CURSO DE MATEMÁTICA - BETIM Tópicos do projeto pedagógico 1) Perfil do curso: justificativa para a oferta do curso, considerada sua relevância face à responsabilidade social da Instituição tendo em vista as demandas sociais, tecnológicas, culturais e ambientais do contexto em que o curso se insere. A finalidade da universidade é a formação de profissionais com competência técnico-científica e com competência sociopolítica; a primeira vista, como instrumento e, a segunda, percebida como fim. Para cumprir sua finalidade, a universidade desenvolve competências de ensino, pesquisa e extensão no trabalho com o conhecimento, matéria-prima com a qual concretiza os processos de formação. Pode-se afirmar, pois, que o curso de Licenciatura Plena em Matemática se insere na objetivação do projeto da universidade e a implementação de seu compromisso educativo com a sociedade. Alguns estudos, inclusive da UNESCO, apontam a escassez de docentes para o Ensino Básico. Existem referências que indicam que podemos ter uma situação crítica no Ensino Médio, com falta de professores, principalmente de Biologia, Física, Matemática e Química. Atualmente, se considerarmos apenas o Ensino Médio, há um déficit de cerca de 250 mil professores. Como vemos, a licenciatura é uma das áreas mais promissoras em termos de emprego em nosso país. Formar educadores matemáticos, num país com grande déficit desses profissionais, torna-se ainda mais relevante quando se está em uma cidade como Betim (Grande BH); uma região com grande concentração de indústrias, o que provoca um alto crescimento demográfico, sobretudo, da população em idade escolar. Diante disso, o curso de Matemática da PUC Minas em Betim cumpre um duplo papel tanto na esfera social como dentro dos princípios que regem a Universidade. 2) Perfil do egresso: definição do profissional a ser formado, em termos das competências a serem criadas e/ou desenvolvidas, consideradas as atividades que virá a realizar, bem como a realidade em que atuará. O curso de Licenciatura em Matemática tem como objetivo a formação do educador matemático, um profissional para a docência na Educação Básica. É por meio do processo de construção de conhecimento que a PUC Minas operacionaliza o processo educativo em seus diversos cursos. Visto como finalidade da universidade, esse processo formativo tem dois componentes: um é o componente de formação técnico-científica, caracterizado pelo manejo e pela produção de conhecimento, no sentido de tornar-se capaz de analisar a realidade, conceber saídas e praticar soluções criativas; o outro é o componente de formação sociopolítica, intrínseco ao processo construtivo de conhecimento, caracterizado por uma orientação humanista, no sentido de tornar-se capaz de participar e de intervir na sociedade. A formação do educador matemático, no curso de licenciatura, pode ser vista como construção de competências, processo objetivado por meio do trabalho com o conhecimento, a matéria-prima dos cursos de graduação, e resulta na incorporação de certas habilidades ou capacidades pelos sujeitos da atividade pedagógica. Tal condição requer que se deixe de privilegiar a acumulação de conteúdos como garantia para a formação de um bom profissional e se passe a usar o trabalho com os conteúdos como meio de qualificar profissionais capazes de coordenar informações, de considerar os problemas em sua totalidade, de interagir com pessoas e de interpretar de maneira dinâmica a realidade. São habilidades ou capacidades que ajudam a compor o perfil do profissional a ser formado e que, em conseqüência, servem para balizar as diferentes atividades propostas e desenvolvidas no Curso de Licenciatura em Matemática. Apresentam-se, a seguir, algumas dessas habilidades que perfazem o perfil do profissional contemporâneo e que podem ser desenvolvidas no trabalho com o conhecimento feito na perspectiva de construção. a) Lidar com conhecimento, de tal forma a garantir adequado exercício da profissão e da cidadania. Isso se traduz em ser capaz de ler e analisar a realidade e as conquistas tecnológicas, de manter-se sempre informado, de interpretar o mundo com autonomia, bem como de sugerir o uso de tecnologias adequadas ao desenvolvimento e que garantam o bem estar social. Significa também construir e exercitar espírito crítico, no
sentido de questionar a sociedade, a política, a economia, buscando as razões para os problemas e, sobretudo, soluções para os mesmos. O bom manejo do conhecimento requer domínio de leitura e de escrita e bom embasamento no método científico, de modo a possibilitar a comunicação oral, escrita e gráfica. Espera-se que o profissional em formação desenvolva as capacidades de ler e interpretar diversos tipos de textos; de produzir textos orais e escritos, empregando diversas linguagens; de utilizar as tecnologias da informação no trabalho educacional. b) Conceber saídas e praticar soluções de maneira a produzir novas formas de trabalhar com conteúdos de matemática, novos processos com baixo custo econômico e alto valor social. Praticar a criatividade no sentido da participação e da colaboração, inspirada na habilidade crítica, com vistas a uma sociedade melhor, a uma economia mais produtiva e social. Espera-se que o profissional em formação desenvolva atitudes: de comprometimento com uma visão de educação, cujo objetivo é a formação e desenvolvimento da cidadania; de responsabilidade com o processo educacional; de engajamento crítico nos projetos pedagógicos das escolas nas quais atua; de empenho para propor e implementar um ensino de qualidade. c) Pesquisar e elaborar, como manifestação de bom manejo do conhecimento, mantendo-se sempre atualizado em seu campo profissional e capaz de renovação constante dos conteúdos pedagógicos, tecnológicos, sociais e econômicos. É habilidade básica para o professor propor serviços e tecnologias que atendam a demandas atuais. Espera-se que o docente em formação incorpore a prática investigativa, como forma de crescimento profissional e pessoal, como princípio científico e educativo, indispensável no trabalho com o conhecimento. d) Cultivar a interdisciplinaridade e o trabalho em equipe, para dar conta de expectativas típicas da sociedade do conhecimento em termos de tarefas complexas, para ser capaz de trabalhar em rede, para poder aprender outras disciplinas sem perder o aprofundamento disciplinar, para inserir-se com autonomia em ambientes globalizados. Espera-se que o profissional em formação desenvolva uma visão sistêmica dos fatos ou problemas, que seja capaz de trabalhar em grupo, de conviver com o diferente e de perceber a multiplicidade de olhares a respeito de um mesmo tema. O processo educacional é de natureza interdisciplinar e o profissional desse campo precisa transitar em várias áreas, como a pedagógica, a tecnológica, a humana ou social e a ambiental. e) Manejar a instrumentação eletrônica, sobretudo a condizente com seu espaço profissional, fazendo disso uma vantagem comparativa e expediente de navegação pelo mundo da informática; inclui-se nisso também a participação cada vez mais freqüente em programas de informática educativa ou de educação a distância. Espera-se que o profissional em formação cultive a disposição para investir em sua formação continuada e em sua própria atualização. Que saiba recapacitar-se permanentemente, renovando as práticas, fazer-se contemporâneo, antecipando-se a surpresas profissionais. Espera-se que o profissional em formação desenvolva o espírito empreendedor, que requer dinamismo e capacidade de liderança. Pretende-se a formação de um profissional atualizado, capaz de oferecer serviço, de criar e orientar oportunidades de aprendizagem, cultivando o senso ético na sociedade, o comportamento adequado face às questões ambientais, a devida humanização do conhecimento e a submissão do mercado aos ditames do bem comum. O Curso de Licenciatura em Matemática é espaço de construção dessas habilidades e, particularmente, da formação de profissionais que vão utilizar o trabalho com o conhecimento matemático como meio para educar. Admite-se que, à medida que professores e alunos se dedicam à construção e/ou reconstrução do conhecimento matemático, eles vão se educando e criando novas possibilidades de se educarem. Assim, as atividades propostas no Curso de Licenciatura em Matemática são oportunidades para que o profissional em formação incorpore conhecimentos dessa ciência e vá se tornando capaz de: a) Bem manejar os conteúdos, a linguagem e o método matemático, o método científico por excelência; b) Perceber o conhecimento matemático como construção histórica, o que lhe garantirá maior compreensão do ontem, do hoje e do amanhã; c) Sistematizar e comunicar as idéias matemáticas, utilizando-se de diferentes linguagens;
d) Desenvolver modelos matemáticos, de modo a descrever, explicar e resolver problemas. A modelagem matemática permite relacionar várias áreas do saber e requer a análise, a interpretação e a crítica de resultados; e) Desenvolver pesquisas em Educação Matemática, de modo a adequar as propostas de trabalho com o conhecimento matemático às diferentes realidades; f) Atuar na escola com competência sociopolítica, de modo a fazer do trabalho com o conhecimento matemático um fator de inclusão e de transformação social, levando em conta a realidade de cada comunidade; g) Organizar e dirigir oportunidades de aprendizagem por meio do trabalho com o conhecimento matemático, de modo a atender solicitações apresentadas pela comunidade; h) Organizar e dirigir novas propostas interdisciplinares de Educação Matemática que desenvolvam o saber pensar e o aprender a aprender, necessidades vitais na sociedade do conhecimento. 3) Representação gráfica de um perfil de formação: descrição das etapas/ciclos/componentes de formação, em forma de gráfico, quadro ou tabela; nesse caso, prevê-se a explicitação do percurso proposto para o curso e das ações de cada uma das atividades acadêmico-científicas que integram a estrutura curricular. VER ARQUIVO INTERRELACAO_CONTEUDOS (enviado também em anexo) 4) Forma de acesso ao curso: TEXTO DE RESPONSABILIDADE DA PROGRAD. 5) Sistema de avaliação do projeto do curso: processo de monitoramento e avaliação do projeto. No Projeto Pedagógico em Ação e Aperfeiçoamento estão previstas ações que têm por finalidade implantar, monitorar e avaliar a proposta aqui apresentada. São ações programadas que serão objetivadas por meio: a) De reuniões sistemáticas do Colegiado; b) De reuniões sistemáticas dos professores por áreas de competência; c) Da aplicação de questionário avaliativo junto aos alunos. Além dessas ações, o curso e o seu projeto integrarão o sistema de avaliação institucional PROPAV, proposto pela Pró-reitoria de Graduação da PUC Minas. 6) Sistema de avaliação do processo de ensino e aprendizagem: princípios e procedimentos da avaliação da aprendizagem (modalidades, instrumentos e formas de registro). A PUC Minas, em regime semestral, adota o sistema de notas (0 a 100 pontos). Tal sistema de controle requer que as avaliações feitas sejam traduzidas em números, o que facilita e simplifica a gestão acadêmica. Sugere-se que os professores procurem desenvolver e experimentar expedientes de avaliação que possibilitem fazer com que a nota expresse o processo de aprendizagem do aluno. Os critérios de avaliação são estabelecidos pelo Colegiado do Curso em consonância com o Projeto Pedagógico em Ação e Aperfeiçoamento e com as Normas Acadêmicas. Modalidades e instrumentos de avaliação: seminários e trabalhos interdisciplinares; atividades práticas; atividades científico-sócio-culturais, relatórios de estágio e pesquisa, provas dissertativas. De acordo com o Projeto Político Pedagógico, a avaliação está dividida em 4 etapas: 3 no valor de 30 pontos e, a última, no valor de 10 pontos. Em cada uma das etapas de 30 pontos, 25 serão destinados a provas individuais e 5 a outras modalidades de avaliação, a critério do professor. Determinadas disciplinas, devido à sua especificidade, poderão apresentar outro modelo de avaliação, a ser aprovado pelo colegiado. Nas disciplinas do 1º ao 6º período, dos 100 pontos distribuídos, 10 deverão ser destinados ao trabalho interdisciplinar, a quarta etapa de avaliação. Considerando-se o total de notas obtidas no semestre letivo, os discentes que não obtiverem 60 pontos de aproveitamento terão o direito à uma atividade de reavaliação, desde que tenham obtido, no mínimo, 20 pontos. A atividade de reavaliação será oportunizada nos valores de 25 ou 100 pontos, abrangendo toda a matéria do semestre. Para o aluno que optar pela atividade de
reavaliação de 100 pontos, a nota final será a média aritmética entre os pontos obtidos durante o semestre e a nota da reavaliação. Caso opte pela reavaliação de 25 pontos, esta substituirá a menor nota aferida em provas de igual valor realizadas anteriormente, perdendo o direito à reavaliação de 100 pontos. Será aprovado o aluno que obtiver, no mínimo, 60 pontos e 75% de freqüência. È necessário ressaltar que a PUC Minas possui o Sistema de Gestão Acadêmica SGA infomatizado, dispondo de rede interna e também com acesso pela WEB. No SGA, os professores dispõem de um diário eletrônico, no qual registram as avaliações; postam e recebem trabalhos; disponibilizam para os alunos material de apoio didático-pedagógico e mantêm comunicação com os discentes através de mensagens dentro do próprio SGA, para o endereço eletrônico dos estudantes ou celular. Em relação ao estágio supervisionado, além de todas as ferramentas citadas acima, o SGA integra o SGE Sistema de Gestão de Estágio no qual o professor responsável pelas práticas de ensino e estágios supervisionados registra todas as informações referentes ao estágio de cada um dos alunos. A partir desses dados, a universidade faz um convênio com as escolas em que os discentes atuam no campo de estágio. 7) Trabalho de conclusão de curso: trabalho de conclusão de curso e/ou artigo científico, projeto e similares: carga horária prevista na estrutura curricular e forma de distribuição (incluída na estrutura curricular), organização, funcionamento e sistema de avaliação. O Trabalho de conclusão de curso poderá ser um artigo científico ou uma monografia, gestados a partir dos trabalhos interdisciplinares desenvolvidos durante o curso nas disciplinas de Metodologia Científica e Oficinas de Práticas Investigativas. No entanto, no último período, é reservada uma disciplina de 30 horas/aula, denominada Trabalho de Conclusão de Curso, com a finalidade de subsidiar o aluno para a elaboração final de sua monografia ou artigo científico. O aluno será avaliado, ao longo do semestre letivo, através de: 1 - apresentação escrita da pesquisa, sendo definidas a priori as etapas (20 pontos) 2 - apresentação oral da pesquisa (20 pontos) 3 - trabalho final (escrito) (30 pontos - sendo esta nota a média aritmética entre as notas do professor da disciplina e do professor orientador) 4 - defesa do trabalho monográfico ou apresentação do artigo científico, com julgamento realizado por uma banca de examinadores (30 pontos) 8) Atividades complementares: carga horária prevista na estrutura curricular para as Atividades Complementares de Graduação, descrição das atividades e normas para integralização, Constituem componente curricular obrigatória do curso as Atividades científico-sócio-culturais (ACSC). Para efeito de conclusão do curso, o aluno deverá integralizar, no mínimo, 200 horas de atividades. 120 h/a serão transformadas em Unidade Referencial de Atividade (URA) científicosócio-cultural, atribuídas aos alunos que cumprirem pelo menos quatro das seguintes atividades: a) Congressos (intra ou extramuros) 03 URAs para cada participação comprovada e 06 URAS para cada apresentação de trabalhos. Serão computadas, no máximo, 03 participações e/ ou apresentações. b) Seminários (intra ou extramuros) 03 URAs para cada participação comprovada e 06 URAS para cada apresentação de trabalhos. Serão computadas, no máximo, 03 participações e/ ou apresentações. c) Debates (intra ou extramuros) 03 URAs para cada participação comprovada e 06 URAs para participação como debatedor. Serão computadas, no máximo, 03 participações. d) Mesas Redondas (intra ou extramuros) 03 URAs para cada participação comprovada e 06 URAs para cada participação como membro da Mesa. Serão computadas, no máximo, 03 participações. e) Oficinas (intra ou extramuros) 03 URAs para cada participação comprovada e 06 URAs para cada participação como coordenador da atividade. Serão computadas, no máximo, 03 participações. f) Publicações de caráter científico ou literário (intra ou extramuros) 06 URAs para cada publicação comprovada. Serão computadas, no máximo, 03 publicações.
g) Atividades Extensionistas (intra ou extramuros) 03 URAs para cada participação comprovada. Serão computadas, no máximo, 02 participações. h) Cinema, Teatro, Vídeo, Música (intra ou extramuros) 03 créditos para cada relatório crítico apresentado e debatido, ou para cada participação comprovada como cantor, compositor, ator, produtor ou diretor. Serão computadas, no máximo, 03 participações. i) Mini-cursos (intra ou extramuros) 06 URAs para cada participação comprovada. Serão computadas, no máximo, 03 participações. Cada aluno poderá acumular 48 URAs nas ACSC, participando de no mínimo 04 atividades distintas. 9) Estágio curricular: carga horária prevista na estrutura curricular e forma de distribuição (incluída na estrutura curricular), organização, funcionamento e sistema de avaliação. O Estágio Curricular Supervisionado é uma oportunidade de aprendizagem organizada e dirigida, que tem como objetivo possibilitar ao licenciando experimentar a prática docente, sob a orientação de um professor. É expediente que serve como exercício de reflexão sobre os espaços e as condições nos quais são desenvolvidos os processos sistematizados de trabalho com o conhecimento, com vistas à formação para a cidadania. Sob o princípio da ação-reflexão-ação, defendido no parecer CNE/CP009/2001, o Estágio Curricular Supervisionado constitui-se num precioso momento de formação. É um período de permanência do formando na escola, em contato com alguém que já é profissional reconhecido e sob a orientação de um agente formador experiente. Desse modo, o Estágio Curricular Supervisionado é situação propícia para o exercício da prática pedagógica de teor reflexivo. São destinadas 420 horas para o Estágio Curricular Supervisionado, distribuídas em quatro períodos do curso, a partir do quinto. Nos dois primeiros, o campo de atuação é estabelecido no Ensino Fundamental e, nos dois últimos, no Ensino Médio. A avaliação do estágio é processual. O professor orientador do estágio realiza um acompanhamento periódico, estabelecendo metas a serem cumpridas em períodos prédeterminados. As atividades realizadas pelos estagiários que servem como expedientes para avaliação do Estágio Curricular Supervisionado, são as seguintes: a) Elaboração de relatórios parciais, apresentados em encontros agendados pelo coordenador, com a finalidade de socializar as experiências e refletir sobre as mesmas; b) Participação no Seminário Integrado dos cursos de Letras e Matemática, evento realizado semestralmente e que faz parte das atividades curriculares dos dois cursos. Esta atividade propicia momentos de discussão e reflexão sobre os problemas diagnosticados e as intervenções planejadas que são apresentados e discutidos em conjunto com os estagiários de ambos os cursos; c) Elaboração do relatório final no qual cada estagiário descreve e analisa as atividades por ele desenvolvidas. d) Apresentação desse relatório final para a turma, com tempo para discussão e avaliação do mesmo.