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SENTENÇA. Justiça Gratuita. Juiz(a) de Direito: Dr(a). Renata Vaitkevicius Santo André Vitagliano. Vistos.

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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA MANUTENÇÃO DO COLABORADOR E DO APOSENTADO NO PLANO DE SAÚDE

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OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS DAS OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE

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Dados Básicos. Ementa. Íntegra. Fonte: Tipo: Acórdão STJ. Data de Julgamento: 19/03/2013. Data de Aprovação Data não disponível

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Transcrição:

AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.647.737 - SP (2017/0008305-2) RELATOR AGRAVANTE AGRAVADO : MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA : JAIME GOUVEIA DE PAULA : ROSA MARIA PIAGNO - SP244998 : BRADESCO SAUDE S/A : ALESSANDRA MARQUES MARTINI E OUTRO(S) - SP270825 EMENTA PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE COLETIVO EMPRESARIAL. MANUTENÇÃO DE EX-EMPREGADO, APOSENTADO OU DEMITIDO SEM JUSTA CAUSA. CONTRIBUIÇÃO. NECESSIDADE. COPARTICIPAÇÃO. IRRELEVÂNCIA. DECISÃO MANTIDA. 1. "Nos termos dos arts. 30, 6º, e 31, 2º, da Lei nº 9.656/1998, não é considerada contribuição a coparticipação do consumidor, única e exclusivamente, em procedimentos, como fator de moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou hospitalar" (REsp 1.594.346/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 9/8/2016, DJe 16/8/2016). 2. Agravo interno a que se nega provimento. ACÓRDÃO A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Marco Buzzi, Luis Felipe Salomão, Raul Araújo e Maria Isabel Gallotti (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília-DF, 20 de abril de 2017(Data do Julgamento) Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA Relator Documento: 1592884 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2017 Página 1 de 9

AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.647.737 - SP (2017/0008305-2) RELATOR AGRAVANTE AGRAVADO : MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA : JAIME GOUVEIA DE PAULA : ROSA MARIA PIAGNO - SP244998 : BRADESCO SAUDE S/A : ALESSANDRA MARQUES MARTINI E OUTRO(S) - SP270825 RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA (Relator): Trata-se de agravo interno (e-stj fls. 211/221), interposto contra decisão desta relatoria que deu provimento ao recurso especial para julgar improcedente o pedido contido na inicial. Em suas razões, o agravante alega que a lei prevê o recolhimento de uma contribuição, não a obrigatoriedade de pagamento mensal. Sustenta que, nos termos do art. 31 da Lei n. 9.656/1998, os requisitos para a manutenção do benefício são: contribuição para o plano durante 10 (dez) anos e custeio integral pelo beneficiário após a aposentadoria. Afirma não se poder interpretar o art. 458 da CLT de forma a prejudicar o direito do trabalhador, do consumidor ou do aposentado. Além disso, de acordo com seu entendimento, sua manutenção no plano de saúde não acarretará prejuízo à ex-empregadora nem à empresa mantenedora do plano. Ao final, pede a reconsideração da decisão monocrática, ou a apreciação do agravo pelo Colegiado. A agravada apresentou contrarrazões (e-stj fls. 225/239). É o relatório. Documento: 1592884 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2017 Página 2 de 9

AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.647.737 - SP (2017/0008305-2) RELATOR AGRAVANTE AGRAVADO : MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA : JAIME GOUVEIA DE PAULA : ROSA MARIA PIAGNO - SP244998 : BRADESCO SAUDE S/A : ALESSANDRA MARQUES MARTINI E OUTRO(S) - SP270825 EMENTA PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE COLETIVO EMPRESARIAL. MANUTENÇÃO DE EX-EMPREGADO, APOSENTADO OU DEMITIDO SEM JUSTA CAUSA. CONTRIBUIÇÃO. NECESSIDADE. COPARTICIPAÇÃO. IRRELEVÂNCIA. DECISÃO MANTIDA. 1. "Nos termos dos arts. 30, 6º, e 31, 2º, da Lei nº 9.656/1998, não é considerada contribuição a coparticipação do consumidor, única e exclusivamente, em procedimentos, como fator de moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou hospitalar" (REsp 1.594.346/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 9/8/2016, DJe 16/8/2016). 2. Agravo interno a que se nega provimento. Documento: 1592884 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2017 Página 3 de 9

AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.647.737 - SP (2017/0008305-2) RELATOR AGRAVANTE AGRAVADO : MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA : JAIME GOUVEIA DE PAULA : ROSA MARIA PIAGNO - SP244998 : BRADESCO SAUDE S/A : ALESSANDRA MARQUES MARTINI E OUTRO(S) - SP270825 VOTO O EXMO. SR. MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA (Relator): A insurgência não merece acolhida. O agravante não trouxe nenhum argumento capaz de afastar os termos da decisão agravada, motivo pelo qual deve ser mantida por seus próprios fundamentos (e-stj fls. 205/207): Trata-se de recurso especial interposto contra acórdão do TJSP, o qual recebeu a seguinte ementa (e-stj fl. 142): PLANO DE SAÚDE EMPREGADO QUE OBTINHA O BENEFÍCIO PELO SISTEMA DE COPARTICIPAÇÃO VISÃO DE QUE AS MENSALIDADES CONFIGURARIAM SALÁRIO INDIRETO VIABILIDADE POSIÇÃO DO MAGNÍFICO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - LEI DE REGÊNCIA QUE ADMITE DEFERIMENTO CONFORME 6º, DO ART.30 VIÁVEL APLICAÇÃO DO ART.31 DA LEI 9.656/98 - DECISÃO CONFIRMADA APELO DESPROVIDO. Nas razões recursais (e-stj fls. 145/159), fundamentadas no art. 105, III, "a" e "c", da CF, a recorrente alega, além de divergência jurisprudencial, ofensa aos arts. 458, 2º, IV, da CLT, 30, 6º, e 31 da Lei n. 9.656/1998, sustentando que seria indevida a manutenção de ex-empregado no plano de saúde coletivo empresarial após a extinção do contrato de trabalho, uma vez que o autor não pagava prêmio mensal para custeio do plano de saúde. Contrarrazões apresentadas pelo recorrido (e-stj fls. 187/196). É o relatório. Decido. Extraem-se as seguintes razões de decidir do acórdão impugnado (e-stj fl. 143). Aqui é a questão de meridiana clareza: inda que não existira contribuição pelo empregado, o empregador o fazia - e malgrado a coparticipação não estar contemplada na Lei de Regência para possibilitar a continuidade do Plano, ou do Seguro, nosso esplêndido S.T.J. entende em contrário. Dizer que isso é salário indireto como realizado pelo R. decisum ressumbra acolhida ao entendimento superior - e ante isso há que ser mantido. O entendimento do Tribunal de origem está em confronto com a jurisprudência desta Corte, que em recente julgado se posicionou no sentido de que "os valores pagos pelo ex-empregado, única e exclusivamente, a título de coparticipação ou franquia em procedimentos, como fator de moderação na utilização dos serviços, não caracterizam contribuição e, consequentemente, não ensejam o exercício do direito de manutenção no plano de saúde coletivo empresarial previsto nos artigos 30 e 31 da Lei 9.656/98" (REsp n. 1.608.346/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/10/2016, DJe 30/11/2016). Neste mesmo julgado, o colegiado entendeu que "o custeio do plano de saúde coletivo empresarial pelo empregador/estipulante não se subsume ao conceito de Documento: 1592884 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2017 Página 4 de 9

salário-utilidade (salário in natura), por não ostentar a característica da comutatividade, ou seja, não configura retribuição ao trabalho prestado pelo empregado. Cuida-se de incentivo, de caráter assistencial, concedido por alguns empregadores com o objetivo de garantir a assiduidade, a eficiência e a produtividade dos empregados, não podendo, portanto, ser considerado salário indireto". Segue ementa: RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. MANUTENÇÃO DO EX-EMPREGADO DEMITIDO SEM JUSTA CAUSA (E SEUS DEPENDENTES) NA CONDIÇÃO DE BENEFICIÁRIOS DO PLANO DE SAÚDE COLETIVO EMPRESARIAL. HIPÓTESE EM QUE A CONTRIBUIÇÃO FORA CUSTEADA INTEGRALMENTE PELO EMPREGADOR/ESTIPULANTE. 1. O ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa que contribuiu para plano privado de assistência à saúde - em decorrência de vínculo empregatício -, tem direito a ser mantido na condição de beneficiário, nas mesmas condições da cobertura assistencial que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o pagamento integral da contribuição (mensalidade/prêmio) devida à operadora (artigos 30 e 31 da Lei 9.656/98). 2. O conceito de contribuição abrange apenas as quantias destinadas ao custeio, parcial ou integral, da própria mensalidade ou do prêmio cobrado pela operadora de plano de saúde, independentemente da efetiva utilização de serviços médicos ou odontológicos. Tal definição alcança ainda o pagamento fixo mensal realizado pelo ex-empregado com o intuito de upgrade, isto é, acesso a rede assistencial superior em substituição ao plano originalmente disponibilizado pelo empregador, para o qual não havia participação financeira do usuário. Inteligência dos artigos 2º e 6º da Resolução Normativa ANS 279/2011 e da Súmula Normativa ANS 8/2005. 3. De outro lado, em se tratando de plano privado de assistência à saúde integralmente custeado pelo empregador/estipulante, as quantias despendidas pelo ex-empregado, única e exclusivamente, a título de coparticipação (percentual incidente sobre as despesas médicas/odontológicas efetivamente realizadas pelo usuário), como fator de moderação na utilização dos serviços, não caracterizam contribuição a ensejar a incidência da benesse legal. Exegese defluente do 6º do artigo 30 da Lei 9.656/98. 4. Ademais, o custeio do plano de saúde coletivo empresarial pelo empregador/estipulante não se subsume ao conceito de salário-utilidade (salário in natura), por não ostentar a característica da comutatividade, ou seja, não configura retribuição ao trabalho prestado pelo empregado. Cuida-se de incentivo de caráter assistencial concedido por alguns empregadores com o objetivo de garantir a assiduidade, a eficiência e a produtividade dos empregados, não podendo, portanto, ser considerado salário indireto. 5. Nesse contexto, os ex-empregados não contributários - aqueles que não realizam pagamento sequer parcial de prêmio ou mensalidade do plano de saúde coletivo empresarial, limitando-se ao pagamento de coparticipação - não fazem jus ao direito de continuidade da cobertura assistencial após o término do vínculo empregatício. Precedente da Terceira Turma: REsp 1.594.346/SP, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em 09.08.2016, DJe 16.08.2016. 6. Recurso especial provido para julgar improcedente a pretensão deduzida na inicial. (REsp 1608346/SP, Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/10/2016, DJe 30/11/2016) Nesse mesmo sentido: AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CIVIL. PLANO DE SAÚDE COLETIVO EMPRESARIAL. EX-EMPREGADO APOSENTADO. ASSISTÊNCIA MÉDICA. MANUTENÇÃO. ART. 31 DA LEI Nº 9.656/1998. REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS. CONTRATO DE TRABALHO. Documento: 1592884 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2017 Página 5 de 9

VIGÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA DO EMPREGADOR. 1. É assegurado ao trabalhador demitido sem justa causa ou ao aposentado que contribuiu para o plano de saúde em decorrência do vínculo empregatício o direito de manutenção como beneficiário nas mesmas condições de cobertura assistencial que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral (arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656/1998). 2. Nos planos de saúde coletivos custeados exclusivamente pelo empregador não há direito de permanência do ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa como beneficiário, salvo disposição contrária expressa, prevista em contrato ou em convenção coletiva de trabalho, sendo irrelevante a tão só existência de coparticipação, pois esta não se confunde com contribuição. 3. Agravo interno não provido. (AgInt no REsp n. 1.593.594/SP, Relator Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/11/2016, DJe 25/11/2016.) Nesse contexto, tendo o plano de saúde sido financiado por mera co-participação do beneficiário, não ficam caracterizados, no caso, os requisitos necessários para a manutenção do ora recorrido nas mesmas condições do plano de saúde coletivo de quando empregado. Diante do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso especial para julgar improcedente o pleito requerido na inicial. Condeno a parte autora a arcar com as custas e os honorários advocatícios, arbitrados em 20% sobre o valor da causa, observada eventual concessão de justiça gratuita. Publique-se e intimem-se. Conforme consignado na decisão agravada, a Terceira e a Quarta Turmas deste Tribunal Superior consolidaram o entendimento de que a coparticipação não é considerada contribuição para fins de manter, como beneficiário do plano de saúde formalizado em decorrência de vínculo empregatício, o ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa. Nesse sentido, ainda: DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO DE SAÚDE COLETIVO EMPRESARIAL. EMPREGADO APOSENTADO. DEMITIDO SEM JUSTA CAUSA. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 282/STF. PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA DO CONSUMIDOR. CONTRIBUIÇÃO. NECESSIDADE. COPARTICIPAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Ação de obrigação de fazer ajuizada em 16.04.2014. Recurso especial concluso ao gabinete em 23.09.2016. Julgamento: CPC/73. 2. A centralidade do recurso especial é apreciar o direito da recorrida em permanecer, após o término do seu vínculo de emprego, no plano de saúde coletivo empresarial disponibilizado aos funcionários do Banco Bradesco S/A, por tempo indeterminado e nas mesmas condições do plano que vigorava quando estava na ativa, mediante o pagamento integral da mensalidade. 3. A ausência de decisão acerca dos argumentos invocados pela recorrente e dos dispositivos legais indicados como violados, impede o conhecimento do recurso especial. 4. A Lei 9.656/98, regulamentada pela RN 279/2011, impôs a participação financeira do consumidor para o custeio da contraprestação do plano de saúde coletivo empresarial, para assegurar o direito de manutenção como beneficiários de plano coletivo empresarial para ex-empregados, demitidos sem Documento: 1592884 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2017 Página 6 de 9

justa causa ou aposentados, nas mesmas condições de cobertura assistencial quando da vigência do contrato de trabalho. 5. Para a continuidade do ex-empregado, demitido sem justa causa ou aposentado, como beneficiário de plano de saúde empresarial decorrente de seu extinto vínculo empregatício, é necessária a configuração de sua contribuição, sendo desconsiderada como tal sua coparticipação, "única e exclusivamente, em procedimentos, como fator de moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou hospitalar" (art. 30, 6º da Lei 9.656/98). 6. Na hipótese, "a ausência de contribuição direta por parte do empregado" e a coparticipação "quando da utilização efetiva de serviços médico-hospitalares e odontológicos", não atendem aos requisitos legais para a manutenção da recorrida como beneficiária do plano de saúde coletivo disponibilizado aos funcionários do Banco Bradesco S/A. Precedentes. 7. Recurso especial conhecido parcialmente, e nessa parte, provido. (REsp 1592581/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/03/2017, DJe 21/03/2017.) AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CIVIL. PLANO DE SAÚDE COLETIVO EMPRESARIAL. EX-EMPREGADO APOSENTADO. MANUTENÇÃO DA ASSISTÊNCIA MÉDICA. ART. 31 DA LEI Nº 9.656/1998. REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS. VIGÊNCIA DO CONTRATO DE TRABALHO. CONTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA DO EMPREGADOR. COPARTICIPAÇÃO DO USUÁRIO. IRRELEVÂNCIA. FATOR DE MODERAÇÃO. SALÁRIO INDIRETO. DESCARACTERIZAÇÃO. 1. É assegurado ao trabalhador demitido sem justa causa ou ao aposentado que contribuiu para o plano de saúde em decorrência do vínculo empregatício o direito de manutenção como beneficiário nas mesmas condições de cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral (arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656/1998). 2. Nos planos de saúde coletivos custeados exclusivamente pelo empregador não há direito de permanência do ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa como beneficiário, salvo disposição contrária expressa, prevista em contrato ou em convenção coletiva de trabalho, sendo irrelevante a tão só existência de coparticipação, pois esta não se confunde com contribuição. 3. O plano de assistência médica, hospitalar e odontológica concedido pelo empregador não pode ser enquadrado como salário indireto, sejam os serviços prestados diretamente pela empresa ou por determinada operadora (art. 458, 2º, IV, da CLT). Com efeito, o plano de saúde fornecido pela empresa empregadora, mesmo a título gratuito, não possui natureza retributiva, não constituindo salário-utilidade (salário in natura), sobretudo por não ser contraprestação ao trabalho. Ao contrário, referida vantagem apenas possui natureza preventiva e assistencial, sendo uma alternativa às graves deficiências do Sistema Único de Saúde (SUS), obrigação do Estado. 4. Agravo interno não provido. (AgInt no REsp 1603757/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/02/2017, DJe 24/02/2017.) AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CIVIL. PLANO DE SAÚDE COLETIVO EMPRESARIAL. EX-EMPREGADO APOSENTADO. ASSISTÊNCIA MÉDICA. MANUTENÇÃO. ART. 31 DA LEI 9.656/98. REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS. CONTRATO DE TRABALHO. VIGÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA DO EMPREGADOR. 1. A Quarta Turma, em recente julgado, posicionou-se no sentido de que "os valores pagos pelo ex-empregado, única e exclusivamente, a título de coparticipação ou franquia em procedimentos, como fator de moderação na utilização dos serviços, não caracterizam contribuição e, consequentemente, não ensejam o exercício do direito de manutenção no plano de saúde coletivo empresarial previsto nos Documento: 1592884 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2017 Página 7 de 9

artigos 30 e 31 da Lei 9.656/98" (REsp 1.608.346/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/10/2016, DJe de 30/11/2016) 2. No caso, tendo o plano de saúde sido financiado integralmente pela ex-empregadora, não estão caracterizados os requisitos necessários para sua manutenção nas mesmas condições do plano de saúde coletivo de quando empregado. 3. Agravo interno não provido. (AgInt no AgInt no REsp 1615164/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 21/02/2017, DJe 14/03/2017.) No caso, não houve insurgência acerca do fato de o agravante não ter contribuído através do pagamento de mensalidade para o plano. Logo não tem direito à manutenção requerida. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo interno. É como voto. Documento: 1592884 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2017 Página 8 de 9

CERTIDÃO DE JULGAMENTO QUARTA TURMA AgInt no Número Registro: 2017/0008305-2 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.647.737 / SP Números Origem: 10182502820148260405 20160000040323 PAUTA: 20/04/2017 JULGADO: 20/04/2017 Relator Exmo. Sr. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA Presidente da Sessão Exma. Sra. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS PESSOA LINS Secretária Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI AUTUAÇÃO RECORRENTE : BRADESCO SAUDE S/A : ALESSANDRA MARQUES MARTINI E OUTRO(S) - SP270825 RECORRIDO : JAIME GOUVEIA DE PAULA : ROSA MARIA PIAGNO - SP244998 ASSUNTO: DIREITO DO CONSUMIDOR - Contratos de Consumo - Planos de Saúde AGRAVO INTERNO AGRAVANTE : JAIME GOUVEIA DE PAULA : ROSA MARIA PIAGNO - SP244998 AGRAVADO : BRADESCO SAUDE S/A : ALESSANDRA MARQUES MARTINI E OUTRO(S) - SP270825 CERTIDÃO Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Marco Buzzi, Luis Felipe Salomão, Raul Araújo e Maria Isabel Gallotti (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator. Documento: 1592884 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 28/04/2017 Página 9 de 9