adolescentes A agradabilidade de vozes disfónicas em Ana Catarina Bastos; Aldora Quintal; Paula Correia; Ana Paula Martins

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Transcrição:

A agradabilidade de vozes disfónicas em adolescentes Ana Catarina Bastos; Aldora Quintal; Paula Correia; Ana Paula Martins VII CONGRESSO NACIONAL APTF 2014

A agradabilidade da voz humana Propriedades acústicas da voz Agradabilidade de uma voz Cultura Fatores determinantes Desenvolvimento emocional e cognitivo do ouvinte Considerar uma identidade vocal a partir de uma imagem mental, baseada num julgamento de significações positivas ou negativas Exposição diária a vozes disfónicas (Freeman & Fawcus, 2004; Guimarães, 2007)

A agradabilidade de vozes disfónicas Disfonia Perturbação da qualidade vocal que põe em risco as habilidades comunicacionais Tipos de voz Áspero Soprado Aspirado Graus de severidade Ligeiro Moderado Severo Impacto psicossocial (Guimarães, 2007; Nogueira, 2010; Poletto & Fernandes, 2009)

Porquê da agradabilidade de vozes disfónicas em adolescentes? Impacto psicossocial da voz diferente devido à instabilidade vocal Conhecer se os adolescentes são sensíveis à qualidade da voz Escassez de estudos relativos a esta temática nesta população Pertinência do estudo Forte contributo para a orientação das práticas clínicas (Almeida & Behlau, 2009; Coslin, 2009; Eisentein, 2005; Fuchs, Fröehlich, Hentschel, Stuermer, Kruse & Knauft, 2007)

Objetivo Identificar e Comparar o grau de agradabilidade dos adolescentes face a vozes patológicas de diferentes tipos e graus, de acordo com o seu género e faixa etária

Método Estudo Variáveis Instrumentos Procedimentos Tratamento de Dados Descritivo e Comparativo Metodologia Transversal Amostragem disponível Concelhos de Odivelas e Almada (2014) Tipo de voz, grau de severidade, sexo e faixa etária Grau de agradabilidade de vozes disfónicas Questionário sociodemográfico Escala Visual Analógica (EVA) Corpus de vozes (9 femininas e 9 masculinas e 2 normais, classificadas por tipo e grau de severidade, validadas em focus groups (Marques, 2009; Figueiredo, 2013) Éticos: consentimento informado e garantia de anonimato SPPSS 19 Windows Estatística descritiva e inferencial (p 0,05)

Amostra Caracterização da amostra quanto ao sexo e grupo etário M = 14,63 A 103; 50,5% 101; 49,5% 204 Adolescentes M = 14,46 A Feminino Masculino Critérios de Inclusão Idade compreendida entre [10-19] anos* Sem perturbações neurológica, auditiva e visual 26 30 33 33 42 40 [10-12] [13-15] [16-19] *(WHO, 1986)

Vozes Femininas Vozes Masculinas Tipo de voz Grau de severidade Méd ± Dp Méd ± Dp t p-valor Ligeiro 6,18 ± 2,51 6,71 ± 2,49-3,44 0,00** Áspera Moderado 4,60 ± 2,50 4,07 ± 2,58 2,61 0,01** Severo 4,01 ± 2,42 2,33 ± 2,26 8,50 0,00** Ligeiro 6,70 ± 2,37 7,25 ± 2,43-2,92 0,00** Soprada Moderado 5,83 ± 2,37 2,39 ± 2,16 18,80 0,00** Severo 3,10 ± 2,20 2,03 ± 2,03 6,83 0,00** Ligeiro 4,34 ± 2,58 7,70 ± 2,14-16,50 0,00** Aspirada Moderado 4,45 ± 2,64 4,91 ± 2,57-2,09 0,04* Severo 1,97 ± 1,78 1,15 ± 1,59 7,50 0,00** Normal 5,68 ± 2,58 7,84 ± 2,12-7,00 0,00** N=204; *p 0,05; **p 0,01 Resultados t-student para o grau de agradabilidade para vozes masculinas e femininas A voz eufónica masculina a mais agradável Os adolescentes As vozes mais graves são mais intimistas (relação mais próxima) O ouvido consideraram humano tem Na alguma patologia, dificuldade no grau ligeiro em discriminar a voz masculina, de forma mantem reativa a maior uma grau voz de normal agradabilidade de uma de grau ligeiro de disfonia Nos graus moderado e severo, independentemente do tipo de voz, a voz feminina assume primazia na agradabilidade (Eadie & Bavlor, 2006; Fraccaro et al., 2013; Gampel et al., 2008; Guimarães, 2007)

testes de Friedman e Wilcoxon para o grau de agradabilidade dos diferentes graus de severidade de acordo com o tipo de voz Vozes Femininas Vozes Masculinas Tipo de voz Grau de severidade Friedman p-valor Friedman p-valor Áspera Soprada Aspirada N=204; **p 0,01 Ligeiro Moderado 94,88 0,00** 225,954 0,00** Severo Ligeiro Moderado 199,831 0,00** 264,56 p=0,39 0,00** Severo Ligeiro Moderado 155,67 p=0,68 0,00** 323,24 0,00** Severo Os adolescentes têm competência em julgar o grau de disfonia independentemente da voz ser masculina ou feminina ou do seu tipo

testes de Friedman e Wilcoxon para o grau de agradabilidade dos diferentes tipos de voz de acordo com o grau de severidade Grau de Severidade Ligeiro Moderado Severo N = 204; **p 0,01 Vozes Femininas Vozes Masculinas Tipo de voz Friedman p-valor Friedman p-valor Áspera Soprada 93,22 0,00** 32,40 0,00** Aspirada Áspera Soprada 47,76 0,00** 126,08 0,00** Aspirada Áspera Soprada 124,94 0,00** 68,97 0,00** Aspirada p=0,24 p=0,68 p=0,07 Os adolescentes são igualmente competentes no julgamento do tipo de voz independentemente do grau de severidade

t Student para o grau de agradabilidade dos adolescentes face a vozes patológicas femininas e masculinas, de acordo com o seu género Tipo de voz Áspera Soprada Aspirada Grau de severidade F Média ± Dp. Vozes Femininas M Média ± Dp. t p-valor F Média ± Dp. Vozes Masculinas M Média ± Dp. t p-valor Ligeiro 6,17±2,62 5,98±2,41 0,54 0,59 6,62±2,53 6,79±2,45-0,49 0,63 Moderado 4,39±2,67 4,80±2,30-1,19 0,24 4,08±2,60 4,06±2,57 0,05 0,96 Severo 3,83±2,43 4,16±2,40-0,97 0,33 2,22±2,13 2,42±2,38-0,64 0,52 Ligeiro 6,57±2,48 6,73±2,25-0,46 0,64 7,35±2,54 7,14±2,32 0,60 0,55 Moderado 5,49±2,66 6,15±2,00-2,00 0,06 2,27±2,11 2,50±2,20-0,76 0,45 Severo 3,01±2,28 3,18±2,13-0,54 0,59 1,68±1,78 2,37±2,19-2,49 0,01** Ligeiro 4,14±2,33 4,54±2,79-1,09 0,28 7,55±2,31 7,83±1,94-0,93 0,35 Moderado 3,96±2,66 4,92±2,52-2,64 0,01** 4,94±2,66 4,86±2,48 0,23 0,82 Severo 1,64±1,57 2,27±1,91-2,57 0,01** 1,01±1,51 1,28±1,65-1,22 0,22 Normal 5,61±2,59 6,17±4,97-1,01 0,31 7,66±2,20 8,01±2,03-1,17 0,25 N = 204; 101; 103; **p 0,01 O sexo feminino é mais exigente na análise da qualidade vocal, tanto para vozes femininas como masculinas, embora O grau de agradabilidade das vozes não depende do sexo dos adolescentes. maioritariamente sem significância estatística. Os resultados não corroboram com o estudo de Deal Almeida e Oyer e Behlau (1991,(2009) citados que por referem Gampel que et al., são 2008) os adolescentes que referem do que sexo as mulheres tendem a considerar vozes como mais agradáveis masculino que percecionam mais negativamente a sua VII Congresso voz e relatam Nacional maior APTF impacto na voz do que as raparigas.

Teste de Anova para o grau de agradabilidade dos adolescentes face a vozes femininas e masculinas, de acordo com a faixa etária Vozes Femininas Vozes Masculinas Tipo de voz Grau de severidade F p-valor F p-valor Ligeiro 2,82 0,06 4,08 0,02 Áspera Soprada Aspirada Moderado 0,01 0,99 0,90 0,41 Severo 1,55 0,21 1,31 0,27 Ligeiro 0,56 0,95 0,92 0,40 Moderado 0,54 0,58 0,68 0,51 Severo 0,19 0,83 0,68 0,51 Ligeiro 1,95 0,15 0,49 0,62 Moderado 0,25 0,79 0,08 0,92 Severo 0,38 0,68 2,63 0,75 Normal 2,89 0,06 1,43 0,24 N = 204; *p 0,05 O grau de agradabilidade das vozes é independente da faixa etária do adolescentes

Conclusão Os adolescentes julgam de forma distinta vozes masculinas e femininas. Na Eufonia a voz masculina é a mais agradável. Na voz patológica a voz feminina de grau moderado e severo são as mais agradáveis. Os adolescentes têm competência em diferenciar o tipo de voz e os graus de disfonia. O grau de agradabilidade dos adolescentes é independente do seu género e faixa etária.

Limitações do Estudo O julgamento da agradabilidade depende de muitos outros fatores para além da qualidade vocal: A prosódia O ritmo O estado emocional do participante no momento do julgamento A existência de diferenças nas vivências anteriores de exposição aos diferentes tipos de vozes Pesquisa futuras Grau de agradabilidade de vozes disfónicas Adolescentes com e sem experiência anterior de disfonia crónica Auto avaliação da qualidade vocal pelos adolescentes ao longo do seu processo de reabilitação vocal

Referências Bibliográficas Almeida, A. & Behlau, M. (2009). A autopercepção da voz do adolescente. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 14, 186-91. Coslin, P. (2009). Psicologia do Adolescente. Lisboa: Stória Editores. Eadie, T. & Baylor, C. (2006). The effect of perceptual training on inexperienced listeners judgments of dysphonic voice. Journal of Voice, 20, 527-544. Eisentein, E. (2005). Adolescência: definições, conceitos e critérios. Revista Adolescência & Saúde, 2, 23-25. Figueiredo, C. (2013). A agradabilidade dos diferentes tipos de voz em mulheres disfónicas (Monografia de licenciatura em Terapia da Fala). Almada: Escola Superior de Saúde Egas Moniz. Fraccaro, P.; O Connor, J.; Re, D.; Jones, C.; DeBruine, L. & Feinberg, D. (2013). Faking it: deliberately altered voice pitch and vocal attractiveness. Animal Behaviour, 85, 127-136. Freeman, M. & Fawcus, M. (2004). Distúrbios da voz e seu tratamento (3ª ed.). São Paulo: Santos Editora. Fuchs M, Fröehlich M, Hentschel B, Stuermer IW, Kruse E, Knauft D. Predicting mutation change in the speaking voice of boys. Journal of Voice. 2007; 21(2):169-78. Gampel, D.; Karsch, U. & Ferreira, L. (2008). Agradabilidade da voz de sujeitos idosos professores e não professores. Revista Kairós, 11, 215-234. Guimarães, I. (2007). A Ciência e a arte da voz humana. Alcoitão: Escola Superior de Saúde de Alcoitão. Marques, I. (2009). Impacto da psicodinâmica vocal (Monografia de licenciatura em Terapia da Fala). Almada: Escola Superior Saúde Egas Moniz. Nogueira, V. (2010). Psicodinâmica vocal e audiovisualização da voz: Práticas da clínica fonoaudiologica a serviço da ação vocal cénica. Pós- Graduação em Artes, Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. Poletto, T. & Fernandes, M. (2009). Sons para sonhar. Sonhos para ouvir: as radionovelas e a mágica da palavra falada no radio. IDE, 49, 135-147. WHO, World Health Organization. (1986). Young people s health - a challenge for society. Report of a WHO study group on young people and health for all. Technical Report Series, 731. Geneva.

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