Manual do Professor Direito Aplicado a Cursos Técnicos



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Transcrição:

Manual do Professor

10 Manual do Professor 2 1. Introdução Por muito tempo, a educação profissional foi desprezada e considerada de segunda classe. Atualmente, a opção pela formação técnica é festejada, pois alia os conhecimentos do saber fazer com a formação geral do conhecer e do saber ser ; é a formação integral do estudante. Este livro didático é mais uma ferramenta para a formação integral, pois alia o instrumental para aplicação prática com as bases científicas e tecnológicas, ou seja, permite aplicar a ciência em soluções do dia a dia. Além do livro, compõe esta formação do técnico o preparo do professor, as práticas laboratoriais, o estágio, a visita técnica e outras atividades inerentes a cada plano de curso. Dessa forma, o livro, com sua estruturação pedagogicamente elaborada, é uma ferramenta altamente relevante, pois é fio condutor dessas atividades formativas. Ele está contextualizado com a realidade, as necessidades do mundo do trabalho, os arranjos produtivos, o interesse da inclusão social e a aplicação cotidiana. Essa contextualização elimina a dicotomia entre atividade intelectual e atividade manual, pois não só prepara o profissional para trabalhar em atividades produtivas, mas também com conhecimentos e atitudes, com vistas à atuação política na sociedade. Afinal, é desejo de todo educador formar cidadãos produtivos. Outro valor pedagógico acompanha esta obra: o fortalecimento mútuo da formação geral e da formação específica (técnica). O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) tem demonstrado que os alunos que estudam em um curso técnico tiram melhores notas, pois ao estudar para resolver um problema prático ele aprimora os conhecimentos da formação geral (química, física, matemática, etc.); e ao contrário, quando estudam uma disciplina geral passam a aprimorar possibilidades da parte técnica.

Pretendemos contribuir para resolver o problema do desemprego, preparando os alunos para atuar na área científica, industrial, de transações e comercial, conforme seu interesse. Por outro lado, preparamos os alunos para ser independentes no processo formativo, permitindo que trabalhem durante parte do dia no comércio ou na indústria e prossigam em seus estudos superiores no contraturno. Dessa forma, podem constituir seu itinerário formativo e, ao concluir um curso superior, serão robustamente formados em relação a outros, que não tiveram a oportunidade de realizar um curso técnico. Por fim, este livro pretende ser útil para a economia brasileira, aprimorando nossa força produtiva ao mesmo tempo em que dispensa a importação de técnicos estrangeiros para atender às demandas da nossa economia. 1.1 Por que a Formação Técnica de Nível Médio É Importante? O técnico desempenha papel vital no desenvolvimento do país por meio da criação de recursos humanos qualificados, aumento da produtividade industrial e melhoria da qualidade de vida. Alguns benefícios do ensino profissionalizante para o formando: Aumento dos salários em comparação com aqueles que têm apenas o Ensino Médio; Maior estabilidade no emprego; Maior rapidez para adentrar ao mercado de trabalho; Facilidade em conciliar trabalho e estudos; Mais de 72% ao se formarem estão empregados; Mais de 65% dos concluintes passam a trabalhar naquilo que gostam e em que se formaram. Esses dados são oriundos de pesquisas. Uma delas, intitulada Educação profissional e você no mercado de trabalho, realizada pela Fundação Getúlio Vargas e o Instituto Votorantim, comprova o acerto do Governo ao colocar, entre os quatro eixos do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), investimentos para a popularização da Educação Profissional. Para as empresas, os cursos oferecidos pelas escolas profissionais atendem de forma mais eficiente às diferentes necessidades dos negócios. Outra pesquisa, feita em 2009 pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), órgão do Ministério da Educação (MEC), chamada Pesquisa nacional de egressos, revelou também que de cada dez alunos, seis recebem salário na média da categoria. O percentual dos que qualificaram a formação recebida como boa e ótima foi de 90%. 3

2. Ensino Profissionalizante no Brasil e Necessidade do Livro Didático Técnico O Decreto Federal nº 5.154/2004 estabelece inúmeras possibilidades de combinar a formação geral com a formação técnica específica. Os cursos técnicos podem ser ofertados da seguinte forma: a) Integrado ao mesmo tempo em que estuda disciplinas de formação geral o aluno também recebe conteúdos da parte técnica, na mesma escola e no mesmo turno. b) Concomitante num turno o aluno estuda numa escola que só oferece Ensino Médio e num outro turno ou escola recebe a formação técnica. c) Subsequente o aluno só vai para as aulas técnicas, no caso de já ter concluído o Ensino Médio. 4 Com o Decreto Federal nº 5.840/2006, foi criado o programa de profissionalização para a modalidade Jovens e Adultos (Proeja) em Nível Médio, que é uma variante da forma integrada. Em 2008, após ser aprovado pelo Conselho Nacional de Educação pelo Parecer CNE/CEB nº 11/2008, foi lançado o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, com o fim de orientar a oferta desses cursos em nível nacional. O Catálogo consolidou diversas nomenclaturas em 185 denominações de cursos. Estes estão organizados em 12 eixos tecnológicos, a saber: 1. Ambiente, Saúde e Segurança 2. Apoio Educacional 3. Controle e Processos Industriais 4. Gestão e Negócios 5. Hospitalidade e Lazer 6. Informação e Comunicação 7. Infraestrutura 8. Militar 9. Produção Alimentícia 10. Produção Cultural e Design 11. Produção Industrial 12. Recursos Naturais. Para cada curso, o Catálogo estabelece carga horária mínima para a parte técnica (de 800 a 1 200 horas), perfil profissional, possibilidades de temas a serem abordados na formação, possibilidades de atuação e infraestrutura recomendada para realização do curso. Com isso, passa a ser

um mecanismo de organização e orientação da oferta nacional e tem função indutora ao destacar novas ofertas em nichos tecnológicos, culturais, ambientais e produtivos, para formação do técnico de Nível Médio. Dessa forma, passamos a ter no Brasil uma nova estruturação legal para a oferta destes cursos. Ao mesmo tempo, os governos federal e estaduais passaram a investir em novas escolas técnicas, aumentando a oferta de vagas. Dados divulgados pelo Ministério da Educação apontaram que o número de alunos na educação profissionalizante passou de 693 mil em 2007 para 795 mil em 2008 um crescimento de 14,7%. A demanda por vagas em cursos técnicos tem tendência para aumentar, tanto devido à nova importância social e legal dada a esses cursos, como também pelo crescimento do Brasil. COMPARAÇÃO DE MATRÍCULAS BRASIL Comparação de Matrículas da Educação Básica por Etapa e Modalidade Brasil, 2007 e 2008. Etapas/Modalidades de Educação Básica Matrículas / Ano 2007 2008 Diferença 2007-2008 Variação 2007-2008 Educação Básica 53.028.928 53.232.868 203.940 0,4 Educação Infantil 6.509.868 6.719.261 209.393 3,2 Creche 1.579.581 1.751.736 172.155 10,9 Pré-escola 4.930.287 4.967.525 37.238 0,8 Ensino Fundamental 32.122.273 32.086.700 35.573 0,1 Ensino Médio 8.369.369 8.366.100 3.269 0,0 Educação Profissional 693.610 795.459 101.849 14,7 Educação Especial 348.470 319.924 28.546 8,2 EJA 4.985.338 4.945.424 39.914 0,8 Ensino Fundamental 3.367.032 3.295.240 71.792 2,1 Ensino Médio 1.618.306 1.650.184 31.878 2,0 Fonte: Adaptado de: MEC/Inep/Deed. No aspecto econômico, há necessidade de expandir a oferta desse tipo de curso, cujo principal objetivo é formar o aluno para atuar no mercado de trabalho, já que falta trabalhador ou pessoa qualificada para assumir imediatamente as vagas disponíveis. Por conta disso, muitas empresas têm que arcar com o treinamento de seus funcionários, treinamento esse que não dá ao funcionário um diploma, ou seja, não é formalmente reconhecido. Para atender à demanda do setor produtivo e satisfazer a procura dos estudantes, seria necessário mais que triplicar as vagas técnicas existentes hoje. Outro fator que determina a busca pelo ensino técnico é ser este uma boa opção de formação secundária para um grupo cada vez maior de estudantes. Parte dos concluintes do Ensino Médio (59% pelo Censo Inep, 2004), por diversos fatores, não buscam o curso superior. Associa-se a isso a escolarização líquida do Ensino Fundamental, que está próxima de 95%, e a escolarização bruta em 116% (Inep, 2007), mostrando uma pressão de entrada no Ensino Médio, pelo fluxo quase regular dos que o concluem. A escolarização líquida do Ensino Médio em 2009 foi de 53%, enquanto a bruta foi de 84% (Inep, 2009), o que gera um excedente de alunos para esta etapa. Escolarização líquida é a relação entre a população na faixa de idade própria para a escola e o número de matriculados da faixa. Escolarização bruta é a relação entre a população na faixa adequada para o nível escolar e o total de matriculados, independente da idade. 5

Atualmente, o número de matriculados no Ensino Médio está em torno de 9 milhões de estudantes. Se considerarmos o esquema a seguir, concluímos que em breve devemos dobrar a oferta de Nível Médio, pois há 9,8 milhões de alunos com fluxo regular do Fundamental, 8 milhões no excedente e 3,2 milhões que possuem o Ensino Médio, mas não têm interesse em cursar o Ensino Superior. Além disso, há os que possuem curso superior, mas buscam um curso técnico como complemento da formação. Com curso Superior Subsequente Interessados com Ensino Fundamental Estimativa 8 milhões. Técnico Com Ensino Médio 3,2 milhões. PROEJA Integração Ensino Fundamental 116% bruta 94,6% líquida (2007) 9,8 milhões 6 A experiência internacional tem mostrado que 30% das matrículas da educação secundária correspondem a cursos técnicos; este é o patamar idealizado pelo Ministério da Educação. Se hoje há 795 mil estudantes matriculados, para atingir essa porcentagem devemos matricular pelo menos três milhões de estudantes em cursos técnicos dentro de cinco anos. Para cada situação pode ser adotada uma modalidade ou forma de Ensino Médio profissionalizante, de forma a atender a demanda crescente. Para os advindos do fluxo regular do Ensino Fundamental, por exemplo, é recomendado o curso técnico integrado ao Ensino Médio. Para aqueles que não tiveram a oportunidade de cursar o Ensino Médio, a oferta do Proeja estimularia sua volta ao ensino secundário, pois o programa está associado à formação profissional. Além disso, o Proeja considera os conhecimentos adquiridos na vida e no trabalho, diminuindo a carga de formação geral e privilegiando a formação específica. Já para aqueles que possuem o Ensino Médio ou Superior a modalidade recomendada é a subsequente: somente a formação técnica específica. Para todos eles, com ligeiras adaptações metodológicas e de abordagem do professor, é extremamente útil o uso do livro didático técnico, para maior eficácia da hora/aula do curso, não importando a modalidade do curso e como será ofertado. Além disso, o conteúdo deste livro didático técnico e a forma como foi concebido reforça a formação geral, pois está contextualizado com a prática social do estudante e relaciona permanentemente os conhecimentos da ciência, implicando na melhoria da qualidade da formação geral e das demais disciplinas do Ensino Médio.

Em resumo, há claramente uma nova perspectiva para a formação técnica com base em sua crescente valorização social, na demanda da economia, no aprimoramento de sua regulação e como opção para enfrentar a crise de qualidade e quantidade do Ensino Médio. 3. O Que É Educação Profissionalizante? O ensino profissional prepara os alunos para carreiras que estão baseadas em atividades mais práticas. O ensino é menos acadêmico, contudo diretamente relacionado com a inovação tecnológica e os novos modos de organização da produção, por isso a escolarização é imprescindível nesse processo. 4. Elaboração dos Livros Didáticos Técnicos Devido ao fato do ensino técnico e profissionalizante ter sido renegado a segundo plano por muitos anos, a bibliografia para diversas áreas é praticamente inexistente. Muitos docentes se veem obrigados a utilizar e adaptar livros que foram escritos para a graduação. Estes compêndios, às vezes traduções de livros estrangeiros, são usados para vários cursos superiores. Por serem inacessíveis à maioria dos alunos por conta de seu custo, é comum que professores preparem apostilas a partir de alguns de seus capítulos. Tal problema é agravado quando falamos do Ensino Técnico integrado ao Médio, cujos alunos correspondem à faixa etária entre 14 e 19 anos, em média. Para esta faixa etária é preciso de linguagem e abordagem diferenciadas, para que aprender deixe de ser um simples ato de memorização e ensinar signifique mais do que repassar conteúdos prontos. Outro público importante corresponde àqueles alunos que estão afastados das salas de aula há muitos anos e veem no ensino técnico uma oportunidade de retomar os estudos e ingressar no mercado profissional. 5. O Livro Didático Técnico e o Processo de Avaliação O termo avaliar tem sido constantemente associado a expressões como: realizar prova, fazer exame, atribuir notas, repetir ou passar de ano. Nela a educação é concebida como mera transmissão e memorização de informações prontas e o aluno é visto como um ser passivo e receptivo. Avaliação educacional é necessária para fins de documentação, geralmente para embasar objetivamente a decisão do professor ou da escola, para fins de progressão do aluno. O termo avaliação deriva da palavra valer, que vem do latim vãlêre, e refere-se a ter valor, ser válido. Consequentemente, um processo de avaliação tem por objetivo averiguar o "valor" de determinado indivíduo. Mas precisamos ir além. 7

8 A avaliação deve ser aplicada como instrumento de compreensão do nível de aprendizagem dos alunos em relação aos conceitos estudados (conhecimento), em relação ao desenvolvimento de criatividade, iniciativa, dedicação e princípios éticos (atitude) e ao processo de ação prática com eficiência e eficácia (habilidades). Este livro didático ajuda, sobretudo para o processo do conhecimento e também como guia para o desenvolvimento de atitudes. As habilidades, em geral, estão associadas a práticas laboratoriais, atividades complementares e estágios. A avaliação é um ato que necessita ser contínuo, pois o processo de construção de conhecimentos pode oferecer muitos subsídios ao educador para perceber os avanços e dificuldades dos educandos e, assim, rever a sua prática e redirecionar as suas ações, se necessário. Em cada etapa registros são feitos. São os registros feitos ao longo do processo educativo, tendo em vista a compreensão e a descrição dos desempenhos das aprendizagens dos estudantes, com possíveis demandas de intervenções, que caracterizam o processo avaliativo, formalizando, para efeito legal, os progressos obtidos. Neste processo de aprendizagem deve-se manter a interação entre professor e aluno, promovendo o conhecimento participativo, coletivo e construtivo. A avaliação deve ser um processo natural que acontece para que o professor tenha uma noção dos conteúdos assimilados pelos alunos, bem como saber se as metodologias de ensino adotadas por ele estão surtindo efeito na aprendizagem dos alunos. Avaliação deve ser um processo que ocorre dia após dia, visando à correção de erros e encaminhando o aluno para aquisição dos objetivos previstos. A esta correção de rumos, nós chamamos de avaliação formativa, pois serve para retomar o processo de ensino/aprendizagem, mas com novos enfoques, métodos e materiais. Ao usar diversos tipos de avaliações combinadas para fim de retroalimentar o ensinar/aprender, de forma dinâmica, concluímos que se trata de um processo de avaliação. O resultado da avaliação deve permitir que o professor e o aluno dialoguem, buscando encontrar e corrigir possíveis erros, redirecionando o aluno e mantendo a motivação para o progresso do educando, sugerindo a ele novas formas de estudo para melhor compreensão dos assuntos abordados. Se ao fizer avaliações contínuas, percebermos que um aluno tem dificuldade em assimilar conhecimentos, atitudes e habilidades, então devemos mudar o rumo das coisas. Quem sabe fazer um reforço da aula, com uma nova abordagem ou com outro colega professor, em um horário alternativo, podendo ser em grupo ou só, assim por diante. Pode ser ainda que a aprendizagem daquele tema seja facilitada ao aluno fazendo práticas discursivas, escrever textos, uso de ensaios no laboratório, chegando a conclusão que este aluno necessita de um processo de ensino/aprendizagem que envolva ouvir, escrever, falar e até mesmo praticar o tema. Se isso acontecer, a avaliação efetivamente é formativa. Neste caso, a avaliação está integrada ao processo de ensino/aprendizagem, e esta, por sua vez, deve envolver o aluno, ter um significado com o seu contexto, para que realmente aconteça. Como a aprendizagem se faz em processo, ela precisa ser acompanhada de retornos avaliativos visando a fornecer os dados para eventuais correções. Para o uso adequado deste livro recomendamos utilizar diversos tipos de avaliações, cada qual com pesos e frequências de acordo com perfil de docência de cada professor. Podem ser usadas as tradicionais provas e testes, mas, procurar fugir de sua soberania, mesclando com outras criativas formas.

5.1 Avaliação e Progressão Para efeito de progressão do aluno, o docente deve sempre considerar os avanços alcançados ao longo do processo e perguntar-se: Este aluno progrediu em relação ao seu patamar anterior? Este aluno progrediu em relação às primeiras avaliações? Respondidas estas questões, volta a perguntar-se: Este aluno apresentou progresso suficiente para acompanhar a próxima etapa? Com isso o professor e a escola podem embasar o deferimento da progressão do estudante. Com isso, superamos a antiga avaliação conformadora em que eram exigidos padrões iguais para todos os formandos. Nossa proposta significa, conceitualmente, que ao estudante é dado o direito, pela avaliação, de verificar se deu um passo a mais em relação as suas competências. Os diversos estudantes terão desenvolvimentos diferenciados, medidos por um processo avaliativo que incorpora esta possibilidade. Aqueles que acrescentaram progresso em seus conhecimentos, atitudes e habilidades estarão aptos a progredir. A base para a progressão, neste caso, é o próprio aluno. Todos têm o direito de dar um passo a mais. Pois um bom processo de avaliação oportuniza justiça, transparência e qualidade. 5.2 Tipos de Avaliação Existem inúmeras técnicas avaliativas, não existe uma mais adequada, o importante é que o docente conheça várias técnicas para poder ter um conjunto de ferramentas a seu dispor e escolher a mais adequada dependendo da turma, faixa etária, perfil entre outros fatores. Avaliação se torna ainda mais relevante quando os alunos se envolvem na sua própria avaliação. A avaliação pode incluir: 1. Observação 2. Ensaios 3. Entrevistas 4. Desempenho nas tarefas 5. Exposições e demonstrações 6. Seminários 7. Portfólio: Conjunto organizado de trabalhos produzidos por um aluno ao longo de um período de tempo. 8. Elaboração de jornais e revistas (físicos e digitais) 9. Elaboração de projetos 10. Simulações 11. O pré-teste 12. A avaliação objetiva 13. A avaliação subjetiva 14. Autoavaliação 15. Autoavaliação de dedicação e desempenho 16. Avaliações interativas 9

17. Prática de exames 18. Participação em sala de aula 19. Participação em atividades 20. Avaliação em conselho pedagógico que inclui reunião para avaliação discente pelo grupo de professores. No livro didático as atividades, as dicas e outras informações destacadas poderão resultar em avaliação de atitude, quando cobrado pelo professor em relação ao desempenho nas tarefas. Poderão resultar em avaliações semanais de autoavaliação de desempenho se cobrado oralmente pelo professor para o aluno perante a turma. Enfim, o livro didático, possibilita ao professor extenuar sua criatividade em prol de um processo avaliativo retroalimentador ao processo ensino/aprendizagem para o desenvolvimento máximo das competências do aluno. 10 6. Objetivos da Obra Além de atender às peculiaridades citadas anteriormente, este livro está de acordo com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Busca o desenvolvimento das habilidades por meio da construção de atividades práticas, fugindo da abordagem tradicional de descontextualizado acúmulo de informações. Está voltado para um ensino contextualizado, mais dinâmico e com o suporte da interdisciplinaridade. Visa também à ressignificação do espaço escolar, tornando-o vivo, repleto de interações práticas, aberto ao real e às suas múltiplas dimensões. Ele está organizado em capítulos, graduando as dificuldades, numa linha da lógica de aprendizagem passo a passo. No final dos capítulos, há exercícios e atividades complementares, úteis e necessárias para o aluno descobrir, fixar, e aprofundar os conhecimentos e as práticas desenvolvidos no capítulo. A obra apresenta diagramação colorida e diversas ilustrações, de forma a ser agradável e instigante ao aluno. Afinal, livro técnico não precisa ser impresso num sisudo preto-e-branco para ser bom. Ser difícil de manusear e pouco atraente é o mesmo que ter um professor dando aula de cara feia permanentemente. Isso é antididático. O livro servirá também para a vida profissional pós-escolar, pois o técnico sempre necessitará consultar detalhes, tabelas e outras informações para aplicar em situação real. Nesse sentido, o livro didático técnico passa a ter função de manual operativo ao egresso. Neste manual do professor apresentamos: Respostas e alguns comentários sobre as atividades propostas; Considerações sobre a metodologia e o projeto didático; Sugestões para a gestão da sala de aula; Uso do livro; Atividades em grupo; Laboratório; Projetos.

A seguir, são feitas considerações sobre cada capítulo, com sugestões de atividades suplementares e orientações didáticas. Com uma linguagem clara, o manual contribui para a ampliação e exploração das atividades propostas no livro do aluno. Os comentários sobre as atividades e seus objetivos trazem subsídios à atuação do professor. Além disso, apresentam-se diversos instrumentos para uma avaliação coerente com as concepções da obra. 7. Referências Bibliográficas Gerais FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. FRIGOTTO, G. (Org.). Educação e trabalho: dilemas na educação do trabalhador. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005. BRASIL. LDB 9394/96. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 23 maio 2009. LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2003. PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. ÁLVAREZ MÉNDEZ, J. M. Avaliar para conhecer: examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 2002. Shepard, L. A. The role of assessment in a learning culture. Paper presented at the Annual Meeting of the American Educational Research Association. Available at: <http://www.aera. net/meeting/am2000/wrap/praddr01.htm>. 8. Orientações ao Professor A presente obra se destina a propiciar o conhecimento básico do Direito aos alunos de cursos técnicos. Por essa razão, possui como principal objetivo apresentar as principais questões jurídicas de forma prática e objetiva, sempre correlacionando a teoria com a vivência dos alunos. Tal correlação é imprescindível para o bom andamento das aulas e compreensão dos conteúdos propostos. Assim, de forma a auxiliar e guiar o professor nesta diferenciada e inovadora forma de lecionar Direito, a presente obra se preocupa em sugerir abordagens específicas ao professor, bem como atividades que despertam o interesse do aluno de curso técnico para o estudo jurídico. 8.1 Objetivos do Material Didático Situar o aluno de curso técnico no ambiente jurídico de forma a compreender que a observância do ordenamento jurídico é imprescindível no exercício de qualquer atividade. Por meio desta obra, o aluno estará preparado para identificar situações jurídicas e tomar as primeiras atitudes para solucionar os conflitos no dia a dia de sua atividade laboral. 11 8.2 Princípios Pedagógicos Para o estudo do Direito a abordagem teórica é imprescindível. Porém, de forma a facilitar e tornar mais agradável o aprendizado do aluno de curso técnico, esta obra relaciona a teoria com a prática vivenciada por ele no dia a dia.

8.3 Articulação do Conteúdo O conteúdo desta obra pode ser articulado com todas as disciplinas em que haja necessidade de conhecimentos jurídicos. É sabido que em praticamente todas as atividades, inclusive técnicas, é imprescindível o conhecimento, ainda que básico, sobre o ordenamento jurídico nacional e até internacional. Por essa razão, a presente obra pode ser utilizada em quase todos os cursos previstos no catálogo de cursos técnicos. 8.4 Atividades Complementares No decorrer da obra sugerimos a realização de várias atividades complementares, de forma a auxiliar aluno e professor na fixação do conteúdo apresentado. Várias sugestões de abordagem do conteúdo também são demonstradas no livro do professor. 8.5 Sugestões de Leitura 12 AZAMBUJA, D. Teoria geral do estado. 34. ed. São Paulo: Globo. 1995. BASTOS, C. R. Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. São Paulo: Saraiva. 1986.. Curso de direito financeiro e de direito tributário. 6. ed. Ampliada e atualizada. São Paulo: Saraiva, 1988. BITTENCOURT, M. V. C. Manual de Direito Administrativo. Belo Horizonte: Fórum, 2005. CARVALHO, P. de B. Curso de direito tributário. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. COELHO, F. U. Manual de Direito Comercial. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. DALLARI, D. Elementos da teoria Geral do Estado. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1979. DELGADO, M. C. Manual de Direito do Trabalho e Previdenciário. 5. ed. São Paulo: LTR, 2006. DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2001. FRIEDE, R. Curso Resumido de Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002. LIPPERT, M. M. A empresa no código Civil. Elementos de unificação no Direito Privado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. LIMA, A. O. Manual de Redação Oficial: Teoria, modelos e exercícios. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo Brasileiro. 23. ed. São Paulo: Malheiros, 1998. NASCIMENTO, A. M. Curso de Direito do Trabalho. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 1996. REALE, M. O novo Código Civil e seus críticos. Site do Acadêmico do Direito. Disponível em: <http://www.sadireito.com/artigos/civil/civ-002.htm>. Acesso em: 31 maio 2004. SABBAG, E. M. Elementos do direito tributário. 10. ed. São Paulo: Premier Máxima, 2009. SUNDFELD, C. A. Fundamentos de Direito Público. 3. ed. São Paulo: Malheiros 1998. VELLOSO, A. P. Constituição Tributária Interpretada. São Paulo: Atlas, 2007.

8.6 Sugestão de Planejamento Este livro foi elaborado para dar suporte ao professor prevendo 50 horas aula. A sugestão de planejamento que anunciamos segue neste diapasão. Mas é altamente recomendado que o professor da disciplina incremente suas aulas com textos e atividades complementares em conformidade com seu jeito de ministrar as aulas, sobretudo potencializando sua especialização e aplicando sua criatividade em prol do incremento do processo educativo. Semestre 1 Primeiro Bimestre Capítulo 1 Organização Empresarial e o Direito Capítulo 2 Direito Constitucional Capítulo 3 Direito Civil Objetivos Apresentar noções básicas de introdução ao estudo do Direito. Demonstrar a evolução do ordenamento jurídico no país. Aplicar os conceitos vistos em aula na análise e redação de contratos. Atividades Dentro da realidade empresarial, localizar situações e setores de trabalho em que é necessário o conhecimento de regras jurídicas. Situar e separar as situações fáticas que necessitam de regulação dentro de cada um dos ramos do Direito. Analisar, redigir e identificar os pontos imprescindíveis para a formalização de um contrato ideal. Segundo Bimestre Conteúdo Capítulo 4 Direito Empresarial Capítulo 5 Direito Societário Capítulo 6 Títulos de Crédito e Contrato Mercantil 13 Objetivos Compreender a origem do comércio e a importância do estudo do Direito Empresarial. Comparar e escolher a melhor forma de personificação das atividades empresárias para cada caso. Demonstrar a forma de circulação dos títulos de crédito. Incentivar o conhecimento sobre os direitos e deveres do cidadão na qualidade de consumidor e fornecedor de bens e serviços.

Atividades Identificar a origem histórica do comércio e sua importância para o surgimento e desenvolvimento das sociedades. Analisar os requisitos para constituição de cada um dos tipos de sociedades empresárias e as principais características destas. Fazer réplicas dos títulos de crédito, identificando as principais características e requisitos legais para a formalização de cada um. Semestre 2 Primeiro Bimestre Capítulo 7 Direito Tributário 1 Capítulo 8 Direito Tributário 2 Objetivos Aplicar os conceitos teóricos do Direito Tributário na realidade empresarial do país. Raciocinar acerca da adequação dos tributos, bem como da realidade tributária atual. Identificar e compreender a origem, a necessidade e o objetivo da cobrança de tributos. 14 Atividades Explicar o conceito de tributo, decompondo em pormenores cada uma de suas partes. Localizar na norma legal cada um dos princípios tributários, fortalecendo a aplicação de cada um deles. Diferenciar imunidade de isenção tributária, ressaltando a importância prática dessa diferenciação. Segundo Bimestre Conteúdo Capítulo 9 Direito do Trabalho 1 Capítulo 10 Direito do Trabalho 2 Objetivos Identificar a origem da regulamentação das normas trabalhistas, bem como demonstrar a continuidade desta proteção do trabalho e do trabalhador. Conhecer os princípios aplicáveis ao Direito do Trabalho. Demonstrar a formação de uma relação de emprego, bem como sua formalização por meio do contrato de trabalho.

Atividades Correlacionar situações práticas aos princípios do Direito do Trabalho. Realizar análise crítica do contrato de trabalho, demonstrando seus requisitos mínimos e formas de alteração. Realizar, por meio de situação hipotética, o cálculo estimativo de verbas trabalhistas, tais como férias e 13º salário. 9. Orientações Didáticas e Respostas das Atividades Capítulo 1 Orientações página 9 O professor deve incentivar os alunos a identificar e analisar situações do cotidiano em que são aplicadas regras jurídicas. É importante que os alunos observem que o direito não está alheio às atividades e relações humanas, mas foi criado para regulamentar as condutas humanas e auxiliar o profissional da organização empresarial a desempenhar suas funções sempre de acordo com a legislação. Neste início, é importante o professor apresentar aos alunos uma visão geral da incidência das regras jurídicas no dia a dia de uma organização empresarial e das atividades do aluno como técnico. O aluno deve ser motivado a localizar situações em que seja necessária a aplicação do direito. Assim, visualizará com precisão a necessidade do estudo do direito para exercício de suas atividades técnicas dentro de uma empresa, bem como a sua aplicação prática no dia a dia de uma organização pública ou privada. 15 Resposta página 10 Resposta pessoal. Orientações página 17 A divisão do direito em ramos além do possuir importância didática, auxilia o aluno na melhor compreensão do direito como um todo. É importante apresentar situações do dia a dia para que os alunos reflitam e identifiquem a que ramo do direito cada situação faz parte. Essa atividade, além de fixar o conteúdo apresentado em aula, é uma atividade prática de sala interessante e dinâmica, permitindo que cada um compartilhe as experiências adquiridas na área do direito durante o exercício da sua atividade técnica profissional. Respostas página 20 1) RH Direito do Trabalho. Contabilidade Direito Tributário. Compras Direito Comercial. Vendas Direito do consumidor. 2) Porque é um instrumento utilizado pelo homem para modificar o meio onde vive visando a sua sobrevivência.

16 3) Texto legal, que representa as expressões escritas do texto normativo, resultado do trabalho do legislador; Vetor interpretativo, resultado da interpretação do aplicador do direito; Julgamento, que é o resultado da concretização da norma no seu sentido exato aplicado ao caso concreto determinado pela atuação do magistrado. 4) Imperatividade A norma jurídica tem um comando legal uma determinação, portanto imperativo, indicando que a realização de uma conduta fica sujeita a sanção. Hipotecidade A norma define a conduta que evita a sanção. Assim, toda regra jurídica contém a previsão genérica a hipótese de um fato ou conduta, com o consequente enunciado do que ocorrerá em caso de transgressão. Generalidade e Abstração A norma é geral e abstrata, pois não regula um caso em particular, mas todas as situações fáticas que se subsumem a sua descrição. É abstrata porque prescreve uma conduta geral que se destina a um número indeterminado de pessoas. Bilateralidade A norma jurídica ao descrever, estabelecer e impor condutas caracteriza-se pela bilateralidade. Ela relaciona os direitos de um e estabelece os deveres de outrem. Essa bilateralidade é a base da relação jurídica, pois não há direito de alguém que não se oponha à obrigação ou ao dever do outro. Coercibilidade e Sanção A norma jurídica é dotada de coerção, ela obriga aquele que se submete a ela de obedecer a seus comandos. Se não observada à regra jurídica, a sanção é imposta pelo Estado para obrigar o descumpridor da norma ou puni-lo pelo descumprimento. A sanção, portanto, é uma coação, sendo o meio instrumental pelo qual se reafirma a norma caso ocorra a sua de transgressão. Veja que a coercibilidade é externa à norma, embora relacionada a ela, ganha contornos materiais na hipótese de violação. 5) Lei é o centro gerador do direito consiste na norma jurídica imposta pelo Estado e tornada obrigatória em sua observância. A Lei é a principal fonte do direito. Costume repetição de práticas que se entranharam no espírito social e passam a ser entendidas como obrigatórias. O uso reiterado de uma prática ou de um hábito integra o costume. Os usos e os hábitos transformam-se em costume quando a prática reiterada torna-se obrigatória na consciência social. Portanto, o costume é a reiteração constante e uniforme de uma conduta, na convicção de esta ser obrigatória decorrente de uma prática constante, longa e repetitiva. Analogia É um recurso técnico que consiste em se aplicar, a uma hipótese não prevista pelo legislador, a solução por ele apresentada para um caso fundamentalmente semelhante e não previsto na norma jurídica. Pode ser legal, ou seja, uma norma que se aplique aos casos semelhantes, ou analogia jurídica, extração de princípios para mostrar determinada situação não prevista na Lei. Doutrina Interpretação da lei feita pelos estudiosos da matéria, fruto do estudo de professores de direito, filósofos do direito, estudiosos, operadores do direito que traduzem o sentido das normas em suas obras. Jurisprudência conjunto uniforme e constante das decisões judiciais sobre casos semelhantes. É a decisão reiterada dos tribunais sobre casos que possuem a mesma pertinência fática.

Princípios gerais do direito são enunciações normativas de valor genérico que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, quer seja para a sua aplicação, quer seja para a elaboração de novas normas. Equidade consiste no uso do chamado bom senso fazendo a razoável adaptação da lei ao caso concreto. É a justiça no caso concreto. 6) Direito empresarial compra e venda de mercadorias. Direito do trabalho emprego. Direito administrativo Serviço Público. Capítulo 2 Orientações página 22 O professor deve identificar os elementos caracterizadores do Estado demonstrando no dia a dia a importância desses elementos, isto será mais bem compreendido com exemplos de matérias jornalísticas e notícias de situações envolvendo a soberania do país, o seu território e a nacionalidade. Orientações página 28 O professor deve demonstrar a importância da Constituição Federal, a existência de uma matéria que só estuda esse importante documento, os tipos de constituições e a evolução histórica do constitucionalismo. Importante fazer com que os alunos manuseiem a Constituição Brasileira e entendam a forma de estruturação de seu texto, suas partes e o seu contexto. Orientações página 28 O professor deverá propiciar que o aluno identifique os direitos e as garantias fundamentais, suas características e os tipos e de como esses direitos são concedidos aos brasileiros. O reconhecimento poderá ser feito com questões pessoais ou matérias de jornais, revistas e Internet, posto que a violação dos direitos fundamentais é uma constante em todas as sociedades do mundo, sendo muito importante que o aluno se conscientize dessas injustiças. Respostas página 34 1) É um agrupamento humano com território definido, politicamente organizado que, em geral, guarda a ideia de nação. É uma sociedade política que engloba outras sociedades (civis, comerciais, políticas) em um território fixo e determinado, não se submetendo ao poder de nenhum outro Estado. 2) O aluno deverá falar sobre a teoria de Montesquieu. 3) A soberania é a independência, a capacidade dos Estados de agirem livremente no plano internacional. No plano interno, é entendida como Supremacia, que é o poder de estabelecer normas para toda a Nação, em caráter final e irrevogável. Território delimita o âmbito de incidência do poder do Estado. É a área geográfica onde a moeda nacional tem curso forçado, e onde a justiça nacional tem poder de incidência. Povo, juridicamente, é um conjunto de cidadãos de um estado. No Brasil, o artigo 12 da Constituição Federal define quais as pessoas que possuem o direito de serem chamados de Brasileiros, estes por sua vez se dividem em Brasileiros Natos e Naturalizados. 17

18 4) A Constituição é a Lei fundamental do País, composta por um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a forma do Estado, o seu Governo, o modo de aquisição e o exercício do poder político, a estrutura dos órgãos governamentais, os limites do exercício, os direitos e as garantias fundamentais do homem. 5) Significa que toda atuação do estado deve estar de acordo com a Constituição, todo exercício do poder político só pode ser autorizado pela Constituição somente confere poderes e competências governamentais, que são exercidos segundo as atribuições e termos constitucionais, visto que todas as normas que integram a ordenação jurídica nacional só serão válidas se conformarem com as normas constitucionais federais. 6) Ambos referem-se à proteção das condições de vida digna do homem, visto que os direitos humanos se referem ao plano internacional e aos direitos fundamentais no plano nacional. 7) Historicidade a sua conquista decorre de acontecimentos históricos. Inalienabilidade não possuem conteúdo econômico patrimonial não podem ser vendidos ou negociados. Imprescritibilidade a ausência de uso de um direito fundamental não acarreta na perda deste direito. Irrenunciáveis não podem ser renunciados, o seu destinatário não pode abrir mão ou solicitar que ele não seja observado. Pessoalidade são inerentes à pessoa e não podem ser repassados a outras pessoas nem mesmo por herança. Relatividade não são absolutos e um direito fundamental pode relativizar a aplicação de outro direito fundamental. Concorrência pode existir a aplicação concomitante de mais de um direito fundamental sobre o mesmo caso ou pessoa. Universalidade são universais e devem ser reconhecidos por todos os estados e em favor de todas as pessoas. Proibição ao Retrocesso uma vez concebido ao povo não pode mais ser revogados pelo governante. 8) As cláusulas pétreas representam determinados assuntos que não podem ser removidos da Constituição Federal e estão elencados no art. 60 4º, inc. IV da Constituição Federal, entre esses assuntos encontram-se os direitos fundamentais que uma vez concedidos não podem mais ser revogados por força da proibição do retrocesso. 9) Resposta pessoal. O aluno deve buscar reportagens sobre violação do direito a vida, segurança e liberdade. Capítulo 3 Orientações página 35 Nesta primeira aula de direito civil, o professor deve apresentar o Código Civil aos alunos e fazer com que eles o manuseiem e se familiarizem com a sua divisão. Após as questões inerentes à pessoa física, devem ser demonstradas e sempre que possível ligadas a questões do cotidiano do aluno, propiciando melhor compreensão das relações sociais entre as pessoas.

Orientações página 39 O professor deverá correlacionar às pessoas jurídicas com as empresas e forma de atuação destacando a forma de constituição e as peculiaridades do direito brasileiro. É interessante a indicação de casos práticos e, se possível, a verificação prática dessas questões em alguma empresa que deverá servir de modelo para a aula. Orientações página 40 O professor deve demonstrar as questões dos bens e a sua importância nas relações jurídicas, bem como a importância da classificação para que o aluno compreenda que diversos contratos terão modificada a sua denominação apenas por que utilizaram um tipo de bem e não outro. Neste ponto, a demonstração com exemplos práticos é de suma importância para a compreensão do aluno, evitando-se que a aula permaneça no campo abstrato. Orientações página 42 O professor deverá destacar a classificação dos fatos jurídicos e os seus requisitos, salientando que os defeitos e a consequência da utilização de exemplos é uma das únicas formas do aluno compreender. Importante o professor ter um modelo próprio de exemplo que deve ser repetido em cada situação estudada, pode ser uma pessoa ou uma empresa. Esta utilização facilita a compreensão e ajuda na memorização do conteúdo por parte do aluno. Orientações página 43 Aula de contrato é a mais importante do direito civil em relação à organização empresarial. O professor deve destacar essa importância para o aluno, a forma como deve ser tratado o contrato, a sua estrutura, a elaboração e os modelos. O professor deve trabalhar com contratos verídicos, analisando as suas cláusulas e o seu conteúdo, bem como as implicações práticas. O professor pode ainda se utilizar da pesquisa, solicitando que os alunos pesquisem contratos e tragam para a aula para serem analisados. Orientações página 44 O professor deve, com o esquema (Estrutura das obrigações), fazer o aluno conseguir construir o mesmo modelo. Caso isso seja realizado, o aluno automaticamente está gravando o conceito de obrigação que será muito importante no próximo tema Contrato. E ainda demonstrar as formas de extinção das obrigações do pagamento e as formas especiais, destacando como as obrigações são cumpridas. Respostas página 45 1) É a aptidão para figurar numa relação jurídica adquirindo direitos e contraindo obrigações. 2) A capacidade jurídica é a medida da personalidade, e é graduada conforme o grau de desenvolvimento de consciência que pode variar ou pela idade ou pelo desenvolvimento mental da pessoa. 3) É a emancipação da plenitude da Capacidade Plena para os relativamente incapazes. 4) É o lugar pré-fixado pela Lei onde a pessoa presumivelmente se encontra. É o local onde a pessoa fixa a sua residência com ânimo definitivo, transformando-o em centro da sua vida jurídica. 19

20 5) Associação São entidades de direito privado, formadas pela união de indivíduos com o propósito de realizarem fins não econômicos. Sociedade É pessoa jurídica constituída por meio de contrato social e com o objetivo de partilhar lucros. Fundação É um conjunto de patrimônio destacado e afetado que se personifica, na forma do artigo 62 do CC. 6) Os bens são as coisas que são economicamente valoráveis e servem para satisfazer a uma necessidade do indivíduo ou da comunidade, tanto material como imaterial e que podem ser objeto de uma relação de direito. 7) Frutos é tudo o que pode ser retirado de um bem principal e não retiram ou diminuem o seu valor. Produtos são utilidades que se extraem da coisa diminuindo o seu valor. 8) Agente capaz O agente deve estar apto a praticar os atos da vida civil (capacidade jurídica plena). Os absolutamente incapazes devem ser representados, e os relativamente incapazes devem ser assistidos. Objeto Lícito e Possível O objeto do ato jurídico deve ser permitido pelo direito e possível de ser efetivado no mundo real. Forma Prescrita (estabelecida) ou não vedada em Lei A forma dos atos jurídicos tem que ser a prevista em Lei, se houver esta previsão, ou não pode ser proibida. 9) Erro Falsa percepção da realidade, se o sujeito soubesse do erro não teria celebrado o negócio jurídico. Dolo Ardil, artifício empregado para enganar alguém. Ocorre dolo quando alguém é induzido a erro por outra pessoa. Coação Constrangimento de determinada pessoa, por meio de ameaça, para que ela pratique um negócio jurídico. Estado de perigo Quando alguém, premido de necessidade de salvar-se, ou a pessoa de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Lesão Ocorre quando determinada pessoa, sob premente necessidade ou por inexperiência, obriga-se à prestação manifestadamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Fraude contra credores Negócio realizado para prejudicar o credor, tornando o devedor insolvente. Simulação É a declaração enganosa da vontade, visando à obtenção de resultado diverso do que aparece, com a finalidade de criar uma aparência de direito, para iludir terceiros ou burlar a Lei. 10) A obrigação é o vínculo jurídico estabelecido entre o sujeito ativo denominado de credor e o sujeito passivo denominado de devedor, pelo qual este se obriga a prestar, algo certo, possível e determinado, que pode consistir numa obrigação de dar, fazer e não fazer algo em proveito do credor.

11) O pagamento consiste no cumprimento voluntário das obrigações: Consignação em pagamento Meio liberatório da obrigação por meio de depósito da coisa devida. Dação em pagamento É uma forma de extinção da obrigação em que o devedor, com anuência do credor realiza prestação diversa da que era devida. Remissão Perdão da dívida que ocorre quando o credor abre mão de receber o que era devido pelo devedor. Deve sempre ser conferida por escrito. Novação As partes criam uma nova obrigação, destinada a substituir e extinguir a obrigação anterior. Difere da dação em pagamento por nesta se cria uma nova obrigação, e naquela se muda apenas o objeto da obrigação. Compensação É uma forma de extinção das obrigações onde as partes são ao mesmo tempo credoras e devedoras umas das outras. Pode ser total e parcial. Confusão Ocorre quando as qualidades de credor e devedor reúnem-se na mesma pessoa. Transação Trata-se de um negócio jurídico pelo qual os interessados, mediante concessões mútuas, previnem ou terminam um litígio. Também é conhecido como Composição Civil. Capítulo 4 Orientações página 50 O professor deve destacar a atividade empresarial e suas peculiaridades demonstrando os conceitos de empresa e empresário, quanto a este as suas principais obrigações devem ser trazidas e discutidas em aula. No direito empresarial, a utilização de exemplos cotidianos é muito importante para a fixação. Orientações página 55 O professor deve enfatizar a proteção que o estabelecimento empresarial goza quando o empresário encontra-se regular, a demonstração prática deverá ser utilizada. Quanto à temática da renovatória de aluguel, o professor poderá trazer julgados sobre o tema que poderão ser debatidos em sala de aula, assinalando-se os temas abordados. O professor deverá utilizar-se de exemplos para a fixação do tema. Como sugestão, fica a dica de que ele utilize uma caneta BIC, ou outro produto muito conhecido ao mostrar o produto aos alunos, eles de pronto falarão a sua marca, o professor destacará que a caneta é a invenção, a caneta esferográfica é o modelo de utilidade e o formato da caneta o desenho industrial. Este é um exemplo, mas outros poderão ser utilizados pelo professor. 21 Orientações página 56 Neste momento, o professor já pode inserir em sua aula a análise de exemplos e casos práticos de forma que o aluno possa fixar os conceitos apresentados até o momento. Esses exemplos devem abordar o dia a dia do aluno de forma que ele identifique, em relação de consumo do seu cotidiano, quem é considerado consumidor, fornecedor e qual o serviço ou produto é objeto dessa relação.

Respostas página 60 1) É a pessoa que realiza a atividade econômica organizada de produção e circulação de bens e serviços para o mercado. Suas principais obrigações são: Registro do nome empresarial (obrigação mais importante). Registro dos contratos e estatutos de constituição da empresa. Registro dos livros comerciais. 2) Empresa é atividade econômica organizada de produção e circulação de bens e serviços para o mercado. Estabelecimento empresarial é o conjunto de bens que o empresário reúne para exploração de sua atividade econômica destinada à produção de mercadorias e serviços destinados ao mercado. 3) Marca Sinal distintivo capaz de diferenciar um produto. Ou um serviço de outro. Proteção de 10 anos, renováveis por períodos iguais e sucessivos. Marcas famosas possuem proteção especial mesmo sem registro. Invenção Algo novo que tem utilização industrial e comercial. Modelo de Utilidade Aperfeiçoamento de um aparelho que já existe. Havendo posse de patente, aquele que aperfeiçoa deverá pagar ao inventor a co-exploração do invento. Proteção pelo período de 7 a 15 anos para recuperar os investimentos. Desenho Industrial Linhas é a estética de um produto que resultam em algo novo e original, os quais ligam o produto à marca. A proteção é pelo período de 10 anos renováveis por três períodos de 5 anos. 22 4) São elementos necessários para a formação da relação de consumo: o consumidor, o fornecedor, o produto ou serviço. 5) A Política Nacional das Relações de Consumo é a síntese de todas as diretrizes e objetivos do Estado para a produção do consumo. Entre várias de suas determinações para a proteção do consumo e do consumidor, podemos citar a criação e atuação dos Juizados Especiais e a concessão de estímulos à criação e ao desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor. Capítulo 5 Orientações página 62 O professor poderá trabalhar fazendo os alunos criarem um quadro comparativo, demonstrando as peculiaridades e semelhanças de todas as sociedades e suas estruturas. Esse quadro-resumo auxiliará muito a memorização de cada uma das sociedades. Orientações página 64 O professor deve destacar que a limitada é a sociedade mais utilizada no direito brasileiro. Se possível, contratos de constituição de limitadas poderão ser trazidos para ilustrar as principais peculiaridades dessas sociedades, bem como a localização no próprio contrato das estruturas desta sociedade.