III Curso de Formação Contínua de Práticas Processuais Administrativas I - Objetivos O III Curso de Práticas Processuais Administrativas é um curso de formação contínua da Faculdade de Direito da Universidade do Porto que visa a preparação e aperfeiçoamento das práticas processuais administrativas, com a finalidade de promover a aquisição de competências específicas, habilitando os discentes para o desempenho, em diferentes contextos institucionais, de atividades jurídicas diversificadas, estimulando a aquisição de competências autónomas de aplicação prático-forense, e complementando e aprofundando, nos quadros de uma formação especializada, os conhecimentos dogmáticos e práticos adquiridos no ciclo de estudos da licenciatura. II - Duração 1. O período de lecionação terá a duração de 70 horas. 2. O Curso decorrerá na Faculdade de Direito da Universidade do Porto, de 21 de janeiro de 2014 a 21 de março de 2014, de acordo com o horário definido (cfr. Documento III). III Créditos O Curso de Formação Contínua de Práticas Processuais Administrativas está creditado com 8 ECTS. IV - Destinatários Licenciados em Direito. Alunos finalistas da licenciatura em Direito. 1
V - Vagas O numerus clausus do III Curso de Formação Contínua de Práticas Processuais Administrativas é constituído por 50 vagas. O número mínimo de vagas para o seu funcionamento é de 20. VI - Plano de estudos (Cfr. Anexo I) 1. O III Curso de Formação Contínua de Práticas Processuais Administrativas tem 13 unidades de formação. 2. Cada unidade de formação, com exceção da unidade de formação Problematizações, tem um período de lecionação entre as 3 e as 9 horas. 3. Cada aula, com exceção da última, terá a duração de 3:00 horas, com dois intervalos de 10 minutos, correspondendo a cada uma das unidades de formação uma ou mais aulas. 4. O curso funciona em regime pós-laboral, das 18:00 horas às 21:00 horas. Unidades de formação/módulos/componentes de formação I. Âmbito da jurisdição administrativa e organização judiciária administrativa. Conflitos de jurisdição e de competência. II. Algumas noções fundamentais de Direito Administrativo. III. A parte geral do Código de Processo nos Tribunais Administrativos. IV. Ação Administrativa Comum. Duração 3 horas 3 horas 6 horas 9 horas V. Ação Administrativa Especial. 9 horas VI. Processos urgentes principais. VII. Processos cautelares. VIII. Tramitação e técnicas processuais (I). IX. Processos executivos. 6 horas 6 horas 6 horas 3 horas X. Recursos jurisdicionais. 3 horas XI. Tramitação e técnicas processuais (II). XII. As influências do Contencioso Administrativo no Contencioso Tributário. XIII. Problematizações. 6 horas 9 horas 1 hora 2
VII Certificados Está prevista a possibilidade de atribuição, em alternativa, de um de dois certificados, desde que reunidas as respetivas condições de atribuição: 1. O Certificado de Formação Contínua que depende da satisfação cumulativa de dois requisitos: (i) frequência de pelo menos 75% da parte letiva; (ii) e a aprovação no trabalho apresentado. ou 2. O Certificado de Frequência que depende exclusivamente da frequência de pelo menos 75% da parte letiva (quando o aluno não obtenha uma classificação positiva no trabalho realizado, a sua assiduidade permitir-lhe-á a obtenção de um Certificado de Frequência). VIII - Contatos Faculdade de Direito da Universidade do Porto, Rua dos Bragas, n.º 223, 4050-123 Porto Portugal Gabinete de Formação Contínua, Pós-Graduação, Mestrados e Doutoramentos Atendimento telefónico: 2ª, 4ª e 6ª das 10:00 às 12:00. Atendimento presencial: 2ª a 6ª das 10:00 às 15:30, 4ª e 6ª das 17:00 às 19:00. +351 22 204 16 00 +351 22 204 16 14 posgrad@direito.up.pt Http://www.fdup.pt 3
ANEXO I Plano de Estudos CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS I Âmbito da jurisdição administrativa e organização judiciária administrativa. Conflitos de jurisdição e de competência. 1. Tutela jurisdicional efetiva e plena jurisdição dos tribunais. 2. Promoção do acesso à justiça. 3. A reserva constitucional da jurisdição administrativa. 4. A delimitação do âmbito da jurisdição administrativa: os critérios substanciais e funcionais de delimitação. 5. O regime da organização dos tribunais administrativos. 6. A distribuição de competências entre os tribunais administrativos. 7. Petição a tribunal incompetente. 8. Competência territorial: a. Regra geral. b. Regras especiais: i. Processos relacionados com bens imóveis. ii. Processos de responsabilidade civil. iii. Processos de contratos. iv. Outras regras. c. Cumulação de pedidos. d. Competência supletiva. e. Resolução de conflitos de competência. 9. A resolução de conflitos de jurisdição. 10. O estatuto dos juízes e do Ministério Público. II Algumas noções fundamentais de Direito Administrativo Pretende-se analisar alguns pressupostos substantivos com especial relevância para o contencioso administrativo. 4
III A parte geral do Código de Processo nos Tribunais Administrativos (CPTA) - Disposições fundamentais 1. Direito aplicável ao processo nos tribunais administrativos. 2. Poderes dos tribunais administrativos. - Pressupostos processuais 1. Das partes em especial, o regime da legitimidade processual. a. Igualdade das partes. b. Princípio da cooperação e boa-fé processual. c. Regime geral em matéria de legitimidade ativa. d. Regime especial do artigo 9.º, n.º 2 do CPTA. e. Legitimidade passiva: a entidade pública demandada. f. As ações contra particulares. g. Situação jurídica dos contrainteressados. h. Pluralidade de partes: a coligação e o litisconsórcio. i. A intervenção de terceiros no contencioso administrativo. j. Patrocínio judiciário e representação em juízo. - Atos processuais 1. Entrega ou remessa das peças processuais. 2. Duplicados e cópias. 3. Citações e notificações. 4. Prazos processuais. - Valor das causas e formas de processo 1. Valor das causas. a. Atribuição de valor e suas consequências. b. Critérios para a fixação do valor da causa. 2. Formas de processo - Modificação objetiva da instância. - Custas. IV - Ação Administrativa Comum 1. Âmbito, objeto e atipicidade dos pedidos: a ação administrativa comum como o processo das relações jurídicas administrativas paritárias. 2. Conhecimento, a título incidental, da ilegalidade de ato administrativo inimpugnável. 3. Tipos de ações e formas de tramitação. 4. Cumulação de pedidos. 5. A legitimidade e o prazo. 6. Domínio de aplicação dos processos ordinário, sumário e sumaríssimo. 5
V - Ação Administrativa Especial - Disposições gerais 1. Objeto e tipicidade dos pedidos. 2. Cumulação de pedidos. 3. O caso especial dos processos em massa. - Disposições particulares 1. Impugnação de atos administrativos. a. Objeto do processo impugnatório e limites objetivos do caso julgado. b. Ato administrativo impugnável. i. Critérios de recorribilidade: a suscetibilidade de produzir efeitos externos e a ilegalidade. ii. Impugnabilidade dos atos administrativos independentemente da sua forma. iii. Inimpugnabilidade de atos meramente confirmativos. iv. Impugnabilidade de atos administrativos ineficazes. c. Legitimidade. i. Legitimidade ativa e legitimidade passiva. ii. A aceitação do ato. iii. Os contrainteressados. d. Prazos para a impugnação. e. Instância. i. Prossecução da ação pelo Ministério Público. ii. Modificação objetiva da instância. iii. Revogação e esgotamento dos efeitos do ato na pendência do processo. 2. Condenação à prática de ato devido. a. Objeto do processo. b. Pressupostos. i. Situações de inércia ou de omissão. ii. Atos administrativos de indeferimento. iii. Atos de recusa de apreciação de requerimentos. c. Legitimidade. d. Prazos de propositura. e. Alteração da instância: a ampliação do objeto do processo. f. Poderes de pronúncia do tribunal. 3. Impugnação de normas e declaração de ilegalidade por omissão. a. A impugnação de normas a título incidental e a título principal. b. Objeto do contencioso dos regulamentos. c. Pressupostos da declaração de ilegalidade com força obrigatória geral. d. Prazos. 6
e. Efeitos da declaração de ilegalidade com força obrigatória geral. f. A declaração de ilegalidade sem força obrigatória geral. g. Declaração de ilegalidade por omissão. - Marcha do processo 1. Articulados. a. Petição inicial: requisitos, instrução e recusa pela secretaria. b. Citação da entidade demandada e dos contrainteressados e publicação de anúncio. c. Contestação da entidade demandada e dos contrainteressados. d. Envio do processo administrativo. e. Intervenção do Ministério Público. 2. Articulados supervenientes. 3. Saneamento, instrução e alegações. f. Despacho saneador. i. Suprimento de exceções dilatórias e aperfeiçoamento dos articulados. ii. Fundamentos que obstam ao prosseguimento do processo. g. Instrução. h. Discussão da matéria de facto e alegações facultativas. 4. Julgamento. i. Conclusão ao relator e vista aos juízes-adjuntos. j. Julgamento em formação alargada e reenvio prejudicial para o Supremo Tribunal Administrativo. k. Conteúdo da sentença ou acórdão. l. Objeto e limites da decisão. VI - Processos urgentes principais 1. Impugnações urgentes. a. Contencioso eleitoral: âmbito, prazo, pressupostos, tramitação e decisão. b. Contencioso pré-contratual: âmbito, prazo, pressupostos, tramitação e decisão. 2. Intimações. a. Para a prestação de informações, consulta de processos ou passagem de certidões: âmbito, prazo, pressupostos, tramitação e decisão. b. Para a protecção de direitos, liberdades e garantias: as situações de especial urgência, prazo, pressupostos, tramitação e decisão. VII - Processos cautelares - Disposições comuns 1. Papel e função da tutela cautelar. 7
2. Características da tutela cautelar. 3. Tipos de providências cautelares: as providências cautelares conservatórias e antecipatórias. 4. As providências cautelares admitidas: a universalidade dos conteúdos. 5. Considerações gerais. a. Relação com a causa principal. b. Tramitação. c. Momento da apresentação do pedido. d. Requisitos do requerimento e respetivo suprimento: a indicação dos contrainteressados, dos fundamentos, do pedido e da prova. e. Indicação do valor da causa. f. Despacho liminar. g. Citação de contrainteressados. h. Produção de prova. i. Decisão: prazo, critérios gerais e especiais de decisão e efeitos. j. Notificação e publicação. k. Caducidade, alteração e revogação das providências. l. A efetividade do processo e da decisão: indemnização e garantia da providência. m. A convolação do processo cautelar em processo principal. - Disposições particulares 1. Suspensão da eficácia. a. De atos administrativos: sentido do regime, âmbito de aplicação, pressupostos e tramitação. i. A proibição de executar o ato administrativo. ii. A suspensão da eficácia de ato administrativo já executado. b. De normas: âmbito de aplicação, pressupostos e tramitação. 2. Decretamento provisório da providência. a. Âmbito de aplicação e pressupostos. b. Articulação com o regime do artigo 109.º do CPTA. c. Tramitação. 3. As providências pré-contratuais: âmbito de aplicação, pressupostos e tramitação. 4. Regulação provisória do pagamento das quantias: âmbito de aplicação, pressupostos e tramitação. VIII - Tramitação e técnicas processuais Esclarecimento, exemplificação e aplicação dos conhecimentos adquiridos através da resolução de hipóteses práticas. São objetivos específicos desta unidade de formação, o desenvolvimento das aptidões práticas (habilidade) dos alunos para resolver problemas 8
concretos e a transmissão do modo de operar do especialista. IX - Processos executivos - Disposições gerais 1. Âmbito de aplicação. 2. A obrigatoriedade das decisões judiciais: a execução espontânea e as causas legítimas de inexecução. 3. A inexecução ilegítima das decisões judiciais. 4. Os limites subjetivos do caso julgado nas ações administrativas. 5. Eficácia da sentença e extensão dos seus efeitos. - Disposições particulares 1. Execução para prestação de fatos ou de coisas. a. Execução espontânea e petição de execução. b. Causas legítimas de inexecução, indemnização e conversão da execução. c. Oposição à execução. d. Providências de execução. e. Execução para prestação de fato infungível e sanção pecuniária compulsória. 2. Execução para pagamento de quantia certa. a. Execução espontânea e petição de execução. b. Oposição à execução. c. Providências de execução. 3. Execução de sentenças de anulação de atos administrativos. a. Os efeitos das sentenças de anulação de atos administrativos. b. Dever de executar. c. Competência para a execução. d. Prazo para a execução. e. Causas legítimas de inexecução e indemnização. f. Petição de execução. g. Tramitação. h. Decisão. X - Recursos Jurisdicionais - Disposições gerais 1. Regime aplicável. 2. Legitimidade para recorrer. 3. Decisões que admitem recurso. 4. Efeitos do recurso. 9
5. Tramitação. a. Interposição de recurso e alegações. b. Notificação dos recorridos e subida do recurso. c. Intervenção do Ministério Público, conclusão ao relator e aperfeiçoamento das alegações de recurso. d. Processo urgentes. 6. Julgamento ampliado do recurso. - Recursos ordinários. 1. Poderes do tribunal de apelação. 2. Recurso de revista. 3. Revista per saltum para o Supremo Tribunal Administrativo. 4. Recurso para uniformização de jurisprudência. - Recursos de revisão: objeto. XI - Tramitação e técnicas processuais Esclarecimento, exemplificação e aplicação dos conhecimentos adquiridos através da resolução de hipóteses práticas. São objetivos específicos desta unidade de formação, o desenvolvimento das aptidões práticas (habilidade) dos alunos para resolver problemas concretos e a transmissão do modo de operar do especialista. XII As influências do Contencioso Administrativo no Contencioso Tributário Exposição dos principais meios de reação que compõem o procedimento e o processo tributário. Abordagem de aspetos comuns ao contencioso tributário e administrativo. Análise de jurisprudência demonstrativa da complementaridade entre ambos os processos. XIII Problematizações Promoção de uma atitude crítica e criativa dos alunos através da introdução de teses para debate, proporcionando uma reflexão sobre a evolução e problematicidade atual do contencioso administrativo. 10