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Transcrição:

TP043 Microeconomia 28/10/2009 AULA 16 Bibliografia: PINDYCK CAPÍTULO 7 (final) e capítulo 8 Economias de escala O aumento da produção é maior do que o aumento dos custos. Deseconomias de escala O aumento da produção é menor do que o aumento dos custos. Mensuração de economias de escala: Ec = variação percentual do custo resultante de um aumento de 1% na produção: Ec Ec = ( C / C) /( / q) = ( C / ) /( C / q) = CMg/CMe Ec < 1: CMg < CMe => Economias de escala Ec = 1: CMg = CMe => Economias constantes de escala Ec > 1: CMg > CMe => Deseconomias de escala Capítulo 8 Maximização de lucros e oferta competitiva: Pressupostos da competição perfeita (IMPORTANTE PARA ENDENTER): 1. Aceitadores de preços As decisões das empresas não afetam os preços do mercado uma vez que as mesmas são apenas tomadoras de preços. Grande número de fornecedores e grande número de consumidores. 2. Homogeneidade de produtos Produtos são substitutos perfeitos entre si. Compradores não perguntam onde crescem os cereais que vão adquirir. São considerados Commodities. Preço único no mercado. Produtos agrícolas, petróleo, cobre, ferro, madeira. 3. Livre entrada e saída não há custos de entrada e saída. Alguns mercados não são competitivo por causa de patentes, como o setor farmacêutico. Setores com dispêndios em P&D impedem a livre entrada. Indústria de avião: os equipamentos para a fabricação são específicos e não possuem valor de revenda. Mesmo satisfazendo os três pressupostos acima, os mercados podem não ser competitivos. Isso pode ocorrer devido ao fato de, por exemplo, existir uma espécie de combinação entre os produtores. Muitas vezes poucas empresas com demanda bastante elástica pode significar mercado competitivo. 1

MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS: Muitas vezes pode ocorrer um conflito entre os interesses do administrador e o dos proprietários da empresa. Entretanto a premissa de maximização de lucros pode ser facilmente aceita. No longo prazo, se a empresa não maximizar os lucros, os capitalistas poderiam deixar de investir e a empresa deixar de existir. Determinação do nível de produção que maximiza os lucros: Lucro ( π ) = Receita total - Custo total Receita total (R) = P.q Custo total (C) = C.q π ( q) = R( q) C( q) A empresa opta pelo nível de produção em que a diferença entre receita e custo seja máxima. Custo marginal é a inclinação da curva de custo total. Receita marginal é a inclinação da curva de receita total. Por que o lucro é negativo quando a produção é zero? Custos Fixos π = R - C => Lucro Lucros são maximizados quando: π R C = = 0 R RMg= => Receita Marginal RMg CMg= 0 ou RMg(q)= CMg(q) =P C CMg= => Custo Marginal 2

Demanda e receita para uma empresa competitiva: Se o produtor aumentar o preço, não vende nenhuma unidade. Se reduzir o preço, não aumentará a quantidade vendida. ESCOLHA DO NÍVEL DA PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO No ponto q0, a curva de Cmg também cruza a receita marginal. Ocorre que o ponto de maximização é o ponto em que a curva de custo marginal cruza a curva de receita marginal de baixo para cima. Empresa tem de produzir onde o CMg=RMg. Lucratividade da empresa competitiva no curto prazo: A empresa abaixo opera no prejuízo (econômico, não necessariamente contábil).tal premissa é justificada no sentido em que o custo total médio de produção é maior do que o preço para q quantidades. A área ABCD representa o prejuízo da empresa. 3

A empresa pode procurar outras alternativas de negócio se o preço de seu produto é menor do que o custo econômico médio de produção no nível que maximiza o seu lucro. O que ocorre é que a empresa pode ter expectativas de lucro futuro. Se P > CTMe, a empresa aufere lucros. Se CVMe < P < CTMe, a empresa deve produzir com prejuízo. Se P < CVMe < CTMe, a empresa deve abandonar a indústria. Considerações sobre o custo marginal: Três recomendações para a estimativa do custo marginal: 1. Evitar o uso do custo variável médio como substituto do custo marginal. Exemplo: Produção com hora extra. Hora extra é mais cara. 2. Um único item do registro contábil da empresa poderá ter dois componentes, com apenas um deles envolvendo custos marginais. Por exemplo, se uma pessoa é afastada do trabalho, pode muitas vezes não representar uma redução nos custos. Deve-se considerar efetivamente a diferença prática, ou a diferença de redução de custos. 3. Todos os custos de oportunidade devem ser considerados na determinação dos custos marginais. Por exemplo, substituir uma determinada seção em uma loja, deve-se considerar o valor da redução das vendas dessa seção para achar o custo marginal. 4

Curva da oferta no curto prazo para uma empresa competitiva Por que as empresas ofertam sempre acima do custo variável médio? Custos variáveis médios são custos irreversíveis. Por exemplo, se você está pagando salários, estes devem ser pagos independente de haver produção ou não. Podem ser considerados como custos irreversíveis. Se o preço for inferior ao custo variável médio, ou seja, o custo para produzir uma unidade não pagar nem o valor adicional para produzi-lo a empresa não produz. Imagine o agricultor que plantou soja e agora descobre que a soja vai dar prejuízo. Se o custo da colheita for menor do que o preço da venda, ele vai colher a soja, mesmo com prejuízo (custos do plantio e defensivos agrícolas, por exemplo). Já se o custo de colher a soja for maior do que o preço que ele vai receber, provavelmente ele vai abandonar a soja sem colhê-la. Modificação no preço dos insumos: Quando o preço de um fator de produção varia, a empresa modifica seu nível de produção, de tal forma que o custo marginal de produção permaneça igual ao preço do produto. 5

Curva de oferta do mercado no curto prazo: Com o aumento do preço, algumas empresas começam decidir ofertar. Por exemplo, se o preço do petróleo subir, começa a ficar interessante procurar petróleo em alto mar, já que os custos são maiores do que extrair petróleo na terra. E s = ( Q / Q) /( P / P) - Elasticidade da oferta. Como já vimos anteriormente. Uma curva de oferta a curto prazo perfeitamente inelástica surge quando todos os equipamentos e plantas produtivas do setor estão sendo plenamente utilizados, de modo que, para aumentar o nível de produção, seria necessária a construção de novas plantas produtivas. Já uma curva de oferta a curto prazo perfeitamente elástica surge quando os custos marginais são constantes. EXCEDENTE DO PRODUTOR O produtor recebe um excedente em todas unidades exceto na última. É a soma da diferença entre o preço das unidades vendidas e o custo marginal. 6

Pode ser a soma do custo variável médio. É a área ABCD. Pode ser também a área abaixo do CMg. O custo variável médio para produzir é ABCD pois o custo para produzir q unidades é D. Assim, é a área ABCD. Excedente do produtor = EP= R - CV Lucro =π = R - CV - CF No curto prazo: EP> π EXCEDENTE DO PRODUTOR PARA UM MERCADO: ESCOLHA DO NÍVEL DE PRODUÇÃO NO LONGO PRAZO No longo prazo temos economia de escala. O aumento de produção faz com que a curva de custo marginal de longo prazo seja menor. Quanto mais alto o preço mais alto o lucro da empresa. Caso o preço seja 30, neste caso o lucro econômico é zero. 7

EQUILÍBRIO COMPETITIVO NO LONGO PRAZO (π ) = R wl Lucro contábil (π ) = R wl rk Lucro econômico Lucro econômico nulo: Se R > wl + rk, o lucro econômico é positivo Se R = wl + rk, o lucro econômico é nulo, mas a empresa aufere uma taxa de retorno normal, o que indica tratar-se de um setor competitivo Se R < wl + rk, a empresa deveria abandonar o setor 1- Todas empresas maximizam 2- Inexistência de estímulos para entrar ou sair do mercado 3- Oferta = Demanda. Relação entre custos no curto e longo prazo A curva de custo médio de longo prazo corresponde aos trechos das curvas de CMeCP em azul escuro, e representa o custo mínimo para qualquer nível de produção. O custo marginal de LP cruza no ponto onde a curva de Cme LP é mínimo. NO LONGO PRAZO EMPRESAS AUFEREM LUCRO ECONÔMICO ZERO!! Pressupomos: - Todas as empresas têm acesso à tecnologia de produção existente. - O aumento da produção deve-se ao uso de maior quantidade de insumos, e não a inovações tecnológicas. 8

- As condições dos mercados de fatores de produção não variam em decorrência da expansão ou contração do setor. A racionalidade está no gráfico abaixo: As empresas verificando oportunidades de lucros acima do normal migram para este setor, deslocando a oferta para S2. Com isso, o preço se reduz, fazendo com que as empresas do setor voltem a ter lucro econômico zero. 9