Palavras- chave: Formação de Professores, Educação Musical, Escola Pública, Aprendizagem Musical.

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Transcrição:

A EDUCAÇÃO MUSICAL NO LYCEU DE GOIÂNIA: CONTRIBUIÇÕES DO PIBID NA FORMAÇÃO DE LICENCIANDOS EM MÚSICA Kaloni SCHARNOVSKI ka_loni@hotmail.com Nágila Lemos BATISTA lemosnagila@gmail.com Gilmar dos Santos LOURENÇO gilmar_sl@hotmail.com Kemuel Kesley Ferreira dos SANTOS kykemuel@hotmail.com Lucas Dourado COELHO lucashinta@yahoo.com.br Davi Coutinho E. Johns CUELLAR coutinho.david@hotmail.com Rafael de FREITAS rafael.bolerage@hotmail.com Raquel OLIVEIRA Lyceu de Goiânia raquelyaza@gmail.com Nilceia Protásio CAMPOS camposnilceia@gmail.com Palavras- chave: Formação de Professores, Educação Musical, Escola Pública, Aprendizagem Musical.

1. JUSTIFICATIVA / BASE TEÓRICA O presente trabalho se propõe a relatar as experiências adquiridas por meio do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) no Lyceu de Goiânia. O projeto de Música no PIBID teve início em abril de 2010 e conta com 18 acadêmicos matriculados no Curso de Música-Licenciatura da Universidade Federal de Goiás, distribuídos em três escolas públicas. O projeto de música está calcado em atividades de apreciação, interpretação e criação, tendo como referência alguns educadores musicais contemporâneos, como Murray Schafer (1991, 2001) e Keith Swanwick (2003). No campo da educação, Hernández e Ventura (1997) e Hernández (1998) se tornam fundamentais, especificamente no que se refere aos projetos de trabalho, que enfocam o caráter interdisciplinar e transdisciplinar das atividades escolares e que abre possibilidades para práticas musicais no contexto da educação básica. As aulas de música no Lyceu de Goiânia têm como foco proporcionar vivência musical, desenvolvendo a percepção, a expressão e a criação, por meio de práticas vocais e instrumentais individuais e coletivas. Visa também desenvolver formas de apreciação dos diversos estilos musicais, proporcionando conhecimentos teóricos e práticos, elementares referentes à notação musical, assim como incentivar a crítica e a reflexão sobre manifestações musicais, levando em conta as identidades e diversidades culturais do sujeito. Segundo Giméno Sacristán (2002), a educação entendida como processo de socialização é um mecanismo singular de enculturação através do qual se constrói uma relação particular sujeito mundo. As pessoas adquirem nesse processo, os medos, as crenças e as tradições da sociedade em que vive. Ser membro de uma cultura significa ter surgido em seu seio, ter sido nutrido por seus componentes. A partir daí, é possível sentir que faz parte de nós que formamos comunidade com os que estão em nossa mesma situação, que compartilhamos identidade com eles. Se a subjetivação cultural não é passiva, se desemboca em singularidade também está impregnada de conflitos, de contraste com os demais, e não é lógico falar de identidades coletivas em sentido estrito ( GIMÉNO SACRISTÁN, 2002, p. 16-17). A experiência adquirida no espaço escolar tem uma contribuição bastante expressiva na formação do educador: O professor nesse contexto, passa a ser

solicitado a assumir um novo perfil, respondendo ás novas dimensões diante dos desafios da sociedade contemporânea (FELDMAN, 2009, p. 74). Nesse sentido, a articulação entre o pensar e o agir, teoria e prática são grandes desafios para a formação dos professores. Apesar de existir um planejamento dos conteúdos por parte da escola, os acadêmicos bolsistas tem a oportunidade de elaborar atividades para a sala de aula, bem como propor projetos ligados ao ensino coletivo de instrumento musical e canto coral. O trabalho proposto por projetos faz com que o docente atue mais como guia do que como autoridade. Desse modo, para ele, os projetos podem contribuir para favorecer, nos estudantes, a aquisição de capacidades relacionadas com a autodireção; a inventiva; a formação e resolução de problemas; a integração; a tomada de decisões e a comunicação interpessoal (HERNÁNDEZ, 1998). 2. OBJETIVOS Dentre os objetivos do projeto de Música no PIBID, destacamos: a) incentivar e valorizar experiências no que se refere à formação do educador musical no contexto da educação básica, contribuindo para a elevação da qualidade da escola pública; b) investir na formação inicial de educadores musicais, proporcionando aos licenciandos em música situações em que possam desenvolver suas práticas docentes e aprimorar aspectos metodológicos no que se refere ao processo de ensino-aprendizagem em música; c) oportunizar aos alunos oriundos dos cursos de Licenciatura em Música a inserção no mercado de trabalho, fornecendo subsídios teóricos e orientações práticas para uma melhor qualidade de suas ações na educação básica. 3. METODOLOGIA O Lyceu de Goiânia Conta com aproximadamente 1.700 alunos matriculados, atendendo alunos de 6º. ao 9º. ano do ensino fundamental, e de 1º ao 3º ano do ensino médio e jovens e adultos (EJA). As aulas de música acontecem de 1 a 2 vezes por semana do 6º ao 9º ano, com a duração de 50 minutos. O Colégio possui uma Banda Marcial que ensaia diariamente. Há aulas opcionais de violão, técnica

vocal, canto coral e banda marcial. Essas aulas acontecem principalmente nos períodos vespertino e noturno. As turmas de violão são compostas por alunos da escola que podem optar por aulas de violão e ou de educação física. No decorrer de uma dessas aulas, foi ensinado um trecho da música Carinhoso, de Pixinguinha. Algumas explicações sobre a escrita musical foram colocadas como uma nova possibilidade de se trabalhar com a música. Os alunos demonstraram grande interesse sobre o assunto. Alguns deles se propõem saber um pouco mais sobre a escrita musical, já que vinham encontrando dificuldades em trabalhar com o sistema tablaturas e cifras. Os recitais didáticos ocorrem com a elaboração de planos de aula. São executadas peças de estilos contrastantes, apresentadas biografia dos compositores, aspectos estilísticos das obras e do período. Questões como: características sonoras, estruturais, física, limitações, amplificação e ressonância de cada instrumento são assinaladas. Os alunos são conscientizados acerca da importância de saber ouvir. O Projeto Rítmica desenvolve a leitura rítmica; sincronismo e a coordenação motriz. No primeiro momento, são distribuídas as partituras e a turma é dividida em grupos. O ritmo rock foi trabalhado e é foco para apresentação no encerramento do ano letivo. Outros conteúdos trabalhados são: pauta e clave, pulsação, métrica, leitura rítmica, com figuras de valor e pausa, semibreve, semínima, colcheia e semicolcheia em compassos simples. Além disso, são estimulados trabalhos de pesquisa sobre variados gêneros musicais. Também são desenvolvidas dinâmicas em grupo com movimentos corporais de coordenação motora e concentração. A oficina de técnica vocal, foi idealizada com o propósito de atender aos alunos e comunidade escolar, trabalhando diretamente com públicos: infanto-juvenil, jovens e adultos. Sua relevância se dá no fato de que o uso da voz é uma constante para uma boa parte da população e portanto, despertar uma consciência vocal é necessária para que posteriormente, o aluno desenvolva suas habilidades vocais de maneira saudável, eficaz e satisfatória. A estrutura da oficina ministrada está embasada em cinco princípios básicos para uma boa emissão vocal: relaxamento, alongamento, respiração, aquecimento e desaquecimento.

4. RESULTADOS / DISCUSSÃO Os resultados das atividades de 2010 foram apresentados publicamente, por meio de um recital na Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás. Os alunos das escolas participantes do PIBID puderam demonstrar um pouco do que aprenderam, de forma que os alunos do Lyceu executaram a Sweet Dance Suite, constituída de três pecas para quarteto de percussão corporal, dividida em três movimentos: Cha-Cha, Waltz e Rock n Roll. Os alunos tiveram conhecimentos básicos de leitura rítmica na partitura e puderam executar a peça seguindo a partitura musical. Nas atividades de técnica vocal, pode-se constatar alguns problemas de afinação nos primeiros encontros. No entanto, com o decorrer do trabalho, estes problemas foram minimizados O curso de técnica vocal foi ministrado com uma abordagem em grupo. Interessante notar que o formato de aulas em grupo veio acelerar o processo de aprendizagem dos conteúdos, visto que além de os alunos executarem os exercícios propostos eles também tinham a possibilidade de observar outros alunos realizando os mesmos exercícios e, posteriormente, corrigirem-se com base no que foi observado. Como resultado da dinâmica obtida por meio das atividades realizadas pelos bolsistas PIBID na escola, novas ações foram propostas e se encontram em fase de implementação, como as aulas coletivas de bateria, percussão e violino. 5. CONCLUSÕES O resultado final pode ser avaliado como positivo, haja visto que os conteúdos musicais são algo novo na realidade daqueles alunos e das escolas públicas em geral. Mesmo assim, os alunos que aceitaram o desafio da apresentação pública representaram com muita competência suas escolas. Nesse sentido, podemos concluir que a didática aliada à prática em conjunto pôde contribuir com a musicalização dos alunos. Com certeza, aqueles alunos foram tocados pelo prazer e emocionados ao executarem as músicas trabalhadas por todo o grupo durante o período. O processo desenvolvido pelos educadores musicais passa a ser algo representativo na realidade das escolas envolvidas com o projeto. Especificamente,

no Lyceu de Goiânia pudemos observar o envolvimento dos alunos com a nova linguagem vivenciada por eles no contexto educacional. A música a partir de agora passa a ser vista com outros olhos pelo educando, pois novos conceitos foram demonstrados e construídos com os conteúdos musicais abordados na escola. A oportunidade de se aprender música nas escolas públicas a partir da nova política educacional no Brasil representa um grande passo para a democracia. As famílias de baixa renda a partir dessa nova proposta passam a integrar uma parcela da sociedade que antes fora excluída dos conhecimentos culturais. A experiência parcial do projeto muito tem contribuído com nossas reflexões acerca do papel do educador musical. O contato com a escola nos ofereceu a possibilidade de entender a realidade daquele espaço em diversos aspectos. Fatores como: a deficiência de recursos, indisciplina, violência, discriminação, diversidade cultural, perfis adversos e tantos outros foram presenciados por nós durante esse tempo. REFERÊNCIAS FELDMAN, Maria Graziela. Formação de professores e escola na contemporaneidade. São Paulo, Ed. Senac, 2009. GIMÉNO SACRISTÁN, J.. Educar e conviver na cultura global: As exigências da cidadania. Gimeno Sacristán, J. Trad. Ernani Rosa; Porto Alegre: Artmed, 2002. HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudanças na Educação. Trad.: Jussara Houbert. Porto Alegre; Art Med, 1998. ; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Trad.: Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Art Med, 1997. SCHAFER, R. Murray. O Ouvido pensante. Tradução de Marisa Fonterrada, Magda Silva e Maria Lúcia Pascoal. São Paulo: UNESP, 1991.. A afinação do mundo: uma exploração pioneira. Tradução Marisa Fonterrada. São Paulo: Editora UNESP, 2001. SWANWICK, Keith. Ensinando música musicalmente. Tradução: Alda Oliveira e Cristina Tourinho. São Paulo: Moderna, 2003. FONTE DE FINANCIAMENTO: CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.