SATISFAÇÃO MATERNA COM O PESO CORPORAL DE SEUS FILHOS ADOLESCENTES. Schariane Bravo Dutra 1 Adriana Soares Lobo 2

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SATISFAÇÃO MATERNA COM O PESO CORPORAL DE SEUS FILHOS ADOLESCENTES Schariane Bravo Dutra 1 Adriana Soares Lobo 2 RESUMO Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de verificar a satisfação de adolescentes e de suas mães a respeito de seu peso corporal. A população do estudo envolveu 62 adolescentes, estudantes do Ensino Médio de uma escola do município de Criciúma, em SC, bem como suas respectivas mães. Foi utilizado um questionário contendo a Escala de Silhueta de Imagem Corporal e um questionário para as mães. O estado nutricional mais prevalente entre os adolescentes foi o de eutrofia. Encontrou-se um grande número de insatisfeitos com a aparência corporal, especialmente querendo ter um corpo mais magro. O grau de insatisfação é maior entre as meninas. Em relação à satisfação materna apenas 9,7% das mães estavam insatisfeitas. Os dados deste estudo são suficientes para alertar pais e profissionais de saúde para a necessidade de desenvolver estratégias que visem a maior satisfação dos adolescentes com o seu corpo. PALAVRAS-CHAVE: Satisfação corporal. Adolescência. Mães. 1 INTRODUÇÃO Atualmente, a ideia coletiva do corpo ideal e da boa forma física tem gerado o que alguns autores chamam de descontentamento normativo. Estudos com escolares brasileiros também têm descrito alta prevalência de insatisfação com o corpo e comportamentos, às vezes, inadequados que visam à redução do peso (PINHEIRO; GIUGLIANI, 2006). As crianças aprendem cedo, em suas famílias e no meio social, a valorizar o corpo delgado, e muitas, mesmo com peso adequado, relatam insatisfação, engajando-se em condutas para perder peso. O medo da obesidade pode estar criando distorções na imagem corporal de adolescentes, gerando condutas danosas à saúde, como ingestão inadequada de 1 Acadêmica do curso de nutrição, UNA Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense Unesc; e-mail: schariane_dutra@hotmail.com ² Professora do curso de nutrição, mestre. UNA Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense Unesc.

nutrientes, com prejuízo ao desenvolvimento cognitivo e risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares (VILELA et al., 2004). De acordo com Smolak e Levine (2001), a satisfação corporal focaliza nitidamente preocupações com o peso, forma do corpo e gordura corporal. Dependendo do grau, essa insatisfação pode afetar aspectos da vida da pessoa no que diz respeito a sua conduta alimentar, autoestima e desempenhos psicossocial, físico e cognitivo. A insatisfação corporal está relacionada aos transtornos de comportamento alimentar, como anorexia nervosa, bulimia nervosa e comer compulsivo. A preocupação com o peso e história de dieta de meninas no início da adolescência são fatores para a presença de distúrbios alimentares nos anos subsequentes (TRICHES; GIUGLIANI, 2007). A preocupação com o corpo na adolescência é um tema bastante explorado, bem como a influência que ela exerce na saúde do indivíduo. Porém, tem-se evidenciado que o comportamento alimentar e a imagem corporal são estabelecidos ainda na pré-adolescência (WADDEN et al., 1989). Desvendando quando se iniciam as preocupações com o peso e o momento em que as crianças adquirem percepções culturais de atratividade física semelhante às dos adultos, constataram que isso ocorre ao redor dos 7 anos de idade. Em especial, o desejo de emagrecer nas meninas já emerge aos 6 anos. Os estudos que investigaram as prevalências de insatisfação com o corpo em pré-adolescentes sugerem que as preocupações com o corpo e suas repercussões não são específicas da adolescência. Embora crianças e adolescentes com sobrepeso sejam, em comum, mais insatisfeitos com o seu peso, eles não mantêm o privilégio dessa insatisfação. Em alguns estudos realizados com meninas de 15 anos, todas com restrição das muito magras, gostariam de perder peso (PINHEIRO; GIUGLIANI, 2006; TRICHES; GIUGLIANO, 2007). A qualidade do vínculo entre mãe e filho é um fator de risco para transtornos alimentares, pelo modo com que a mãe demonstra afeto ou preocupação. Em outras palavras, quando a criança não recebe a atenção que necessita da mãe, ou quando a família vive um período de turbulência, o filho terá muito mais chances de ser gordo na infância e assim continuar, ou mesmo quando as mães prestam extrema atenção aos filhos podem levar seus filhos a cuidar demais de seu corpo, sempre lutando com dietas (TAVARES, 2003).

Mães superprotetoras, que observam quando e como seu filho come, aumentam o risco de a criança cuidar mais de sua alimentação. Algumas chamam atenção o tempo todo, para que não se tornem futuros obesos (CAMPAGNA; SOUZA, 2006). De acordo com Triches e Giugliano (2007), as mães, muitas vezes, estão insatisfeitas com o peso de seu filho, podendo interferir na sua escolha de alimentos e no seu comportamento alimentar, assim como promover insatisfação em relação ao seu corpo. Partindo da hipótese de que as mães, com suas insatisfação, influenciam na alimentação do seu filho, este estudo propõe verificar a satisfação de adolescentes e de suas mães a respeito de seu peso corporal. Além disso, pretende-se também verificar o estado nutricional de adolescentes e de suas mães, descrever a satisfação corporal de adolescentes, verificar a opinião materna sobre o peso corporal de seus filhos, verificar se existe associação entre a satisfação materna e o estado nutricional de seus filhos adolescentes. 2 MÉTODOS Esta pesquisa caracterizou-se como do tipo descritivo com abordagem quantitativa. A população do estudo envolveu adolescentes, de ambos os gêneros, estudantes da primeira, segunda e terceira séries do Ensino Médio, do município de Criciúma (SC), bem como suas respectivas mães. De acordo com a direção do colégio, havia 124 adolescentes matriculados nessas séries no início do ano letivo. Participaram do estudo os adolescentes (e suas mães) de uma escola privada, selecionadas intencionalmente, que se predispuseram como voluntários ao estudo. Como critérios de inclusão foram considerados os adolescentes que aceitaram ser voluntários no estudo, as mães que aceitaram assinar o termo de consentimento livre e esclarecido, os adolescentes que moravam com as mães e os que tinham mais de 12 e menos de 18 anos de idade. Para avaliação da satisfação corporal dos adolescentes, foi utilizado um questionário contendo a Escala de Silhueta de Imagem Corporal (TIGGEMANN; WILSON BARRET, 1998), que é uma escala de imagem corporal. Essa escala contém nove silhuetas

numeradas, com extremos de magreza e gordura com estatura estável, sendo que é separado o sexo. O adolescente selecionou a figura compatível com o seu tamanho (real) e depois selecionou qual que gostaria de ser (ideal). O grau de insatisfação corporal é informado pela diferença entre as figuras real e ideal, sendo que os valores poderiam variar de menos oito a oito. Graus positivos indicaram que deseja um corpo menor. A variável satisfação foi classificada de duas maneiras: satisfeitos e insatisfeitos. Foram considerados satisfeitos todos os adolescentes que tiveram grau zero como resultado da diferença entre as figuras real e ideal na escala de imagem corporal. Resultados diferentes de zero foram considerados insatisfeitos com seu corpo. Foi aplicado, também, aos adolescentes um questionário desenvolvido pela pesquisadora, contendo perguntas sobre o seu peso e quanto gostariam de pesar, insatisfação com sua aparência e se suas mães se preocupam com sua alimentação. Para a avaliação da satisfação materna da aparência corporal de seu filho foi utilizado outro questionário, contendo questões sobre a satisfação com o peso de seu filho e se cuidam de suas alimentações. Para realização da coleta de dados, primeiramente foi conversado com os diretores e professores da escola solicitando a realização da pesquisa. Na ocasião, foram entregues os termos de consentimento e o questionário para serem enviados para as mães dos adolescentes. A aplicação do questionário foi feita em sala de aula, com a coleta dos dados antropométricos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos 123 adolescentes matriculados na escola privada estudada, 62 (50,5%) se enquadraram nos critério de inclusão do estudo e devolveram os questionários devidamente preenchidos. Do total da amostra, 64,5% eram meninas e 35,5%, meninos. A Tabela 1 apresenta os valores médios e de desvio-padrão das variáveis idades, peso corporal, estatura e índice de massa corporal (IMC) dos adolescentes do estudo, de acordo com o sexo. Tabela 1: Valores médios e de desvio-padrão para as variáveis idade, peso corporal, estatura e IMC dos adolescentes, de acordo com o sexo Sexo Meninas Meninos Variáveis Média Desvio-padrão Média Desvio-padrão Idade (anos) 16,0 1,0 15,9 0,9 Peso corporal (kg) 53,6 6,7 64,2 13,8 Estatura (m) 1,63 0,06 1,75 0,06 IMC (kg/m²) 20,23 1,78 20,93 3,84 Os valores médios de idade foram semelhantes entre meninos e meninas (aproximadamente 16 anos). Os meninos se mostraram mais pesados, mais altos e com o IMC mais elevado do que as meninas. São vistas as diferenças nos sexos nas taxas metabólicas pela diferença no tamanho e composição corporal. As mulheres apresentam mais massa gorda, sendo assim, as taxas metabólicas são de 5% a 10% menores que as dos homens que têm mais massa magra, do mesmo peso e altura (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2005). Na Tabela 2 são apresentados os valores médios e de desvio-padrão das variáveis idade, peso corporal, estatura e índice de massa corporal (IMC) das mães dos adolescentes do estudo. Tabela 2: Valores médios e de desvio-padrão para as variáveis idades, peso corporal relatado, estatura relatada e IMC das mães dos adolescentes. Variáveis Média Desvio-padrão Idade (anos) 43,0 5,9 Peso corporal (kg) 65,0 9,7 Estatura (m) 1,64 0,06 IMC (kg/m²) 24,35 3,58

De acordo com a Tabela 2, a média de idade das mães é de 43,0 (+5,9). O valor médio de IMC obtido pelo relato do peso corporal e da estatura foi de 24,35kg/m² (+3,58), valor esse que as classifica como eutrófica. Todavia, a classificação das mães, de acordo com o estado nutricional, é apresentada mais adiante. A classificação do estado nutricional dos adolescentes, de acordo com o sexo, e de suas mães é apresentada na Tabela 3. Cabe ressaltar que o estado nutricional dos adolescentes foi avaliado e indicado IMC/I (Índice de Massa Corporal para Idade), utilizando as curvas do CDC (2000) e sua classificação, e para avaliação do estado nutricional materno foram utilizados o IMC classificado de acordo com a proposta da Organização Mundial da Saúde (apud VITOLO, 2003). Tabela 3: Classificação do estado nutricional dos adolescentes e de suas mães Meninas Meninos Geral Mães Estado Nutricional f f% f f% f f% f f% Baixo peso 1 2,5 4 18,2 5 8,1 2 3,4 Eutrofia 38 95,0 15 68,2 53 85,5 33 55,9 Sobrepeso 1 2,5 2 9,1 3 4,8 17 28,8 Obesidade 0 0,0 1 4,5 1 1,6 7 11,9 Total 40 100,0 22 100,0 62 100,0 59 100,0 f= frequência absoluta; f%= frequência relativa O estado nutricional mais prevalente entre os adolescentes foi o de eutrofia (85,5%), seguido de baixo peso (8,1%). Apenas três adolescentes (4,8%) apresentaram sobrepeso e um apresentou obesidade (sexo masculino). A prevalência de eutrofia foi maior entre as meninas (95,0%) do que entre os meninos (68,2%). No entanto, a prevalência de baixo peso foi maior na amostra masculina (18,2%). Em um estudo em que foi avaliado o estado nutricional dos adolescentes, desenvolvido em escola pública, de Ensino Fundamental e Médio, do município de São Paulo por Albano e Souza (2001), observou-se uma menor porcentagem de indivíduos eutróficos (65,2). O risco de sobpeso e sobrepeso ressaltou-se tanto para os meninos (27,9% e 4,7%) quanto para as meninas (10,2% e 16,3%), sendo que no estudo presente esses números foram

menores. Porém, também foi visto a porcentagem de adolescentes com baixo peso nos meninos, no entanto maior neste estudo (9,3%). Com relação ao estado nutricional das mães observou-se uma prevalência 55,9% de eutrofia. Sobrepeso e obesidade foram observados em 28,8% e 11,86% das mães, respectivamente. Apenas duas mães apresentaram baixo peso. Em um estudo para ver a prevalência de obesidade entre os adultos e seus fatores de risco em Pelotas por Gigante et al. (1997) mostrou-se que a prevalência de obesidade na população estudada foi de 21%, enquanto que quase 40% da amostra apresentou sobrepeso. Também mostrou que a prevalência de obesidade é significativamente mais elevada em mulheres do que em homens (25% e 15%, respectivamente). Por outro lado, a proporção de obesidade aumenta marcadamente com a idade, sendo cerca de quatro vezes mais elevada após os 40 anos. Os adolescentes visam à procura do corpo ideal e forma física praticando, assim, comportamentos inadequados como à redução do peso para se satisfazerem (PINHEIRO; GIUGLIANI, 2006). Para avaliar a satisfação corporal foi utilizada a escala de silhueta de imagem corporal. Essa escala contém nove silhuetas numeradas separadas por sexo, em que o adolescente selecionou a figura compatível com o seu tamanho real (percepção corporal) e depois selecionou qual gostaria de ser (ideal). O grau de insatisfação corporal é informado pela diferença entre as figuras real e ideal. Graus positivos indicam que se deseja uma silhueta menor. Na percepção de aparência corporal, a maioria dos relatos foi para a silhueta 4 (32,3%), seguido das silhuetas 5 (25,8%) e 3 (19,4%). Quando se leva em consideração o sexo dos adolescentes, observa-se maior relato para a silhueta 4 entre os meninos (50,0%) e 5 entre as meninas (32,5%). Na percepção do corpo ideal, a maioria relatou querer ser a silhueta 4 (40,3%), seguido pela 5 (32,2%). Comparando com a percepção, aumentou o número de adolescentes que escolheram essa mesma silhueta. A preferência entre os sexos é a silhueta 4. Um fato que merece destaque é que oito adolescentes que se percebiam com a as silhuetas 6 e 7 (Tabela 6) não desejariam parecer de tal forma, uma vez que essas respostas (silhuetas 6 e 7) não haviam aparecido nos relatos de percepção corporal. Dessa forma, constata-se um desejo de aparentar ser mais magro.

Essa preocupação em ser mais magro também é evidenciada na Tabela 4, que apresenta a satisfação com a aparência corporal dos adolescentes, de acordo com o sexo. O grau de insatisfação corporal é informado pela diferença entre as figuras real e ideal (subtração). Graus positivos indicaram que deseja um corpo menor e graus negativos indicaram que desejam um corpo maior. Tabela 4: Satisfação com a aparência corporal dos adolescentes, de acordo com o sexo Meninas Meninos Geral Grau de satisfação f f% f f% f f% Satisfeitos 21 52,5 16 72,7 37 59,7 Insatisfeitos (ter silhueta menor) 13 32,5 4 18,2 17 27,4 Insatisfeitos (ter silhueta maior) 6 15,0 2 9,1 8 12,9 f= frequência absoluta; f%= frequência relativa Apesar de a maioria (59,7%) dos adolescentes estar satisfeita com sua aparência corporal, encontrou-se no presente estudo um grande número de insatisfeitos (40,3%), especialmente querendo ter um corpo mais magro (27,4%). O grau de insatisfação é maior entre as meninas, desejando um corpo mais magro (32,5%). Entre os meninos predominou a satisfação (72,7%), embora 18,2% gostariam de ter o corpo menor e 9,1%, o corpo maior. Para Grhan (2000), a imagem corporal parece ser um sinal feminino, sobretudo na adolescência, quando o corpo estabelece sua forma. Como os meninos não sofrem tanta pressão social, apresentam uma melhor aceitação. É aceitável que as meninas sejam mais críticas com seu corpo do que os meninos, o que ficou evidente também no estudo de Branco, Hilário e Cintra (2002), em que foram estudadas a percepção e a satisfação corporal em adolescentes e a relação com seu estado nutricional. Neste estudo, uma vez que elas se perceberam mais em sobrepeso e obesidade, escolhendo as figuras com silhuetas referentes a essas condições, enquanto os meninos se identificaram mais com as figuras de eutrofia. A Tabela 5 apresenta a relação entre o estado nutricional e a satisfação corporal dos adolescentes.

Tabela 5: Relação entre o estado nutricional e a satisfação corporal dos adolescentes. Satisfeitos Insatisfeitos (ter corpo menor) Insatisfeitos (ter corpo maior) Estado nutricional f f% f f% f f% Baixo peso 5 8,1 0 0,0 0 0,0 Eutrofia 31 50,0 14 22,6 8 12,9 Sobrepeso e obesidade 1 1,6 3 4,8 0 0,0 f= frequência absoluta; f%= frequência relativa De acordo com a Tabela 5, metade da amostra (50,0%) estudada que apresentou satisfação com a aparência corporal estava eutrófica. No entanto, observa-se que quase um quarto da amostra classificada como eutrófica (22,6%) também apresentou desejo de ser mais magro. Assim sendo, a insatisfação parece ser independente do estado nutricional. Entre os estudantes com baixo peso, 8,1% estavam satisfeitos. Já entre os com sobrepeso e obesidade, apenas um (1,6%) está satisfeito e três (4,8%) desejavam ser mais magros. Em um estudo avaliando a imagem corporal, hábitos de vida e alimentares em crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares de Belo Horizonte, por Fernandes (2007), dos estudantes que apresentavam IMC baixo peso (61), 36,0% sentiam-se bem com o corpo, 41,0% gostariam de ser mais magros e 23,0% gostariam de ser mais gordos. Dos classificados como eutróficos, (947) 37,5% estavam satisfeitos com o corpo, 33,8% desejavam perder peso e 28,7% desejavam ganhar peso. Dos classificados com sobrepeso (117), 41,9% sentiam-se bem com o corpo, 28,2% gostariam de ser mais magros e 29,9% gostariam de ser mais gordos. Entre os classificados como obesos (58), 27,6% estavam satisfeitos com o corpo, 36,2% desejavam perder peso e 36,2% desejavam ganhar peso. Em relação à aparência dos filhos, predominou o relato das mães de satisfação com essa variável (90,3%). A satisfação das mães foi maior entre as meninas do que entre os meninos. Apenas 9,7% das mães estavam insatisfeitas, sendo que 6,5% queriam que seu filho pesasse menos e apenas 3,2% queriam que seus filhos (meninos) pesassem mais. A Tabela 6 apresenta a relação da satisfação materna com o estado nutricional de seus filhos adolescentes.

Tabela 6: Relação da satisfação materna com o peso e o estado nutricional de seus filhos Estado nutricional Baixo peso Eutrófico Sobrepeso e obesidade Satisfação materna com peso f f% f f% f f% Satisfeitos 4 6,5 49 79,1 3 4,8 Insatisfeitos (ter corpo menor) 0 0,0 3 4,8 1 1,6 Insatisfeitos (ter corpo maior) 1 1,6 1 1,6 0 0,0 f= frequência absoluta; f%= frequência relativa Conforme mostra a Tabela 6, a maior parte das mães satisfeitas tinha filhos com estado nutricional de eutrofia. Apenas 6,5% e 4,8% das mães satisfeitas com o peso do filho tinham filhos com estado nutricional de baixo peso e sobrepeso/obesidade, respectivamente. Dentre as mães insatisfeitas, apenas uma tinha o filho com baixo peso e outra tinha o filho com sobrepeso. Em um estudo de Boa-Sorte et al. (2007), que avaliou a percepção materna e a autopercepção do estado nutricional de crianças e adolescentes de escolas privadas, foi verificado que em relação à percepção materna sobre o estado nutricional de seus filhos, 623 mães (75,3%) tiveram uma percepção correta do peso do filho (a), 24,7% das mães se disseram insatisfeitas, pois 52 (6,3%) superestimaram e 152 (18,4%) subestimaram o peso real. Comparando com o presente estudo, o número de mães insatisfeitas foi menor em relação ao estado nutricional. A maioria das mães disse que cuida da alimentação do filho a fim de interferir no seu peso corporal (56,5%). Essas mães disseram que levam seu filho ao nutricionista, cuidam de sua alimentação dando frutas, verduras, legumes, leite e seus derivados, diminuindo o consumo de alimentos gordurosos frituras doces e alimentos industrializados como bolachas recheadas, refrigerantes cuidando da quantidade, dos horários das refeições e incentivando a prática do exercício físico. O estudo de Pinheiro e Giugliani (2006) mostrou que a variável mais fortemente associada a se sentir gordo entre as crianças sem sobrepeso foi a percepção da expectativa dos pais em relação ao peso da criança. As crianças que achavam que os pais preferiam que elas fossem mais magras tiveram maiores chances de se sentirem gordas. Esses dados revelam que os pais são influências importantes em relação à aparência de seus filhos até os primeiros anos da adolescência.

4 CONCLUSÃO O estado nutricional mais prevalente entre os adolescentes foi o de eutrofia, seguido do de baixo peso. A prevalência de eutrofia foi maior entre as meninas e a de baixo peso entre os meninos. Apesar de a maioria dos adolescentes estar satisfeita com sua aparência corporal, encontrou-se um grande número de insatisfeitos, especialmente querendo ter um corpo mais magro. O grau de insatisfação é maior entre as meninas. Metade da amostra satisfeita com a aparência corporal se classificou como eutrófica na avaliação do estado nutricional. No entanto, observou-se que quase um quarto da amostra classificada como eutrófica também apresentou desejo de ser mais magro, indicando que a insatisfação parece ser independente do estado nutricional. Em relação à preocupação com o peso corporal por parte das mães predominou o relato de satisfação. A satisfação das mães foi maior entre as meninas do que entre os meninos. A maior parte das mães satisfeitas tinha filhos com estado nutricional de eutrofia. Dentre as mães insatisfeitas, apenas uma tinha o filho com baixo peso e outra tinha o filho com sobrepeso. A maioria das mães disse que cuida da alimentação de seu filho a fim de interferir no seu peso corporal. Os dados aqui apresentados são suficientes para alertar pais e profissionais de saúde para a necessidade de desenvolver estratégias que visem à maior satisfação dos adolescentes com o seu corpo.

MATERNAL SATISFACTION WITH THEIR TEENAGED CHILDREN'S WEIGHT ABSTRACT This study s objective is to verify the satisfaction of both the adolescents and their mothers regarding the adolescents'body weight. The population of the study comprises 62 adolescents; students of the high school in the city of Criciúma (SC), and their respective mothers. For evaluating the body weight satisfaction of these responders, the questionnaire references an image scale depicting various silhouetted body weights. Students responded to the questionnaire with the context being their personal satisfaction. The majority prevalence of eutrophy is found among the females (95.0%) as compared to the prevalence among the males. There were a significant percentage of adolescents dissatisfied with their weight, especially with respondents whom desired a leaner body. The degree of dissatisfaction is more pronounced among the females, whom overwhelmingly desire a leaner body. In contrast to this low personal satisfaction among the children, from their mother's point of view, the appearance of the children was predominately one of satisfaction. Even so, 9.7% of the mothers were unsatisfied. The data of this study should raise an alert to parents and health professionals for the necessity to develop strategies aimed to increase adolescents personal body weight satisfaction. KEYWORDS: Body Weight Satisfaction. Teenager. Mother. REFERÊNCIAS BRANCO, L.M.; HILÁRIO, M. O. E.; CINTRA, I.P. Percepção e satisfação corporal em adolescentes e a relação com seu estado nutricional. Revista de psiquiatria clínica. São Paulo, 2002. Disponível em: <http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol33/n6/292.html> Acesso em: 10 de maio de 2008. BOA-SORTE, Ney et al. Percepção materna e autopercepção do estado nutricional de crianças e adolescentes de escolas privadas. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, v. 83, n. 4, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0021-75572007000500011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 15 de junho 2008. CAMPAGNA, Viviane Namur; SOUZA, Audrey Setton Lopes. Corpo e imagem corporal no início da adolescência feminina. Boletim de psicologia. São Paulo, v.55 n.124, jun. 2006. Disponível em: < http://scielo.bvs-psi.org.br/scielo.php?pid=s0006-59432006000100003&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em: 06 out. 2007 FERNANDES, Ana Elisa Ribeiro. Avaliação da imagem corporal, hábitos de vida e alimentares em crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares de Belo

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