IV REORDENAMENTO DA REDE ESCOLAR Síntese / Diagnóstico da Situação do Concelho Educação Pré-escolar...

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DTEA - Transportes, Energia e Ambiente Grupo de Investigação em Energia e Desenvolvimento Sustentável Instituto Superior Técnico

Transcrição:

IV REORDENAMENTO DA REDE ESCOLAR... 124 4.1 - Síntese / Diagnóstico da Situação do Concelho... 124 4.1.1 - Educação Pré-escolar... 124 4.1.2 - Ensino Básico do 1º Ciclo... 126 4.1.2.1 - Considerações Gerais... 126 4.1.2.2 - Análise e Diagnóstico... 128 4.1.3 - Ensino Básico do 2º e 3º Ciclos... 121 4.1.4 - Ensino Secundário... 122 4.1.5 - Desequilíbrios Existentes na Rede Escolar Actual por Área Geográfica... Erro! Marcador não definido. 4.1.6 - Análise da Dinâmica Escolar Inter-Concelhia... 127 4.1.7 - Conclusões... 130 4.2 - Princípios Orientadores... 132 4.3 - Quadro Legislativo... 133 4.4 - Propostas de Reordenamento da Rede Escolar... 133 4.4.1 Tipologia de Intervenção Proposta... 140 4.5 - Hierarquização de Novos Empreendimentos... 121

IV REORDENAMENTO DA REDE ESCOLAR 4.1 - Síntese / Diagnóstico da Situação do Concelho O diagnóstico que é apresentado de seguida tem por finalidade a identificação das principais necessidades, estrangulamentos e potencialidades referentes ao Parque e População Escolar do concelho de Almada. O diagnóstico efectuado compreende duas fases distintas. A primeira abordagem corresponde a uma análise das carências detectadas por nível de ensino, onde também se referem as carências das várias escolas analisadas. No final desta fase, elaborou-se um quadro que procura sintetizar as principais conclusões retiradas nos vários aspectos abordados aquando a fase de diagnóstico. Posteriormente, efectuouse uma análise por área geográfica, freguesias ou conjunto de freguesias. Nesta última análise, constatam-se as actuais carências no parque escolar, atendendo à população residente, população a escolarizar e às taxas de ocupação do parque escolar. 4.1.1 - Educação Pré-escolar Como principais estrangulamentos pode-se identificar um desequilíbrio entre a oferta de estabelecimentos da rede pública e da rede particular, sendo que a rede pública cobre apenas 11%. A própria distribuição das escolas da rede pública é assimétrica estando a maioria concentrada nas freguesias de Almada e Laranjeiro. Esta concentração também se relaciona com a própria distribuição populacional, mas é preciso atender a que novas áreas do concelho se têm vindo a desenvolver apresentando novas necessidades e que a distribuição dos estabelecimentos de ensino não tem acompanhado esta tendência. Registou-se na última década um elevado crescimento populacional na zona sul do concelho, que despoletou a necessidade da construção de novos estabelecimentos de ensino nas freguesias da Charneca de Caparica, Sobreda e Costa de Caparica. 124

A construção de novos estabelecimentos que contemplam salas de pré-escolar, designadamente a EB1/JI de Vale Flores e a EB1/JI de Vila Nova de Caparica, contribuíram para aumentar a oferta desta valência. No entanto, e apesar do esforço realizado pelo município, existem ainda baixas taxas de frequência neste nível educativo, mas que se enquadram na média nacional. O ensino particular e solidário (Instituições Particulares de Solidariedade Social) vem, em parte, colmatar essas carências existentes para este nível de ensino, existindo, mesmo assim, expressivo número de crianças em lista de espera para as escolas da rede pública. Na freguesia de Cacilhas esta taxa atinge 34% da população residente. Tem-se vindo a registar um aumento gradual do número de crianças que integram o pré-escolar, no qual a freguesia do Laranjeiro apresenta um valor mais elevado. Cerca de 25% das crianças integra o prolongamento de horário e a maioria dos estabelecimentos proporciona serviço de refeições sendo em muitos casos inferior a 2. Em termos de carências identificadas mantém-se a necessidade de aumentar a oferta, abrindo mais salas noutras freguesias, onde esta valência ainda não existe ou onde a sua cobertura apresenta deficiências, como é o caso da freguesia da Charneca de Caparica. Em relação ao estado de conservação das instalações, em mais de metade dos Jardins-de-infância predomina um bom nível de conservação, facto que se deve ao recente investimento na qualificação do parque escolar, com o progressivo alargamento desta rede. O estabelecimento de ensino em pior estado de conservação é o JI da Sobreda, que continua a funcionar num edifício não construído para o ensino, apresentando somente espaços adaptados. Também o JI do Feijó continua a funcionar num espaço que não reúne as condições ideais, pois é um espaço adaptado, apesar de terem sido efectuadas obras de beneficiação. 125

4.1.2 - Ensino Básico do 1º Ciclo 4.1.2.1 - Considerações Gerais Para este nível de ensino há um claro predomínio das escolas da rede pública em relação à rede privada, salientando-se no entanto que estas se distribuem de forma assimétrica pelo concelho, o que constitui à partida um ponto fraco ao desenvolvimento da rede escolar, sendo a Caparica a freguesia que apresenta maior número de escolas. Por um lado este desequilíbrio está relacionado com a distribuição da própria população, mas que à semelhança do que sucede para o pré escolar, também está em grande expansão em outras freguesias do concelho cuja rede escolar não acompanhou. As áreas de influência das escolas não apresentam uma distribuição uniforme pelo concelho, sendo nas freguesias urbanas que se encontram sobreposições das áreas de influência. Todo o concelho encontra cobertura no 1º ciclo, o que se constitui como uma potencialidade. Em relação à tipologia, existem pelo menos cinco escolas ainda a funcionar em pavilhões pré-fabricados, que serviram de resposta ao grande crescimento populacional em Almada e noutros concelhos da AML das décadas de 70 e 80. Actualmente estes estabelecimentos não reúnem as condições necessárias e ideais para a pratica educativa, pois não possuem instalações adequadas, decorrendo a sua tipologia de uma situação de edificação provisória: EB1 nº2 da Trafaria, EB1 nº1 de Vale Figueira, EB1 de Costas de Cão e EB1 da Costa da Caparica e EB1/JI nº2 do Pragal e um edifício não adaptado para ensino EB1/JI da Sobreda. No global do concelho a maioria das escolas funciona em regime duplo (34%) ou misto (37%), constituindo as propostas deste documento, a melhoria / resolução desta situação. É opção municipal que o regime de funcionamento das escolas em Almada seja o normal. 126

Quanto à existência de instalações complementares nas escolas, verifica-se que cerca de metade destas apresenta pelo menos uma das referidas instalações, sendo o refeitório a que existe em 78% dos estabelecimentos. Das escolas que têm refeitório, cinco delas não estão a confeccionar, pelo que apresentam um serviço de refeições transportadas. Actualmente e no âmbito do programa de manutenção e beneficiação do parque escolar, o município tem feito remodelações/ampliações nestes espaços. No caso dos ATL verifica-se que 25 estabelecimentos apresentam esta valência (60% dos estabelecimentos analisados). No entanto, uma grande maioria destes funciona ainda em instalações adaptadas, utilizando corredores, zonas ou salas de aula disponíveis (muitas vezes decorrente de passagem de algumas turmas a regime duplo). A maioria dos estabelecimentos do 1º ciclo apresenta um estado de conservação geral razoável. No entanto, existem ainda aproximadamente 1/6 dos equipamentos analisados em degradado estado de conservação. O número de alunos do 1º ciclo, não tem apresentado grandes variações desde 1994, denotando-se uma ligeira tendência para a sua diminuição. A EB1/JI da Costa da Caparica é a escola com maior número de alunos e a EB1 de Porto Brandão a que apresenta o menor valor. Relativamente à taxa de escolarização para este nível de ensino o seu valor é de 87%. O número médio de alunos por turma é de 20, o que se enquadra nos valores recomendados pelo Ministério da Educação. Os valores mais elevados da taxa de repetência registam-se na freguesia da Caparica (EB1 nº1 de Porto Brandão). As taxas de ocupação das escolas, efectuadas admitindo um regime normal de funcionamento, apresentam um valor médio de 105%. Existem já três projectos de execução de novas escolas, designadamente, para a zona do Chegadinho, S. João da Caparica e Vale Figueira. Também está em construção uma nova escola a sul da EBI da Charneca de Caparica, na zona da Aroeira. Está a ser equacionada a construção de uma nova escola na Trafaria. 127

4.1.2.2 - Análise e Diagnóstico Sendo os estabelecimentos escolares do 1º ciclo da responsabilidade directa do município, o departamento responsável pela sua gestão, possui informações detalhadas e precisas dos mesmos, assim como uma inventariação das necessidades e propostas de alteração, a curto/médio prazo, da rede escolar deste nível. Este sub-capítulo visa, precisamente, expor o trabalho do Departamento de Educação e Juventude e da equipa da Carta Educativa em relação ao 1º ciclo do ensino básico. Para tal, efectuou-se uma caracterização e diagnóstico detalhados dos estabelecimentos de ensino em análise e avança-se também com uma proposta de alteração da rede escolar neste nível de ensino. Os valores apresentados reportam-se ao ano lectivo de 2003/04. Desactivação de Escolas / Novas Escolas Esta fase de diagnóstico, em que já estão incorporadas algumas propostas, irá posteriormente ser incorporada e melhor fundamentada aquando a formulação dos Territórios Educativos e Reorganização da Rede Escolar. No entanto, considerou-se relevante efectuar nesta fase uma análise mais pormenorizada das escolas envolvidas, focando a especificidade dos seus problemas e potencialidades. Do diagnóstico apresentado para estas escolas, propõe-se a sua desactivação e construção de novas unidades. A primeira abordagem, refere-se aos estabelecimentos escolares localizados em pavilhões pré-fabricados, uma vez que constitui uma prioridade a eliminação desta tipologia de escola. Esta análise confere especial ênfase às seguintes escolas: EB1 nº2 da Trafaria, EB1 nº1 de Vale Figueira, EB1 de Costas de Cão e EB1 nº2 da Costa da Caparica e EB1/JI nº2 do Pragal e um edifício não adaptado para ensino EB1/JI da Sobreda. 128

EB1 nº2 da Trafaria Esta escola é constituída por um conjunto de pavilhões pré-fabricados, com 3 salas de aula, com uma população escolar de 62 alunos, destacando-se o mau estado de conservação do refeitório, sem condições para a confecção de alimentos. Relativamente à sua área de influência, verifica-se que esta abrange os Bairros da Corvina, Raposeira e Pica Galo. Em termos da sua evolução populacional (Quadro 3.3), esta escola tem apresentado uma população relativamente estável desde 1994/95 e contextualizando em termos de Agrupamento/Território Educativo, verifica-se que as EB1 nº 1 e EB1/JI têm apresentado igualmente uma estabilização da sua população escolar, com excepção da EB1 de Costas de Cão, a qual tem registado uma diminuição significativa. Do ponto de vista sócio-educativo, a EB1 nº2 da Trafaria, mais conhecida pela Escola da Corvina, é actualmente um importante pólo de dinamização local, com forte ligação à Cidade (ex. participação nas Marchas Populares Infantis e dos Adultos, Carnaval das Escolas, Festa da Educação e ainda o destaque para o Projecto Escola de Pais ). Relativamente à dinâmica de crescimento deste núcleo urbano, verifica-se um crescimento reduzido, com um elevado nível de envelhecimento. Assim, para a totalidade da freguesia da Trafaria entre 1991 e 1997, foi somente emitido um alvará no núcleo da Trafaria, e foi aprovado um loteamento perto de S. João. De resto, não foram emitidos alvarás ou aprovados loteamentos desde 1998 até 2001. De 1995 a 1997 foram passadas 228 licenças de utilização para habitação na freguesia da Trafaria. Proposta 129

Está em elaboração um projecto de construção para um novo edifício de tipologia EB1/JI (2+1), no mesmo local que substitui o actual. Fotografia 4.1 EB1 nº2 da Trafaria EB1/JI nº2 do Pragal A EB1/JI nº2 do Pragal funciona numa estrutura provisória com 3 salas de aula, com uma população escolar de 94 alunos, incluindo o pré escolar. Esta escola apresentase em 2003/04 no geral bastante degradada, apresentando como espaços complementares um refeitório e uma sala de ATL, em mau estado de conservação, o que motivou a sua substituição por monoblocos pré-fabricados. Apresenta um regime de funcionamento misto (1 turma em regime normal e o resto em duplo), com uma taxa de ocupação de 95%. A evolução populacional desta escola tem registado alguma estabilidade, com tendência a diminuir até 2003/04. Ao nível do Agrupamento, a EB1/JI nº2 do Monte apresenta uma taxa de ocupação de 78%, registando igualmente um aumento populacional desde 1994/95. Se considerarmos a educação pré-escolar, verifica-se existirem 16 crianças num total de 130

1 sala. Alargando esta análise à EB1/JI nº1 do Pragal, não pertencente ao agrupamento, mas próxima geograficamente da EB1/JI nº2 do Pragal, sendo a sua área de influência contígua, verifica-se que funciona muito acima da sua capacidade e ultrapassa mesmo os níveis de conforto desejados (taxa de ocupação de 142%). Existe assim um total de 16 salas de aula com uma capacidade para 408 alunos Quadro 4.1. Quadro 4.1 Taxa de Ocupação Escolas R. Funcion. N.º Salas T. Ocupação EB1/JI nº2 do Pragal Duplo 2 154% EB1/JI nº2 do Monte Misto 10 78% EB1/JI nº1 do Pragal Duplo 4 142% Fonte: Inquérito à População Escolar da Rede Pública, CMA, Ano lectivo 2003/04 No âmbito sócio-educativo, salienta-se que a Escola possui um nível de influência muito circunscrito ao seu espaço territorial, sem grande expressividade em actividades de ligação à comunidade. Emerge a necessidade de uma escola de 1ºciclo, com JI, pois a nova EBI do Monte da Caparica não dá resposta cabal às necessidades de escolarização das crianças provenientes do Pragal - Nascente. Proposta Assim, propõe-se a criação de uma escola EB1/JI (8 salas+2 salas), EB1 da Costa da Caparica Esta escola apresenta uma população escolar de 98 alunos, encontrando-se a funcionar num edifício de alvenaria ligeira. Apresenta 2 salas de aula a funcionar em regime duplo. Relativamente à sua área de influência, esta abrange o Bairro de S. João e uma parte do bairro de S. António, na Costa da Caparica. 131

Para além da EB1 da Costa da Caparica, existe na mesma área geográfica a EB1/JI da Costa da Caparica com uma população escolar de 359 alunos e uma taxa de ocupação muito elevada, funcionando em regime misto (Quadro 4.2). Quadro 4.2 Taxa de Ocupação Escolas R. Funcion. N.º Salas T. Ocupação EB1 da Costa da Caparica Duplo 2 204,0% EB1/JI da Costa da Caparica Misto 10 150,0% Fonte: Inquérito à População Escolar da Rede Pública, CMA, Ano lectivo 2003/04 Do ponto de vista sócio educativo, a EB1 da Costa da Caparica apresenta um nível de influência muito circunscrito ao seu espaço territorial, sem grande expressividade em actividades de ligação à comunidade. Proposta Encontrando-se esta escola a funcionar num pavilhão pré-fabricado de reduzidas dimensões, existe igualmente um projecto que contempla a construção, no mesmo local, de um novo edifício de tipologia EB1/JI (8+2), cujo dimensionamento se baseou nas carências populacionais detectadas, para o bairro de S. João da Caparica e parte do bairro de S. António da Caparica. Fotografia 4.2 EB1 da Costa de Caparica 132

EB1 nº1 de Vale Figueira A EB1 nº 1 de Vale Figueira é uma escola que se caracteriza por um edifício que corresponde a um Plano dos Centenários e por um conjunto de pavilhões préfabricados, que totalizam 6 salas de aula. Em relação aos seus espaços complementares tem refeitório e sala polivalente. Verifica-se que o estado de conservação das salas de aula e da sala polivalente é razoável, encontrando-se o refeitório em bom estado de conservação. Apresenta no ano lectivo de 2003/04 uma população escolar de 99 alunos, com uma taxa de ocupação de 69%, funcionando em regime normal Quadro 4.3. Quadro 4.3 Taxa de Ocupação Escolas R. Funcion. N.º Salas T. Ocupação EB1 nº1 de Vale Figueira Normal 6 69% EB1/JI Sobreda Normal 3 33% EBI Elias Garcia (1º ciclo) Misto 6 111% Fonte: Inquérito à População Escolar da Rede Pública, CMA, Ano lectivo 2003/04 Em termos de evolução populacional, tem-se registado um ligeiro decréscimo desde 1994/95. No contexto do Agrupamento, verifica-se um crescimento ao longo dos anos, 133

verificando-se no ano lectivo 2003/04 que existe um total de 15 salas de aula, com uma população escolar de 283 alunos para uma capacidade do parque de 360 alunos A nível da intervenção sócio-educativa, verifica-se um movimento de retracção desde que se encontra a ser implementado o novo modelo de gestão, sobretudo na componente ligação Escola-Cidade. Proposta Foi elaborada uma proposta para a qual existe actualmente um projecto e que contempla a construção de uma escola com a tipologia EB1/JI (8 salas+2 salas), com base nos seguintes dados: - actual escola possui 6 salas em regime misto; - em termos do potencial de crescimento da área de influência da escola, verifica-se que até 1997, foram concedidas 52 licenças de utilização para habitação e até 2001, foram emitidos 10 alvarás e aprovados 4 loteamentos. A valência de Jardim de infância é actualmente assegurada por Instituições Particulares de Solidariedade Social. 134

Fotografia 4.3 EB1 nº1 de Vale Figueira EB1 de Costas de Cão Escola actualmente a funcionar num pavilhão isolado pré-fabricado, com 1 sala, 1 turma de 20 alunos em regime normal e uma sala para ATL. Refira-se que esta turma incorpora alunos dos 4 anos lectivos (do 1º ao 4º ano), o que do ponto de vista educativo, apresenta-se como uma situação a melhorar. Tem uma taxa de ocupação de 42%, registando uma diminuição sucessiva da sua população escolar, desde 1994/95. Fotografia 4.4 Panorâmica Geral do edifício escolar 135

Proposta Esta escola apresenta um elevado nível de degradação, que já não é compatível com a sua função educativa. Relativamente à sua área de influência, esta é contígua à da EB1 nº2 da Trafaria, pelo que se propõe a sua substituição bem como a elaboração de um estudo específico da dinâmica urbana. EB1/JI da Sobreda Esta escola funciona num edifício adaptado, não construído para o ensino, desde 1975, possuindo actualmente uma população escolar de 24 alunos, que funciona em regime normal, apresentando uma taxa de ocupação de 33%. A evolução da população escolar tem registado uma estabilização dos seus valores desde 1994/95. Fotografia 4.5 Vista Geral do Edifício Relativamente ao estado de conservação do edifício, este apresenta-se degradado, possuindo somente espaços adaptados, como as salas de aula e sala de refeições. Proposta A sua área de influência abrange a zona do Alto do Índio e é contígua com a EB1/JI de Vale Flores, sendo que a distância geográfica entre as escolas é de 570m, pelo que se propõe a sua desactivação e consequente integração dos alunos na EB1 nº5 de Vale Flores que vai ser construída. Saliente-se ainda a grande proximidade da EB1/JI da Sobreda ao canil municipal, com o consequente impacto negativo para as crianças. 136

Figura 4.1 Desactivação da EB1/JI da Sobreda Restauro Integral /Substituição de Escolas A nível da qualificação do parque escolar registou-se nos últimos anos, investimento na manutenção e recuperação do parque escolar, que privilegiou: a adequação dos espaços às novas exigências educativas (refeitórios escolares, centros de tempos livres, áreas de prática de expressão físicomotora e bibliotecas escolares); o restauro integral e ampliação de edifícios escolares do Plano dos Centenários, sendo algumas delas ao abrigo do Programa de Salvaguarda e Preservação do Património Escolar Português; a inclusão da valência do pré-escolar nas Obras de Restauro e Beneficiação; 137

Neste quadro de análise e diagnóstico das escolas, considera-se que necessitam de restauro integral os seguintes estabelecimentos escolares: EB1 nº2 da Cova da Piedade Esta escola caracteriza-se por um edifício do Plano dos Centenários de 1951, com 6 salas. Como espaços complementares apresenta biblioteca e sala de expressões. Esta escola teve um investimento municipal que resultou em obras de restauro integral do edifício principal, incluindo a construção de uma sala polivalente, uma sala para professores, um gabinete para a direcção da escola, uma sala de secretaria/serviços administrativos, uma sala para auxiliares de acção educativa, duas arrecadações e dois pequenos balneários. Foram ainda alvo de intervenção os espaços exteriores: criação de campo de jogos e uma caixa para brinquedo do exterior. A escola funciona em regime duplo, com uma taxa de ocupação de 148%. Relativamente à área de influência esta abrange todo o Bairro da Piedade. Em termos da sua evolução populacional, esta escola tem apresentado alguma estabilização da população, o que se enquadra dentro do contexto populacional das restantes escolas da Cova da Piedade. Fotografia 4.6 Fachada Principal da EB1 nº2 da Cova da Piedade 138

EB1/JI nº 1 de Almada Esta é uma escola de tipologia Conde Ferreira de 1866, actualmente com 94 alunos e constituída por 6 salas. Como espaços complementares apresenta apenas salas adaptadas para algumas funções educativas como sala de refeições (não se pode considerar um refeitório) com copa, sala de ATL, centro de recursos e sala polivalente, em razoável estado de conservação. De um modo geral, o edifício apresenta-se degradado. Esta escola funciona em regime normal e tem uma taxa de ocupação de 65%. A área de influência é partilhada com a EB1/JI nº2 de Almada. Em termos da sua evolução populacional, esta registou alguma quebra entre 1994 e 1999. No último ano lectivo, verificou-se um novo aumento populacional. Para as restantes escolas da freguesia de Almada, tem-se verificado, de um modo geral, um crescimento populacional. A necessidade desta intervenção tem sido colocada por professores, pais, junta de freguesia, que defendem uma solução que integre também a EB1/JI nº2 de Almada. EB1/JI nº2 de Almada A EB1/JI nº2 de Almada funciona num edifício que corresponde a um Plano dos Centenários de 1940, com 13 salas e uma população escolar de 205 alunos. Como espaços complementares apresenta centro de recursos, sala de refeições com copa, e sala de ATL., que se apresentam um estado de conservação degradado. Esta escola funciona em regime misto com uma taxa de ocupação de 66%. O Edifício Escolar já não corresponde às necessidades educativas actuais, pois não possui espaços adequados à socialização das aprendizagens (polivalente), nem à prática da expressão físico-motora, nem de confecção de alimentos e de prolongamento de horário. Apresenta ainda uma configuração, resultante de 139

intervenções de alargamento do edifício central, que compromete a circulação e a segurança dos alunos. No tocante ao logradouro, ressalva-se o excessivo desnivelamento e piso inadequado, para além de ser destituído de campo de jogos ou aparelhos lúdicos. O apoio à família a nível de Centro de Tempos Livres tem contribuído para a flutuação da população escolar, que procura a oferta desta valência em detrimento da proximidade da sua área da residência. Fotografia 4.7 Vista da fachada principal da EB1/JI nº2 de Almada Refeitórios Escolares e Centros de Recursos Educativos A nível de Centro de Recursos/Biblioteca Escolar, e ao abrigo da Rede Nacional das Bibliotecas Escolares, já foram objecto de intervenção as seguintes bibliotecas escolares: EB1 nº1 e 2 da Cova da Piedade, EB1/JI nº 1 e nº 2 do Monte de Caparica e EB1/JI nº1 do Laranjeiro e EB1/JI Rosa Colaço. Para a adaptação de novos espaços escolares mediante a aprovação de novas candidaturas existem: EB1 nº1 do Feijó, EB1 nº2 e nº3 do Laranjeiro e EB1 do Monte de Caparica. Este espaço tem vindo a assumir importância acrescida no quadro funcional dos estabelecimentos de ensino, por ser um espaço facilitador e dinamizador de novos processos e práticas pedagógicas. 140

Relativamente aos Refeitórios Escolares e actualizando para o ano de 2006, e correspondendo a exigências de ordem legal e funcional, o município tem desenvolvido um Programa de Modernização dos Refeitórios Escolares, dos quais se destaca as recentes intervenções: EB1/JI nº 1 e nº2 do Monte de Caparica, EB1 de Cacilhas, EB1 nº3 da Cova da Piedade, EB1/JI nº 3 de Almada, EB1/JI nº1 do Laranjeiro, EB1 nº1 do Monte de Caparica, EB1/JI nº 1 do Pragal, EB1/JI da Costa de Caparica e EB1 nº1 da Trafaria. 141

Síntese do diagnóstico JI, EB1 O Quadro 4.4 sintetiza os tipos de intervenção anteriormente diagnosticados para as escolas do 1º ciclo do ensino básico. Quadro 4.4 Síntese do Diagnóstico JI e EB1 VALÊNCIA OFERTA/ TAXA DE ESCOLARIZAÇÃO TAXA DE OCUPAÇÃO Nº MÉDIO DE ALUNOS/TURMA TAXA DE REPETÊNCIA SERVIÇO DE REFEIÇÕES OUTRAS INSTALAÇÕES COMPLEMENTARES Jardim de Infância taxa de escolarização de rede pública 11% Valor médio = 83% 21 crianças por sala 100% EB1 - predomínio da Rede Pública - carências nas zonas de expansão - taxa de escolarização 87% Valor médio = 105% 20 alunos por turma Taxa média de Repetência: 10% 98% 24 escolas possuem sala polivalente * Em 2006 existem 29 Refeitórios com custo de 1.38 Situação Boa Situação aceitável A alterar 142

4.1.3 - Ensino Básico do 2º e 3º Ciclos No 2º ciclo, a rede de ensino particular corresponde a, aproximadamente, metade da oferta existente no concelho. Relativamente ao 3º ciclo, existe maior oferta da rede pública, pois este nível está também incorporado em todas as escolas secundárias. A nível da localização das escolas, existe em média um estabelecimento com estes níveis de ensino por freguesia. Tendo em consideração as elevadas áreas da Sobreda e da Charneca de Caparica, e sabendo que estas freguesias têm vindo a registar um aumento populacional significativo e uma redução da sazonalidade, constata-se que as escolas existentes já não conseguem responder de forma satisfatória à procura. Em termos de tipologia do edificado, a EB23 da Trafaria e a EB23 Comandante Conceição e Silva são as escolas que aparentemente estão em piores condições, funcionando ainda em edifícios pré-fabricados. As escolas analisadas estão bem equipadas a nível de instalações complementares (biblioteca, refeitório, pavilhão gimnodesportivo, etc.). Somente a EB23 Comandante Conceição e Silva, na Cova de Piedade, não dispõe de Pavilhão Gimnodesportivo/Ginásio. A EB23 Comandante Conceição e Silva é o estabelecimento que se considerou em pior estado de conservação ao nível das salas e refeitório. Verifica-se ainda que a EB23 D. António da Costa carece de obras de manutenção e beneficiação geral. O número de alunos nos estabelecimentos do 2º e 3º ciclos tem vindo a diminuir gradualmente nos últimos 6 anos. No geral, as escolas não ultrapassam os 19 alunos/turma. As taxas de repetência são superiores em média a 18.0%, em todos os anos de escolaridade, chegando mesmo a valores próximos dos 26% no 7º ano de escolaridade. Existem quatro estabelecimentos de ensino sobrelotados, a EB2,3 da Alembrança, EB2,3 Comandante Conceição e Silva, EBI da Charneca de Caparica e EB2,3 da Costa de Caparica. 121

4.1.4 - Ensino Secundário A distribuição das escolas pelo território concelhio é assimétrica, oito dos dez estabelecimentos existentes encontram-se na zona a nascente da Auto-Estrada do Sul. Em termos de tipologia das escolas secundárias existem ainda duas escolas em módulos pré-fabricados. São elas a Escola Secundária Romeu Correia e a Escola Secundária Prof. Ruy Luís Gomes, sendo que encontra-se actualmente em construção as novas instalações da Escola Secundária Romeu Correia. Ao nível das instalações complementares foram recentemente construídos três Pavilhões Gimnodesportivos/Ginásio (das Escolas Secundárias Daniel Sampaio, António Gedeão e Anselmo de Andrade), colmatando-se assim uma grande lacuna a nível deste tipo de instalações. O estado de conservação das unidades componentes das escolas, apresenta-se na sua grande maioria, razoável. O número de alunos aumentou gradualmente até 99/00 e a partir desta altura tem-se registado uma ligeira quebra. Em termos da distribuição dos alunos por freguesia, constatase o predomínio da freguesia do Laranjeiro que, visto ter três escolas secundárias, detém uma área de influência que supera os limites da freguesia, englobando não só alunos de freguesias vizinhas como também alunos do concelho do Seixal. As taxas de repetência atingem valores médios de 12,7. Em termos de taxas de ocupação, constata-se que a maioria das escolas se encontram com taxas superiores a 80%, não existindo nenhuma escola sobrelotada, para o ano lectivo em causa. 122

Quadro 4.5 Síntese do Diagnóstico Ensino Básico do 2º e 3º Ciclos e Ensino Secundário VALÊNCIA OFERTA/ TAXA DE ESCOLARIZAÇÂO ESTADO DE CONSERVAÇÃO TAXA DE OCUPAÇÃO Nº MÉDIO DE ALUNOS/TURMA TAXA DE REPETÊNCIA OUTRAS INSTALAÇÕES COMPLEMENTARES EB2,3 - Défice na taxa de escolarização - A maioria das escolas tem condições razoáveis - EB2,3 Comandante Conceição e Silva e EB2,3 da Trafaria necessitam de obras de conservação - 4 escolas sobrelotadas; - EB2,3 da Alembrança com uma tx. de ocupação de 149% - Nº médio 19 alunos/turma - Taxas de repetência em média superiores a 18%; - o 7º ano de escolaridade apresenta valores médios de repetência de 25% - Escolas bem equipadas; - todas possuem pavilhão gimnodesportivo excepto EB23 Com Conceição e Silva ES - Distribuição assimétrica das escolas pelo território; - Taxas de escolarização de 82% - Boas condições; - Encontra-se actualmente em construção a nova ES Romeu Correia - Taxa de ocupação média de 78%; - Nº médio de 23 alunos/turma - Taxas de repetência atingem valores médios de 12,7%; - todas possuem pavilhão gimnodesportivo excepto ES Francisco Simões* * Pavilhões construídos entre 2004 e 2006: ES Anselmo de Andrade, ES Daniel Sampaio, ES António Gedeão Situação Boa Situação aceitável A alterar 144

4.1.5 - Desequilíbrios Existentes na Rede Escolar Actual por Área Geográfica A análise seguinte foi efectuada numa altura em que não existiam ainda agrupamentos de escolas para o concelho de Almada, tendo assim sido criadas áreas geográficas constituídas por conjuntos de escolas. Esta análise foi desenvolvida para o ano lectivo de 2001/02 e esteve na base das propostas de criação dos territórios educativos. Posteriormente, aquando da formalização dos agrupamentos de escolas, estas estruturas foram igualmente incorporadas para a respectiva delimitação dos territórios educativos. Embora não formalizado, o conceito de Território Educativo já se encontra de certa forma, incorporado na rede escolar do concelho. Assim, as escolas básicas com 2º e 3º ciclo constituem o foco polarizador das escolas de níveis de ensino inferior, que se encontram na envolvente imediata. Os limites administrativos das freguesias individualizam também, unidades relativamente uniformes, constituindo o que se poderá designar por áreas geográficas, em particular nas zonas menos urbanizadas do concelho, a poente da Auto-estrada do Sul. Foram consideradas nove áreas geográficas que incluem os estabelecimentos de ensino representados no Quadro 4.6 121

Quadro 4.6 Estabelecimentos de Ensino por Áreas Geográficas Nº Designação EB1 EB2,3 EBI ES 1 EB1/JI nº1 de Almada 2 EB1/JI Nº2 de Almada 1 Almada/Cacilhas 3 EB1/JI nº3 de Almada 4 EB1 de Almada 42 EB2,3 Ant. da Costa 53 ES Elias Garcia 55 ES Anselmo de Andrade 5 EB1/JI Cataventos da Paz 2 Cova da Piedade 6 EB1 nº1 da Cova da Piedade 7 EB1 nº2 da Cova da Piedade 8 EB1/JI da Cova da Piedade 9 EB1 nº3 da Cova de Piedade 44 EB2,3 da Cova da Piedade 46 ES Emídio Navarro 3 Pragal 10 EB1/JI nº1 do Pragal 19 EB1/JI nº2 do Pragal 21 EB1/JI nº2 do Monte da Caparica 50 EB2,3 do Monte de Caparica 47 ES Fernão Mendes Pinto 121

Quadro 4.6 Estabelecimentos de Ensino por Áreas Geográficas (cont.) Nº Designação EB1 EB2,3 EBI ES 12 EB1/JI nº1 do Laranjeiro 13 EB1/JI nº2 do Laranjeiro 14 EB1/JI nº3 do Laranjeiro 15 EB1 nº 1 do Feijó 45 ES Romeu Correia 4 Laranjeiro/ Feijó 16 EB1 nº2 do Feijó 17 EB1/JI Rosa Colaço 41 EB2,3 do Feijó 48 ES António Gedeão 51 ES nº1 do Laranjeiro 18 EB1 nº3 do Feijó 54 ES Francisco Simões 66 EB1 do Alfeite 58 EB1/JI do Alfeite 5 Caparica 20 EB1 nº2 do Monte de Caparica 22 EB1 nº1 do Monte de Caparica 23 EB1 da Fonte Santa 24 EB1 de Porto Brandão 33 EB1/JI de Vila Nova da Caparica 67 EBI do Monte de Caparica 49 ES do Monte de Caparica 122

Quadro 4.6 Estabelecimentos de Ensino por Áreas Geográficas (cont.) Nº Designação EB1 EB2,3 EBI ES 6 Trafaria 25 EB1 de Costas de Cão 26 EB1 nº2 da Trafaria 27 EB1 nº1 da Trafaria 28 EB1/JI da Trafaria 43 EB2,3 da Trafaria 7 Costa de Caparica 29 EB1/JI da Costa de Caparica 30 EB1 da Costa de Caparica 52 EB2,3 da Costa de Caparica 36 EB1/JI da Sobreda 8 Sobreda 37 EB1/JI de Vale Flores 38 EB1 nº1 de Vale Figueira 56 EBI/JI Elias Garcia 57 ES Daniel Sampaio 9 Charneca de Caparica 34 EB1 de Marco Cabaço 39 EB1 nº2 de Vale Figueira 40 EBI da Charneca de Caparica 123

Da análise dos estabelecimentos de ensino que fazem parte das designadas áreas geográficas, denota-se um certo desequilíbrio, em particular nas áreas geográficas do Laranjeiro/Feijó e Caparica. Na área geográfica Laranjeiro/Feijó o desequilíbrio é evidente, pois existem nove escolas do 1º ciclo, somente uma escola básica com os 2º e 3º níveis de ensino e quatro escolas secundárias. Na Caparica, o desequilíbrio está mais relacionado com a localização pouco racional dos estabelecimentos de ensino. Foi construída recentemente uma Escola Básica Integrada muito próxima da Escola Básica 2,3 pré-existente. A solução encontrada passa por incluir estas escolas em áreas de ensino diferentes, apesar da proximidade física. Um outro aspecto está relacionado com o distanciamento entre a EB1/JI de Vila Nova e a Escola Básica do 2º e 3º ciclos do Monte de Caparica. Esse distanciamento é acentuado pela barreira física da Via Rápida da Costa da Caparica. Nesta primeira abordagem à temática dos Territórios Educativos no Concelho, procedeu-se à caracterização destas designadas áreas geográficas a outros níveis. A análise e posterior diagnóstico da situação existente, visa a reformulação deste esboço inicial, de forma a atingir uma proposta de territórios educativos. O quadro seguinte sintetiza parte dessa análise. Quadro 4.7 Análise Populacional nas Áreas Geográficas Área Educativa Área População Variação Populacional (ha) Residente em 2001 [Pop. Res. 2001 - Pop. Res. 1991) Almada/Cacilhas 227,5 26.484-4.384 Cova da Piedade 140,1 18.950-1.159 Pragal 275,8 11.627 1.431 Laranjeiro/Feijó 595,1 37.495-1.195 Caparica 1074,8 15.421 616 Trafaria 473,0 5.941-607 Costa de Caparica 613,6 11.285 5.269 Sobreda 746,3 13.148 2.791 Charneca de Caparica 2782,9 20.470 9.269 Fonte: Censos 2001 INE e CMA 121

Os indicadores do Quadro 4.7 indiciam que existem Áreas Geográficas que terão de ser alvo de redefinição. A nível de área territorial, a área da Charneca de Caparica é bastante elevada para constituir somente um território educativo. A forma dispersa do povoamento desta zona a sul do concelho, coadjuva esta decisão. Relativamente à população-base, existem três áreas onde a população ultrapassa os 20.000 habitantes em 2001, sendo pois necessário ponderar a redefinição dos seus limites. Destas, a Charneca de Caparica é a área onde se tem registado um maior crescimento populacional. A Costa de Caparica será objecto de alterações profundas no âmbito do POLIS. Estas alterações implicarão um aumento populacional, que posteriormente terá de ser analisado. Com base nos resultados dos Censos 2001, georeferenciados à subsecção estatística, considerando também uma taxa de repetência a partir do 1º ciclo de 10% e a taxa de abandono no secundário de 25% obteve-se a população a escolarizar por níveis de ensino em 2001 (Quadro 4.8) Quadro 4.8 População a escolarizar em 2001 por Níveis de Ensino Áreas Geográficas 3-5 [JI] 6-9 [EB1] 10-14 [EB2,3] 15-17 [ES] Almada+Cacilhas 488 795 952 667 Cova da Piedade 434 634 787 591 Pragal 263 390 471 294 Laranjeiro+Feijó 1151 1638 1884 1293 Caparica 624 889 1214 860 Trafaria 188 277 328 212 Costa de Caparica 341 449 583 438 Sobreda 331 865 587 414 Charneca de Caparica 683 449 1008 646 Fonte: Censos 2001, INE Analisando a população a escolarizar no concelho em 2001, denota-se que na zona mais consolidada do concelho, Almada/Cacilhas, Cova da Piedade e Trafaria, a pressão é mais evidente a partir do 1º ciclo. A redução do pré-escolar, denota a tendência de envelhecimento que se regista no local. Por lado, nas zonas de ainda relativa expansão do concelho, Caparica e Charneca de Caparica, presencia-se uma crescente procura em todos os níveis de ensino. 122

Da caracterização anteriormente efectuada, seleccionaram-se três indicadores, cujos valores considera-se relevantes para a definição dos territórios educativos - Quadro 4.9 Quadro 4.9- Indicadores relativos à População e Parque Escolar no Ano Lectivo 2001-2002 Áreas Geográficas População escolar no ano lectivo 01/02 Nº médio de alunos/turma Taxa média de ocupação (%) Almada+Cacilhas T 1º 2,3 Sec 2524 779 815 930 T 1º 2,3 Sec 19 19 23 15 T 1º 2,3 Sec 84 90 70 91 Cova da Piedade T 1º 2,3 Sec 2 333 908 397 1028 T 1º 2,3 Sec 27 22 23 37 T 1º 2,3 Sec 97 94 116 80 Pragal T 1º 2,3 Sec 849 209 0 640 T 1º 2,3 Sec 18 18 0 17 T 1º 2,3 Sec 71 63 0 78 Laranjeiro+Feijó T 1º 2,3 Sec 4324 1906 611 1807 T 1º 2,3 Sec 20 20 24 16 T 1º 2,3 Sec 105 77 148 89 Caparica T 1º 2,3 Sec 1763 793 398 572 T 1º 2,3 Sec 18 16 18 21 T 1º 2,3 Sec 62 59 70 57 Trafaria T 1º 2,3 Sec 456 301 155 0 T 1º 2,3 Sec 20 18 22 0 T 1º 2,3 Sec 66 79 60 0 Costa de Caparica T 1º 2,3 Sec 839 438 401 0 T 1º 2,3 Sec 23 21 25 0 T 1º 2,3 Sec 80 96 63 0 Sobreda T 1º 2,3 Sec 1298 283 425 590 T 1º 2,3 Sec 18 16 21 18 T 1º 2,3 Sec 71 69 71 74 Charneca de Caparica T 1º 2,3 Sec 676 490 186 0 T 1º 2,3 Sec 23 22 23 0 T 1º 2,3 Sec 80 65 94 0 Fonte: Inquérito à População Escolar da Rede Pública, CMA, Ano lectivo 2001/02 123

Da análise do Quadro 4.9, que sintetiza alguns dos principais indicadores populacionais e de capacidade das áreas educativas analisadas, conclui-se que as áreas geográficas que apresentam alguns problemas são: a Cova da Piedade e o Laranjeiro+Feijó. Na área da Cova da Piedade, regista-se uma taxa média de ocupação dos estabelecimentos escolares do 2º e 3º ciclo, acima da capacidade existente. No Laranjeiro+Feijó regista-se também deficiências a nível dos 2º e 3º ciclos com taxas de ocupação da ordem dos 148%. Mediante a população a escolarizar por nível de ensino em 2001, e estipulando 24 alunos por sala de aula, chega-se ao número de salas de aula necessárias mediante a populaçãoalvo por áreas geográficas. O Quadro 4.10 corresponde a uma síntese das carências de salas de aula em 2001 por área geográfica e nível de ensino. Quadro 4.10 Número de salas de aula existentes/necessárias por Área Geográfica e Nível de Ensino Áreas Geográficas JI* EB1 EB2,3 ES Almada+Cacilhas Cova da Piedade Pragal Laranjeiro+Feijó Caparica Trafaria Costa de Caparica Sobreda Charneca de Caparica 394 231 n º d e s a l a s n º d e s a l a s e x i s t e n t e s n e c e s s á r i a s Fonte: Inquérito à População Escolar da Rede Pública, CMA, Ano lectivo 2001/02 124

No quadro anterior, as escolas secundárias são referenciadas a título meramente indicativo, pois a sua área de influência extrapola em muito o conceito de território educativo. Pela análise deste quadro pode-se concluir que no concelho existe um sobredimensionamento dos estabelecimentos de ensino secundário. Os maiores desequilíbrios registam-se no Laranjeiro/Feijó. Assim, e a contrastar com a enorme carência de salas para o 2º e 3º ciclos, existem quatro escolas secundárias, que caso tivessem somente alunos provenientes desta área educativa, estariam a funcionar com uma procura abaixo das suas capacidades. A Trafaria corresponde à única área educativa que apresenta um número de salas de aula afectas ao 1º ciclo muito superior ao necessário. Regista-se na Charneca de Caparica carências na maioria dos níveis de ensino, devido ao crescimento populacional e a diminuição da sazonalidade registado nesta zona sul do concelho. 125

Conclusões Quadro 4.11 Quadro Síntese das razões decisão de Áreas Geográficas Áreas Geográficas Almada/Cacilhas e Laranjeiro/Feijó Motivos elevado número de população residente em 2001 a população-alvo em 2001 para o Nível de Ensino Básico 2,3 justifica a existência de uma outra escola com esta valência Charneca de Caparica elevada área de território população residente encontra-se dispersa e apresenta uma elevada taxa de crescimento elevado número de população residente em 2001 a população-alvo em 2001 para o Nível de Ensino Básico 2,3 justifica a existência de uma outra escola com esta valência elevada área de território 126

4.1.6 - Análise da Dinâmica Escolar Inter-Concelhia A dinâmica da população escolar não se circunscreve às fronteiras do concelho, em particular nas zonas perto dos limites concelhios. Nesta temática, o concelho de Almada não é excepção, verificando-se uma elevada percentagem de população escolar proveniente do Seixal a frequentar as escolas das zonas do Laranjeiro/Feijó e, por outro lado, população escolar proveniente destas duas freguesias que frequenta escolas do concelho do Seixal. A Figura 4.2 dá uma panorâmica das escolas em análise nos dois concelhos. Figura 4.2 Localização das escolas onde se registam fortes dinâmicas inter-concelhias EB2,3 do ES Francisco Simões ES Romeu Correia ES nº 1 do Laranjeiro ES Moinho de Maré EB2,3 de Corroios ES João de Barros EB2,3 de V. Milhaços 127

No ensino básico, as carências existentes neste nível de ensino nas freguesias do Laranjeiro e Feijó, são em parte colmatadas com a transferência de população escolar residente nestas freguesias para escolas do Seixal, em particular para a EB2,3 de Corroios. Apesar de, neste nível de ensino, ser mais relevante a migração de população escolar de Almada (Laranjeiro/Feijó) para o Seixal, verifica-se, no entanto, que uma percentagem razoável da população escolar residente no Seixal que frequenta a EB2,3 do Feijó Figura 4.3. Figura 4.3 EB 2,3 do Feijó, Proveniência dos Alunos Corroios/Seixal 18% Laranjeiro 22% Feijó 60% Nas freguesias da Sobreda e Charneca de Caparica não é muito relevante a percentagem de população escolar proveniente do Seixal. Assim, nas EBI/JI Elias Garcia e ES Daniel Sampaio e EBI da Charneca de Caparica, a percentagem de alunos provenientes do Seixal ronda em média os 4 a 5 %. Nas escolas do ensino secundário nas freguesias do Laranjeiro e Feijó a percentagem de alunos provenientes do Seixal representa, aproximadamente, 10% do total da população escolar que frequenta estes estabelecimentos de ensino. No entanto, na ES Prof. Ruy Luís Gomes, o número de alunos provenientes do concelho vizinho, representa mais de metade da população escolar Figura 4.4. Figura 4.4 ES nº1 do Laranjeiro, Proveniência de Alunos Miratejo/Corroios 49% Laranjeiro 51% 128

Dado se ter verificado esta interligação dos dois concelhos, estabeleceram-se contactos com responsáveis da Educação do concelho do Seixal, de forma a delinear uma estratégia de intervenção conjunta no parque escolar existente nas designadas zonas de fronteira. É intenção dos responsáveis camarários do Seixal, desafectar a ES Moinho de Maré e ampliar a EB2,3 que se encontra em terrenos confinantes. Esta ampliação da EB2,3 de Corroios, corresponderá a uma melhoria significativa das instalações escolares desta escola, pois o projecto contempla um novo edifício escolar e polidesportivo anexo. A nível do ensino secundário, é intenção do município a construção de uma nova escola secundária numa zona mais a sul do concelho, em Vale Milhaços. Caso estas intenções se concretizem, prevê-se que a curto/médio prazo, se amplie o fenómeno de migrações inter-concelhias da população escolar sendo que um cenário provável corresponde a: - um aumento da dependência da população da zona de Corroios das escolas secundárias do Laranjeiro, com a desafectação da ES Moinho de Maré; - uma maior procura da EB2,3 de Corroios, por parte da população carenciada a nível dos 2º e 3º ciclos, das freguesias do Laranjeiro e Feijó, Prevê-se no entanto, que a ampliação da EB2,3 de Corroios não irá invalidar as propostas de aumento destas valências nas freguesias do Laranjeiro e Feijó, uma vez que a referida ampliação não irá colmatar as carências existentes nessas freguesias. Relativamente ao ensino secundário, ficou acordado com o município do Seixal desenvolver-se um estudo mais alargado, abrangendo também o sul do concelho de Almada, por forma a se ponderar uma proposta conjunta de construção de uma nova escola secundária, num local central à nova área de influência da mesma. 129

A Figura 4.5 pretende representar, numa perspectiva interconcelhia, as propostas de reordenamento do parque escolar, assim como os fluxos de população escolar previstos. Figura 4.5 - Cenário Interconcelhio Previsto EB2,3 de Corroios consolida a sua área de influência nas freguesias do Laranjeiro e Feijó Locais prováveis de implantação da nova ES? Aumento da Área de Influências da ES nº1 do Laranjeiro no concelho do Seixal? 4.1.7 - Conclusões Sintetizam-se agora as principais conclusões do diagnóstico. Tal como foi referido anteriormente, a zona a nascente da A2 está consolidada em termos urbanísticos e não se prevê um grande crescimento populacional que justifique a elevada concentração existente do parque escolar. As zonas de expansão a sul/sudoeste do concelho têm vindo a registar um crescente aumento populacional, que precisa ser acompanhado com o aumento do parque escolar. 130

Actualmente, nas zonas da Sobreda e Charneca de Caparica, registam-se algumas deficiências em termos de taxas de cobertura, essencialmente a nível do 1º ciclo. Salientase no entanto, a construção já em curso de duas novas Escolas Básicas na freguesia da Charneca de Caparica, sendo uma na zona Sul (de 1º ciclo com JI) e mais a Norte de uma Escola Básica Integrada. Está igualmente previsto para a área da Costa de Caparica, no âmbito do programa POLIS, a construção de uma Escola Básica Integrada que possa descongestionar, em termos de 2º e 3º ciclos, a actual EB23 da Costa de Caparica, e em termos de 1º ciclo, a EB1/JI da Costa de Caparica. Apesar da população da cidade de Almada registar já um certo envelhecimento, as escolas existentes nesta zona detêm ainda elevadas taxas de ocupação, uma vez que oferecem também uma complementaridade a nível de bens e serviços que as tornam mais atractivas à população escolar. Destaca-se igualmente para a área de Almada Nascente, a existência de um plano de reconversão de todos os terrenos que eram ocupados pela LISNAVE, e que contempla entre outros, estabelecimentos de ensino cujas valências abrangem desde o pré-escolar até ao 12º ano, e que deste modo se constitui como um reordenamento das freguesias de Almada e Cacilhas. O reordenamento do parque escolar terá que obrigatoriamente passar não só pela construção de novas escolas nas zonas de expansão, mas também pela reestruturação e requalificação das escolas existentes na zona consolidada. A reestruturação traduzir-se-á na desactivação e/ou reconversão das unidades existentes. Destaca-se que a análise específica dos estabelecimentos de ensino por nível de escolaridade, está expressa anteriormente. As projecções da população global e população escolar já efectuadas para o ano de 2011, vem consolidar os Territórios Educativos e as respectivas propostas de intervenção. 131

4.2 - Princípios Orientadores O conceito de Território Educativo (TE) é considerado actualmente o princípio estruturante das novas redes escolares. Este permite organizar o espaço geográfico concelhio em áreas, nas quais se assegura o cumprimento da escolaridade obrigatória em funcionamento integrado, onde prevalece não só uma vertente de carácter educativo mas também o ordenamento territorial. O modelo de Território Educativo proposto neste estudo considera também as acessibilidades, barreiras urbanísticas existentes e irradiações das varias tipologias de equipamento, por forma a permitir um acesso rápido e em segurança aos equipamentos escolares. Estes eixos orientadores do planeamento atendem à especificidade do local, numa estratégia de articulação e potenciação dos recursos educativos (Critérios de Reordenamento da Rede Educativa, M.E./Departamento de Avaliação Prospectiva e Planeamento, 2000). Assim, num quadro de responsabilidades partilhadas a nível do ordenamento da rede educativa, o Município de Almada elaborou as seguintes propostas, que procuram corporizar as dinâmicas actuais do planeamento, assentes numa lógica de territorialização das políticas educativas. Neste âmbito, procedeu-se à conversão espacial do conceito de território educativo, que consiste em assegurar o cumprimento da escolaridade obrigatória em funcionamento integrado, articulando a educação pré-escolar e todos os níveis do ensino básico em rede e em torno de uma Escola Nuclear que congregue o maior número de recursos físicos e humanos, sendo normalmente um estabelecimento do último nível do Ensino Básico. A situação ideal, corresponde à tipologia de Escola Básica Integrada com Jardim de Infância (EBI/JI). 132

4.3 - Quadro Legislativo A Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Lei nº 46/86 de 14 de Outubro define os princípios orientadores do actual ordenamento da rede educativa, em que privilegia a sequencialidade e a integração dos três ciclos do ensino básico, associando a educação pré-escolar, numa consequente autonomização do ensino secundário. Esta filosofia de planeamento da oferta educativa, adquire objectividade na elaboração das cartas educativas, actualmente da responsabilidade dos municípios portugueses (Lei nº159/99 de 14 de Setembro, em que estabelece o quadro das atribuições e competências para as autarquias locais e o Decreto lei nº7/2003 de 15 de Janeiro). 4.4 - Propostas de Reordenamento da Rede Escolar Na identificação dos Territórios Educativos foram considerados os seguintes factores para cada um dos territórios: conter população a escolarizar que justifique a existência de equipamentos de educação pré-escolar e dos três ciclos do ensino básico; conter instalações escolares públicas destinadas à educação pré-escolar e aos três ciclos do ensino básico, com capacidades suficientes face à respectiva população a escolarizar; ter uma dimensão compatível com a distância que se considera aceitável, para as crianças de cada grupo etário percorrerem preferencialmente a pé, nas suas deslocações diárias casaescola; não ser atravessado por barreiras físicas (rede viária principal, rede ferroviária e topografia muito irregular) que dificultem ou tornem inseguras as deslocações às escolas. Foram também considerados factores como, os limites administrativos das freguesias e os agrupamentos verticais que entretanto se constituíram, como se verifica no desenho nº7. A delimitação dos Territórios Educativos recorreu à cartografia existente e a visitas ao concelho. Para determinar as zonas de concentração habitacional e as principais barreiras físicas, utilizou-se a Carta de Ordenamento do PDM. 133