INICIATIVA MATÉRIAS PRIMAS: RUMO AO FORNECIMENTO SEGURO E À GESTÃO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS MINERAIS EUROPEUS 23 de Fevereiro de 2010 Raw Materials Initiative: towards to mineral resources secure supply and sustainable management Actividade extractiva em áreas de protecção natural, a perspectiva do ICNB Mining activity in natural protected areas, ICNB perspective Carlos Figueiredo, Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade UNIÃO EUROPEIA Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional
Conferência Iniciativa Matérias-Primas: rumo ao fornecimento seguro e à gestão sustentável dos recursos minerais europeus Actividade extractiva em áreas de protecção natural: a perspectiva do ICNB Carlos Figueiredo LNEG, Alfragide 23.FEVEREIRO.2010
As competências do ICNB no sector da pesquisa e exploração de massas minerais restringe se às explorações situadas no interior das áreas classificadas.
O que se entende por Áreas Classificadas Sistema Nacional de Áreas Classificadas Rede Nacional de Áreas Protegidas integra as áreas nucleares de conservação da natureza e da biodiversidade Sítios de Importância Comunitária (SIC) e Zonas de Protecção Especial (ZPE) integrados na Rede Natura 2000; demais áreas classificadas ao abrigo de compromissos internacionais (De acordo com o Decreto Lei nº 142/2008, de 24 de Julho, que estabelece o regime jurídico da conservação da natureza e da biodiversidade)
Onde se situam A REDE NACIONAL DE ÁREAS PROTEGIDAS Compreende: 1Parque 1 Nacional 12 Parques Naturais 9 Reservas Naturais 6 Paisagens Protegidas (4 de âmbito Local ou Regional) 10 Sítios Classificados 6 Monumentos Naturais Representa 7,78% do território nacional (Continente) Rede Nacional de Áreas Classificadas Área total de 2 057 407 ha Envolvendo 196 Municípios Representando 21,8% do território nacional (Continente)
A REDE NATURA 2000 é uma rede ecológica para o espaço Comunitário da União Europeia resultante da aplicação das Directivas nº 79/409/CEE (Directiva Aves) e nº 92/43/CEE (Directiva Habitats) 29 ZPE Zonas de Protecção Especial, destinadas essencialmente a garantir a conservação das espécies de aves, e seus habitats 60 SIC Sítios de Importância Comunitária, criados ao abrigo da Directiva Habitats, com o objectivo expresso de contribuir para assegurar a Biodiversidade, através da conservação dos habitats naturais e espécies considerados ameaçados no espaço da União Europeia
A Rede Natura 2000 é composta por áreas de importância comunitária para a conservação de determinados habitats e espécies, nas quais as actividades humanas deverão ser compatíveis com a preservação destes valores, visando uma gestão sustentável do ponto de vista ecológico, económico e social. As orientações de gestão definidas no Plano Sectorial da RN2000, identificam para cada Sítio e ZPE as medidas e orientações a adoptar, e reportam às exigências ecológicas dos valores naturais, tendo em conta os respectivos objectivos de conservação e factores de ameaça. São incluídas aquelas que se consideram fundamentais para a garantia de manutenção num estado de conservação favorável dos valores naturais que determinaram a criação do Sítio ou ZPE, compatibilizando as actividades humanas com a conservação da biodiversidade.
Orgânica do ICNB Departamento de Gestão das Áreas Classificadas do Norte Departamento de Gestão das Áreas Classificadas das Zonas Húmidas Departamento de Gestão das Áreas Classificadas do Centro e Alto Alentejo Departamento de Gestão das Áreas Classificadas do Litoral de Lisboa e Oeste Departamento de Gestão das Áreas Classificadas do Sul
As competências do ICNB no sector da pesquisa e exploração de massas minerais restringem se às explorações situadas no interior das áreas classificadas. A participação do ICNB nas diferentes fases do licenciamento destas explorações.
LICENCIAMENTO DAS EXPLORAÇÕES DE MASSAS MINERAIS PARTICIPAÇÃO DO ICNB 1 O ICNB nunca éentidade licenciadora. O licenciamento da exploração de massas minerais compete àdgeg ou à Câmara Municipal respectiva. 2 Nas Áreas Classificadas a exploração de inertes está sujeita a procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA). 3 O ICNB integra obrigatoriamente a Comissão de Avaliação do procedimento de AIA, sempre que os projectos ocorrem em Áreas Classificadas.
LICENCIAMENTO DAS EXPLORAÇÕES DE MASSAS MINERAIS PARTICIPAÇÃO DO ICNB 4 O ICNB éa entidade responsável pela aprovação do PARP: Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística, e pelo estabelecimento da caução. 5 O ICNB acompanha as acções de monitorização e pós avaliação ambiental emitindo parecer obrigatório sobre os planos de monitorização impostos na DIA e acompanhando no território a implementação das acções previstas na PARP
Elementos relevantes na análise para emissão de parecer do ICNB Regime de compatibilidade com Plano de Ordenamento da Área Protegida, sempre que a pretensão ocorra em ÁREAS PROTEGIDAS Análise da componente ecológica do projecto e da área de estudo, com destaque para os habitats, a flora e fauna. Nas ÁREAS DE REDE NATURA 2000, verificação da compatibilidade com o Plano Sectorial da Rede Natura 2000. LNEG, Alfragide 23.FEVEREIRO.2010
Caução destinada a garantir o cumprimento das obrigações legais derivadas da licença e relativas ao PARP O valor da caução é estabelecido de acordo com as fórmulas apresentadas no artigo 52º do Decreto Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro, alterado pelo Decreto Lei n.º 340/2007, de 12 de Outubro.
O PLANO AMBIENTAL e de RECUPERAÇÃO PAISAGÍSTICA STICA (PARP) Deve atender ao enquadramento paisagístico; modelado e ao coberto vegetal dominantes na zona envolvente. Podendo se considerar as seguintes soluções de recuperação: - Aterro total - Aterro parcial - Outras situações (ex. criação de pontos de água; existência de achados paleontológicos) Recuperação de Pedreira de Calçada na COVA DOS COELHOS (S. BENTO, Porto de Mós)
Exemplos de pedreiras PEDREIRAS DE CALÇADA E DE LAJE Área média entre 3.000 e 5.500 m 2 Profundidades até aos 10 metros Explorações pouco mecanizadas Transformação manual da matéria prima na exploração e em estaleiro Acções de recuperação de baixo custo que traduzem a expressão exploração àfrente recuperação à retaguarda, minimizando os impactes associados àexploração Tempo médio de vida da exploração de cerca de 10 anos
Exemplos de pedreiras PEDREIRAS DE ROCHA ORNAMENTAL E INDUSTRIAL Área média entre 3 e 10 ha Profundidades máximas de 40 metros Explorações bastante mecanizadas Execução de medidas de Minimização de Impactes e acções de recuperação previstas nos Planos Ambientais e de Recuperação Paisagística aprovados Tempo médio de vida útil da exploração de cerca de 30 anos
11 pedreiras licenciadas no PNA com uma área total de 323 ha constituindo 2,6 % da área terrestre do PNA 12.328 ha Os Planos Ambientais e de Recuperação Paisagística destas pedreiras estão aprovados no âmbito da adaptação das pedreiras conforme o disposto no DL340/2007 de 12/10 e no DL270/2001 de 6/10 Área total recuperada e/ou em recuperação 70 ha CASO DE ESTUDO Pedreiras do Calhariz e da Achada no PARQUE NATURAL DA ARRÁBIDA
Pedreiras do Calhariz e da Achada As 9 pedreiras dos núcleos do Calhariz e Achada destinam se àprodução de britas para construção e obras públicas. Uma destas pedreiras explora também dolomito com elevada percentagem de MgO, utilizável na indústria do vidro, na fundição e refinação de produtos de fusão. No sentido de ordenar estas pedreiras ao nível da exploração e da recuperação ambiental e paisagística, foi constituída uma Comissão de Acompanhamento integrada pelos exploradores e pelas entidades competentes (ICNB/PNA, DRE LVT e Câmara Municipal de Sesimbra), para elaborar um estudo integrado da exploração das áreas do Calhariz e da Achada e um diagnóstico dos inerentes impactes ambientais.
Pedreiras do Calhariz e da Achada Em 1998 foi estabelecido um Protocolo de Colaboração entre os exploradores e as referidas entidades relativo à Execução do Plano Conjunto de Ordenamento e de Recuperação Paisagística das Pedreiras do Calhariz e da Achada. Estas pedreiras totalizam uma área de cerca de 233 ha, estando uma área de cerca de 35 ha em recuperação reposição topográfica e reposição do coberto vegetal com espécies autóctones, de acordo com os PARP s aprovados.
N úcleo de Pedreiras da Núcleo de Pedreiras da Achada Recuperação de áreas onde decorreu a exploração
Núcleo de Pedreiras da Achada 2.º plano recuperação paisagística faseada com a exploração 1.º plano enchimento da cava
N úcleo de Pedreiras da Achada Núcleo de Pedreiras da Achada Processo de recuperação da pedreira: enchimento para reposição topográfica Escombreira com resíduos resultantes da exploração utilizados no enchimento. Em 1º plano, observa se a recuperação de uma área onde existiu anteriormente uma cavidade.
Reposição do coberto vegetal após regularização topográfica. Arranjo dos acessos às pedreiras minimizando a emissão de poeiras Reposição do coberto vegetal com espécies autóctones da Arrábida. Modelação do talude com resíduos da exploração e cobertura com terras de decapagem Núcleo de Pedreiras do Calhariz
Em conclusão Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros As competências do ICNB no sector da pesquisa e exploração de massas minerais restringem se às explorações situadas no interior das Áreas Classificadas. O ICNB integra obrigatoriamente as Comissões de Avaliação do procedimento de AIA, sempre que os projectos ocorrem em Áreas Classificadas. O ICNB éa entidade responsável pela aprovação do PARP Plano Ambiental de Recuperação Paisagística, e pelo estabelecimento da caução. Pedreiras de rocha ornamental no Moleanos
Em conclusão A Pedra é um recurso não renovável vel e com distribuição confinada Elevado valor económico Grande relevância socioeconomia local, regional, nacional e internacional
Em conclusão Mas as ÁREAS CLASSIFICADAS constituem Ecossistemas muito particulares, a que estão associados um conjunto de valores naturais endémicos e raros, com elevado valor conservacionista e económico
Estando a grande dificuldade em conseguir conciliar estes interesses nem sempre compatíveis. Antiga Pedreira do Pena, Alcanede, Santarém
Muito obrigado Gruta do Algar do Pena