Nº 02/2018 12 de março de 2018 NEWSLETTER SOCIETÁRIO MERCADO DE CAPITAIS 1. MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE EXCLUSÃO DE PARTÍCULAS ME E EPP DO NOME EMPRESARIAL Desde 1º de janeiro de 2018 nenhuma sociedade empresária, sociedade simples, empresa individual de responsabilidade limitada ou empresário pode conter as partículas indicativas do porte ME ou EPP no nome empresarial. 2. OFERTA PÚBLICA DE VALORES MOBILIÁRIOS ALTERAÇÃO NA INSTRUÇÃO CVM Nº 480 A Comissão de Valores Mobiliários revogou, em 07/02/2018, o dispositivo que obrigava o envio de cópia à CVM de comunicado publicado informando a disponibilização de documentos até um mês antes da Assembleia Geral Ordinária. 3. OPA POR ALIENAÇÃO DE CONTROLE CVM DISCORDA DE PREÇO AVALIADO EM LAUDO E ELEVA EM R$ 1 BI A ALIENAÇÃO DE CONTROLE DA CPFL RENOVÁVEIS A Superintendência de Registro de Valores Mobiliários da Comissão de Valores Mobiliários decidiu, em 20 de fevereiro de 2018, que os documentos do pedido de registro da Oferta Pública de Aquisição de ações pela alienação indireta do controle da CPFL Renováveis deverão ser reapresentados pela ofertante, a chinesa State Grid, de forma a majorar o preço de R$ 12,20 por ação para, no mínimo, R$ 16,69, por não concordar com o laudo de avaliação apresentado. 4. ASSEMBLEIA GERAL COLEGIADO DA CVM DECIDE QUE NÃO CABE À AUTARQUIA PUNIR PRESIDENTES DE MESA DE ASSEMBLEIAS GERAIS A Comissão de Valores Mobiliários decidiu, por maioria, divergindo de antigos precedentes, que não possui poder para punir presidentes de mesa de assembleias gerais.
1 MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE EXCLUSÃO DE PARTÍCULAS ME E EPP DO NOME EMPRESARIAL Entrou em vigor em 1º de janeiro de 2018 o dispositivo da Lei Complementar nº 155, que revogou o art. 72 da Lei Complementar 123/06, que regula as microempresas e empresas de pequeno porte. O artigo revogado previa que tais sociedades deveriam acrescentar as partículas indicativas de porte ME ou EPP, respectivamente, em sua firma ou denominação. A Receita Federal do Brasil retirou as partículas ME ou EPP dos cartões CNPJ das sociedades já existentes. O Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI) ainda não se manifestou a respeito, mas o entendimento geral das Juntas Comerciais é que não serão aceitos protocolos de processos que contenham menção ao porte no nome empresarial. Sendo assim, é recomendável a alteração da cláusula do nome empresarial na próxima alteração contratual. 02
2 OFERTA PÚBLICA DE VALORES MOBILIÁRIOS ALTERAÇÃO NA INSTRUÇÃO CVM Nº 480 Em 07 de fevereiro 2018, a Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ) publicou a Instrução CVM nº 596 ( ICVM 596 ), que revogou o inciso VI e o 5º do art. 21 da Instrução CVM nº 480 ( ICVM 480 ). A ICVM 480 dispõe sobre o registro de emissores de valores mobiliários admitidos à negociação em mercados regulamentados de valores mobiliários. Os dispositivos revogados da ICVM 480 tratavam da obrigatoriedade e hipótese de dispensa de envio à CVM de cópia do comunicado exigido pelo art. 133 da Lei 6.404/76. Tal artigo dispõe sobre (i) a obrigatoriedade das companhias publicarem na imprensa oficial e em jornal de grande circulação um comunicado, até um mês antes da Assembleia Geral Ordinária ( AGO ), informando aos acionistas o local de disponibilização dos documentos de suporte para deliberação da AGO, e (ii) a dispensa de publicação deste comunicado, quando os próprios documentos relativos às deliberações são publicados neste mesmo prazo. A ICVM 596 faz parte de um conjunto de medidas adotadas pela CVM em busca de racionalização e simplificação da regulamentação sem comprometer a segurança do investidor. Acesse a íntegra da ICVM 596. 03
OPA POR ALIENAÇÃO DE CONTROLE CVM DISCORDA DE PREÇO AVALIADO EM LAUDO E ELEVA EM R$ 1 BI A ALIENAÇÃO DE CONTROLE DA CPFL RENOVÁVEIS 3 Por meio do Ofício nº 41/2018/CVM/SRE/GER-1, a Superintendência de Registro de Valores Mobiliários ( SRE ) da Comissão de Valores Mobiliários comunicou à CPFL Energias Renováveis S.A. ( CPFL Renováveis ), em 20 de fevereiro 2018, sua decisão quanto ao registro da Oferta Pública de Aquisição ( OPA ) de ações pela alienação indireta do controle da CPFL Renováveis pela chinesa State Grid. Após avaliar o pedido de registro da OPA, a SRE decidiu que o laudo de avaliação elaborado pelo Banco Fator S.A, contratado pela State Grid Brazil Power Participações S.A., foi elaborado com base em premissas não razoáveis. A decisão foi fundamentada nos testes de consistência do preço das ações da CPFL Renováveis realizado com 5 diferentes critérios, sendo: (i) preço alvo de analistas de mercado; (ii) preço médio ponderado dos 60 pregões anteriores à alienação, (iii) proporção do EBITDA orçamento das companhias, (iv) preço médio dos 12 meses anteriores à alienação; e (v) patrimônio líquido contábil. A SRE entendeu que o preço por ação apurado no laudo, de R$12,20, deveria ser elevado para, no mínimo, R$16,69, que é o menor resultado dentre os 5 critérios testados pela SRE e determinou a reapresentação dos documentos da OPA refletindo este entendimento. A esta decisão ainda cabe recurso e a ofertante poderá desembolsar cerca de R$1 bilhão a mais do que o previsto para a aquisição das ações. Confira na íntegra o fato relevante publicado pela CPFL Energia, no qual consta o Ofício em anexo. 04
4 ASSEMBLEIA GERAL COLEGIADO DA CVM DECIDE QUE NÃO CABE À AUTARQUIA PUNIR PRESIDENTES DE MESA DE ASSEMBLEIAS GERAIS A Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ), no julgamento do processo administrativo sancionador RJ/2013-2759, por maioria dos votos, absolveu presidente de assembleia geral por entender que não possui poder para puni-lo. De acordo com o voto vencedor, proferido pelo relator Henrique Machado, presidentes de assembleias não podem ser considerados como demais participantes do mercado, para fins do art. 9º da Lei 6.385/76, que dispõe sobre as competências de autorização, regulação e fiscalização da CVM. No entendimento do relator, encaixam-se no conceito de demais participantes do mercado os consultores e analistas de valores mobiliários, agentes que podem negociar com informações privilegiadas ou manipular o mercado e, portanto, não cabe à CVM julgar os presidentes de assembleias. O voto divergente foi proferido pelo diretor Gustavo Borba, sob o argumento de que a função do presidente da assembleia apesar de predominantemente burocrática, possui relevância estratégica para o funcionamento correto da assembleia, especialmente quanto ao exercício do direito dos acionistas. 05
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