Diversidade e nível de infestação de cupins subterrâneos em área experimental (1).

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Transcrição:

Diversidade e nível de infestação de cupins subterrâneos em área experimental (1). Marcelo Victor de Souza Oliveira (2) ; Ana Suzete da Silva Cavalcante Alves (3) ; Half Weinberg Corrêa Jordão (2) ; Jefferson Costa Santos (3) ; Raimundo Leite Junior (3) ; Neliton Marques da Silva (4). (1) Trabalho executado com recursos da Universiadade Federal do Amazonas (UFAM). (2) Mestrando do Programa de Pós Graduação em Agronomia Tropical; Universidade Federal do Amazonas (UFAM); Manaus, Amazonas; marcelodesouza.v@gmail.com; (3) Doutorando do Programa de Pós Graduação em Agronomia Tropical; UFAM; Manaus, Amazonas; (5) Professor do Departamento de Ciências Fundamentais e Desenvolvimento Agrícola, Laboratorio de Entomologia; Manaus, Amazonas; UFAM; nmerinato@gmail.com; RESUMO: Apesar de sua importância ecológica, os cupins podem ser prejudiciais para manejos de espécies florestais, pastagens e até em algumas culturas agrícolas como milho, cana-de-açúcar, arroz, mandioca e outros, por isso é fundamental a identificação correta da espécie para se adotar uma medida de controle, bem como a adoção do método ideal para realizar a captura desse inseto para identificação. Foram testados dois modelos de armadilhas para a captura dos cupins em uma área de 1 ha, modelo 1 com estacas de azimbre, e modelo 2 com garrafas PET de 2 L e papel toalha. O experimento foi conduzido por 30 dias. A madeira de azimbre apareceu como material preferencial para as infestações, sendo identificados cupins da família Termitidae, e nas armadilhas com PET, cupins da família Rhenotermitidae; Apesar do baixo número de incidências nas armadilhas, a área foi considerada foco de infestação pela quantidade de indivíduos capturados. A área possui duas espécies de cupins, mas o tempo de ativação de armadilhas pode não ter sido o suficiente, além das condições de campo, devido a compactação do solo, e a baixa umidade, podem ter interferido nas ações desses isópteros. Termos de indexação: Isópteros, armadilhas, infestação. 1

INTRODUÇÃO O Brasil, com sua vasta extensão territorial e grande diversidade ecológica, tem uma das termitofaunas mais diversas do mundo, com registro de cerca de 290 espécies. (Berti Filho, 1993). A importância ecológica dos isópteros em ecossistemas tropicais é alta, principalmente quando consideradas as modificações que podem causar no ambiente, desde alterações de paisagem até modificações nas propriedades físicas e químicas do solo (Holt & Lepage, 2000). Quando suspeita-se de uma infestação por cupins subterrâneos, deve-se verificar a presença desses cupins no local. Para isto é necessário que se tenha conhecimento sobre as espécies de cupins que atacam construções (como no caso de construções rurais) e sobre seus hábitos, evitando que se passem desapercebidos quaisquer vestígios de sua presença, favorecendo assim o alcance de solução correta para o controle da infestação, se for o caso (Eleotério, 2000). No Brasil ocorrem quatro famílias de cupins: Kalotermitidae, Rhinotermitidae, Serritermitidae e Termitidae. O principal dano causado pelos cupins é consequência da sua capacidade de digerir celulose, sendo os principais agentes biológicos de degradação de madeira. Além disso, várias espécies de cupins são pragas agrícolas nos trópicos, alimentando-se de várias partes de plantas cultivadas (Bignell et al., 2011). Embora os cupins possam ser considerados benéficos, por atuarem na decomposição da matéria orgânica, colaborando assim na ciclagem dos minerais, eles se destacam como organismos prejudiciais às espécies florestais, pastagens e algumas culturas agrícolas como milho, cana-de-açúcar, arroz, mandioca, entre outras (Gonzaga et al., 2017; Souza, 2006). Juntamente com formigas e minhocas, os cupins são considerados engenheiros do solo, devido aos efeitos provocados na propriedade dos solos e a influência na disponibilidade de nutrientes a outros organismos, já que os solos com cupins são, geralmente, enriquecidos com matéria orgânica e nutrientes, tais como magnésio, potássio e cálcio (Jouquet et al., 2006). O método de iscas artificiais para o monitoramento de cupins é bastante eficiente, pois este método captura ou atrai até subgrupos funcionais de cupins, dando uma dimensão das colônias presentes na área (Assunção, 2002). Pelo fato de atraírem cupins, as iscas podem ser usadas no manejo integrado de pragas (Peters & Fitzgerald, 1998). A coleta com iscas obtém maior atratividade de cupins (Almeida et al., 1999), podendo ser confeccionadas de materiais como fezes de bovino (Campos et al., 1998), papel ou papelão (Costa-Leonardo & Camargo-Dietrich, 1999) e vários tipos de madeiras, com destaque para o pinus, segundo Trevisan et al., (2003). O objetivo deste trabalho foi determinar a diversidade e o nível de infestação de cupins subterrâneos utilizando dois modelos de armadilhas. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Tratamentos e amostragens Para a captura dos cupins subterrâneos foram instalados dois modelos de armadilhas: Modelo 1: Estacas de madeira: As estacas foram preparadas com madeira de azimbre de 24 cm de comprimento, e enterradas no solo deixando 4 cm da estaca acima da superfície, pintada com tinta vermelha para facilitar sua localização; Modelo 2: Garrafas PET de 2 L: As garrafas foram cortadas ao meio, sendo utilizada apenas a parte inferior da garrafa, onde foi colocado o papel toalha em seu interior; Para a instalação dessas armadilhas, foram cavadas pequenas covas para a introdução das garrafas no solo, e enterradas de maneira que a base ficasse acima da superfície. Essa base foi pintada com tinta de cor vermelha para também facilitar sua localização. Ambas as iscas foram espalhadas em uma área de 1 ha de forma aleatória sob um mangueiral, espalhando-se um total de 60 armadilhas (30 de cada modelo), que foram recolhidas após 30 dias para avaliação. Cada isca teve sua localização individual plotada em mapa da área experimental. Foram registrados para cada modelo de armadilha, o número de iscas com cupins e contagem dos espécimes capturados por armadilhas. 2

Análise estatística A análise dos dados foi feita através do cálculo de incidência de cupins subterrâneos com base na fórmula: % de cupins subterrâneos = (Número de iscas com cupins/total de iscas colocadas) X 100. Para quantificar a infestação de cupins foi atribuindo uma nota para a população, segundo a escala: 0 ausência; 1-1 a 100 cupins; 2 101 a 500 cupins; 3 501 a 1000 cupins; 4 mais de 1001 cupins, sendo apenas as categorias acima de 3 consideradas focos de infestação (Almeida et al, 2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO As estacas de madeira apareceram como material preferencial para as infestações pelos cupins. O consumo do material e formação de galerias foram observados em diferentes partes das estacas. Contudo, houve menos de 7% de incidência nas iscas de madeira, no entanto, mesmo com valores inferiores à 10% das estacas infestadas, o nível de infestação segundo Almeida et al. (2000) é considerado como área com focos (Tabela 1), sendo atribuída nota 3. De acordo com Fontes (1995), a detecção de infestação por cupins subterrâneos, demora a ser descoberta por detalhes da biologia desta espécie, pois possuem hábitos discretos apesar de ter grandes populações. Nas estacas, foram encontrados apenas cupins da família Termitidae (Figura 01), e segundo Rezende (2012), as espécies dessas famílias se distribuem ao longo de um gradiente de humificação (concentração de húmus), contudo, um solo muito seco e compactado, dificulta o aparecimento dos húmos, o que pode ter acontecido na área. O nível de infestação para iscas com garrafas pet foi bem menor do que em estacas de madeira; É válido lembrar que o uso de papel toalha foi utilizado tendo em vista a maior facilidade para sua aquisição e também o uso de citações frequentes em outras metodologias utilizadas para avaliações de infestações de cupins subterrâneos. Segundo Costa-Leonardo e Camargo-Dietrich, (1999), as iscas podem ser confeccionadas de materiais como papel ou papelão, mas já para Almeida e Alves (1995) sugerem iscas de papelão corrugado, pois são bastante atrativas, proporcionando abrigo e alimentos aos operários e soldados. Santos et al. (2010) avaliando estacas de Pinus sp. como isca-armadilha para cupins, observou que este tipo de isca é naturalmente atraente para cupins. No mesmo trabalho concluiu ainda que o tempo de exposição da iscaarmadilha no solo pode ficar por no máximo 3 meses, deste modo, o tempo de exposição de 30 dias, devido as condições da área, pode ter sido insuficiente se comparado ao tempo ideal para as estacas serem infestadas pelas colônias de cupins. Apesar do experimento ter sido na mesma área, as famílias dos cupins identificados entre os métodos estudados foram diferentes. Para iscas em garrafas pet foi identificado um único cupim da família Rhenotermitidae, gênero Coptotermes (Figura 02). Figuras e Tabelas 3

CONCLUSÕES As armadilhas de estacas foram melhores que as de garrafa PET com papel toalha para a captura de cupins de solo. Foram identificadas duas famílias de cupins na área, Termitidea e Rhenotermitidae (Gênero Coptotermes); A área foi considerada como foco de infestação, contudo com baixa incidência de captura pelas armadilhas, sendo recomendado um novo teste com um tempo maior de dias de campo e novos tipos de armadilhas (como outro material no lugar do papel toalha). REFERÊNCIAS ALMEIDA, J.E.M.; BATISTA FILHO, A; ALVES, S.B. et. al. Avaliação de inseticidas e fungos entomopatogênicos para o controle de cupins subterrâneos da cana-de-açúcar. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v.70, n.3, p.347-353, jul./set., 2003. ALMEIDA, J.E.M. & ALVES, S.B. 1995. Seleção de armadilhas para captura de Heterotermes tenuis (Hagen). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 24, n. 3, p. 619-624. ALMEIDA, J. E. M.; ALVES, S. B. E.; WALDER, J. M. M. 1999. Tamanho da área de forrageamento do cupim subterrâneo Heterotermes tenuis (Isoptera, Rhinotermitidae) em cana-de-açúcar. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 56, n. 2, p. 1-8. ASSUNÇÃO, E. D. 2002. Viabilidade de iscas artificiais e coleta manual na amostragem e comunidades de cupins. 95 f. Dissertação (Mestrado em Entomologia) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. MG. BERTI FILHO, E,: Cupins ou térmitas. Manual de pragas em florestas. Piracicaba: IPEF-SIF, 1993. V.3. 56p. BIGNELL, D.E.; ROISIN, Y.; LO, N. 2011. Biology of termites: a Modern Synthesis. Springer, 576p. CAMPOS, M. B. S.; ALVES, S. B.; MACEDO, N. 1998. Seleção de iscas celulósicas para o cupim Heterotermes tenuis (Isoptera, Rhinotermitidae) em cultura de cana-de-açúcar. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 55, n. 3, p. 480-484. COSTA-LEONARDO, A. M. & CAMARGO-DIETRICH, C. R. R. 1999. Território e população de forrageio de uma colônia de Coptotermes havilandi (Isoptera: Rhinotermitidae) em meio urbano. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 66, n. 2, p. 99-105. 4

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