AUDIÊNCIA PÚBLICA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTE DO SENADO FEDERAL. Proposta de alteração do Ato Olímpico Federal e Lei Pelé



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Transcrição:

AUDIÊNCIA PÚBLICA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTE DO SENADO FEDERAL Proposta de alteração do Ato Olímpico Federal e Lei Pelé Brasília, 20 de abril de 2010 André Zonaro Giacchetta

ROTEIRO DA APRESENTAÇÃO I Proposta do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 para alteração do Ato Olímpico Federal e da Lei Pelé II Fundamentos Internacionais para proteção dos Símbolos Olímpicos A Carta Olímpica B Tratado de Nairobi C Objeto da proteção III A Legislação Nacional A Lei da Propriedade Industrial B Lei Pelé C Repressão à prática de concorrência desleal e parasitária D O Problema do marketing de emboscada ou de guerrilha IV O Ato Olímpico Federal A Objeto de proteção B Expressões OLIMPÍADAS, JOGOS OLÍMPICOS e assemelhadas C Preservação dos Símbolos Olímpicos e Interesses Econômicos V O Exemplo de Londres 2012 A Olympic Symbol Act. 1995 B London Olympic Games Act. 2006 VI Tentativa de Harmonização 2

I Proposta do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 para alteração do Ato Olímpico Federal e da Lei Pelé Inclusão de novos termos e expressões Uso associado aos Jogos Rio 2016 Proteção das variações dos novos termos e expressões Possibilidade de falsa associação entre empresas ou produtos/serviços Jogos, Jogos de Verão, Rio, 2016, Dois mil e dezesseis, vinte dezesseis, medalhas, medalha de ouro, medalha de prata, medalha de bronze e patrocinador Complementação da legislação existente Inclusive o Ato Olímpico Proibição do uso das expressões Jogos Olímpicos e Olimpíadas Ainda que relacionadas ao desporto educacional e de participação 3

I Proposta do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 para alteração do Ato Olímpico Federal e da Lei Pelé Objetivos da proposta apresentada pelo Comitê Organizador COIBIR O USO INDEVIDO DOS SÍMBOLOS OLÍMPICOS COIBIR A PRÁTICA DE MARKETING DE EMBOSCADA CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES ASSUMIDAS PERANTE O COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL COMO CIDADE SEDE PROTEÇÃO DA IDENTIFICAÇÃO DOS JOGOS RIO 2016 4

II Fundamentos Internacionais para proteção dos Símbolos Olímpicos A CARTA OLÍMPICA B TRATADO DE NAIROBI C OBJETO DA PROTEÇÃO 5

A CARTA OLÍMPICA Comitê Olímpico Internacional titular exclusivo dos direitos sobre os Jogos Olímpicos e denominadas Propriedades Olímpicas Propriedades Olímpicas Símbolo, bandeira, lema, hino, identificação (Jogos Olímpicos e Olimpíadas, dentre outros), designações, emblemas, chama e tocha. Designações Olímpicas: qualquer representação audiovisual de associação ou conexão com os Jogos Olímpicos ou com o Movimento Olímpico. Possibilidade de criação de emblemas ou designações pelos Comitês Olímpicos Nacionais mediante aprovação do COI Obrigação dos Comitês Nacionais Registro e proteção das Propriedades Olímpicas 6

B TRATADO DE NAIROBI Dispõe sobre a proteção ao Símbolo Olímpico Assinado em 1981 Adesão do Brasil em 1984 Decreto nº. 90.129/84 Qualquer Estado que seja parte do presente Tratado terá a obrigação, nos termos dos Artigos 2 e 3, de recusar ou invalidar o registro como marca e de proibir, por meio de medidas adequadas, o uso, como marca ou outro emblema com finalidades comercias, de qualquer sinal que consista no símbolo olímpico ou que o contenha, tal como definido nos Estatutos do Comitê Olímpico Internacional, exceto por meio de autorização do Comitê Olímpico Internacional. A citada definição e a representação gráfica do símbolo mencionado encontramse reproduzidas no anexo. Definição do Símbolo Olímpico: É constituído por cinco anéis entrelaçados: azul, amarelo, negro, verde e vermelho, colocados nesta ordem da esquerda para a direita. Consiste dos anéis Olímpicos, sejam delineados em uma única cor ou em diferentes cores. 7

C OBJETO DA PROTEÇÃO Propriedades Olímpicas descritas na Carta Olímpica Símbolo Olímpico Proteção pelo Tratado de Nairobi Identificação da extensão da proteção original às Propriedades Olímpicas Possibilidade dos Comitês Olímpicos Nacionais criarem e registrarem emblemas específicos para os eventos locais Obrigação de registro das Propriedades Olímpicas 8

C OBJETO DA PROTEÇÃO Pergunta-se: É possível ao Comitê Olímpico Nacional (Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos) e/ou ao País sede alargar a proteção conferida às Propriedades Olímpicas? Há necessidade de regulação específica e/ou alteração legislativa para proteção das Propriedades Olímpicas? A legislação nacional e internacional existente já não seriam suficientes para a proteção das Propriedades Olímpicas e também dos Jogos Rio 2016? Legitimidade X Interesse Público X Interesse Privado 9

III A Legislação Nacional A LEI DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL B LEI PELÉ C REPRESSÃO À PRÁTICA DE CONCORRÊNCIA DESLEAL E PARASITÁRIA D O PROBLEMA DO MARKETING DE EMBOSCADA OU DE GUERRILHA 10

A LEI DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL Direito de uso exclusivo de marca no território nacional e oponibilidade a terceiros Art. 129 Art. 130 Ao titular da marca ou ao depositante é ainda assegurado o direito de: I ceder seu registro ou pedido de registro II licenciar seu uso; III zelar pela sua integridade material ou reputação. COB é titular de registros e pedidos de registro de marca para combinação de termos e expressões Rio de Janeiro 2016, Olimpíadas 2016, Jogos Olímpicos Rio 2016, Olimpíada Escolar, Olimpíada Estudantil Possibilidade de oposição ao uso desautorizado por parte de terceiros 11

A LEI DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL Sinais não registráveis como marca Art. 124, incisos I e XIII I brasão, armas, medalhas, bandeira, emblema, distintivo e monumentos oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação; XIII nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo, artístico, cultural, social, político, econômico ou técnico, oficial ou oficialmente reconhecido, bem como a imitação suscetível de criar confusão, salvo quando autorizada pela autoridade competente ou entidade promotora do evento; Proibição de registro = Proibição de uso sem autorização do titular 12

B LEI PELÉ Proteção das Propriedades Olímpicas e uso exclusivo pelo COB (Art. 15) 2o É privativo do Comitê Olímpico Brasileiro COB e do Comitê Paraolímpico Brasileiro CPOB o uso das bandeiras, lemas, hinos e símbolos olímpicos e paraolímpicos, assim como das denominações "jogos olímpicos", "olimpíadas", "jogos paraolímpicos" e "paraolimpíadas", permitida a utilização destas últimas quando se tratar de eventos vinculados ao desporto educacional e de participação. 4o São vedados o registro e uso para qualquer fim de sinal que integre o símbolo olímpico ou que o contenha, bem como do hino e dos lemas olímpicos, exceto mediante prévia autorização do Comitê Olímpico Brasileiro-COB. (reprodução do Tratado de Nairobi) Art. 87. A denominação e os símbolos de entidade de administração do desporto ou prática desportiva, bem como o nome ou apelido desportivo do atleta profissional, são de propriedade exclusiva dos mesmos, contando com a proteção legal, válida para todo o território nacional, por tempo indeterminado, sem necessidade de registro ou averbação no órgão competente. 13

C REPRESSÃO À PRÁTICA DE CONCORRÊNCIA DESLEAL E PARASITÁRIA Lei da Propriedade Industrial Art. 195, III emprega meio fraudulento para desvio de clientela Art. 195, IV usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de modo a criar confusão entre os produtos ou estabelecimentos (uso dos símbolos ou emblemas dos Jogos Rio 2016, p. ex.) Art. 195, VII atribui-se, como meio de propaganda, recompensa ou distinção que não obteve (atribuição de patrocinador oficial, p.ex.) Possibilidade da adoção de medidas judiciais pelo COB ou pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2106) para repressão à concorrência desleal ou parasitária Concorrência parasitária: intuito de associação com empresa/entidade ou produto/serviço 14

D O PROBLEMA DO MARKETING DE EMBOSCADA OU DE GUERRILHA Conduta deliberada para fazer publicidade e propaganda de empresa não patrocinadora oficial de um evento Intuito de associação de empresa/entidade ou produto/serviço a realização de eventos públicos Violação das normas de leal concorrência e honestidade nas relações comerciais Possibilidade de associação (indireto) ou efetiva associação (direto) Exemplo: DIRETO - organização de torcida uniformizada com camisetas e adereços de marca concorrente à patrocinadora oficial para exibição pelos veículos de comunicação INDIRETO Aquisição de espaço publicitário nas vizinhanças dos locais de realização dos eventos para divulgação de marca concorrente 15

D O PROBLEMA DO MARKETING DE EMBOSCADA OU DE GUERRILHA Necessidade de estabelecimento de limites Impossibilidade de generalização da conduta Violação da liberdade de expressão e criação publicitária Parâmetros de análise: Honestidade comercial Clara identificação do anunciante Não vinculação como patrocinador Não utilização das propriedades Olímpicas 16

IV O Ato Olímpico Federal A Objeto de proteção B Expressões OLIMPÍADAS, JOGOS OLÍMPICOS e assemelhadas C Preservação dos Símbolos Olímpicos e Interesses Econômicos 17

A Objeto de proteção Art. 6º As autoridades federais, no âmbito de suas atribuições legais, deverão atuar no controle, fiscalização e repressão de atos ilícitos que infrinjam os direitossobreossímbolosrelacionadosaosjogosrio 2016. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, a expressão símbolos relacionados aos Jogos 2016 refere-se a: I - todos os signos graficamente distintivos, bandeiras, lemas, emblemas e hinos utilizados pelo Comitê Olímpico Internacional - COI; II - as denominações Jogos Olímpicos, Jogos Paraolímpicos, Jogos Olímpicos Rio 2016, Jogos Paraolímpicos Rio 2016, XXXI Jogos Olímpicos, Rio 2016, Rio Olimpíadas, Rio Olimpíadas 2016, Rio Paraolimpíadas, Rio Paraolimpíadas 2016 e demais abreviações e variações e ainda aquelas igualmente relacionadas que, porventura, venham a ser criadas dentro dos mesmos objetivos, em qualquer idioma, inclusive aquelas de domínio eletrônico em sítios da internet; 18

A Objeto de proteção III - o nome, o emblema, a bandeira, o hino, o lema e as marcas e outros símbolos do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016; e IV - os mascotes, as marcas, as tochas e outros símbolos relacionados aos XXXI Jogos Olímpicos, Jogos Olímpicos Rio 2016 e Jogos Paraolímpicos Rio 2016. Art. 7º É vedada a utilização de quaisquer dos símbolos relacionados aos Jogos Rio 2016 mencionados no art. 6º para fins comerciais ou não, salvo mediante prévia e expressa autorização do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 ou do COI. Art. 8º A vedação a que se refere o art. 7º estende-se à utilização de termos e expressões que, apesar de não se enquadrarem no rol de símbolos mencionados nesta Lei, com estes possuam semelhança suficiente para provocar associação indevida de quaisquer produtos e serviços, ou mesmo de alguma empresa, negociação ou evento, com os Jogos Rio 2016 ou com o Movimento Olímpico. 19

B Expressões OLIMPÍADAS, JOGOS OLÍMPICOS e assemelhadas Reprodução dos termos e expressões protegidos pela Carta Olímpica Olimpíadas e Jogos Olímpicos e variações Uso depende de autorização do COB Exceção: relacionadas à prática do desporto educacional ou de participação Ato Olímpico: inclusão de novos termos e expressões como protegíveis à semelhança das Propriedades Olímpicas Rol taxativo ou exemplificativo? Possibilidade de FAIR USE: uso permitido de acordo com a finalidade 20

C Preservação dos Símbolos Olímpicos X Interesses Econômicos Restrição ao uso de termos e expressões de uso comum ou vulgar Possibilidade de caracterização de cerceamento à liberdade de expressão, livre iniciativa e à concorrência Necessidade de repressão ao uso não autorizado ou abusivo, com finalidade comercial, das Propriedades Olímpicas Viabilidade do uso das expressões protegidas pela Carta Olímpica Limites de proteção aos interesses econômicos dos patrocinadores Demais empresas: continuidade das atividades e geração de receita para o país durante a realização dos Jogos Rio 2016 21

V O Exemplo de Londres 2012 A Olympic Symbol Act. 1995 B London Olympic Games Act. 2006 22

A Olympic Symbol Act. 1995 Criação do direito de exclusividade de uso do Símbolo Olímpico, do Lema Olímpico e das palavras protegidas (Olimpíada, Olimpíadas, Olímpico, Olímpicos) Caracterização de infração ao direito de uso exclusivo: Representação ou algo semelhante ao Símbolo Olímpico, ao Lema Olímpico e às palavras protegidas Representação que possivelmente cria uma associação na mente do público Uso em produtos, embalagens, bandeiras, prestação de serviços, publicidade e propaganda Exceções: uso de acordo com práticas honestas na indústria e comércio 23

B London Olympic Games Act. 2006 Com a designação de Londres como cidade sede para os Jogos Olímpicos de 2012, foi editada legislação complementar de proteção às Propriedades Olímpicas Utilizado como exemplo pela proposta do Comitê Organizador Rio 2016 Diferença fundamental: previsão de atos e condutas que não caracterizam violação aos direitos de uso exclusivo das Propriedades Olímpicas Limitação aos direitos exclusivos do Comitê Organizador dos Jogos de Londres 2012 Quanto ao uso de termos e expressões: combinação de dois grupos 1 Jogos, Dois mil e doze, 2012 e vinte doze; 2 ouro, prata, bronze, Londres, medalha, patrocinador, verão) 24

B London Olympic Games Act. 2006 Parâmetros para apreciação pelo Poder Judiciário de eventual infração Objetivo principal: evitar a idéia de associação oficial de empresas ou produtos/serviços com os Jogos Olímpicos e o seu aproveitamento comercial Exceção: uso de acordo com as práticas honestas do comércio Possibilidade de uso, desde que não cause uma falsa associação oficial entre empresas, produtos ou serviços com os Jogos Olímpicos com o seu aproveitamento comercial Preservação das Propriedades olímpicas, dos interesses dos patrocinadores e também da Cidade sede e entidade organizadora Sistema de Proibições e Autorizações: justo equilíbrio 25

B London Olympic Games Act. 2006 Reação de associações de defesa de direitos de propriedade intelectual Manifesto da AIPPI Exageros do London Olympic Games Act 2006 Manifestações no Brasil Proteção especial/excepcional: possibilidade de questionamento Cumprimento de exigências do COI Harmonização com o sistema de proteção à propriedade intelectual no Brasil Adoção de critérios de uso excepcional 26

VI Tentativa de Harmonização Previsão de limites ao direito de uso exclusivo do COB/Comitê Organizador Rio 2016 Atos, condutas e ações que não infringem os direitos do COB/ Comitê Organizador Rio 2016 Rol exemplificativo de termos e expressões de uso restrito pelo COB/Comitê Organizador Rio 2016 Suspensão temporária do uso vulgar, comum ou genérico das expressões Olimpíadas e Jogos Olímpicos ainda que relacionados à prática do desporto educacional ou de participação Equilíbrio entre preservação das Propriedades Olímpicas X Interesses econômicos X Interesses Sociais Firme repressão ao uso indevido ou abusivo das Propriedades Olímpicas Utilização da legislação existente 27

OBRIGADO ANDRÉ ZONARO GIACCHETTA PINHEIRO NETO ADVOGADOS (11) 3247-8686 azgiacchetta@pn.com.br 28

SÃO PAULO R. Hungria, 1.100 São Paulo - SP 01455-000 Brasil T (55-11) 3247-8400 / F 3247-8600 RIO DE JANEIRO Av. Nilo Peçanha, 11 Rio de Janeiro - RJ 20020-100 Brasil T (55-21) 2506-1600 / F 2506-1660 www.pinheironeto.com.br pna@pn.com.br BRASÍLIA SAFS Quadra 2, Bloco B, 3 andar Ed. Via Office Brasília - DF 70070-600 Brasil T (55-61) 3312-9400 / F 3312-9444 29