ANEXO VII - TERMO DE REFERÊNCIA DERROCAMENTO DE PEDRAIS PARA DESOBSTRUÇÃO E ALARGAMENTO DA FAIXA NAVEGÁVEL DO RIO SÃO FRANCISCO, ENTRE SOBRADINHO E JUAZEIRO-BA/PETROLINA-PE
ANEXO VII - TERMO DE REFERÊNCIA 1 - LOCALIZAÇÃO GERAL E REGIONAL 1.1.Geral O trecho de 40 km, aproximadamente, entre Sobradinho e Petrolina/Juazeiro integra a hidrovia do Médio São Francisco e está contido na bacia do Rio São Francisco, cuja área atinge aproximadamente 640.000 km², abrangendo os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Goiás e Distrito Federal, conforme ilustração 01. Nascendo na Serra da Canastra, em Minas Gerais, o Rio São Francisco percorre mais de 2.700 km desaguando no Oceano Atlântico e fazendo a 2
divisa dos estados de Sergipe e Alagoas. Destes 2.700 km de cerca de 1.350 km são considerados comercialmente navegáveis contido entre as cidades de Pirapora em Minas Gerais e Petrolina e Juazeiro em Pernambuco e Bahia respectivamente (ilustração 02). As vazões deste trecho são reguladas pelos aproveitamentos de Três Marias e Sobradinho. Aproximadamente 70% das vazões naturais do rio são provenientes dos afluentes de Minas Gerais como das Velhas, Paracatu, Urucuia e outros. A regulação de Três Marias propicia, nas épocas de 3
estiagem, uma sobre-vazão da ordem de 200 m³/s entre Pirapora e o reservatório de Sobradinho. Da mesma forma, o reservatório de Sobradinho regula as vazões que irão alimentar as demais usinas de jusante da CHESF. Sem os empreendimentos de usos múltiplos citados as vazões naturais de estiagem, em cartas épocas, poderiam alcançar 700 m³/s. O empreendimento de Sobradinho possibilitou 2.040 m³/s de vazão regularizada (média diária). 1.2 - Regional O segmento da hidrovia do São Francisco, no local da intervenção, está contido na região árida na qual as isoietas indicam uma pluviometria média anual de 500 mm. A vazão média de longo termo medida na régua de Juazeiro é de 2.591 m³/s. 1.3 - Justificativa do Traçado e Lay out A faixa de navegação terá largura mínima de 70 metros e profundidade de 2,0 metros, considerando-se um pé de piloto de meio metro. A faixa de navegação não permitirá cruzamentos em alguns pontos, onde as larguras mostram-se inferiores a 105 metros. O comboio que serviu para projeto da faixa de navegação tem as seguintes dimensões: 185 metros de comprimento; 24 metros de boca; 1,50 metro de calado. A capacidade do comboio atinge aproximadamente 4.500 toneladas e 1.000 HP de potência, navegando a velocidade de 12 km/h. A faixa de navegação não necessitará de sobrelarguras em virtude dos elevados raios de curvatura da rota e baixos ângulos de mudança de rumo. Nota-se que a faixa livre para tráfego fluvial de 70 metros de largura encontra-se dentro das normas da PIANC e USACE para comboios das dimensões consideradas. Os raios de curvatura e ângulos de desvios de rota situam-se dentro dos limites sobre os quais são desnecessários sobrelarguras do canal. Considerando-se a probabilidade de haver dois cruzamentos diários entre Sobradinho e as cidades de Juazeiro e Petrolina, devidamente programados 4
em função das 20 horas de ocupação dos terminais (isto é, a programação seria realizada de tal modo que o comboio encontrasse o terminal disponível), conclui-se que estariam navegando no trecho total de 607 km (Ibotirama Juazeiro/Petrolina) o máximo de seis comboios em cada sentido, ou seja, pelo menos 28.000 toneladas durante cada tempo de percurso one way de 60 horas. Considerando-se apenas o período de safra de 9 meses a demanda seria da ordem de 3.000.000 toneladas. Como o volume de carga dimensionada para a primeira etapa da hidrovia encontra-se no entorno de 1.000.000 toneladas anuais e o tráfego será totalmente monitorado pelas empresas de navegação é praticamente nulo o risco de acidentes envolvendo choques dos comboios no interior da faixa de navegação. Como o trecho também é navegado por embarcações regionais a faixa de navegação receberá sinalização adequada segundo normas da DHN. 1.4 - Áreas de Impacto Físico e Ambiental Este empreendimento mostra significativas e importantes diferenças nas suas áreas de impacto físico e ambiental, ou seja: As áreas de impacto físico, direto encontram-se bem definidas e concentradas em uma faixa projetada de 70 metros de largura, em seções médias do rio, com 800 metros de largura ao longo de pouco menos de 40 km de extensão. São 21 afloramentos rochosos com área média de 2.000 m² cada e não ocupando toda a largura da faixa a ser franqueada à navegação. A experiência indica que o risco de danos a pessoas, fauna, flora e construções encontra-se no interior de um círculo concêntrico ao epicentro de fogo de no máximo 70-80 metros. Neste caso, a maioria dos pedrais encontra-se afastado da margem. Contudo alguns se situam nas imediações de ilhas e da margem necessitando de cuidados especiais no momento da explosão. Quanto a fauna aquática afetada, técnicos afirmam que a região apresenta pequena densidade de peixes e que o problema será mitigado por processos sonoros e/ou mecânicos momentos antes das explosões. As intervenções deverão ser realizadas sem qualquer interferência com as 5
margens ou ilhas existentes no trecho, a menos dos acessos existentes até as margens e que deverão ser utilizados de forma programada. As margens do rio são firmes e estabilizadas com características de formações rochosas com pequena espessura de solo. Nota-se que as culturas de frutas não alcançam as margens estando estas ocupadas por vegetação típica de caatinga e não existem concentrações urbanas. 6