Rio São Francisco ERROS DA TRANSPOSIÇÃO
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- Neusa Amarante Álvares
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1 Rio São Francisco ERROS DA TRANSPOSIÇÃO
2 Bacia do São Francisco
3 Irrigação na bacia do rio Potencial irrigável cerca de 1 milhão de hectares Efetivamente irrigados cerca de 340 mil hectares e em constante processo de ampliação Projeto Irecê (BA) com 60 mil hectares Projeto Salitre (BA) com 30 mil hectares Projeto Pontal (PE) com 10 mil hectares
4 Potencial energético Potência instalada de cerca de 10 mil MW 95% da energia gerada no Nordeste 50 milhões de MWh por ano
5 Volumes máximos de engolimento das UHE s USINA POTÊNCIA (Mw) ENGOLIMENTO POR UNIDADE (m³/s) ENGOLIMENTO TOTAL (m³/s) Sobradinho x Itaparica x 457, ,58 Moxotó x Paulo Afonso I x Paulo Afonso II A x Paulo Afonso II B x Paulo Afonso III x Paulo Afonso IV x Xingó x
6 Volumes atuais do rio Vazão média m³/s Vazão regularizada na foz m³/s 95% de garantia Vazão ecológica m³/s Volume alocável 550 m³/s Volume alocável determinado pelo CBHSF 360 m³/s (contingenciamento energético) Volume outorgado 335 m³/s Saldo para uso consuntivo 25 m³/s O projeto demandará uma vazão máxima de 127 m³/s
7 Priorizar a transposição e deixar a revitalização em segundo plano Para a transposição foi alocado cerca de R$ 1 bilhão no orçamento da união em 2005 Para a revitalização da bacia apenas R$ 100 milhões.
8 Considerar o rio São Francisco como pertencente à bacia amazônica Hidrologicamente pobre Vazão média de m³/s Tocantins, com a mesma área de bacia, possui uma vazão média de m³/s 60% da bacia com clima semi-árido e geologia cristalina No semi-árido seus afluentes são temporários
9 Considerar insignificante o volume a ser retirado do rio (cerca de 1% da água que o rio joga no mar). O cálculo tem que ser feito levando-se em consideração a vazão alocável de 360 m³/s e não a vazão média do rio de m³/s Considerando a vazão alocável e os usos existentes, a retirada de 127m³/s pode significar 47% do saldo atual para usos consuntivos
10 Considerar como possível, o uso das águas da represa de Sobradinho para satisfazer o volume requerido no projeto, de 127 m³/s. Sobradinho atinge 94% de sua capacidade em 40% dos casos, ou seja, em 10 anos a represa está cheia em 4. A represa verteu em 1997 e voltou a verter em 2004
11 Não levar em consideração que é um rio de múltiplos usos Aplicados cerca de US$ 13 bilhões no setor elétrico Crescimento da área irrigada em cerca de 4% ao ano Navegabilidade prejudicada em vários trechos pelos assoreamentos
12 Não observância dos conflitos existentes nos usos das águas para irrigação e geração de energia Necessidade de racionar energia Alternativas energéticas ainda não muito convincentes
13 Ter permitido a participação do consórcio internacional Jaakko PÖyry-Tahal no estudo de impactos ambientais Finlândia e Israel são países muito diferentes do Brasil Dos 49 vetores de risco analisados, 38 apresentaram riscos importantes ao ambiente e, mesmo assim, o projeto foi considerado ambientalmente viável. Já foram aplicados nesse estudo cerca de R$ 70 milhões
14 O não atendimento do abastecimento difuso Importância das cisternas e demais fontes hídricas existentes (açudes, barragens subterrâneas e poços)
15 As águas serão transportadas para regiões do Nordeste onde elas já são abundantes Castanhão (CE) - 6,7 bilhões m³ Armando Ribeiro Gonçalves (RN) - 2,4 bilhões m³ As regiões do Seridó (RN) e Inhamuns (CE) não serão beneficiadas pelo projeto.
16 Não se levou em consideração o custo elevado da água nos estados receptores Custo foi estimado em R$ 0,11 o m³ (sem contar com os custos dos bombeamentos até as propriedades) A Codevasf fornece água aos seus projetos a um custo de R$ 0,023 o m³
17 O desconhecimento do potencial hídrico existente na região Volume represado estimado em cerca de 37 bilhões de m³ Metade desse volume encontra-se no Ceará (18 bilhões de m³) As descargas dos rios nordestinos representam uma infiltração nos aquíferos de cerca de 58 bilhões de m³ por ano
18 O desconhecimento do potencial hídrico existente na região (cont.) Oferta potencial do Ceará m³/s Demanda atual do Ceará - 54 m³/s Oferta potencial do RN - 70 m³/s Demanda atual do RN - 33 m³/s Oferta potencial da Paraíba - 32 m³/s Demanda atual 21 m³/s Fonte: João Abner
19 O péssimo relacionamento entre o Governo Federal e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco A reunião de Juazeiro (BA) Plano decenal O pedido de vistas ao processo A reunião de Salvador e suas conseqüências Elaboração de Manifesto ao País
20 Sugestão final A natureza complexa do ambiente nordestino sinaliza para a necessidade de estudos integrados e abrangentes que visem ao melhor aproveitamento de sua água para promoção do desenvolvimento regional. É importante, em primeiro lugar, a execução de projetos hidráulicos estruturadores, partindo-se das bacias receptoras de jusante (estados receptores) para a bacia exportadora de montante (bacia do São Francisco), através do uso integrado do potencial hídrico existente em cada um dos estados da região, da otimização das disponibilidades de água e da confirmação de demandas, de modo a assegurar que a transposição do São Francisco constitua uma alternativa complementar e não implique no abandono ou mesmo na subutilização de fontes locais de água, garantindo intervenções capilares de ponta que propiciem a obtenção de efeitos benéficos nas bacias.
21 OBRIGADO JOÃO SUASSUNA Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco Página na internet Correio eletrônico
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