NOTA Presidência Conselho (Agricultura e Pescas) Melhor funcionamento da cadeia de abastecimento alimentar na Europa

Documentos relacionados
DOCUMENTO DE TRABALHO

9892/19 pbp/jnt/jcc 1 TREE.1.A

Junto se enviam, à atenção das delegações, as conclusões do Conselho sobre:

PROJECTO DE RELATÓRIO

O Futuro da PAC pós 2013 Ponto de situação das negociações

Reforma pós-2013 e Pacote Leite

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

8400/16 mb/pbp/fc 1 DGE 2B

10392/16 arg/ip 1 DG C 1

EQUIDADE NA DISTRIBUIÇÃO DO VALOR

VALORIZAÇÃO DA PRODUÇÃO NACIONAL

Junto se envia, à atenção das delegações, o roteiro em epígrafe apresentado pela Presidência.

CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 3 de Dezembro de 2008 (11.12) (OR. fr) 16775/08 RECH 411 COMPET 551

Junto se envia, à atenção das delegações, a versão desclassificada do documento referido em epígrafe.

A agricultura portuguesa e o futuro da PAC pós 2013

PT Unida na diversidade PT B8-0097/1. Alteração. Renate Sommer em nome do Grupo PPE

nº4 Aumentar a produção agrícola para combater a dívida e a dependência Dados e factos:

Proposta de Reforma da Política Agrícola Comum

Apoiando a competitividade da indústria alimentar e das bebidas europeia

PUBLIC LIMITE PT CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 18 de Fevereiro de 2011 (Or. en) 17363/10 LIMITE PV/CONS 68 TRANS 364 TELECOM 143 ENER 352

COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO, AO BANCO CENTRAL EUROPEU, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E AO COMITÉ DAS REGIÕES

Conselho da União Europeia Bruxelas, 2 de outubro de 2017 (OR. en)

ANEXOS COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO EUROPEU, AO CONSELHO, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E AO COMITÉ DAS REGIÕES

8485/15 flc/arg/fc 1 DGB 1

1. Em 25 de outubro de 2016, a Comissão Europeia adotou um pacote sobre a reforma da tributação das sociedades.

COMISSÃO EUROPEIA ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO EUROPEIA PARA O EXERCÍCIO DE Síntese numérica

14950/18 ec/gd/jcc 1 LIFE.1.B

PAC e Desenvolvimento Sustentável

Revisão da PAC pós 2013 Impacto e consequências na Agricultura Portuguesa

Conselho da União Europeia Bruxelas, 10 de abril de 2017 (OR. en)

Envia-se em anexo, à atenção das delegações, o documento COM(2016) 361 final ANEXOS 1 a 2.

PACOTE UNIÃO DA ENERGIA ANEXO ROTEIRO PARA A UNIÃO DA ENERGIA

RECOMENDAÇÃO DA COMISSÃO. de

Que lugar e prioridade para as infra-estruturas científicas e tecnológicas?

14846/15 jv/mpm/jv 1 DG G 3 C

SPC NO SETOR DOS ALIMENTOS PARA ANIMAIS: INTERAÇÃO COM OS PLANOS DE CONTROLO OFICIAL

Envia-se em anexo, à atenção das delegações, o documento SWD(2016) 342 final.

11346/16 hrl/mjb 1 DG E 1A

Envia-se em anexo, à atenção das delegações, o documento da Comissão D019491/12.

PROJETO DE RELATÓRIO

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Proposta de DIRECTIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

ORDEM DO DIA PROVISÓRIA 1974.ª reunião do COMITÉ DE REPRESENTANTES PERMANENTES (Parte 2)

14894/16 jp/jm/jc 1 DGD 1C

Grupo Parlamentar. Projeto de Resolução n.º 182/XII/1.ª

PAC pós-2013 e Pacote Leite

CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 16 de abril de 2013 (17.04) (OR. en) 8481/13 DENLEG 34 AGRI 240

O Futuro da Agricultura Portuguesa com a nova PAC Perspectiva da Administração

Comité Económico e Social Europeu PARECER

Desafios do desenvolvimento da cadeia de valor das matérias-primas para melhorar a competitividade dos produtos agrícolas em África

Apresentação de Angola na XII Reunião dos Ministros do Trabalho e dos Assuntos Sociais Os Desafios na Protecção Social para alcançar a Segurança

Conselho da União Europeia Bruxelas, 1 de dezembro de 2015 (OR. en)

Apresentação pela Comissão Europeia das propostas legislativas de reforma da PAC e análise de impacto a 12 Outubro de 2011

6693/17 mc/jc 1 DGE 2A

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO

A PAC pós 2013 e os Desafios para Portugal

Orçamento geral da União Europeia para o exercício de 2010

Conselho da União Europeia Bruxelas, 14 de outubro de 2016 (OR. en)

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

Conselho da União Europeia Bruxelas, 20 de março de 2017 (OR. en)

10231/08 vg/rf 1 DG C II

Desequilíbrios na cadeia de abastecimento alimentar

Tema: Introdução ao Sistema da Cadeia Agro-Alimentar Sistema da Cadeia Agro-Alimentar

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

PT Unida na diversidade PT A8-0178/12. Alteração. Jacques Colombier, Angelo Ciocca, Olaf Stuger em nome do Grupo ENF

IV Jornadas da Engenharia Civil Água Pública O Futuro do Regadio em Portugal

Livro Verde sobre a eficiência energética

PROJETO DE RELATÓRIO

Cluster nova ruralidade : oportunidades; horizontes; integração, conclusão

8035/17 ap/hrl/jv 1 DGE 1C

INTERVENÇÃO. António Serrano. Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas

O Novo Fundo Europeu na Comissão das Pescas

DIREITO DOS MERCADOS PÚBLICOS REGULAÇÃO ECONÓMICA 2017/ º Semestre

9878/19 hs/ap/jv 1 LIFE 1.C

1. O Grupo da Saúde Pública analisou e chegou a acordo sobre o projecto de conclusões do Conselho reproduzido em anexo.

Relações na Cadeia Agro-Alimentar

8975/15 jp/ec/ml 1 DG G 3 C

Comissão do Desenvolvimento Regional PROJETO DE PARECER. da Comissão do Desenvolvimento Regional

ALTERAÇÕES PT Unida na diversidade PT. Parlamento Europeu Projeto de parecer Jens Geier (PE v01-00)

ERSE e CNE finalizam proposta de funcionamento do MIBGAS

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

CONSELHO. (Comunicações) Conclusões do Conselho sobre a digitalização e a acessibilidade em linha de material cultural e a preservação digital

11245/16 jnt/jc 1 DGC 1

Inovação e Sustentabilidade na produção de alimentos: - O contributo do Setor Cooperativo PORTO

14182/16 mjb/mpm/mjb 1 DGG 1A

15286/16 ADD 1 aap/scm/mjb 1 GIP 1B

ÁFRICA OCIDENTAL MELHOR CLIMA PARA OS NEGÓCIOS E PARA O INVESTIMENTO NA

União Europeia Bruxelas, 25 de novembro de 2015 (OR. en)

07/06/2015 Imprimir Sistemas de Gestão da Segurança Alimentar Introdução à... Interessante Naturlink

PT Unida na diversidade PT A8-0224/11. Alteração. Ernest Maragall em nome do Grupo Verts/ALE

A PAC pós O Debate Europeu e os Desafios para Portugal

Programa da CUA sobre o Quadro Regulamentar Continental Harmonizado do Sector de Energia em África: O Caso do Sector de Electricidade

5776/17 ag/jnt/jv 1 DGG 3C

Mercados e Políticas Agrícolas

PT Unida na diversidade PT A8-0009/55. Alteração. Marine Le Pen em nome do Grupo ENF

Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para

11621/02 JAC/jv DG H II PT

A Política de Desenvolvimento Rural da UE para Adelina Moreira dos Reis

Balanço das atividades desenvolvidas

Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para

Transcrição:

CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA Bruxelas, 12 de Janeiro de 2010 (14.01) (OR. en,es) 5214/10 POLGEN 5 COMPET 10 AGRI 6 ALIM 1 AGRISTR 1 AGRIORG 1 NOTA de: para: Assunto: Presidência Conselho (Agricultura e Pescas) Melhor funcionamento da cadeia de abastecimento alimentar na Europa Tendo em vista o Conselho (Agricultura e Pescas) de 18 de Janeiro de 2010, envia-se em anexo, à atenção das delegações, o documento informativo da Presidência que inclui perguntas destinadas a estruturar a troca de opiniões na reunião do Conselho. 5214/10 ab/sr/jcc 1 DG B II PT

ANEXO 1. INTRODUÇÃO A Comissão Europeia tem vindo a supervisionar o funcionamento da cadeia alimentar na Europa. Em 2008 publicou uma Comunicação (doc. 17380/08 + ADD 1-3) em que definia cinco orientações-chave (roteiro): competitividade, concorrência e defesa do consumidor, integração/mercado interno, monitorização dos preços dos alimentos, especulação. Em 28 de Outubro, a Comissão Europeia publicou a Comunicação ao Parlamento, ao Conselho, ao Comité Económico e Social e ao Comité das Regiões: "Melhor funcionamento da cadeia de abastecimento alimentar na Europa" (doc. 15330/09 (COM(2009) 591)). Para além da Comunicação, a Comissão elaborou os seguintes documentos de trabalho: Análise da transmissão de preços ao longo da cadeia alimentar na UE (doc. 15330/09 ADD 6). Concorrência na cadeia alimentar (doc. 15330/09 ADD 5). Conclusões do Grupo de Alto Nível sobre Competitividade da Indústria Alimentar (doc. 15330/09 ADD 4). Mercados de futuros sobre produtos agrícolas: perspectivas (doc. 15330/09 ADD 3). Melhor transparência dos preços ao longo da cadeia alimentar para os consumidores e os legisladores (doc. 15330/09 ADD 2). Evolução da repartição do valor acrescentado ao longo da cadeia alimentar (doc. 15330/09 ADD 1). A Comunicação indica três prioridades: 1. Promover relações sustentáveis e baseadas no mercado entre as partes interessadas da cadeia de abastecimento alimentar. 2. Aumentar a transparência ao longo da cadeia de abastecimento alimentar para incentivar a concorrência e aumentar a sua resistência à volatilidade dos preços. 3. Promover a integração e a competitividade da cadeia europeia de abastecimento alimentar em todos os Estados-Membros. A Comissão propõe uma série de medidas que contribuem para alcançar as referidas prioridades. 5214/10 ab/sr/jcc 2

A fim de promover relações sustentáveis e baseadas no mercado entre as partes interessadas da cadeia de abastecimento alimentar, a Comissão: 1. Considera que é necessário agir para eliminar as práticas contratuais desleais entre agentes comerciais em toda a cadeia de abastecimento alimentar; 2. Colaborará com a Rede Europeia da Concorrência para desenvolver uma abordagem comum das questões de concorrência. Para aumentar a transparência, a Comissão: 3. Apresentará propostas para melhorar a supervisão e a transparência geral dos mercados de derivados dos produtos agrícolas de base; 4. Publicou a primeira edição da ferramenta europeia de monitorização dos preços dos alimentos e comprometeu-se a examinar formas de a desenvolver; 5. Recomenda a todos os Estados-Membros que implantem serviços de comparação de preços de retalho dos géneros alimentícios. Para eliminar obstáculos e pôr termo às práticas que fragmentam o mercado interno, a Comissão: 6. Avaliará medidas para abordar os condicionalismos do abastecimento territorial, na medida em que estes criam ineficiências económicas e estão em contradição com os princípios do mercado interno; 7. Insta o Conselho e o Parlamento Europeu a adoptarem rapidamente a proposta da Comissão para a revisão da legislação sobre as regras de rotulagem; 8. Reverá um conjunto seleccionado de normas ambientais e de sistemas de rotulagem da origem que podem impedir o comércio transfronteiras. 5214/10 ab/sr/jcc 3

Para incentivar a competitividade da cadeia de abastecimento alimentar, a Comissão: 9. Promoverá e facilitará a reestruturação e a consolidação do sector agrícola; 10. Adoptará medidas para apresentar as propostas do Grupo de Alto Nível com o objectivo de melhorar a competitividade do sector agro-alimentar, nomeadamente das PME, e promover a inovação e as exportações no sector. 2. IMPORTÂNCIA PARA A PRESIDÊNCIA ESPANHOLA A cadeia alimentar estabelece a ligação entre três importantes sectores da economia europeia a agricultura, a indústria de transformação alimentar e a distribuição que juntos representam 5% do valor acrescentado da UE e 7% do seu emprego. Por outro lado, a cadeia tem repercussões directas para todos os cidadãos europeus, uma vez que as despesas de alimentação representam 16% das despesas totais das famílias europeias. A cadeia de abastecimento alimentar caracteriza-se pela grande diversidade de agentes que vincula: agricultores, transformadores, intermediários, grossistas e retalhistas. Nela operam simultaneamente tanto empresas de grandes dimensões como pequenas e médias empresas, quer seja como concorrentes, como fornecedores ou como clientes. Um melhor funcionamento da cadeia alimentar é importante, tanto para os consumidores como para os operadores, para garantir uma distribuição sustentável do valor acrescentado ao longo da cadeia, contribuindo assim para aumentar a sua competitividade global. Por outro lado, o sector agro-alimentar, no seu conjunto, tem um carácter vulnerável e estratégico, pelo que é necessário adoptar políticas de articulação e transparência que ajudem a resolver algumas das suas especificidades. 5214/10 ab/sr/jcc 4

A Comissão Europeia, nesta sua Comunicação, detecta assimetrias na capacidade de negociação dos diferentes agentes e a ausência de transparência na formação dos preços, assim como práticas comerciais potencialmente desleais, que estão relacionadas com os desequilíbrios na capacidade de negociação das partes, bem como práticas contrárias à concorrência. Para a Presidência Espanhola, é importante e prioritário um melhor funcionamento da cadeia alimentar já que se traduzirá num sector agro-alimentar eficiente e competitivo. Não se pode perder de vista que a manutenção da actividade agro-alimentar contribui de forma decisiva para manter o tecido social rural, evitando o despovoamento e o abandono do meio rural, com todos os problemas ambientais, sociais, territoriais, económicos que este abandono acarretaria. Tendo em conta o que precede, a Presidência Espanhola apoiará firmemente a aplicação das recomendações contidas no Roteiro do Grupo de Alto Nível sobre a competitividade da indústria agro-alimentar da União Europeia, assim como o desenvolvimento das medidas propostas pela Comissão (doc. 15330/09). 3. PERGUNTAS PARA DEBATE Que tipo de medidas seriam as mais indicadas para equilibrar e tornar mais transparentes as relações comerciais na cadeia alimentar? Considera que as iniciativas de auto-regulação, do tipo Códigos de Boas Práticas Comerciais, deveriam ter um carácter obrigatório ou voluntário? Caso sejam voluntárias, que mecanismos deveriam ser desenvolvidos para garantir o seu cumprimento? Caso sejam obrigatórias, como deveriam ser reguladas? Existem no seu país relatórios que apresentem a cadeia alimentar de forma transparente? E sobre o controlo dos preços dos alimentos? Se tal for o caso, foram detectadas ineficiências na cadeia, margens excessivas, abusos por parte de alguns dos elos, etc.? Que iniciativas foram levadas a cabo para corrigir essas situações? 5214/10 ab/sr/jcc 5

Que medidas deveriam ser adoptadas em relação aos condicionalismos do abastecimento territorial que criam ineficiências económicas e estão em contradição com os princípios do mercado interno? Que iniciativas poderiam ser adoptadas a nível europeu para que, ao promover e facilitar a reestruturação do sector agrícola, não se entre em conflito com o direito em matéria de concorrência? Que experiência existe nesta matéria nos vários países? 5214/10 ab/sr/jcc 6