TRAUMATISMO DENTÁRIO NUMA VISÃO PARA A PROMOÇÃO DE SAÚDE DENTAL TRAUMA IN A VISION FOR HEALTH PROMOTION

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TRAUMATISMO DENTÁRIO NUMA VISÃO PARA A PROMOÇÃO DE SAÚDE VANESSA DOS SANTOS ¹; SANDRO SEABRA 2 ; LEILA CHEVITARESE 3 1 Cirurgiã-Dentista formada pelo Curso de Odontologia da Universidade do Grande Rio Professor José de Souza Herdy (UNIGRANRIO), Duque de Caxias, RJ, Brasil ; 2 Mestre em Odontopediatria pela UNIGRANRIO, Duque de Caxias, RJ, Brasil; ; 3 Professora do Curso de Graduação e Pós-Graduação de Odontologia e Coordenadora do Pró-Saúde I da UNIGRANRIO, Duque de Caxias, RJ, Brasil * ;lchevitarese@unigranrio.com.br Rua Professor José de Souza Herdy,1160. CEP 25071-200, Duque de Caxias, RJ. RESUMO Este trabalho descrito por meio de revisão da literatura tem como objetivo discutir sobre o traumatismo dentário, convidando o leitor a refletir sobre o assunto na lógica da estratégia saúde da família, colocando-o no contexto da prática sanitária da vigilância em saúde. Tal prática leva o leitor a pensar no traumatismo dentário dentro dos possíveis territórios: indivíduo, família e comunidade, de forma a refletir para desencadear processos de construção de cidadania por meio de promoção da saúde. A conclusão a que se chegou é que há necessidade de se expandir a compreensão e a abordagem do traumatismo dentário além da clínica odontológica. Palavras-chave: Traumatismo Dentário; Odontologia; Saúde da Família. DENTAL TRAUMA IN A VISION FOR HEALTH PROMOTION ABSTRACT This work described by means of literature review aims to discuss on dental trauma, inviting the reader to think about it in the logic of the family health strategy, putting it in the context of sanitary practice of public health surveillance. This practice leads the reader to think about dental trauma in the possible areas: individual, family and community, to reflect and to trigger processes of construction of citizenship through health promotion. The conclusion reached is that there is need to expand the understanding of and approach to dental trauma in addition to the dental clinic. Keywords: ESTADO DA ARTE As lesões dentárias traumáticas têm grande impacto na qualidade de vida da criança e do adolescente. A prevalência do traumatismo dentário é pouco estudada e se transforma em um problema de saúde pública, que se torna freqüente de acordo com seu crescente índice por meios de agressões, espancamentos, acidentes de trânsito, assim como o aumento de atividades esportivas principalmente no que diz respeito a esportes de contato, onde o uso de equipamentos de proteção é negligenciado. Outro fator determinante se dá em brincadeiras realizadas em ambientes pouco seguros, seja pela presença de local inadequado, pela despreocupação com o risco e pela ausência de equipamentos de segurança. O traumatismo dento-alveolar é inserido por muitos autores dentro de especialidades como a odontopediatria e a endodontia, mas na verdade este tipo de problema envolve uma abordagem com cuidados multidisciplinares e multiprofissionais, muitas vezes necessitando apoio médico e psicológico. Os traumas dentários representam uma das causas mais comuns de procura aos serviços de pronto atendimento, porém, em relação ao levantamento de procedimentos realizados que contribui para a sobrevida dos elementos dentários atingidos, a literatura carece de maiores estudos. Entretanto, cita-se a demora no atendimento de urgência, a desinformação e o desespero de alguns profissionais para o atendimento. Conduta clínica inadequada, e em algumas vezes omissa, determinará um prognóstico ruim para o caso (Soares e Goldberg, 2002). Para ser realizado um protocolo de atendimento e aplicar um programa de prevenção com intuito de diminuir a incidência destas lesões, é necessário aprofundar o conhecimento sobre as características da população atingida através dos fatores etiológicos, gênero, faixa etária, tipos de Saúde & Amb. Rev., Duque de Caxias, v.5, n.1, p.01-07, jan-jun 2010. Página 1

lesões de pronto atendimento e território de ocorrência. Segundo Andreasen (2001), a freqüência das lesões dentais traumáticas tem uma variação considerável, refletindo em um grande número de fatores, tais como diferenças nos critérios de amostragem. Contudo, os fatores mais significativos são as diferenças de gênero e faixa etária. Em relação à distribuição por gênero em vários países, na freqüência dos traumatismos, difere significativamente. No geral o que se observa é a proporção do gênero masculino duas vezes maiores do que no feminino. Esse fato pôde ser confirmado em estudos realizados por alguns autores, em diferentes países (Geneva, Schatz e Joho, 1994, Saem- Lim et al. Antunes et al.(2005); Carvalho (2007). Para a faixa etária, uma forma de eliminar sua influência é estudando a prevalência do traumatismo dentário nos estágios de desenvolvimento tais como na dentição decídua aos 5 anos (antes da dentição mista) e aos 12 anos (após o período de dentição mista) (ANDREASEN, 2001). Caldas e Burgos (2001) conduziram um estudo retrospectivo sobre os traumatismos dentais em pacientes atendidos em um hospital público de Recife, e verificaram que grande número de lesões ocorreu em pacientes com idade entre 06 e 15 anos (50,8%), seguidos pelo grupo de 01 a 05 anos (30,8%), onde a maioria dos traumas dentários nestas idades ocorreu em casa. Kargul et al. (2003) também realizaram um estudo na Universidade de Marmara na cidade de Istambul, onde avaliaram 300 pacientes entre 1 e 12 anos acometidos por traumatismo dentro da faixa etária mostrou que a idade mais acometida foi a de 10 anos (18%), na dentição permanente e de 2 anos (7,6%) na dentição decídua. Carvalho em 2007, em um estudo retrospectivo de pacientes de trauma o Projeto de Trauma Dental no Curso de Odontologia da UNIGRANRIO, Rio de Janeiro, distribuiu os pacientes em seis grupos de acordo com as faixas etárias. A maior freqüência de traumatismo dentário foi observada no grupo etário de 6 a 10 anos, com total de 241 pacientes (38,6%), seguido por um grupo etário de 11 a 15 anos com 192 pacientes (30,7%). Em relação ao tipo de lesão, Andreasen (1970) estudou as lesões traumáticas dentais ocorridas em 1298 pacientes do Hospital Universitário de Copenhagen e verificou que o tipo de lesão encontrada variou de acordo com a dentição atingida (decídua ou permanente). As fraturas dentais foram mais comuns na dentição permanente enquanto os traumatismos na dentição decídua estavam mais relacionados às estruturas de suporte dos dentes. Dentre todas as lesões, a mais freqüente foi a luxação extrusiva (30%) seguida pela avulsão e por fraturas coronárias. Fraturas envolvendo osso alveolar apresentaram uma freqüência relativamente alta (14%), e isto se deve provavelmente ao fato de o estudo ter sido conduzido em um hospital. Sae-Lim et al. (1995) verificaram em um estudo realizado no Hospital Geral de Singapura, que 79% dos traumatismos dentais ocorreram em dentes permanentes, e que tanto na dentição decídua quanto permanente os dentes ânterosuperiores foram os mais atingidos. Neste estudo, foram encontradas principalmente lesões mais severas em ambas as dentições, como as luxações que representaram 71,3% do total de lesões. O principal tipo de lesão encontrada foi a subluxação (36%) seguida pela avulsão (20,4%). Entretanto os autores notaram que foram verificadas poucas lesões aos ossos da face, exceto pelas fraturas dento - alveolares, que representavam 11,5% do total de lesões encontradas. Já, as quedas na infância relacionadas aos traumatismos dentários são pouco freqüentes, durante o primeiro ano de vida, mas podem ocorrer em razão, por exemplo, de uma queda de colo. Os traumas aumentam de acordo com os primeiros esforços da criança para se mover, que será potencializado à medida que a criança começa a andar e tenta correr, tendo ainda a falta de experiência e coordenação. A incidência chega ao seu pico logo antes da idade escolar e consiste principalmente de traumatismos devido a quedas e colisões tendo alta freqüência de faturas coronárias (ANDREASEN, 2001). Em uma pesquisa sobre a ocorrência de lesões traumáticas nas regiões bucal e maxilar, Uji e Teramoto (1988) verificaram que 37,7% das lesões ocorreram devido a quedas, 29,2% devido a atividades desportivas, 7,9% devido a brigas e apenas 1,6% foram causadas por acidentes de trânsito. Em um estudo conduzido por Blinkhorn (2000) com crianças de 11 a 14 anos foram avaliadas em dentes anteriores. De um total de 668 crianças com algum tipo de injúria nos incisivos, apenas 330 lembraram como e onde o trauma havia ocorrido. As causas mais comuns das lesões foram as quedas (33,9%) e acidentes envolvendo bicicletas (13,6%). As lesões mais severas foram causadas principalmente por acidentes de Trânsito. Quatro anos após, Silva et al. (2004) realizaram um estudo correlacionando o trauma Saúde & Amb. Rev., Duque de Caxias, v.5, n.1, p.01-07, jan-jun 2010. Página 2

dental com o trauma facial em 340 pacientes atendidos no período de um ano no Departamento de Cirurgia Oral e Maxilofacial da Universidade de Campinas, Brasil, e avaliaram que os fatores etiológicos mais freqüentes nos casos de trauma dental foram as quedas (51,9%) e os acidentes de trânsito (25%). Carvalho (2007) e Uji e Teramoto (1988) afirmam que a maior incidência de traumatismo dentário é em relação à queda. O primeiro autor em seu estudo identificou as seguintes formas: queda da própria altura (35,2%), acidentes com bicicleta (19,4%), acidentes automobilísticos (9,6%), neste foi incluído além das colisões, atropelamentos, agressões brigas- (6,9%), prática esportiva (8,3%) e colisões com objetos inanimados (17,3%). Os ataques epiléticos apresentam um fator de grande causa ao traumatismo dentário, por estarem diretamente relacionados à queda durante aos ataques, onde sofrem lesões dentais de modo repetitivo (ANDREASEN, 2001). O traumatismo relacionado a drogas tem sido relatado com certa freqüência, onde muitos usuários sofrem fraturas coronárias de molares e pré-molares, aparentemente resultantes do ato de apertar violentamente os dentes 3 a 4 horas após o uso da droga, sendo restritas as cúspides linguais ou vestibulares, incluindo até seis dentes fraturados no mesmo indivíduo. (ANDREASEN, 2001) Outra etiologia para o traumatismo dentário é a dentinogênese imperfeita, que é uma causa de trauma pouco usual, sendo uma fratura radicular espontânea causada pelo fenômeno de micro-resistência reduzida da dentina e a forma cônica anormal das raízes. (ANDREASEN, 2001) Foi observado por Hamilton et al. (1997), em um estudo retrospectivo que realizaram sobre a prevalência dos traumatismos dento-alveolares em adolescentes ingleses de 11 a 14 anos, a qualidade do tratamento realizado nos casos de traumas. Os autores relataram haver problemas no atendimento dado aos adolescentes que tiveram traumas mais significantes, pois menos da metade recebeu o tratamento necessário e mais da metade dos tratamentos realizados foram inadequados. O enfrentamento do traumatismo dentário deve ser realizado por meio da sua prevenção e tratamento imediato após a sua ocorrência. Tais ações podem ser realizadas no âmbito da atenção básica, que tem por estratégia a saúde da família, caso haja necessidade devido à gravidade das lesões e às condições físicas, o paciente deve ser encaminhado para os CEOS ou hospitais. Este trabalho pretende discutir o enfrentamento do traumatismo dentário dentro da atenção básica, levando em consideração os vários territórios envolvidos em comunidades, de modo a promover qualidade de vida como expressão de promoção de saúde. CONJECTURAS Seguindo a lógica da vigilância em saúde como sinônimo de prática sanitária vivenciada na estratégia saúde da família, podemos afirmar que o problema do traumatismo dentário deve ser abordado dentro dos territórios em uma determinada localidade, pois configuram uma visão como, reflexo das dinâmicas físicas, socioeconômicas e culturais do contexto local sendo uma realidade complexa e dinâmica, em permanente transformação. Segundo o Caderno de Atenção Básica, dos agravos em saúde bucal, o traumatismo dentário é característico da atenção prestada nos serviços de atenção básica, sendo considerado como um dos mais prevalentes nas comunidades, e por isso objeto de estudos epidemiológicos em virtude de sua prevalência e gravidade (BRASIL, 2006). O comprometimento estético causado pelo traumatismo dentário pode acarretar em um impacto psicológico e social de grande extensão, principalmente em jovens e adolescentes onde os principais aspectos relacionados com seu comportamento são a aparência, especialmente facial, onde os olhos e a boca têm relação direta, com a atração física, com a relação social e com o sucesso profissional, tornando-os insatisfeitos gerando-lhes problemas emocionais, transformando-os em seres infelizes. Em relação à predisposição ao trauma, pode ser citado que o paciente do gênero masculino (Carvalho, 2007), apresenta uma proporção de 2:1 em relação ao feminino, isso se dá pelo fato de uma maior presença em atividades de contato. Em relação às maloclusões não têm como predispor, pois isso é uma condição muito particular, que pode ocorrer por falta de orientação levando ao hábito de sucção de objetos e dedos ou por uma predisposição genética. Isso pôde ser visto em um estudo feito por Traebertt et al. (2004), onde confirmaram que escolares do sexo masculino com um sobresaliência maior que 5mm tiveram mais traumatismo dentário do que escolares do sexo feminino, com o mesmo de até 5mm. Mas em compensação não houve a associação com o nível de educação dos pais ou selamento labial, o que indica que isso dependerá do tipo de amostra, pois em um relato feito por Wanderlei (2003), indicou que para a não Saúde & Amb. Rev., Duque de Caxias, v.5, n.1, p.01-07, jan-jun 2010. Página 3

ocorrência ou a diminuição do trauma dental é necessário explicar aos responsáveis a importância do tratamento para a manutenção do dente decíduo na cavidade bucal e/ou sua reabilitação para o equilíbrio das dentições, assim como as seqüelas que este trauma pode ocasionar para os dentes permanentes que estão se formando. Vários autores indicam como fatores predisponentes ao traumatismo o tipo de oclusão e falta de proteção labial. Então, a prevenção ao traumatismo em dentes decíduos pode ser iniciada com a orientação dos hábitos de sucção do bebê, incentivando o aleitamento materno e evitando o hábito prolongado da sucção de chupeta (preferível que a sucção de polegar) e mamadeira, removendo-as antes que se instalem as maloclusões e alterações mio funcionais como protrusão dos incisivos superiores e falta de selamento labial, que facilitariam o trauma dos dentes ântero-superiores. A saúde geral também é a causa de limitações em atividades diárias, como dificuldade em morder alimentos e pronunciar determinadas palavras. Com estes fatos relatados, pode-se então minimizar a prevalência de traumatismo dentário no território indivíduo, com um programa de orientações de pais e professores enfatizando como poderão colaborar diante de um trauma dental, e à medida que há o crescimento da criança, orientá-las de forma lúdica envolvendo-a na importância da prevenção, objetivando sempre a qualidade de vida. Já para os jovens e adolescentes a abordagem poderá ser de forma clara, através de orientações verbais, questionamentos, palestras e brincadeiras lúdicas de acordo com a idade que possui tendo envolvimento no tema, e é primordial um acompanhamento a longo prazo e principalmente para a mudança de hábitos, por parte não só dos professores, mas, também, pela equipe de saúde, caracterizando desta forma uma ação intersetorial característica da promoção de saúde. Para que isso ocorra de forma homogenia se deve identificar a inter-relação familiar deste indivíduo, neste caso o território aqui trabalhado é o da família no tocante ao espaço físico e relações familiares. A melhor forma de identificação pode ser através do conhecimento do espaço físico em que vive. Para isso, o programa de saúde da família é de primordial importância, pela maior afinidade dos agentes comunitários com as famílias, pois como já se sabe, estes agentes são moradores da própria comunidade e que tem maior contato com os moradores, e estes são responsáveis pela conexão do indivíduo com o programa, onde uma das suas responsabilidades é fazer o controle e monitoramento no que diz respeito a sua saúde como um todo. Entretanto, outros aspectos também devem ser considerados, como por exemplo, a freqüência e a prevalência do trauma encontrado, o relacionamento e a personalidade dos pais de indivíduos portadores do trauma, o ambiente que mora e o desconhecimento destes para preservação do elemento dentário que sofreu traumatismo dentário. Sabe-se através de estudos, que a queda no primeiro ano de vida é pouco freqüente, pela presença quase que constante no colo de indivíduos que os resguardam. E que os traumas aumentam de acordo com os esforços da criança para se equilibrar, andar e posteriormente correr. Todo esse processo induz ao trauma, que se potencializa com um local inadequado, onde a presença de tapetes, chão escorregadio, móveis com presença de quinas, irregularidade do chão, mas também presença de pais portadores de vícios que na presença do álcool, por exemplo, se tornam pessoas altamente agressivas favorecendo o traumatismo dentário em seus filhos ou até mesmo nas esposas. Por isso é de extrema importância que o traumatismo dentário não seja julgado como uma especialidade endodontia ou pediátrica, pois neste caso o alcoolismo continuará mesmo após o tratamento do traumatismo dentário, desencadeando mais um fator a ser resolvido, que é o estado psicológico do agredido, que na maioria das vezes é ignorado. De forma indireta, o traumatismo dentário deve ser enfrentado por equipe composta de profissionais de diferentes áreas do saber. Ainda, no território família, mas com reflexo no indivíduo, o desconhecimento dos pais sobre a importância de intervir o mais rápido possível no traumatismo dentário, ainda é um fator complicador para o sucesso do tratamento. E quando ocorre a intervenção, nos deparamos com outros fatores: a falta de orientação para a realização de procedimentos de acompanhamento e controle. Isso de dá pela falta de informação do paciente e de seus pais, proveniente do contato com o cirurgião dentista que não teve formação que o aproximasse de tal realidade em sua graduação. As Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino de Graduação em Odontologia definem em seu Artigo 3º que: O curso de graduação em Odontologia tem como perfil do formando egresso/profissional o Cirurgião Dentista, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, para atuar em todos os níveis de atenção a saúde, com base no rigor técnico e científico. Capacitado ao exercício de Saúde & Amb. Rev., Duque de Caxias, v.5, n.1, p.01-07, jan-jun 2010. Página 4

atividades referentes à saúde bucal da população, pautado em princípios éticos, legais e na compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em beneficio da sociedade. É definido também no Artigo 5 parágrafo II: Atuar em todos os níveis de atenção a saúde, integrando-se em programas de promoção, manutenção, preservação, proteção e recuperação da saúde, sensibilizados e comprometidos com o ser humano, respeitando-o e valorizando-o. Podemos identificar que a demonstração da responsabilidade do cirurgião-dentista não se resume ao restabelecimento estético bucal, mas com a saúde do indivíduo como um todo. A deficiência de formação profissional se dá ainda na graduação onde se tem uma orientação em algumas Universidades, que visa o ensino com ênfase no enfrentamento curativo do cuidado em saúde bucal, e quando não, o trabalho feito para esse tipo de tratamento é de forma de extensão curricular, o que para muitos alunos é visto como uma perda de tempo ou para outros preconceituosos, o contato com pessoas mais carentes fica fora de seu padrão de relacionamento. O pensamento desses alunos, que muitas vezes pode ser entendido como reflexo de seus professores, não condiz com o que preconiza as Diretrizes Curriculares Nacionais. Talvez esse pensamento devesse ser reestruturado pelo aumento significativo da prevalência do traumatismo dentário e pela sua opção teoricamente particular, ser da área da saúde. A conseqüência do despreparo profissional é a mutilação pela perda dentária, causada pela presença de microorganismos e patologias reabsortivas. Com isso, como podemos querer que os indivíduos tenham uma melhora na qualidade de vida, se o próprio governo e as universidades também não disponibilizam suporte suficiente para a formação adequada do profissional. Mas será só culpa das entidades? Ou será também a falta de interesse pela situação e/ou a falta do conhecimento da freqüência do trauma dental. Recentemente, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação lançaram o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (PRÓ-SAÚDE), de modo a aproximar a academia do serviço a fim de oferecer uma melhor resposta aos problemas de saúde incluindo o traumatismo dentário. Talvez antes de orientar os pacientes como e onde ser encaminhado fosse melhor primeiro capacitar os profissionais, já que em vários estudos epidemiológicos, e também no Caderno de Atenção Básica pode ser evidenciado o aumento significativo dos traumatismos dentários, ressaltando ainda que os mesmos ocorram sem distinção de classe social. Por isso, é de fundamental importância que os cursos de Odontologia, Órgãos de Classe e os governos se mobilizem com campanhas educacionais sobre este assunto, divulgando informações através de cartazes, palestras para profissionais, pais e técnicos de centros esportivos, como o objetivo de orientar quanto à melhor conduta a ser tomada no prontoatendimento, uma vez que são estas pessoas que estarão em contato direto com a vítima de traumatismo dentário. Também é importante ressaltar sobre o território comunidade, que abarca os espaços comunitários, e em especial a escola, já que alguns estudos citam dentre os fatores ambientais estudados, o hábito de sucção de chupeta o mais relevante na associação com má oclusão. Com uma visão mais longínqua podemos ver que o início de um trauma dental acontece neste local que deveria ser utilizado para educação bucal, e que na verdade, em muitos casos, estimula formas indevidas de hábitos de vida, transformando-os em natural para as crianças, e acarretando posteriormente uma predisposição maior ao trauma dental. Outra questão importante ligada a este território diz respeito aos espaços ergonômicos. Uma escola que influencia de forma negativa não cuidando: da disposição de armários, agravado pela presença de pontas aguçadas, da colocação de pisos derrapantes, de escadas sem corre-mão, de goteiras em passagens (local escorregadio), da falta de equipamentos de proteção individual de funcionários, de pisos encerados em excesso, de objetos que obstruam as passagens, e/ou mal fixados acima da altura do corpo, de carteiras sem manutenção, e do acondicionamento de objetos em locais inadequados, podem fazer com que as crianças se prejudiquem. O prejudicar pode ser interpretado de diversas maneiras. Uma delas é que as crianças poderão se acidentar, e como conseqüências imediatas poder-se-ão verificar: o traumatismo dentário, a perda de aula, a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, o gasto com a compra de medicamento, pois nem sempre o mesmo está disponível na unidade pública de saúde; e a perda de dias de trabalho do cuidador. A outra maneira refere-se ao exemplo negativo de organização que a escola oferta aos seus estudantes que certamente carregarão para as suas vidas. Esta última age como modelo negativo Saúde & Amb. Rev., Duque de Caxias, v.5, n.1, p.01-07, jan-jun 2010. Página 5

e influencia diretamente a falta de qualidade de vida permanente, portanto, a promoção de saúde. Em conjunto com a educação inadequada, a precariedade de organização de uma área geográfica (comunidade propriamente dita), como falta de organização do fluxo de qualquer objeto de locomoção, unido ao analfabetismo de seus moradores, dificultando a leitura de placas de trânsito e identificação da sinalização, aumenta de forma clara e evidente a possibilidade de atropelamentos, e em conseqüência, o traumatismo dentário. Portanto, colocam-se então, desafios para uma ação coletiva para gerar benefícios através de tomada de decisões igualmente coletivas, negociação de conflitos, visando construir um patrimônio seguindo a tradição local tentando implementar e/ou substituir por possibilidades inovadoras, desencadeando assim, processos de construção de cidadania e promoção de saúde (IVALDO GEHLEN, 2004). O exposto acima evidencia que um território está diretamente ligado ao outro, assim o território indivíduo sofre a influência direta do território família e do comunitário, que se integram entre si. É de suma importância que as famílias e as escolas sejam espaços de exemplos positivos para permitir o cuidado no tocante ao traumatismo dentário, valorizando e respeitando os indivíduos, promovendo desta forma qualidade de vida. CONCLUSÃO Pode-se concluir que há a necessidade de se expandir a compreensão e a abordagem do traumatismo dental além da clínica odontológica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Andreasen, J.O. Etiology and Pathogenesis of traumatic dental injuries. A clinical study of 1298 cases. Scand J. Dental. Res. 1970; 78:329-42. 2. Andreasen, J.O. et AL. Texto Atlas Colorido de Traumatismo dentaleditora: Artmed. 2001. 3. Antunes, K. B., Alvim, M.; Machado, T.; Abad, E. Prevalência dos traumatismos dentários em cinco anos de Projeto Trauma. 22 Reunião Anual da ABPQO. Setembro, 2005; 19:36. 4. Bastos, J. V.; Côrtes, M.I.S.; Gonçalves, A.C.P. Avulsão dental: Manejo e tratamento emergencial dos casos encaminhados à clínica de traumatismos dentários da O-UFMG. Anais do 8 Encontro de Extensão da UFMG, Belo Horizonte, outubro, 2005. 5. Bamjee, J.F.; Lownie, P.E.; Cleaton- Jones,P.E.; Lownie, M.A. Maxilofacial Injuries in a Group of South Africans under 18 yearspf age. Br J. Oral MaxilofacSurg, 1996; 34: 298-302. 6. Blinkhorn, F.A. The actiology of dentoalveolar injuries and factors influencing attendance for emergency care adolescents in the North West of England. Endod Dent Traumatol. 2000; 16(4): 162-65. 7. Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica, n. 17. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 92 p. il. 8. Caldas Jr, A.F.; Burgos, M.E.A. A retropective study of traumatic dental injuries in a Brazilian dental trauma clinic. Dent Traumatol 2001:17(6): 250-53; 9. Carvalho, R. G. Estudo epidemiológico dos pacientes atendidos no projeto de trauma dental no período de 7 anos. 2007. 10. Côrtes, M.I.S.; Bastos, J.V. Tratamento das urgências em traumatismo dentário- São Paulo: Artes Médicas 2002; 391-408. 11. Delattre, J. P.; Resmond, R.F.; Allanche, C.; Perrin, M.; Michel, J.F.; Lê Berre, A. Dental injuries among school children ages from 6 to 15, in Rennes ( France). Endod Dental Traumatol 1994; 11(4): 186-8. 12. Gehlen, I.; Riela, A. Dinâmicas territoriais e desenvolvimento sustentável. Sociologias no.11. Porto Alegre Jan./June, 2004. 13. Hamilton, F.A.; Hill, F.J., Holloway, P.J. Na investigation of dento -alveolar Saúde & Amb. Rev., Duque de Caxias, v.5, n.1, p.01-07, jan-jun 2010. Página 6

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