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Transcrição:

Antibacterianos

Classes de antibacterianos

Síntese do folato Precursor do DNA Sulfonamidas - contém sulfanilamida análogo estrutural do ácido p- aminobenzóico (PABA) que é essencial na síntese de folato. Competição das sulfonamidas com o PABA pela enzima envolvida, inibindo o metabolismo Trimetoprim antagoniza a dihidrofolato reductase (que reduz o dihidrofolato a tetrahidrifolato) em bactérias e protozoários A combinação trimetoprim mais uma sulfonamida, o sulfametoxazol (Cotrimoxazole) afecta a mesma via de síntese sequencialmente

Síntese de peptidoglicano

Síntese de proteínas 1. O RNAt carregado com o aminoácido 8 liga-se ao local de aceitação A do ribossoma. 2. No local P ocorre a transpeptidação com a transferência da cadeia peptídica em crescimento para o aa 8. 3. Libertação do RNAt não carregado do local P. 4. O novo peptídeo de 8 aa com o seu RNAt sofre translocação para o local P. Cloranfenicol (C) e macrólidos (M) ligam-se à subunidade 50S impedindo a transpeptidação. Tetraciclinas (T) ligam-se à subunidade 30S competindo com o RNAt carregado com novo aa. Para o local A.

Síntese de ácidos nucleicos É possível interferir na síntese de ácidos nucleicos Inibindo a síntese de nucleótidos (inibidores das reacções de classe II) Alterando o emparelhamento das bases azotadas da molécula de DNA - acridinas (proflavina, acriflavina) como antisépticos

Inibindo a DNA ou RNA polimerase - rifampicina e rifamicina, inibidores específicos da RNA polimerase bacteriana, são activas contra o Mycobacterium tuberculosis

Inibindo a DNA girase que permite a transcrição e replicação - quinolonas: cinoxacina, ciprofloxacina, norfloxacina e ácido nalidíxico. Particularmente activas contra Gram -

Beta-lactâmicos Penicilinas Classes de antibacterianos Benzilpenicilinas e fenoximetilpenicilina Aminopenicilinas Isoxazolilpenicilinas Penicilinas anti-pseudomonas Amidinopenicilinas Cefalosporinas 1ª, 2ª, 3ª e 4ª geração Monobactâmicos Carbapenemes Associações de penicilinas com inibidores das betalactamases

Classes de antibióticos Cloranfenicol Tetraciclinas Aminoglicosídeos Macrólidos Sulfonamidas e suas associações Quinolonas Outros antibacterianos Ácido fusídico Polipeptídeos Bacitracina Glicopeptídeos - vancomicina e teicoplanina Lincosamidas clindamicina e lincomicina Metronidazol Polimixinas Oxazolidinonas Linezolida Mupirocina

Penicilinas São antibióticos bactericidas Actuam por inibição da síntese da parede bacteriana (ligação covalente às PBPs que têm actividade transpeptidase e carboxipeptidase). Apresentam uma boa difusão em todos os tecidos do organismo com excepção da próstata, olho e SNC (meninges não inflamadas); Eliminação renal por secreção tubular activa (90%) e filtração glomerular (10%) (recomenda-se uma redução da sua posologia em doentes com IR moderada a grave: Cl creatinina < 10 ml/min reduzir a dose a ¼ ou ⅓ da dose normal). Perigo de reacções de hipersensibilidade

Grupos de penicilinas Penicilinas naturais (benzilpenicilinas ou penicilina G e fenoximetilpenicilina ou penicilina V) - penicilina G potássica, penicilina G benzatínica e penicilina G procaínica Aminopenicilinas ampicilina, amoxicilina Isoxazolilpenicilinas ou penicilinas resistentes às -lactamases flucloxacilina, dicloxacilina Penicilinas anti-pseudomonas ou de largo espectro - piperacilina Amidinopenicilinas - pivmecilinam

Penicilina G potássica T ½ de 20 a 50 minutos Benzilpenicilinas Soluções de sais de potássio para administração IV e IM Faringites, amigdalites, otites médias, pneumonia, endocardite estreptocócica, meningite meningocócica ou pneumocócica Penicilina G procaínica e penicilina G benzatínica Suspensões para administração via IM Mantêm concentrações séricas de penicilina G por períodos prolongados (de 24 horas para a penicilina procaínica até 15 dias para a penicilina benzatínica) Infecções devidas a neisseria gonorrhoeae, Streptococcus pyogenes, sífilis e profilaxia da febre reumática

Fenoximetilpenicilina Penicilina V ou fenoximetilpenicilina Derivado da penicilina G resistente ao ph ácido do estômago sendo, por isso, possível a sua administração por via oral Não é recomendada a sua utilização no tratamento de infecções graves, uma vez que a sua actividade bactericida é bastante inferior à da penicilina G e a sua biodisponibilidade bastante variável

Aminopenicilinas Penicilinas semi-sintéticas que apresentam um espectro de actividade que inclui, para além de cocos gram +, um número significativo de bactérias gram - várias estirpes de E. coli Proteus mirabillis Salmonella Shigella mais activa contra Enterococcus e H. influenzae do que a penicilina G são resistentes ao ph ácido do estômago administração p.os amoxicilina difere da ampicilina apenas pela presença de um grupo hidroxilo na sua molécula - melhor absorvida quando administrada p.os Infecções respiratórias, exacerbações da DPOC, otites médias (por estreptococos), irradicação do H. pylori e infecções urinárias

Isoxazolilpenicilinas Penicilinas semi-sintéticas que não são hidrolisadas pela maioria das -lactamases sendo activas contra estafilococos. Embora apresentem alguma actividade contra outros cocos gram + e gram - são, em geral, menos activas que as penicilinas naturais Infecções por estafilococos produtores de - lactamases, incluindo otites exerna, impetigo, celulite, infecções da pele e tecidos moles, pneumonia e endocardite estafilocócica

Em resumo Benzilpenicilinas (via parentérica) e fenoximetilpenicilinas (per os) mais para os estreptococos as Enterobactereaceae (E. coli) e a Pseudomonas aeruginosa são sempre resistentes às penicilinas naturais Aminopenicilinas (per os) de largo espectro, abrangendo Gram-negativos Isoxazolilpenicilinas penicilinas anti-estafilococos produtores de -lactamases (para além dos estreptococos) Penicilinas anti-pseudomonas contra numerosas estirpes de P. aeruginosa, Klebsiella, estreptococos, enterococos, anaeróbios, mas ineficazes contra Staphylococcus aureus Infecções nosocomiais Amidinopenicilinas apenas para bactérias aérobias Gram-negativas não incluindo, contudo, a P. aeruginosa. Infecções urinárias e gastroenterites

Cefalosporinas São antibióticos bactericidas Actuam por inibição da síntese da parede bacteriana (ligação covalente às PBPs que têm actividade transpeptidase e carboxipeptidase) à semelhança das penicilinas As cefalosporinas actualmente disponíveis são usualmente classificadas em 4 classes -1a, 2a, 3a e 4a gerações - de acordo com o seu espectro de actividade. À medida que se avança nas diferentes gerações, o espectro para Gram-negativos amplia-se (as cefalosporinas de 4ª geração são as mais activas) mas perde-se alguma actividade para os Gram-positivos

Grupos de cefalosporinas Cefalosporinas de 1ª geração - cefadroxil, cefazolina, cefalexina, cefalotina, cefapirina, cefradina, cefatrizina Cefalosporinas de 2ª geração - cefaclor, cefamandole, cefonicida, cefuroxima, cefeprozil, cefoxitina Cefalosporinas de 3ª geração - ceftazidima, cefixima, ceftriaxona Cefalosporinas de 4ª geração - cefepima

Cefalosporinas 1ª geração Per os Activas contra estafilococos produtores de -lactamases Também activas contra E. coli Não activas contra P. aeruginosa, nem estafilococos resistentes à meticilina, nem enterococos. Cefalosporinas 2ª geração Mais activos contra Gram-negativos A cefoxitina, cefmetazole e cefotetano são activas contra anaeróbios Faringites, amigdalites, sinusites, infecções respiratórias, infecções da pele e tecidos moles, infecções urinárias por Gram-negativos

Cefalosporinas 3ª geração Espectro alargado para Gram-negativos Activa contra P. aeruginosa - Ceftazidima Cefixima per os para infecções do tracto urinário e respiratório Ceftriaxona é recomendada para o tratamento da meningite tendo uma boa difusão no SNC. Cefalosporinas 4ª geração Cefepima (antipseudomonas) Infecções nosocomiais graves só estando disponível em farmácia hospitalar

Outros beta-lactâmicos Monobactâmicos só para Gram-negativos aeróbios Aztreonam ( pivmelicinam ) Carbapenemes antibiótico de muito largo espectro, incluindo Gram-positivos e Gram-negativos, aeróbios e anaeróbios e pseudomonas - Imipenem + Cilastatina que inibe a peptidase do túbulo proximal que degrada o imipenem Associações de penicilinas com inibidores das beta-lactamases maior espectro antibacteriano - amoxicilina + ác.clavulânico; piperacilina + tazobactam

bactericidas Bacteriostáticos nas doses habitualmente usadas

Tetraciclinas Fármacos de 1ª escolha nas infecções causadas por Chlamydia Rickettsia Brucella Borrelia As tetraciclinas depositam-se no tecido ósseo em crescimento e nos dentes onde se ligam aos iões cálcio causando manchas Não devem ser administradas a crianças de idade inferior a 10-12 anos e a grávidas ou mulheres a amamentar. As tetraciclinas são quelantes de catiões metálicos (Ca 2+, Al 3+, Mg 2+ ) presentes nos antiácidos, laxantes, sais de ferro e sucralfato, reduzindo a sua biodisponibilidade. A sua absorção é reduzida pelo leite (Com excepção da doxiciclina e da minociclina). Dado o seu perfil de reacções adversas (sintomas GI e rx de hipersensibilidade, hepatotoxicidade e pancreatite) e características farmacocinéticas, a doxiciclina (t1/2 12-22 horas) é geralmente considerada como a tetraciclina de eleição. (Com excepção da doxiciclina e da minociclina, podem agravar uma IR pre-existente) Tetraciclina, doxiciclina, minociclina Exacerbações da DPOC, acne, uso tópico em doenças periodontais, sindroma de disúria-piúria ou SUA e como alternativa nos doentes alérgicos às penicilinas Sónia Silva Santos 26

Cloranfenicol O cloranfenicol é um antibiótico de largo espectro que apresenta uma toxicidade hematológica significativa (pancitopenia) Infecções graves causadas por H. influenzae (meningite) e Salmonella typhi (febre tifóide) em doentes que não podem tomar penicilinas

Mesmo espectro de acção das penicilinas alternativa para doentes alérgicos às penicilinas em infecções por Gram-positivos Não são activos contra Enterobactereaceae (E. coli) nem contra Pseudomonas aeruginosa Alternativas nas infecções por estreptococos (faringites, amigdalites, otites, sinusites) e infecções urinárias por enterococos Alternativa nas infecções respiratórias baixas por Haemophilus influenzae Mycoplasma pneumoniae Macrólidos Legionella pneumophila (1ª escolha) e infecções devidas a espiroquetas Claritromicina para a irradicação do H. pylori Não atravessam a barreira hematoencefálica Raros efeitos adversos gastrointestinais Eritromicina, espiramicina, miocamicina, roxitromicina, azitromicina, claritromicina

Quinolonas Antibióticos de largo espectro mas que actuam menos nalguns Grampositivos Alternativa para doentes alérgicos às penicilinas em infecções por Gramnegativos por ex. infecções urinárias Activas contra estafilococos resistentes à meticilina e P. aeruginosa Hepatotoxicidade, cardiotoxicidade e fotossensibilidade Norfloxacina, ofloxacina, ciprofloxacina, levofloxacina, lomefloxacina, moxifloxacina, prulifloxacina Aminoglicosídeos Activos contra a maioria das bactérias aeróbias Gram-negativas incluindo a P. aeruginosa e E. coli A estreptomicina é activa contra o Mycobacterium tuberculosis As vias IM ou IV são utilizadas sempre que se pretende obter um efeito sistémico. Não são absorvidos per os por serem policatiões polares efeito tópico intestinal (neomicina) Nefro e ototóxicos Estreptomicina, gentamicina, amicacina, netilmicina, tobramicina, isepamicina, neomicina

Outros antibióticos Sulfonamidas e suas associações Sulfonamidas Erupções cutâneas Sindroma de Stevens-Johnson Agranulocitose e depressão medular Insuficiência renal Sulfanilamida, sulfametoxazole, sulfadiazina, sulfisoxazole, sulfatalidina Meningite meningocócica, profilaxia da febre reumática recorrente em indivíduos sensíveis às penicilinas Sulfametoxazol + trimetoprim (co-trimoxazol) Infecções urinárias. Prostatites. Infecções do tracto respiratório. Infecções por Salmonella spp e Pneumocystis carinii

Outros antibióticos Antibióticos detergentes catiónicos - São peptídeos que contém grupos hidrofílicos e lipofílicos separados na molécula que interagem com os fosfolípidos da membrana celular e desagregam a sua estrutura bactericidas - polimixina B e colistina (polimixina E) não são absorvidas per os actividade similar, restringida às bacterias Gram-negativas, incluindo Enterobacter, E. coli, Klebsiella, Salmonella, Pasteurella, Bordetella, Shigella e particularmente P. aeruginosa Uso tópico em infecções do tracto gastrointestinal Lincosamidas Clindamicina e lincomicina Activa contra Gram-positivos, estafilococos resistentes à meticilina e bacteróides (anaeróbios) Pode provocar colite pseudomembranosa (Clostridium difficile) Utilizada nas infecções dos ossos e articulações por estafilococos e acne

Ácido fusídico Outros antibióticos Espectro estreito contra Gram-positivos estafilococos produtores de -lactamases Infecções dos ossos, da pele e tecidos moles Glicopeptídeos vancomicina e teicoplanina Activos contra Gram-positivos, nomedamente estafilococos meticilina-resitentes Administração parenteral Só disponíveis em farmácia hospitalar

Outros antibióticos Metronidazole Infecções devidas a anaeróbios Tratamento da colite pseudomembranosa por C. difficile Tratamento da úlcera péptica (erradicação do Helicobacter pylori) em associação com omeprazole e amoxicilina ou claritromicina Polipeptídeos - Bacitracina Uso tópico em infecções superficiais em dermatologia, otorrinolaringologia e oftalmologia Nefrotóxica por via parenteral Per os para tratamento de colite por C. difficile ou infecções por vancomycin-resistant enterococci - VRE

Oxazolidinonas Linezolida Inibe a síntese proteica Outros antibióticos Activa contra S. aureus e Enterococcus faecium com múltiplas resistências (resistentes à meticilina e vancomicina), MRSA, VISA e VRE Per os pode provocar colite pseudomembranosa Só disponível em farmácia hospitalar infecções das vias respiratórias baixas (pneumonia adquirida na comunidade e pneumonia hospitalar). Infecções da pele e tecidos moles. Infecções por enterococos.

Mupirocina Outros antibióticos Bacteriostática a baixas concentrações e bactericida a altas concentrações Inibe a síntese de RNA e proteínas Usada topicamente (Bactroban, pomada nasal) é eficaz contra Gram-positivos, nomedamente methicillin-resistant Staphylococcus aureus MRSA Utilizada nas úlceras de pressão e infecções da pele e tecidos moles. Impetigo. Como complemento da antibioterapia sistémica.