VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM ÊNFASE NA FAMÍLIA

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO CURSO DE APERFEIÇOAMENTEO EM TEORIA E PRÁTICA DOS CONSELHOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE SER CONSELHEIRO VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM ÊNFASE NA FAMÍLIA CLEMILDA DOS SANTOS RODRIGUES MARIA DE FÁTIMA DANTAS DE ALMEIDA SANDRA REJANE DE BRITO RICKEN SISENANDO ALFREDO CINTRA SÃO JOSÉ DO EGITO PE 2014

UNIVERSIDADE DE FEDERAÇÃO RURAL DE PERNAMBUCO CLEMILDA DOS SANTOS RODRIGUES MARIA DE FÁTIMA DANTAS DE ALMEIDA SANDRA REJANE DE BRITO RICKEN SISENANDO ALFREDO CINTRA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM ÊNFASE NA FAMÍLIA Projeto de Intervenção apresentado como requisito parcial de conclusão de curso e aperfeiçoamento em Teoria e Prática dos Conselhos da Infância-Ser Conselheiro. Professor Orientador: Gabriel Gameiro São José do Egito PE 2014

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...03 2. JUSTIFICATIVA...04 3. OBJETIVOS...05 3.1 Geral... 3.2 Específicos... 4. METODOLOGIA...06 5. CRONOGRAMA...10 6. AVALIAÇÃO...11 7. REFERÊNCIAS...12

3 1 INTRODUÇÃO Os Conselheiros Tutelares e Conselheiros de Direitos das Crianças e Adolescentes do município de São José do Egito PE, na condição de participantes do Curso de Aperfeiçoamento em Teoria e Prática dos Conselhos da Criança e do Adolescente Ser Conselheiro promovido pela Escola de Conselhos de Pernambuco, estarão sempre realizando suas ações em harmonia com as demais redes de proteção à infância, no que diz respeito ao enfrentamento das diversas questões que envolvem nossas crianças e adolescentes, além de desenvolver temas trabalhados em prol dos direitos desses sujeitos, com projetos que abordam o abuso e a exploração sexual de pessoas em condição de desenvolvimento, de forma objetiva, alertando a comunidade dos riscos e prejuízos à sociedade, bem como explicando como estas violações afetam o crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes. Nesse sentido, a importância do trabalho se dá em informar, atendendo a demanda no sentido de prevenir e orientar contra todos os tipos de violações, como também em manter contato nas comunidades, escolas e rádios, com realização de palestras, entrega de panfletos, contato direto com a população, já que os malefícios provenientes dessa violência normalmente despertam na criança ou no adolescente o desejo sexual precoce, abrindo caminhos para exploração sexual e a reproduzir na vida adulta tal situação. Vítimas que tornam-se opressivas, independente da classe social, em função da imaturidade insuficiente de compreender o tamanho problema. Nesse enfrentamento é de vital importância que a sociedade veja a gravidade do fenômeno. O fortalecimento da base familiar é um pressuposto inerente a este objetivo, possibilitando o rompimento do silêncio e valor do dever da proteção da família, comunidade, Estado e Sociedade, como ressalta o art. 4º da lei 8.069/90 do Estatuto da Criança e do Adolescente: É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, ao esporte, ao

4 lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária. 2 JUSTIFICATIVA No decorrer de anos com base na atuação dos Conselheiros Tutelares ou Conselheiros de Direitos das Crianças e Adolescentes, percebese a grande dificuldade no enfrentamento do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, em razão da omissão oriunda da sociedade no contexto cultural, já que a sociedade é inserida em diversos níveis de desenvolvimento, sejam eles negativos ou positivos no que corresponde à compreensão dos fatos de aceitação ou omissão, onde os casos de violência desse porte ocorrem e ficam muitas vezes em anonimato, quando em sua maioria são provenientes do próprio seio familiar. Portanto, um dos recursos utilizados para minimizar o problema e dar continuidade do trabalho em rede, de forma a conscientizar e prevenir, em parceria com as famílias, comunidades, todos os sistemas de garantias, órgãos federais, estaduais e municipais, enfim toda a sociedade, no sentido de resgatar o dever de proteção que lhe foi confiado naturalmente conforme o artigo 4º ECA Estatuto da Criança e do Adolescente. É o dever de prevenir e combater um dos mecanismos utilizados para minimizar o problema e dar continuidade ao trabalho de conscientização junto às famílias, no sentido de resgatar o dever de proteção que lhe foi confiado naturalmente. Diante dos estudos empíricos e teóricos, percebe-se que há uma tendência a proteger o violador e não o violado. Como defende Saboja (2010, p. 09): A construção de novas relações adulto-jovens, baseada em relações afetivas, de proteção e de socialização, implica em denúncia e responsabilização dos violadores desses direitos. Sendo assim, vê-se a necessidade do enfrentamento da questão no tocante à proteção, a qual se reporta ao violador e não diretamente ao violado, portanto para reverter esse quadro dentro das famílias é preciso ter determinação e coragem da sociedade para usar com objetivo a Denúncia, e assim se fazer valer a efetivação e

5 garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente como requer e preza nossas leis. 3 OBJETIVOS 3.1 Geral Prevenir o abuso e a violência sexual contra crianças e adolescentes, através da conscientização e sensibilização das famílias e da sociedade em geral sobre os impactos destas violações na vida daqueles sujeitos. 3.2 Específicos Instigar as famílias e a sociedade à compreensão da importância da relação afetiva entre si; Identificar as áreas onde ocorre maior índice de vulnerabilidade referente à criança e ao adolescente, visando combater conjuntamente com as famílias; Desenvolver ações informativas através de rádios, panfletos, audiências públicas, e palestras sobre a importância da denúncia.

6 4.METODOLOGIA Os fatores que dificultam o enfrentamento do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes são: 1) a omissão da população, em especial da própria família; 2) a ausência do conhecimento de boa parte da população em relação ao abuso e exploração de crianças e adolescentes; 3) o crime em si; 4) conscientemente observar as mudanças comportamentais de crianças e adolescentes vítimas do abuso e da exploração sexual; e, 5) a não credibilidade às confissões das próprias vítimas. Fatos que se repetem desde períodos anteriores até a contemporaneidade, embora tendo ocorrido o avanço da globalização nas novas tecnologias desenvolvidas, e reformas políticas do nosso país, mas que mesmo assim, ainda demonstrando claramente sérios problemas psicológicos e sociais, comprometendo assim a realização pessoal e profissional desses sujeitos de direitos ainda em fase de crescimento e desenvolvimento psicossocial de forma humanizada. Enfim, há a ausência de conhecimento de boa parte da população em relação à importância de observar as mudanças comportamentais de Crianças e Adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual e não se dá credibilidade às confissões das próprias vítimas, o que acarreta sérios problemas, no tocante tanto a parte física como a psíquica, havendo, portanto, a violação de direitos garantidos e a ineficiência das políticas públicas destinadas a este compromisso em prevenir e combater tais crimes. Portanto a intervenção conjunta dos Conselheiros Tutelares e dos Conselheiros de Direitos se dará de forma direta, mantendo contato com as famílias tanto da zona rural como da zona urbana, num rol de troca de diálogo com base em apresentações de trabalhos e atividades desenvolvidas conjuntamente nas comunidades, fazendo uso dessa comunicação através de emissoras de rádios e, diretamente, nas escolas, onde nossas crianças e adolescentes poderão participar com perguntas e retiradas de dúvidas sobre cada tema abordado pela equipe; elas participarão também de apresentação de peças teatrais, músicas, recitação de poesias e demais outros meios que os levem a interagir e ligar-se a informação e a prevenção. Com uso de data

7 show, panfleto e roda de conversas e verdadeiro contato físico com os colaboradores das demais redes de atendimentos e enfrentamentos do problema, famílias, crianças e adolescentes, já que a prevenção para o enfrentamento e combate ao abuso e exploração sexual é Ferramenta fundamental para a garantia de direitos, articulando o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente, que apesar da existência da lei 8.069/90 de 13 de Julho de 1990, necessita ser efetivada, uma vez que seus direitos ainda continuam sendo negligenciados; passaporte para a proteção da criança e do adolescente através da mobilização e conscientização da sociedade, uma vez que se trata de uma questão de saúde pública; primazia que fomenta a garantia desses direitos tendo como base a escuta a partir dos atendimentos e acolhimentos. De acordo com o estudo sobre o tema abordado, percebe-se a gravidade do problema do abuso e a exploração sexual, que ora vem se alastrando e dilacerando as famílias brasileiras, de modo que é necessária a intervenção urgente e eficaz das políticas públicas direcionadas para este fim. Diante da situação analisada conta-se como ferramenta primordial o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil, o qual representa: Um instrumento de garantia e defesa de direitos de crianças e adolescentes que pretende criar, fortalecer e implementar um conjunto articulado de ações ementas fundamentais para assegurar a proteção integral à criança e ao adolescente em situação ou risco de violência sexual (2010, p. 13). O fortalecimento da garantia de direitos referente à causa sexual Infanto-juvenil se dá através do protagonismo dos atores responsáveis e envolvidos na luta contra os violadores de seus direitos, a fim de garanti-los através das atribuições presentes no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Garantia essa que na prática ainda representa um grande desafio diante de uma sociedade radicada numa cultura de repressão e omissão, fragilizando de certa forma o desempenho das ações voltadas ao cumprimento da lei referenciada.

8 Houve avanços com a criação de recursos a exemplo do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Plano Nacional e Enfrentamento da Violência Sexual infanto-juvenil, mas na prática não há ainda uma estrutura adequada nem conhecimento por parte da sociedade para atingir com maior relevância os objetivos fundamentais à defesa das crianças e dos adolescentes vítimas da violência sexual. Constatamos uma realidade um pouco distante entre teoria e prática, levando em consideração a desconexão dos órgãos envolvidos que deveriam funcionar como uma engrenagem articulada, como defende a seguinte citação extraída do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil: As condições objetivas para efetivação deste Plano Nacional fundamentam-se na exigibilidade do dever da família, da comunidade, da sociedade civil em Geral e do Poder Público (Constituição Federal de 1988 Artigo 227 4º e a Lei nº 8.069/90). Compreende-se que apesar de toda uma discussão voltada para a erradicação do problema exposto, ainda não foi suficiente para promover uma conscientização a partir da instituição familiar, onde se concentra o maior número de casos de violência sexual. Diante disso é necessário analisar cuidadosamente os artifícios dos organismos acima citados com o objetivo de cada vez mais avançar no sentido da efetivação desses direitos. A violência sexual intrafamiliar no âmbito de sua dimensão e da gravidade do problema, no que tange às consequências que as vítimas desta violação sofrem, geralmente ficam no anonimato, causando sérios prejuízos ao bem-estar das crianças e dos adolescentes, agredindo, portanto a integridade física e psicológica, danificando a autoestima, deixando-os presos à lembrança de um passado danoso, causando-lhes intensos sofrimentos psíquicos, o que, em última instância, pode vir a violar o direito à vida, direito este ressaltado no Artº 7 do Estatuto da Criança e do Adolescente, assim citado: A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

9 Diante da desestruturação dos diversos modelos de família, constata-se que é muito comum nos dias atuais a prática da violência sexual no seio dessa instituição, o que impede as vítimas de denunciarem seus violadores, uma vez que se sentem intimidados devido à relação afetiva que existe entre essas pessoas. As crianças e adolescentes vítimas da violência sexual ou outras formas de violência, por se tratarem de sujeitos de direitos em desenvolvimento biopsicossocial, necessitam da intervenção da rede de atendimento para de fato gozar da proteção que por lei deve ser garantida através dos órgãos do sistema de garantia e demais mecanismos como: o enfrentamento à prática de violência sexual contra as crianças e os adolescentes vulneráveis a tal situação e o resgate nas famílias ou responsáveis de seu papel de agente protetor para não se omitirem, onde passem a dar a atenção básica, estabelecendo, portanto, um diálogo no sentido de orientar e solidificar uma educação que garanta aos mesmos a autonomia necessária para protegerem-se da crueldade de tal violência, como reza o art. 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente: Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. Vale salientar que a proposta desta garantia de direito deve ser pautada de acordo com discussões coletivas envolvendo as engrenagens do sistema de garantia com a finalidade máxima de unificação e fortalecimento da rede de proteção onde prevaleça assiduamente a tão sonhada proteção e garantia em prol destas pessoas em desenvolvimento.

10 5.CRONOGRAMA Cronograma de Execução das Atividades Período de duração 2014 Outubro Novembro 1- Levantamento Bibliográfico X X 2 - Coletas de Dados X X 3 - Análise e Interpretação dos Dados X 4 - Redações das Conclusões Preliminares X 5 - Escrita Final das Conclusões e Apresentação X

11 6. AVALIAÇÃO A metodologia a ser adotada consistirá na pesquisa de campo, tendo em vista que será utilizada a observação da interação dos públicos assistidos e das problemáticas apresentadas nas palestras, já que este é o instrumento que o pesquisador, através de questionários, entrevistas, protocolos verbais, observações, coleta seus dados, investiga os pesquisados no contexto social de forma a desalinhar o problema, com a intenção de melhor compreender e justificar as demais causas que implicam o tamanho da demanda do município. Durante a investigação será trabalhado o método indutivo desenvolvido no município, nas redes de proteção das comunidades urbanas e rurais da cidade de São José do Egito PE, no tocante ao tema abordado nesse trabalho no que se refere ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. O impacto consiste em avaliar, minimizando e revertendo a situação, já que o contato direto com o público, em palestras informativas e mobilização na troca de questionamentos, no contato com as crianças, adolescentes e suas famílias, visa a garantir preventivamente os direitos e deveres de toda sociedade no que diz respeito a não violar direitos das crianças e adolescentes. Na investigação será aplicada a observação para melhor compreensão da problemática em estudo. Os sujeitos da pesquisa serão as crianças e adolescentes que integram as instituições acima citadas.

12 REFERÊNCIAS Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em: <http://www.cedca.pe.gov.br>. Acesso em 06/010/2014. Legislação Sobre os Direitos da Criança e do Adolescente. Disponível em: www.jusbrasil.com.br/topicos/.../direitos-da-criança-e-do-adolescente. Acesso em 06/10/2014 Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual InfantoJuvenil. Disponível em: <http://mj.gov.br/sedh/ct/conanda/plano_nacional.pdf>. Acesso em 06/10/2014. Plano Decenal de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes do Estado de Pernambuco. Disponível em: www.scj.pe.gov.br/scjpe/. Acesso em 06/10/2014