25/8/2010. UNESP Biologia Marinha Gerenciamento Costeiro LEGISLAÇÃO AMBIENTAL AULA 2 A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE I- INTRODUÇÃO

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Transcrição:

UNESP Biologia Marinha Gerenciamento Costeiro LEGISLAÇÃO AMBIENTAL AULA 2 A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE I- INTRODUÇÃO 1) Posicionamento da Lei 6.938/81 no sistema jurídico brasileiro - Lei Ordinária Federal Regulamentada pelo Dec. 99.274/90 - Já foi objeto de alterações através das Leis 7.804/89, 8.028/90, 9.960/00, 9.985/00, 10.165/00, 11.284/06 e 11.941/09-34 artigos - Exercício da Competência Legislativa Concorrente Art. 24/CF - Coordenar o exercício da Competência Material Comum Art.23/CF - Criar a estrutura necessária à concretização do quanto consta do artigo225dacf Competência Legislativa Concorrente CF/88. Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) VI-florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII proteção ao patrimônio histórico, cultural, turístico e paisagístico; VIII-responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; (...) 1º. No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitarse-á a estabelecer normas gerais. 2º. A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.(...) 1

Competência Material Comum CF/88. Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) III-proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; VI proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII preservar as florestas, a fauna e a flora; (...) Constituição Federal. Art. 225, Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:(...) União Estados Distrito Federal Municípios Como Coordenar as ações a fim de evitar conflitos? 2- O que significa Política Nacional do Meio Ambiente? Lei 6938/81 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e da outras providências MODELO POLÍTICA Forma possível de se praticar um determinado ato Ato decisório de escolha de um determinado modelo POLÍTICA AMBIENTAL Escolha de um determinado modelo para tratar do tema meio ambiente 2

3) Fins e mecanismos de formulação e aplicação --> Necessidade de se fixar a FINALIDADE do exercício do modelo escolhido e de se DISCIPLINAR A SUA APLICAÇÃO nos casos concretos Criação de MEIOS para alcançar os fins busca da maior EFICIÊNCIA Instituição do SISNAMA arts. 6o ao8o Fixação de Instrumentos de atuação arts. 9o ao17-q III- OBJETIVOS DA POLITICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Artigos 2o e 4o da Lei 6.938/81 1- Objetivos Contidos Preservação Desenv. Socioeconômico no Melhoria visando Segurança Nacional art. 2o. Recuperação Dignidade da vida humana 2) Objetivos Contidos no artigo 4o. a) Compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico - Exigência de Licença Ambiental - Controle posterior à Licença Ambiental - Submissão expressa das atividades econômica à PNMA 3

CF. Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente... 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...) IV exigir, na forma da lei, para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (...) Lei 6.938/81. Art. 9º. São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: (...) III- a avaliação de impactos ambientais; (...) Lei 6.938/81. Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do sistema Nacional do Meio Ambiente SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. Lei 6.938/81. Art. 5º. As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em consonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente.. b) Definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios CF/88. Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: (...) III- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais c) Estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e das normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais Busca da Padronização. De quem é a competência? d) Ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas ao uso racional de recursos ambientais 4

e) Difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do e do equilíbrio ecológico Informações Ambientais Participação da Coletividade Art. 225, caput, da CF Educação Ambiental comoprincípio da PNMA Art.2o, X, Lei 6839 f) Preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente Necessidade de prévio Licenciamento Ambiental Punições administrativas (art. 14) Punições criminais (art. 15) Responsabilidade Civil(Art. 14, 1o) Lei 6.938/81. Art. 14. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiente sujeitará os transgressores: I à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10(dez) e, no máximo, a 1000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional ORTNs, agravada em casos de reincidência específica conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios; II à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público; III à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; IV- à suspensão de sua atividade. 1º. Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. 5

Lei 6.938/81. Art. 15. O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver tornando mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. 1º A pena e aumentada até o dobro se: I -resultar: a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente; b) lesão corporal grave; II - a poluição é decorrente de atividade industrial ou de transporte; III -o crime é praticado durante a noite, em domingo ou em feriado. 2º Incorre no mesmo crime a autoridade competente que deixar de promover as medidas tendentes a impedir a prática das condutas acima descritas. g) Imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e, ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos CF/88. Art.225. (...) 2º. Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei, Código Civil. Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. Lei 9.985/00. Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei. 1 o O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade não pode ser inferior ameio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. 2 o Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação. 3 o Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou suazona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida neste artigo. 6

III- O SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente Art. 6o ao8o da Lei 6.938/81 CONSELHO DE GOVERNO CONAMA MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE IBAMA ÓRGÃOS ESTADUAIS ÓRGÃOS MUNICIPAIS a) CONSELHO DE GOVERNO - é o órgão superior do Sisnama e que tem como função assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais. b) CONAMA é órgão consultivo(vez que assessora o Conselho de Governo) e deliberativo (vez que cria normas jurídicas, normalmente através de Resoluções). Estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; Determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; Estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais Estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle de poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes 7

C) MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - é o órgão central do SISNAMA, cabendo-se planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. - Na forma dos artigos 10 e 11 do Decreto 99.274/90 (que regulamenta a Lei 6.938/81) caberá ao Ministério do Meio Ambiente, por meio de sua Secretaria-Executiva, prover os serviços de apoio técnico e administrativo do CONAMA, solicitando colaboração, quando necessário, aos órgãos D) IBAMA - órgão executor do SISNAMA, cabendo-lhe executar e fazer executar, como órgão federal, a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. -na forma do quanto consta no inciso I do artigo 8º e do artigo 11, caput, da Lei 6.938 apresentar proposta ao CONAMA para a fixação de normas e critérios para o licenciamento ambiental; - apresentar representação junto ao CONAMA para a aplicação de pena de perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito, na forma do inciso V do artigo 8º da Lei 6.938; - realizar o licenciamento ambiental no caso de atividades e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional, conforme 4º do artigo 10 da Lei 6.938/81; - atuar, em caráter supletivo, realizar o licenciamento ambiental cabível ao órgão estadual competente, conforme artigo 10, caput, da Lei 6.938/81; - realizar, em caráter supletivo aos órgãos estaduais e municipais, a fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e padrões de qualidade ambiental, conforme 1º do artigo 11 da Lei 6.938/81; - administrar o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental e o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais previstos no artigo 17 da Lei 6.938/81; 8

- Receber e fiscalizar o pagamento da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao IBAMA para controle d fiscalização das atividades poluidoras e utilizadoras de recursos naturais, conforme item 17-B da Lei 6.938/81; E) ORGÃOS ESTADUAIS - conceder, na forma do artigo 10 da Lei 6.938/81, licenciamento ambiental; - aplicar àqueles que não cumprirem as medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental as penas administrativas previstas no artigo 14 da Lei 6.938/81; F) ÓRGÃOS MUNICIPAIS execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental, no respectivo território 9

IV INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE a) O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental Competência Art. 6o da Lei 6.938/81 Exemplifiquemos: -Resolução CONAMA Nº 420/2009-"Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas." b) O zoneamento ambiental -Oqueé? - Lei 10.257/01(Estatuto da Cidade) -Art.182, 2o,CF PlanoDiretor c) A avaliação de impactos ambientais, bem como o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras Art. 10 da Lei 6.938/81 Resolução 237/97 do CONAMA. d) Os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental e) A criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas 10

ÁreadeProteçãoAmbiental (APA),na forma doartigo15da Lei9.985/00,é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais, podendo ser constituída por terras públicas ou privadas. Área de relevante interesse ecológico é, conforme artigo 16 da Lei 9.985/00, uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com caraterísticas naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza. Já Reserva Extrativista, na forma do artigo 18 da Lei 9.985/00, é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessa populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. f) O Sistema nacional de informações sobre o meio ambiente SINIMA Administrado pela Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente g) O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental é previsto no inciso I do artigo 17 da Lei 6.938/81, administrado pelo IBAMA para o registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. O cadastramento pode ser realizado através da internet, acessando o site http://www.ibama.gov.br/cadastro/cadastro.htm. 11

h) as penalidades disciplinares ou compensatórias pelo não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção de degradação ambiental Art.14 Art.15 i) A instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente a ser divulgado anualmente pelo IBAMA O acesso ao Relatório de Qualidade do Meio Ambiente é realizado através do site http://www.ibama.gov.br/ojs/index.php/rqma/issue/view/127/showtoc. j) A garantia da prestação de informações relativas ao meio ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes k) O Cadastro Técnico federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. Conforme artigo 17, caput e inciso I, da Lei 6.938/81 impõe a manutenção de Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadora de Recursos Ambientais, de administração do IBAMA, criado para o registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dediquem a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. O cadastramento pode ser realizado através da internet, acessando o site http://www.ibama.gov.br/cadastro/cadastro.htm. l) Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros Instrumentos econômicos são meios através dos quais se modifica o preço do bem a fim de se alcançar determinados objetivos, sejam eles referentes ao desenvolvimento econômico ou a questões de ordem social ou ambiental. - concessão florestal: na forma do inciso VII do artigo 3º da Lei 11.284/06, trata-se de delegação onerosa, feita pelo poder concedente, do direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de manejo; - Servidão florestal: Mediante anuência do órgão ambiental competente, o proprietário rural pode instituir servidão ambiental, pela qual voluntariamente renuncia, em caráter permanente ou temporário, total ou parcialmente, a direito de uso, exploração ou supressão de recursos naturais existentes na propriedade 12

V-DAPREVISÃODECRIMENALEI6.938/81 Lei 6.938/81. Art. 15. O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver tornando mais grave situação de perigo existente,fica sujeito àpenadereclusãode1(um)a 3(três)anos emultade100(cem)a1.000(mil)mvr. 1ºApenaeaumentadaatéodobrose: I-resultar: a)danoirreversívelàfauna,àfloraeaomeioambiente; b) lesão corporal grave; II- a poluição é decorrente de atividade industrial ou de transporte; III-ocrimeépraticadoduranteanoite,emdomingoouemferiado. 2º Incorre no mesmo crime a autoridade competente que deixarde promover as medidas tendentes a impedir a prática das condutas acima descritas. 13