PARTE II Dinâmicas da Agricultura a Norte: Extensificação e Especialização na Diversidade

Documentos relacionados
Primeiros Resultados RECENSEAMENTO GERAL DA AGRICULTURA 1999

Recenseamento Agrícola 2009 Dados definitivos

Agenda 21 Agricultura e Floresta. Seminário Temático O FUTURO DA AGRICULTURA, FLORESTA E DESPOVOAMENTO DA REGIÃO. Nordeste 21 PRÓXIMOS SEMINÁRIOS

Análise sumária da evolução das características estruturais das explorações agrícolas Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas (IEEA) 2016

SECTOR AGRÍCOLA E AGROPECUÁRIO NA REGIÃO DE LEIRIA

Aumento da dimensão das explorações agrícolas e melhoria da produtividade e eficiência da mão de obra

A agricultura de regadio e o desenvolvimento rural

VPP vpp VPP Vpp Vpp vpp vpp

Seminário Impacto do Regime de Pagamento Base na Política Agrícola Comum Organização CAP

CONFERÊNCIA FINAL ECONewFARMERS VISEU 9 DE MARÇO

ÍNDICE. Av. República, 412, Cascais Tel Fax

I Feira das Ciências Agrárias e do Ambiente 9 de Novembro de 2011

O Sector da Produção de Milho Enquadramento. Pedro Serrano AGRO.GES

Inquérito à estrutura das explorações agrícolas 2013: um retrato com duas realidades

I - NATURAL II - ESTRUTURAL. Os problemas estruturais que caracterizam a agricultura nacional podem ser de ordem:

Nas últimas duas décadas, o nível de instrução dos agricultores e a sua idade média aumentaram

Catalogação recomendada

Agricultura e Alterações Climáticas em Portugal

UNIVERSIDADE DE ÉVORA

Jornal Oficial da União Europeia L 308/27

Rede de Informação de Contabilidade Agrícola RICA / FADN

Alterações Climáticas e funções da Agricultura em Portugal

o Futuro da PAC pós 2013

CLUSTER AGROINDUSTRIAL DO RIBATEJO

delegação de Coimbra O território agrícola

Director Presidente do Conselho de Administração C. Corrêa Gago

A Nova PAC: Que implicações na produção de pequenos ruminantes?

População mundial crescerá 34% até 2050.

Caracterização e Enquadramento da região ZV de Elvas

O principal objectivo da Reforma da PAC é o de promover uma agricultura capaz de desempenhar as seguintes funções:

Equilíbrio da Balança Alimentar fator de sustentabilidade da economia nacional O caso dos cereais

A DESESTRUTURAÇÃO DO MUNDO E O RISCO DE INCÊNDIO O CASO DA SERRA DA CABREIRA (VIEIRA

SUMÁRIO: 1 - Enquadramento legal, Metodologia e modelo organizativo 2 - Análise de resultados

Caracterização e Atitudes de Agricultores aderentes ao MPB. Leonardo Costa

A Política Agrícola Comum pós 2013

A importância económica do sector do azeite

Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica

ANEXOS. à proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

Reforma do sector das Frutas e Produtos Hortícolas. Reforma do sector das Frutas e Produtos Hortícolas

Marco Abreu dos Santos

VII Congresso Ibérico sobre Recursos Genéticos Animais

Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas

O Impacto da nova PAC na produção de milho em Portugal

Evolução da Produção, Consumos Intermédios, VABpm e volume de trabalho Agrícolas. Taxa de variação (%) Taxa de Crescimento médio anual (%) P

Levantamento topográfico da existência de manchas de produção de cada resíduo agrícola e vegetal. Projeto n.º Ibero Massa Florestal, Lda

recenseamento 2009 Agrícola Estatísticas oficiais

O mercado do milho em Portugal

Jornal Oficial da União Europeia L 335/3

C ARTA C IRCULAR N.º 01/2004

O SECTOR AGROPECUÁRIO EM CABO VERDE Caracterização da população agrícola cabo-verdiana Caracterização Da Pecuária Em Cabo Verde...

RIBATEJO E OESTE rgaparte00lvt.p , 16:12

Sectores da Economia. Sector Primário Sector Secundário Sector Terciário Sector Quaternário

3. Situação de Referência

Diário da República, 1.ª série N.º de julho de

Anexo V Quadros de Diagnóstico

Situação da Agricultura em Portugal Apresentação dos dados mais recentes

UBERABA, 13 A 15 DE FEVEREIRO DE 2017

Prof. Clésio Farrapo

PAC Ajudas Diretas aos Agricultores e Programa de Desenvolvimento Rural. Dr. Bruno Dimas. Colóquio PAC e Fiscalidade Agrícola

Traços gerais da envolvente externa da actividade agrícola portuguesa

AGROGLOBAL Aplicação da reforma da PAC 1º Pilar. DATA 10/09/2014 Valada do Ribatejo

Desenvolvimento Local. Aula 15. Política de desenvolvimento Rural em Portugal: Principais instrumentos de financiamento para o período

O Futuro da PAC. Pagamentos Diretos. Eduardo Diniz 31ª OVIBEJA. Diretor do GPP. Beja / Auditório NERBE / ACOS. 2 de maio de 2014

CONGRESSO POLÍTICA AGRÍCOLA - HORIZONTE Pagamentos Diretos 1º Pilar. 26 novembro 2014 Teatro Municipal da Guarda - ACRIGUARDA

INQUÉRITO PILOTO DO RECENSEAMENTO AGRÍCOLA 2009

DESTAQUE ELEMENTOS DE CARACTERIZAÇÃO ELEMENTOS AUXILIARES PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

S.R. DA AGRICULTURA E FLORESTAS Despacho Normativo n.º 11/2012 de 3 de Fevereiro de 2012

Norma orientadora n.º 13/ ª Revisão

Manutenção da Actividade Agrícola em Zonas Desfavorecidas. Agro-Ambientais e Silvo-Ambientais

Análise das estatísticas disponíveis sobre as diferentes fileiras abordadas pelo projecto ECODEEP

Encontro Técnico Blueprint- Protecção dos recursos hídricos da Europa Perspectivas para Portugal Práticas agrícolas e qualidade da água

TERRA SÃ AGROBIO. Porto, 29 de Novembro de

SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SEAPA SUBSECRETARIA DO AGRONEGÓCIO CRÉDITO RURAL EM MINAS GERAIS

VOLUME II Introdução e enquadramento

Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas Estatísticas oficiais

A Agricultura e o Desenvolvimento Territorial Integrado Sistemas de Agricultura e Atractividade dos Territórios Rurais

Operação Estatística Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas Farm structure survey Código: 9

MBS MBP MBP MBS mbs mbp mbs mbp MARGENS BRUTAS PADRÃO MARGENS BRUTAS STANDARD

As Forragens de Regadio como Estratégia de Sustentabilidade da Produção Pecuária (e do Território) Mário Carvalho

ÍNDICE. Sumário 3 Primeira Parte A Agricultura Portuguesa: Caracterização e Dinâmicas I. O Complexo Agro-Florestal em Portugal 11

AGRICULTURA, PECUÁRIA E INDÚSTRIA TRANSFORMADORA RELATÓRIO DE CONJUNTURA

O SETOR RURAL Volume de Negócios Caracterização Geral das Explorações Agrícolas

A agricultura: Atividade económica do setor primário; A palavra agricultura significa a cultura do campo;

AGRICULTURA, PECUÁRIA E INDÚSTRIA TRANSFORMADORA RELATÓRIO DE CONJUNTURA

OS ATIVOS BIOLÓGICOS

APOIOS À AGRICULTURA. Gabinete de Planeamento e Política Agro-Alimentar

Visita de Trabalho do GT - Setor Leiteiro (Comissão de Agricultura e Mar) a empresas do setor no Alentejo. Perolivas, 23 de Janeiro de 2017

6.4 O CONSUMO DOS RECURSOS NATURAIS E OS SEUS IMPACTOS

S.R. DA AGRICULTURA E AMBIENTE Despacho Normativo n.º 13/2016 de 29 de Fevereiro de 2016

TAPAS 2002 Portugal Práticas agrícolas

AGRUPAMENTO EUROPEU DE COOPERAÇÃO TERRITORIAL DUERO-DOURO (AECT) José Luis Pascual, Director Geral AECT João Henriques, Coordenador Territorial AECT

AGRICULTURA, PECUÁRIA E INDÚSTRIA TRANSFORMADORA RELATÓRIO DE CONJUNTURA

Atividade agrícola em 2013 marcada pelo aumento de produção das principais culturas agrícolas e pelo decréscimo da produção de carne e leite

Oleiros: floresta de oportunidades

Campanha agrícola 2016/2017 marcada por máximos históricos nas produções de pomares e olival

Boletim Mensal da Agricultura e Pescas

Olivais tradicionais: desenvolvimento local e mercado global

AGRICULTURA BIOLÓGICA Em Portugal e no Mundo Estratégia Nacional

A IMPORTÂNCIA E AS ALTERAÇÕES RECENTES NA AGRICULTURA DA REGIÃO CENTRO

Transcrição:

QUAL O FUTURO DA AGRICULTURA PARA TRÁS OS MONTES? PARTE II Dinâmicas da Agricultura a Norte: Extensificação e Especialização na Diversidade Artur Cristóvão e Luís Tibério acristov@utad.pt; mtiberio@utad.pt UTAD_DESG_CETRAD

SUMÁRIO O abandono agrícola; O ajustamento estrutural e as mudanças agro ecológicas; A diversidade cultural e a especialização produtiva e territorial; O perfil do agricultor e a origem do rendimento; A valorização dos produtos. Informação retirada do INE (RA 2009); Dados quantitativos, estudos e relatórios gentilmente fornecidos pela DRAPNorte.

MAPA GEO POLÍTICO

A Região Norte de Portugal

Abandono? A agricultura resiste. Nº Explorações RGA 1989 RGA 1999 RA 2009 VAR 89/09 (%) VAR 99/09 (%) TM 80.551 70.006 61.804 23 12 EDM 111.505 67.546 49.037 56 27 NORTE 192.056 137.552 110.841 42 19 PORTUGAL 598.742 415.969 305.266 49 27 Fonte: INE, 2022; DRAPN, 2015

Abandono? A agricultura resiste. Nº Explorações em TM Trás os Montes Número Total de Explorações Agrícolas 90.000 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 80.551 70.006 61.804 RGA 1989 RGA 1999 RA 2009 Fonte: DRAPN, 2015

Abandono? A agricultura resiste. Superfície Agrícola Utilizada RGA 1989 RGA 1999 RA 2009 VAR 89/09 (%) VAR 99/09 (%) TM 489.133 457.881 432.873 12 5 EDM 289.624 215.675 211.154 27 2 NORTE 778.757 673.556 644.027 17 4 PORTUGAL 4.005.573 3.863.094 3.668.145 8 5 Fonte: INE, 2022; DRAPN, 2015

Abandono? A agricultura resiste. Superfície Agrícola Utilizada Trás os Montes Superfície Agrícola Utilizada (ha) 500.000 490.000 480.000 470.000 460.000 450.000 440.000 430.000 420.000 410.000 400.000 489.133 457.881 432.873 RGA 1989 RGA 1999 RA 2009 Fonte: DRAPN, 2015

Abandono? A produção animal está em queda. Explorações e efectivo animal Situação em 2009 (Nº) Evolução 1999/2009 (%) Nº Expl. Efectivo Nº Expl. Efectivo Bovinos 5.286 64500 50 20 Suinos 5.114 24.000 65 62 Ovinos 4.436 269.700 33 25 Caprinos 1.945 57.000 37 22 Equideos 12.434 15.580 Aves e Coelhos 25.500 680.900 Colmeias e cortiços 1.160 38.900 Fonte: INE, 2011

Escala? A dimensão média das explorações cresce. Mas.! Dimensão Média (ha) RGA 1989 RGA 1999 RA 2009 TM 6,0 6,6 7,0 EDM 2,6 3,2 4,3 NORTE 4,1 4,9 5,8 PORTUGAL 6,7 9,3 12,0 Fonte: INE, 2012; DRAPN, 2015 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 RGA 1989 RGA 1999 RA 2009 0,0 TM EDM NORTE PRTUGAL

Escala? O efectivo médio também cresce. Dimensão Média dos Efectivos EFETIVO MÉDIO POR EXPLORAÇÃO RGA 1989 RGA 1999 RA 2009 Bovinos 4,6 7,5 12,2 Suínos 3,2 4,3 4,7 Ovinos 45,3 60,7 60,8 Caprinos 19,9 23,7 29,3 Colmeias e Cortiços 11,9 22,8 33,5 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 TRÁS OS MONTES EFETIVO MÉDIO POR EXPLORAÇÃO RGA 1989 RGA 1999 RA 2009 Bovinos Suinos Ovinos Caprinos Colmeias e Cortiços

Escala? As exploração agrícolas são de pequena dimensão económica (DE) Valor de Produção Padrão Total (VPPT ) e Dimensão Económica PT 4, 64 Mil milhões de euros DE = 15,2 mil euros/expl. TM 378 milhões de Euros 8% DE = 6,1 mil euros/expl. EDM 550 milhões de euros 12% DE =11,2 mil euros/expl. Fonte: INE, 2011

Um sector marcadamente mais mecanizado Máquinas Agrícolas RGA 1989 RGA 1999 RA 2009 Total de Tratores (nº de máquinas) 12612 21161 30027 Motocultivadores (nº de máquinas) 611 2267 2842 Motoenxadas (Motofresas) (nº de máquinas) 99 368 710 Motoceifeiras (Motogadanheiras) (nº de máquinas) 2751 2641 1721 Ceifeiras debulhadoras (nº de máquinas) 352 346 301 EVOLUÇÃO DE 1989 P/ 2009 (%) 138 365 617 37 14 Fonte: DRAPN, 2015

Um sector excessivamente tratorizado? Trás os Montes Número Total de Tratores 35000 30000 25000 20000 15000 12612 21161 30027 45 40 35 Trás os Montes Área de SAU/Trator (ha) 39 10000 30 5000 25 22 0 RGA 1989 RGA 1999 RA 2009 20 15 14 10 5 0 RGA 1989 RGA 1999 RA 2009 Fonte: DRAPN, 2015

Mas menos irrigado Superfície Irrigável DESIGNAÇÃO Nº DE EXPLOR. RGA1989 RGA 1999 RA 2009 EVOLUÇÃO DE 1989 vs 2009 ÁREA (ha) Nº DE EXPLOR. ÁREA (ha) Nº DE EXPLOR. ÁREA (ha) Nº EXPLOR. (%) ÁREA (%) Total 70.862 99.854 41.179 93.100 22.428 46.665 68 53 Fonte: DRAPN, 2015

A paisagem agro ecológica está a mudar!! EVOLUÇÃO DE 1989/2009 EVOLUÇÃO DE 1999/2009 Nº EXPLOR. (%) ÁREA (%) Nº EXPLOR. (%) ÁREA (%) Superfície Agrícola Utilizada (SAU) 23 12 12 5 Total de Terras Aráveis 53 56 42 36 Total de Culturas Temporárias 49 62 34 40 Pastagens Permanentes em Terra Limpa 29 74 19 36 Total de Culturas permanentes 19 7 11 1 Matas e Florestas sem Culturas sob coberto 6 92 0 39 Fonte: DRAPN, 2015

As culturas temporárias parecem não ser atractivas CULTURA EVOLUÇÃO DE 1989 P/ 2009 Nº EXPLOR. (%) ÁREA (%) Trigo Mole para grão 71 83 Centeio para grão 71 77 Aveia para grão 23 30 Milho Regional para grão 44 42 Milho Híbrido para grão 133 121 Total de Cereais p/grão 60 73 Total de Prados temporários e Cult. forrageiras 39 30 Total de Batata 64 81 Total de Flores e Ornamentais 1752 Total de Culturas Temporárias 49 62 Fonte: DRAPN, 2015

As culturas permanentes revelam se mais atractivas CULTURA EVOLUÇÃO DE 1989 P/ 2009 Nº EXPLOR. (%) ÁREA (%) Total de Culturas permenentes 19 7 Macieiras 36 9 Pereiras 28 48 Cerejeiras 65 148 Pessegueiros 42 66 Total de Frutos Frescos 24 3 Total de Citrinos 21 2 Amendoeiras 31 34 Castanheiros 29 135 Aveleiras 25 54 Nogueiras 26 55 Total de Frutos Secos 4 22 Kiwi 129 48 Total de Frutos Sub Tropicais 129 48 Total de Olival 1 22 Total de Vinha 35 13 Fonte: DRAPN, 2015

O ajustamento estrutural tem vindo a consolidar se respeitando a diversidade cultural. Fonte: DRAPN, 2015 QUADRO I OCUPAÇÃO CULTURAL CULTURA EVOLUÇÃO DE 2009 P/ 2013 Nº EXPLOR. (%) ÁREA (%) Trigo Mole para grão 5,2 1,0 Centeio para grão 14,6 2,7 Aveia para grão 21,0 58,3 Milho Regional para grão 41,0 48,3 Milho Híbrido para grão 0,3 6,5 Total de Cereais p/grão 15,0 7,9 Total de Prados temporários e Cult. forrageiras 13,8 4,9 Total de Batata 37,6 67,1 Total de Flores e Ornamentais 73,0 58,8 Total de Culturas Temporárias 14,2 1,4 Total de Terras Aráveis 9,5 0,1 Macieiras 29,3 34,8 Pereiras 65,8 24,1 Cerejeiras 15,5 18,6 Pessegueiros 37,9 2,8 Total de Frutos Frescos 16,5 29,6 Total Frutos pequenos de baga 781,7 1.621,2 Total de Citrinos 29,6 33,8 Amendoeiras 0,7 3,8 Castanheiros 0,6 2,0 Nogueiras 36,8 30,6 Total de Frutos Secos 2,2 3,0 Kiwi 53,2 60,9 Total de Frutos Sub Tropicais 53,4 61,4 Total de Olival 1,2 2,1 Total de Vinha 14,5 2,4 Total de Culturas permenentes 10,3 2,3 Pastagens Permanentes em Terra Limpa 11,0 0,2 Superfície Agrícola Utilizada (SAU) 10,8 0,4 Matas e Florestas sem Culturas sob coberto 20,8 3,2 Superfície Agrícola Não Utilizada 26,3 21,6 Outras Superfícies 6,6 26,3 Superfície Total das Explor. Agrícolas 10,8 0,4

Um Território diverso: Padrões de Especialização Agro-Florestal do Território

Extensificação e especialização na diversidade. Orientação Técnico Económica (OTE) : Explorações especializadas 75% (46 mil explorações): culturas permanentes (57%), (sobretudo vinha, 24%, olival, 9% e fruticultura, 8%) e herbívoros, 9%; Explorações mistas ou combinadas 25% (15 mil explorações): Policultura, 11% e explotações mistas de culturas agrícolas e criação de gado (12%); Concentração da viticultura no Douro, o Olival na Terra Quente e a fruticultura no Douro Sul. Fonte: INE, 2011

Perfil do produtor agrícola singular (RA, 2009) Idade relativamente elevada e nível de instrução a melhorar. Homens(64%. 12% em relação a 1999 ) e mulheres (34%, variação positiva de 30%); Com menos de 35 anos (2%, variação negativa de 52% entre 1999 e 2009); De 35 a menos de 45 anos (8%, variação negativa de 44%); De 45 a menos de 65 anos (43%, variação negativa de 18%); Com 65 anos ou mais (47%, variação positiva de 10%); Fonte: INE, 2011

Perfil do produtor agrícola singular (RA, 2009) Idade relativamente elevada e nível de instrução a melhorar. Sem qualquer nível de instrução (22%, variação negativa de 44%); Com o 1º Ciclo do Ensino Básico (51%, variação negativa de 9%); Com 2º e 3º Ciclos Ensino Básico (17%, variação positiva de 46%); Ensino Secundário e pos secundário (4% e tem evoluído de forma muito positiva); Ensino Superior (6%, evolui de forma positiva); O nível de instrução Secundário e Superior é maioritariamente não agrícola ou florestal. Fonte: INE, 2011

Origem do rendimento O rendimento do agregado doméstico provém sobretudo de fontes exteriores à exploração agrícola Origem do rendimento do agregado doméstico (%) Exclusiv. Expl. Princip. Expl Princip. Ext. Expl. PORT 6 11 84 EDM 6 12 83 TM 7 11 82 BL 4 9 87 BI 4 6 90 RO 7 9 84 ALE 6 14 80 ALG 4 9 88 AÇO 12 17 71 MAD 4 13 83 Pensões e reformas; Salários sector terciário; Salários sector secundário Fonte: INE, 2011

Valorização dos produtos Os modos particulares de produção e a qualificação de produtos ainda não acrescentam valor. O MPB envolve um baixo número de produtores e reduzida superfície agrícola : olival; pastagens; frutos secos e floresta são as mais importantes; As explorações pecuárias orientadas para a produção ecológica são residuais. Mais de 1/3 são apicultores; A presença no mercado de produtos de agricultura ecológica é fraca; Portugal, e a região Norte em particular, registam um elevado numero de produtos qualificados (DOP/IGP/ETG); O valor dos produtos DOP/IGP tem ainda elevada margem de crescimento. Fonte: GPP, 2011; DGADR, 2012

SÍNTESE Agricultura hoje! O ajustamento estrutural, a mecanização e a modernização da agricultura prosseguem; O abandono de culturas temporárias, o decréscimo generalizado da produção animal, o aumento de incultos, de matos e floresta está a mudar a paisagem agrária (extensificação); Apesar da extensificação (abandono) e de uma certa especialização produtiva e territorial, a diversidade cultural e produtiva ainda é um traço caracterizador da agricultura portuguesa; A pequena dimensão física, mas sobretudo económica, é (ainda) Fonte: INE, 2011 nota dominante ;

O rendimento do agregado familiar provêm sobretudo de fontes exteriores à exploração; A empresarialização da agricultura (ainda) não éuma realidade; O agricultor tem idade relativamente elevada, mas os níveis de instrução estão a melhorar; Os fortes investimentos na modernização das explorações, sobretudo ao nível da transformação e processos de comercialização, ainda não produziram os efeitos desejados; A adopção de algumas práticas agrícolas amigas do ambiente é ainda insipiente e a agricultura química está enraizada; Agricultura ecológica e produtos DOP/IGP tardam a dar frutos! SÍNTESE Agricultura hoje!

Fortes investimentos na modernização das explorações agrícolas: agricultura empresarial ; pequena agricultura; transformação e comercialização; Aprofundamento da dualidade estrutural do sector agro florestal : Pequenas vs grandes explorações; SÍNTESE Agricultura hoje! Processos de especialização cultural e diferenciação em territórios delimitados: pecuária de leite, viticultura, horticultura e fruticultura; Processos de extensificação produtiva em determinados sectores e territórios marginais: resultado do abandono, da diminuição da área agrícola, aumento de incultos, matos e florestas.