RELATO DE EXPERIÊNCIA: PROJETO PARASITOSES E HIGIENE NA ESCOLA MANTOVANI, S.S. 1 ; BARRETO, B.M.V. 2 Resumo A higiene deve ser trabalhada na infância, a apropriação da mesma é fundamental para prevenção de diversos malefícios à saúde, incluindo as helmintoses. Estes parasitos acometem principalmente as crianças em idade escolar. Desta forma, através de abordagem lúdica, procurou-se levar o conhecimento de hábitos saudáveis, para a prevenção de diversas parasitoses, para um grupo de crianças em idade de educação infantil. Tal abordagem mostrou-se eficaz e resultou em mudanças nos hábitos dos alunos. Palavras Chave: Crianças; Parasitos; Lúdico. Abstract Hygiene should be worked on in childhood, the appropriation of it is fundamental to prevent various health hazards, including helminths. These parasites mainly affect children of school age. In this way, through a playful approach, it was tried to take knowledge of healthy habits, for the prevention of several parasitoses, for a group of children of child-raising age. Such an approach proved to be effective and resulted in changes in students habits. Keywords: Children; Parasites; Playful. INTRODUÇÃO Recebe o nome de parasito todo ser que vive à custa de outro, ou seja, um organismo que depende exclusivamente de um hospedeiro para a sua sobrevivência. Involuntariamente, os seres humanos representam uma espécie de hospedeiro comum para muitos parasitos (REY, LUÍS, 2010).
As parasitoses, doenças causadas por parasitos, representam um grande problema de saúde mundial, elas são responsáveis por milhões de mortes no período de um ano (SILVA, FRANCINALDO, ET AL., 2008). Entre os parasitos comuns ao homem, podemos ressaltar os helmintos. As helmintoses acometem principalmente populações de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimentos, como é o caso do Brasil (LUDWIG ET AL., 1999). Isto acontece em virtude de fatores socioeconômicos e culturais, que contribuem com fatores desencadeadores, ou seja, que dá condições para o desenvolvimento deste tipo de parasito, como por exemplo, a inacessibilidade ao saneamento básico, más condições de higiene tanto corporal, quanto dos alimentos, consumo de água não tratada, banho em rios e represas contaminadas, entre outros (TAVARES-DIAS E GRANDINI, 1999; SANTOS- JUNIOR ET AL., 2006; CARVALHO-COSTA ET AL., 2007; LUDWIG ET AL., 1999). As crianças representam o grupo mais suscetível às contaminações por helmintos, já que estes são adquiridos através do contato direto com o ovo do verme. Isto ocorre porque as crianças estão sempre em contado com o solo, levando a mão até a boca e ainda não internalizaram os hábitos de higiene de maneira adequada. Além disso, de acordo com a lei 12.796 de 4 de abril de 2013, se torna obrigatória a matricula de crianças na escola a partir dos quatro anos de idade, e agrupamento destas, como ocorre no ambiente escolar, representa um fator favorável à disseminação do verme (GURGEL, ET AL., 2005). Sendo de fundamental importância o monitoramento para que elas tenham uma boa qualidade de vida. OBJETIVO O presente trabalho tem como objetivo descrever a experiência docente diante da abordagem e orientação teórico-lúdica sobre hábitos de higiene e profilaxia de parasitoses intestinais, em escolares de educação infantil, em uma escola pública em região carente do município de Apucarana-PR.
METODOLOGIA A pesquisa ocorreu em uma escola municipal da cidade de Apucarana PR. Trata-se de um relato de experiência onde uma professora desenvolveu a abordagem do tema: Higiene e Profilaxia de Parasitoses Intestinais com 18 alunos com idade entre 4 a 5 anos de idade. Foi contada uma história na qual os alunos puderam usar a imaginação e ajudar no seguimento de fatos. Na sequência os alunos foram indagados a respeito dos hábitos de higiene dos personagens da história, introduzindo a questão de evitar doenças. Em segundo momento foi apresentado o vídeo: Super Sabão Contra as Parasitoses. Após a apresentação do vídeo foram trabalhados conceitos sobre os cuidados necessários para evitar a contaminação por parasitas intestinais, os sintomas destas parasitoses e o que deve ser feito ao sentir algum dos sintomas. Na sequencia os alunos fizeram um tour pela escola para verificar as lixeiras. Também foram até o lavatório, onde receberam orientações quanto à lavagem correta das mãos e visitaram a cozinha onde puderam higienizar os vegetais para seu almoço. Para culminância do projeto, os alunos fizeram cartazes utilizando recorte de revistas e livros, com imagens que representam formas de prevenção do contagio com parasitos intestinais. Foram utilizados os seguintes recursos didáticos: vídeos explicativos, contação de história, imagens do conteúdo, livros e revistas. RESULTADOS Os resultados serão descritos conforme relato de experiência da professora de uma escola municipal com alunos da turma do pré-escolar. Conforme descrito na metodologia, os alunos tiveram um momento de contação de história, estes participaram ativamente com sugestões e
no momento da reflexão puderam perceber a falta da higienização do alimento que o personagem comeria e também da mão das crianças da história. Após assistir os vídeos explicativos Super Sabão Contra as Parasitoses, a turma conheceu algumas parasitoses intestinais e como se dá o contágio. Perceberam ainda que os hábitos de higiene estão intimamente ligados ao contágio por parasitos, como por exemplo, ao andar descalço corre-se o risco de contrair Ancilostomose, ao consumir alimentos mal higienizados, pode-se contrair Ascaridíase, etc. Com esta prévia de conhecimentos adquiridos a cerca de parasitoses, os alunos colocaram em prática verificando focos de contágio pela escola, em lixeiras abertas por exemplo. Observaram a forma correta de lavagem de mão, onde cada um pôde individualmente seguir o modo indicado pela professora, além disso, sabem que as mãos devem ser lavadas após ir ao banheiro, antes das refeições, depois de brincar, etc. Também conheceram a importância da lavagem dos alimentos antes de consumi-los, vivenciando esta limpeza. Ao confeccionarem o cartaz coletivo com as formas de evitar o contágio por parasitoses, pode-se constatar a compreensão dos alunos com a utilização da intervenção teórico-lúdica, pois as imagens encontradas foram de pessoas calçadas, lixeiras fechadas, alimentos limpos e mãos higienizadas. Após aplicação do projeto, nota-se que a maioria dos alunos internalizou a importância de manter hábitos de higiene, pois não andam descalços pela escola, lembram-se de lavar a mão após utilizarem o banheiro, inclusive pedem para passar álcool em gel nas mãos diversas vezes ao dia. CONCLUSÃO No decorrer da abordagem, foi nítido o interesse e entusiasmo da turma, evidenciado na participação e empolgação em cada etapa do projeto. A partir deste, os alunos puderam aprender ludicamente conceitos e hábitos que
proporcionam uma melhor qualidade de vida; a importância de hábitos higiênicos e o quão prejudicial pode ser a falta dos mesmos. É de grande valia o trabalho com alunos de educação infantil, nesta fase estão sendo internalizados aprendizados e costumes que serão mantidos em toda a vida do indivíduo. Deste modo, as práticas vivenciadas no decorrer do projeto tendem a permanecer. REFERÊNCIAS CARVALHO-COSTA, Filipe Anibal et al. Giardia lamblia and other intestinal parasitic infections and their relationships with nutritional status in children in Brazilian Amazon. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 49, n. 3, p. 147-153, 2007. GURGEL, Ricardo Queiroz et al. Creche: ambiente expositor ou protetor nas infestações por parasitas intestinais em Aracaju, SE. Rev Soc Bras Med Trop, v. 38, n. 3, p. 267-9, 2005. Lei 12.796 de 13 de abril de 2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm> Acesso em: 16 abr de 2017. LUDWIG, Karin Maria et al. Correlação entre condições de saneamento básico e parasitoses intestinais na população de Assis, Estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, p. 547-555, 1999. REY, Luís. Bases da Parasitologia Médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. SANTOS-JÚNIOR, Genario Oliveira; SILVA, Maiara Macêdo; SANTOS, Fredt Luciano Neves. Prevalência de enteroparasitoses em crianças do sertão baiano pelo método de sedimentação espontânea. Revista de Patologia Tropical, v. 35, n. 3, p. 233-240, 2006. SILVA, Francinaldo S. et al. Frequência de parasitos intestinais no município de Chapadinha, Maranhão, Brasil. Revista de Patologia Tropical, v. 39, n. 1, p. 63-68, 2010. Super sabão contra as parasitoses. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=h1no1vprsem> Acesso em: 20 jun de 2017. TAVARES-DIAS, Marcos; GRANDINI, Adriana Aparecida. Prevalência e aspectos epidemiológicos de enteroparasitoses na população de São José da Bela Vista, São Paulo. Rev Soc Bras Med Trop, v. 32, n. 1, p. 63-5, 1999.