288 p., 1992. 287