ECOMUSEU NO SEIXAL CONSTRUINDO UM MODELO MUSEOLÓGICO Maria da Graça da Silveira Filipe

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Transcrição:

CADERNOS DE SOCIOMUSEOLOGIA Nº 8-1996 63 ECOMUSEU NO SEIXAL CONSTRUINDO UM MODELO MUSEOLÓGICO Maria da Graça da Silveira Filipe A nossa comunicação visa trazer a este V Encontro Nacional Museologia e Autarquias algumas breves reflexões e notas da experiência, aquisições e projectos em curso do museu municipal do Seixal, tendo como referência as propostas temáticas que oportunamente foram seleccionadas como pano de fundo do debate: museus e identidades locais e modelos museológicos em realidades locais. Em cada território se poderão encontrar elementos específicos, resultantes da história da sua ocupação humana através dos tempos, capazes de, devidamente investigados e interpretados, constituir um núcleo aglutinador de uma ideia de identidade. Neste sentido, podemos dizer que existe hoje no concelho do Seixal uma ideia, relativamente repercutida, de identidade cultural. Esta ideia tem-se desenvolvido de forma evidente com as acções de preservação e de valorização do património. É neste processo que se projecta o Ecomuseu Municipal, um projecto em construção num território bem definido, evoluindo lentamente, mas procurando evoluir em comunicação com as necessidades do desenvolvimento local. Um projecto museológico deste tipo requer necessariamente um actualizado conhecimento da área de influência/acção do museu, por um lado, e por outro um permanente sentido crítico e predisposição para a (re)avaliação de programas, acções e, globalmente, de filosofias de trabalho, que validem a intervenção do museu. Questão da maior pertinência é sem dúvida a da participação da população e do lugar que realmente toma no processo de construção e no funcionamento do Ecomuseu. Se o processo de investigação função indissociável das de recolha, conservação e divulgação se inserir num projecto mais global de intervenção local que inclua e promova a participação de diversos grupos e sectores da população, a preservação e

CADERNOS DE SOCIOMUSEOLOGIA Nº 8-1996 64 valorização do património natural e cultural podem ganhar uma verdadeira dimensão no desenvolvimento do território que constitui referência essencial do museu. Defendemos assim a investigação como fundamental na concretização do projecto museológico. Pensamos que é o elemento regulador da dinâmica do museu e da sua capacidade de renovar a comunicação com os públicos e utilizadores. No caso do Ecomuseu Municipal do Seixal, a investigação enquanto conhecimento aprofundado do território, instrumento de preservação, valorização e rentabilização do património natural, arqueológico, construído, móvel, etc. é uma das nossas prioridades, a que pretendemos responder por diversas formas, recorrendo a entidades e organismos exteriores. A investigação arqueológica, o estudo de temas locais aplicado à promoção de exposições temporárias, acções de animação/divulgação e publicações, constam da nossa programação regular. Na verdade, torna-se cada vez mais complexo articular equilibradamente os recursos do próprio museu face a uma relação muito dinâmica com os utilizadores que exigem, de forma crescente, serviços e produtos que o museu só poderá continuar a produzir se consolidar o trabalho de investigação/documentação, a partir de estruturas bem organizadas. Território e população, identidade e desenvolvimento aparecem-nos hoje articulados nalguns projectos e realidades museológicos, essencialmente associados a autarquias. Das realidades locais, emergem novas práticas museológicas novos modelos também. Para uma estrutura museal que cresceu bastante ao longo dos anos, a questão do modelo é bastante pertinente. Ao nível da estruturação, do funcionamento, da planificação, do recrutamento e formação dos seus profissionais. Todos estes aspectos têm um corolário decisivo, por seu lado, na vida do museu trata-se do modelo de comunicação/prestação de serviços e de relação com os utilizadores e com o público em geral.

CADERNOS DE SOCIOMUSEOLOGIA Nº 8-1996 65 Da nossa experiência, consideramos que qualquer ideia de modelo deverá ser tomada com muitas cautelas. No nosso caso, o museu é sobretudo o resultado de uma interpretação do território, com os recursos que tem sido possível mobilizar, sem que a instituição de tutela tenha, por seu lado, qualquer intuito de seguir outros modelos ou tipo de situações. Antes se tomam por orientação objectivos de desenvolvimento integrado e de valorização activa das potencialidades culturais da região, à escala do concelho. Um aspecto que nos parece importante referir: costumamos definir o nosso território de acção pelos contornos administrativos do Município. Mas quanto a utilizadores esses contornos desde há muito que são transpostos por uma proveniência muito mais ampla. O que deve levar-nos a avaliar, pelo menos, o modelo de prestação de serviços e da sua acessibilidade e ao mesmo tempo repensar as formas de financiamento dos museus tutelados pelas autarquias. Embora refutando que o nosso museu constitua um modelo para outros, admitimos que a experiência museológica desenvolvida no Seixal e como tal promovida pela autarquia desde o início da década de 80 possa constituir um contributo válido, nomeadamente nalguns aspectos: a existência de um programa de origem, que se foi avaliando, adaptando e reformulando; a descentralização de espaços museológicos, com uma gestão central articulada; a preservação/transmissão de técnicas e saberes artesanais tradicionais integrados no programa do museu; a integração de diversas áreas de investigação/acção; a importância crescente da divulgação/relação com os públicos/utilizadores e suas consequências no projecto museológico; as especificidades da formação de pessoal, atendendo à multi e à transdisciplinaridade. Uma das frentes em que temos conseguido uma maior vitalidade é a do património náutico, onde melhor temos ensaiado a nossa acção de preservação/transmissão de técnicas e saberes artesanais tradicionais, aplicando o princípio da complementaridade

CADERNOS DE SOCIOMUSEOLOGIA Nº 8-1996 66 do programa de conservação/reutilização do património construído as embarcações com as acções educativas e ateliers. O museu do Seixal possui hoje três embarcações recuperadas para utilização, enquanto barcos de recreio para passeios e viagens de estudo no Tejo: os botes de fragata "Gaivotas" e "Baía do Seixal" e o varino "Amoroso". Da musealização de um antigo estaleiro naval, em Arrentela, destacamos a oficina-escola de construção de modelos artesanais de barcos, constituída recentemente em espaço próprio, vocacionado para cursos de iniciação e ateliers de modelismo. Nesta como noutras áreas, um recurso se torna fundamental: os detentores/transmissores de saberes tradicionais e técnicas artesanais. O papel do museu será de utilizar transmitir -produzir saber. Ainda no que toca ao tipo de organização e estruturação do museu, cabe referir que o Ecomuseu corresponde a uma estrutura com atribuições na preservação do património histórico e natural ao nível da autarquia a Divisão de Património Histórico e Natural, inserida no Departamento de Educação, Cultura, Desporto e Juventude. Daí decorrem diversas áreas de investigação/acção que se inscrevem na sua planificação e programação de actividades. O património industrial constitui também uma das nossas principais preocupações. O Concelho é frequentemente referenciado pelos seus moinhos de maré. Foram classificados dez, tendo um sido recuperado, conservado e musealizado pela Câmara. Para um outro também de propriedade municipal - está em vias de elaboração um projecto de preservação. Quanto aos restantes - propriedade de particulares variam entre a ruína e a degradação. Naturalmente que questionamos o que fazer dos moinhos de maré, como e com quem os recuperar. Mas também quanto às fábricas as nossas preocupações e os objectivos que gostaríamos de poder delinear para um futuro próximo são largamente ambiciosos face aos recursos que na prática podem ser mobilizados. Os problemas mais prementes são a Companhia Mundet-

CADERNOS DE SOCIOMUSEOLOGIA Nº 8-1996 67 fábrica do Seixal e a fábrica da Pólvora Vale Milhaços, dois dos testemunhos maiores da nossa história das indústrias. A classificação de património tem sido analisada e insistimos neste tipo de medida, sabendo que não resolverá as questões fundamentais, que se prendem com os espaços industriais desactivados e o ordenamento do território, a concentração urbana, a terciarização e a falta de investimentos para reconversão dos edifícios muitos com evidente valor arquitectónico das velhas fábricas. Para além destes aspectos com que, no Seixal, o Ecomuseu é de várias formas confrontado, coloca-se a missão de inventariação de colecções e de preservação de espólio móvel industrial. Lamentamos a ausência de um rede nacional de museus que pusesse em contacto e permitisse a rentabilização de recursos, nomeadamente entre museus tutelados pela administração central e local. Entretanto, é por via da cooperação entre instituições que intervêm nas diferentes áreas do património e da gestão cultural, que procuramos responder às necessidades em campos diversos. Decerto uma das vias de rentabilizar o trabalho de cada museu em particular da investigação à divulgação é a cooperação segundo projectos e em redes envolvendo áreas temáticas, programas de acção, regiões ou outras. A troca de experiências e o intercâmbio tornam-se tanto mais importantes quanto constatamos e é o caso no Seixal que as preocupações sobre a preservação do património e a intervenção museológica encontram uma correspondência crescente noutras áreas de intervenção da autarquia, por exemplo no que toca a qualificação urbana, a educação, etc.. Desejamos sinceramente partilhar experiências e somos receptivos à conjugação de esforços e recursos em prol do reforço e desenvolvimento do papel dos museus ligados a projectos culturais das autarquias verdadeiros instrumentos de salvaguarda do

CADERNOS DE SOCIOMUSEOLOGIA Nº 8-1996 68 património nacional, regional e local e da sua fruição pelas populações, tornando dinâmica a sua identidade cultural. Assim, receberíamos com grande agrado um próximo encontro nacional sobre museologia e autarquias talvez em 1996, se for do consenso das outras entidades envolvidas. Por razões diversas, e não substimando a aproximação da EXPO 98, consideraríamos entre os temas possíveis, aqueles que se associam às problemáticas do litoral e dos espaços ribeirinhos.

CADERNOS DE SOCIOMUSEOLOGIA Nº 8-1996 69 Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços (Sociedade Africana de Pólvora), no Concelho do Seixal.

CADERNOS DE SOCIOMUSEOLOGIA Nº 8-1996 70 Ecomuseu Municipal do Seixal artesanal, em Arrentela Oficina/escola no Núcleo Naval antigo estaleiro