UMA ABORDAGEM CONCEITUAL E DESCOMPLICADA SOBRE OS CRIMES CONTRA A HONRA

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UMA ABORDAGEM CONCEITUAL E DESCOMPLICADA SOBRE OS CRIMES CONTRA A HONRA Ivan Carlos De Lorenci RESUMO O presente estudo aborda de maneira simples quais são os crimes contra a honra e quais as consequências relativas à impropriedade de se atacar a honra de alguém. Honra é o profundo sentimento de grandeza, de glória, de virtude e de probidade que cada um faz de si próprio, portanto a questão é sensivelmente subjetiva, haja vista que cada ser humano tem embutido em seu subconsciente a valoração de seus atributos personalíssimos. Assim, a ofensa a qualquer de seus atributos pessoais se caracteriza como fato típico e antijurídico e, desta forma, requer punição ao ofensor por parte do Estado, que tem obrigação precípua de tutelar a individualidade de cada pessoa. Os crimes contra honra são denominados e punidos pela lei como calúnia, injúria e difamação, os quais serão abordados neste estudo. PALAVRAS-CHAVE: Honra, Moral, Calúnia, Difamação e Injúria. ABSTRACT The present study aproaches in a very simple way which are the crimes against the honor and the consequences related to the impropriety to attack the someone's honor. Honor is the deep feeling of greatness, glory, virtue and the probity that each one makes from itself, so the point is perceptibly O presente ar go é uma adaptação de um estudo publicado pelo autor em 2002 no site jurídico www.direitonet.com.br sob o tulo Dos Crimes Contra a Honra Reflexão. O autor possui Graduação e Pós-Graduação em nível de Especialização em Direito Penal e Processual Penal pelo Centro Universitário do Espírito Santo - UNESC. É servidor Técnico Administra vo efe vo do Ins tuto Federal do Espírito Santo - IFES/Campus/Cola na e professor de Direito Trabalhista e Tributário dos Cursos do PRONATEC do mesmo Ins tuto Federal. Castelo Branco Científi ca - Ano III - Nº 06 - julho/dezembro de 2014 - www.castelobrancocientifi ca.com.br 1

subjective, considering each human being has in the subconscious the value of their personal attributes. This, the offense to any of the personal attributes characterizes as atypical fact and anti-law and, this way, it recquires punishment to the offender by the state, which has the primary obligation to protect the individuality of each person. This crimes against honor that are nominate and punishment by the law as slander, injury and defamation, which on will be approached in this study. KEYWORDS: Honor, Ethical, Slander, Defamation and Injury INTRODUÇÃO A honra, na concepção comum, é o conjunto de atributos morais, intelectuais e físicos de uma pessoa, porém esse conceito é muito singelo consoante à importância do atributo honra para o ser humano. Desta forma há que se caracterizar a honra em objetiva e subjetiva. Objetiva porque diz respeito ao conceito que os outros fazem de alguém, portanto quem ataca a honra objetiva de outra pessoa também estará criando uma situação em que poderá acarretar uma mudança de conceito da sociedade em relação à pessoa ofendida. Quanto à honra subjetiva, podemos equacionar na forma do sentimento e no juízo que cada um faz de si mesmo. Esta é dividida em honra-dignidade, que diz respeito às qualidades morais da pessoa; e honra-decoro que preza pelas qualidades intelectuais e físicas. Justamente por ser tão importante para cada pessoa é que a honra tem capítulo especial no Código Penal Pátrio, que caracteriza os crimes contra a honra em Calúnia, Difamação e Injúria. 1 - CALÚNIA é imputar falsamente fato tipificado como criminoso a alguém, ou seja, atribuir a algum indivíduo a responsabilidade pela prática de algum fato previsto como criminoso. Não importa se a manifestação se refere a crime de ação pública ou privada(em regra é privada), importa, sim, a atribuição de um fato concreto pelo caluniador responsabilizando o caluniado pela autoria do fato. A calúnia se consuma quando o fato propagado chega ao conhecimento de uma terceira pessoa, mesmo porque, se trata de crime que atinge a honra objetiva. A tentativa é possível desde que, uma vez iniciada a execução, por alguma circunstância alheia a Castelo Branco Científi ca - Ano III - Nº 06 - julho/dezembro de 2014 - www.castelobrancocientifi ca.com.br 2

vontade do agente, a consumação não se efetiva. A calúnia verbal não admite a tentativa, pois, ou o agente profere a ofensa e o crime está consumado, ou não o faz e, nesse caso, o fato é atípico. Na forma escrita, entretanto, a tentativa é admissível, como, por exemplo, no caso da carta contendo a calúnia que se extravia (GONÇALVES, 2011, p. 238). Na calúnia é possível a aplicação da exceção da verdade, ou seja, a possibilidade do sujeito que cometeu um crime tido como calunioso, provar a veracidade do fato imputado. Se o agente provar que o fato realmente ocorreu, este deverá ser absolvido por falta de tipicidade. Entretanto, o 3º, incisos I, II e III do art. 138 do Código Penal, possui algumas exceções, casos em que mesmo sendo verdadeiras as suas acusações não se admitirá a prova da verdade. As exceções são as seguintes: 1. Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; 2. Se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; 3. Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. Os indicados no nº I do art. 141 do CP são: Presidente da República, ou chefe de governo estrangeiro. A retratação é cabível se o ofensor se retrata cabalmente da calúnia imputada e, neste caso, ficará isento de pena. A calúnia está prevista no Código Penal em seu Art. 138, com pena de detenção de seis meses a dois anos e multa. 2 DIFAMAÇÃO é difamar alguém propagando fato que atente contra a sua reputação. Neste caso a ofensa está em prejudicar a boa reputação da vítima, deve-se observar ainda que mesmo que a manifestação seja verdadeira, ainda assim persistirá o crime. A difamação também fere a honra objetiva porque ataca justamente o conceito que os outros fazem da vítima quanto a sua reputação. Se consuma quando o fato chega ao conhecimento de terceiro e quem, Castelo Branco Científi ca - Ano III - Nº 06 - julho/dezembro de 2014 - www.castelobrancocientifi ca.com.br 3

sabendo do fato, o propaga, também incorrerá em difamação. Desta forma, objetivamente falando, as pessoas não devem fazer considerações com outros de fatos negativos de que tenham conhecimento sobre uma ou outra pessoa. Na difamação também cabe a aplicação da exceção da verdade, porém somente se o ofendido é funcionário público e a situação ocorreu em razão do exercício da sua função. Neste caso é interesse do Estado a apuração dos fatos. A retratação é cabível se o ofensor se retrata cabalmente da difamação imputada e, neste caso, ficará isento de pena. A difamação é punível conforme o Art. 139 do Código Penal com detenção de três meses a um ano e multa. 3 - INJÚRIA é atribuir a alguém qualidade negativa ofensiva a sua dignidade ou decoro. Aqui não se fala em fato determinado, deve-se observar a manifestação de desrespeito com a vítima, atribuindo-lhe valores depreciativos quanto à sua pessoa ou à sua honra subjetiva. A dignidade é atingida toda vez que se ataca às qualidades morais da pessoa. O decoro diz respeito às suas qualidades físicas e intelectuais. A injúria apresenta três situações: injúria simples, que é a prevista no caput do art. 140, ou seja, a injúria estará caracterizada se houver ofensa à dignidade ou ao decoro da pessoa que se pretende ofender. Como qualificadoras do crime temos a injúria real ( 2º do art. 140) e a injúria preconceituosa ( 3º do art. 140) que são apresentadas no Código Penal como situações que agravam a pena do ofensor. A injúria pode ser qualificada como real quando o ofensor escolhe como caminho para ofender a vítima uma simples agressão. Portanto, para a sua configuração é importante que a injúria consista em violência ou vias de fato, de modo que seja recriminável e que cause ofensa à honra subjetiva. Outra qualificadora é a injúria preconceituosa que consiste na utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. Aqui, não se deve confundir a injúria qualificada pelo preconceito com o racismo. O racismo consiste em separar alguém em virtude de raça, cor ou da religião. A injúria preconceituosa é executada mediante palavrões, xingamentos, tocantes à raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de Castelo Branco Científi ca - Ano III - Nº 06 - julho/dezembro de 2014 - www.castelobrancocientifi ca.com.br 4

deficiência. A injúria se consuma no momento em que a vítima se sente ofendida, visto que o crime tem natureza pessoal. A injúria está prevista no Código Penal no Art. 140, punível em regra com detenção de um a seis meses, ou multa. Portanto, é um insulto que macula a honra subjetiva, arranhando o conceito que a vítima faz em si mesma (NUCCI, 2011, p. 694). Cumpre salientar que na injúria não se aplica o instituto da retratação. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nestas breves considerações, cumpre observar algumas lições práticas: 1 Não se deve ferir a honra de uma pessoa, seja ela objetiva ou subjetiva. 2 Nos crimes contra a honra a consumação ocorre quando a ofensa chega ao conhecimento de terceiros, nos casos de calúnia e difamação, e quando a ofensa chega ao conhecimento da vítima, no caso de injúria. 3 Não se deve propagar fato tipificado como crime a alguém, sendo este fato sabidamente falso. 4 Não se deve propagar fato que possa causar prejuízo à reputação de alguém. 5 Não se deve desrespeitar quem quer que seja com ofensas às suas qualidades e aos seus sentimentos. As pessoas se caracterizam por suas atitudes e manifestações, desta forma há que se respeitar a individualidade de cada um, seus defeitos e suas qualidades. A incolumidade física e moral deve ser protegida de toda e qualquer ofensa. A honra, portanto, tem que ser respeitada por ser atributo moral de caráter personalíssimo e o Estado, como garantidor da ordem e da justiça, tem o dever de tutelar quem se sentir atingido em sua honra, evitando que crimes como calúnia, difamação e injúria agridam a valoração moral e pessoal de cada indivíduo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BITTENCOURT, César Roberto. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2002. Castelo Branco Científi ca - Ano III - Nº 06 - julho/dezembro de 2014 - www.castelobrancocientifi ca.com.br 5

BRASIL. Código Penal. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Vademecum. São Paulo: Saraiva, 2013. CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte Especial. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Penal Esquematizado: Parte Especial. São Paulo: Saraiva, 2011. JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002. LORENCI, Ivan Carlos De. Dos Crimes Contra a Honra Reflexão. https://www. direitonet.com.br, 2002. MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 18ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal: Parte Especial. 7. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. Castelo Branco Científi ca - Ano III - Nº 06 - julho/dezembro de 2014 - www.castelobrancocientifi ca.com.br 5