ASSISTÊNCIA PEDAGÓGICA: UMA CONTRIBUIÇÃO NA GESTÃO PEDAGÓGICA DO ENSINO SUPERIOR



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Transcrição:

1 ASSISTÊNCIA PEDAGÓGICA: UMA CONTRIBUIÇÃO NA GESTÃO PEDAGÓGICA DO ENSINO SUPERIOR Flávia Wagner 1 Universidade do Sul de Santa Catarina, Brasil. Outubro de 2011. 1 Pedagoga, Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (2004), Brasil. Assistente Pedagógica e Professora da Universidade do Sul de Santa Catarina desde 2004, Brasil. Doutoranda em Educação na Especificidade Formação de Professores pela Universidade de Lisboa, Portugal. Contato: flv.wagner@gmail.com

2 Resumo Esta comunicação tem como objetivo central apresentar as três etapas da metodologia de implantação do trabalho da Assistência Pedagógica nos cursos de graduação da Universidade do Sul de Santa Catarina. A função principal do Assistente Pedagógico é oferecer suporte a questões didático-pedagógicas e contribuir para o processo de efetivação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos. A primeira etapa foi uma formação continuada para os Assistentes Pedagógicos, planejada e desenvolvida pela Pró-reitoria de Ensino, a fim de contextualizar a respeito dos documentos que regem a gestão pedagógica da universidade, como: Regulamento da Graduação, Projeto Pedagógico Institucional, Matriz de Implementação dos Projetos Pedagógicos de Graduação e o Programa de Profissionalização Docente. A segunda etapa incidiu no desenvolvimento de uma pesquisa para a imersão dos Assistentes Pedagógicos na realidade dos cursos, a qual previu ações de coleta de dados por meio de entrevistas e questionários, junto aos coordenadores, docentes e acadêmicos dos cursos, o que oportunizou identificar as práticas pedagógicas e propor ações para a resolução dos problemas pedagógicos reais dos cursos. A terceira e última etapa foi executar as ações propostas e analisar os resultados parciais que estão em constante implementação. Palavras-chave: assistência pedagógica, gestão pedagógica e ensino superior.

3 Introdução A Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) foi criada 1964, como uma universidade comunitária, sem fins lucrativos. Está inserida no Estado de Santa Catarina que possui um dos melhores índices de alunos matriculados no ensino superior em todo o Brasil. A UNISUL possui uma presença marcante na região Sul do Estado, tem cerca de 30.000 alunos matriculados, distribuídos em mais de 60 cursos, entre graduação, especialização e pós-graduação. Desde 1993, a UNISUL vem consolidando o trabalho desafiador de construir Projetos Pedagógicos inovadores para orientar seus cursos de graduação, uma atividade constante de reflexão sobre a Missão da Universidade: Educação e gestão inovadoras e criativas no processo do ensino, da pesquisa e da extensão, para formar integralmente, ao longo da vida, cidadãos capazes de contribuir na construção de uma sociedade humanizada, em permanente sintonia com os avanços da ciência e da tecnologia. (Projeto Pedagógico Institucional, 2010). Ao buscar atingir sua Missão, a Universidade tem instituído uma nova forma de organização dos cursos: a Unidade Acadêmica (UnA), reúne cursos de diferentes níveis, agrupados por áreas de conhecimento. Entre uma das prioridades dessa nova estrutura, está a responsabilidade de garantir a qualidade pedagógica dos Cursos calcada na indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão. Temos atualmente as seguintes UnAs: 1) Ciências Sociais, Direito, Negócios e Serviços; 2) Ciências da Educação, Humanidades e Arte; 3) Produção, Construção e Agroindustria; 4) Ciências da Saúde e Bem Estar-Social. As UnAs, estão subordinadas à Diretoria do Campus e

4 são coordenadas pela Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão de cada Campus. Cada UnA conta com os serviços dos Assistentes Pedagógicos. O trabalho do Assistente Pedagógico é assessorar os processos de ensino e aprendizagem nos Cursos das UnAs, visando à efetiva implementação dos Projetos Pedagógico dos Cursos. O objetivo dessa comunicação é socializar o processo de implementação do trabalho da Assistência Pedagógica na Universidade do Sul de Santa Catarina a partir de 2005. Para o que se destina, a presente comunicação está assim organizada: 1) Formação continuada para os Assistentes Pedagógicos, planejada e desenvolvida pela Pró-reitoria de Ensino, a fim de contextualizar a respeito dos documentos que regem a gestão pedagógica da universidade e construir de estratégias para coletar dados sobre os Cursos, a fim de conhecer a realidade para após propor intervenções. 2) Desenvolvimento da pesquisa de imersão dos Assistentes Pedagógicos na realidade dos cursos, a qual previu ações de coleta de dados por meio de entrevistas e questionários, junto aos coordenadores, docentes e acadêmicos dos cursos, o que oportunizou identificar as práticas pedagógicas no que se refere aos pontos pedagógicos relevantes e os pontos a melhorar dos Cursos. 3) Proposição de ações para a resolução dos problemas pedagógicos reais dos cursos. Por fim, assinalaremos as considerações, que julgamos ser o ponto de partida para nossos futuros trabalhos. Formação Continuada dos Assistentes Pedagógicos Desde 2005, a UNISUL mantém um Programa de Assistência Pedagógica. Esses profissionais possuem o seguinte perfil: experiência em docência no ensino superior, formação em educação e titulação mínima de Mestre em Educação, atuam junto a agrupamentos de cursos de graduação, definidos por área de conhecimento, Unidades

5 Acadêmicas auxiliando coordenadores e professores na implantação dos projetos pedagógicos dos cursos. A partir do contrato realizado com estes profissionais a instituição realiza uma formação continuada para os Assistentes Pedagógicos, que tem por objetivo dar início a uma identidade para função buscando situar o profissional nas suas atribuições. Ela é planejada e desenvolvida pela Pró-reitoria de Ensino, a fim de contextualizar a respeito dos documentos que regem a gestão pedagógica da universidade, como: Regulamento da Graduação, Projeto Pedagógico Institucional, Matriz de Implementação dos Projetos Pedagógicos de Graduação, o Programa de Profissionalização Docente e o documento que apresenta as atribuições da assistência pedagógica: função, perfil e formas de atuação. E além dos estudos dos documentos também orienta para a construção do processo de diagnóstico pedagógico da realidade onde irá atuar. Na formação continuada, que dura aproximadamente dois meses, é apresentado o papel do assistente pedagógico por meio da leitura e discussão do conteúdo do documento Assistentes Pedagógicos nos cursos da UNISUL: função, perfil e formas de atuação (UNISUL, 2004). O texto do documento diz que a Pró-Reitoria Acadêmica propõe a contratação destes profissionais partindo do entendimento de que são um apoio extra-curso e que possuem competência técnica para ajudar na (...) gestão pedagógica dos cursos de graduação na implementação do projeto pedagógico, é muito importante um apoio extra-curso, que oriente caminhos, auxilie a enfrentar dificuldades e promova um debate pedagógico (UNISUL, 2004, p.5).

6 A função específica do assistente pedagógico, segundo o documento, é assessorar os processos de ensino aprendizagem, visando a efetiva implementação do projeto pedagógico do curso (UNISUL, 2004, p.6), numa perspectiva de atuação de aproximação e imersão no cotidiano do curso e, ao mesmo tempo, um distanciamento e um estranhamento, para a análise de suas próprias ações e da realidade do curso (UNISUL, 2004, p.7). O documento deixa claro que a gestão e assessoria dos processos de ensino e aprendizagem requer conhecimento específico pedagógico o que nem todos os gestores possuem, e aponta quais são esses conhecimentos ao citar Conhecimentos sobre planejamento, metodologias de aula, tipos de conteúdos, objetivos, avaliação, bem como relação professor e aluno e apoio a equipe de coordenação do curso no processo ensino-aprendizagem e questões pedagógicas (UNISUL, 2004, p.7). Entre as atribuições do assistente pedagógico na UNISUL, de acordo com o documento apresentado, constam as seguintes atividades: - assessorar pedagogicamente o processo de implementação dos PPCs; - diagnosticar constantemente as práticas pedagógicas desenvolvidas no processo de implementação dos projetos pedagógicos dos cursos; - planejar, com base nos diagnósticos realizados, ações a serem desenvolvidas nos cursos; - desenvolver o plano de ações, elaborando relatórios sistemáticos à Coordenação da UnA, às coordenações de curso e à Diretoria de Graduação; - refletir com o colegiado dos cursos sobre o seu necessário engajamento para que o projeto pedagógico do curso seja materializado no cotidiano da sala de aula;

7 - possibilitar espaços de discussão, aprofundamento, estudo, avaliação e intercâmbio entre alunos, professores, coordenadores, a respeito de questões centrais no processo de ensino e aprendizagem; - atender às demandas advindas dos curso em particular referentes ao fazer pedagógico; - criar situações que auxiliem a modificar a cultura pedagógica instituída no cotidiano do curso, quando isso for necessário para a implementação adequada do projeto pedagógico; - identificar e propor, em conjunto com o Programa de Profissionalização Pedagógica Continuada, ações de formação docente; - acompanhar o processo de seleção, alocação e avaliação do quadro de docentes da UnA; - propor ações visando a melhoria da qualidade do ensino. (UNISUL, 2004, p. 8) O trabalho de Ehrensperger (2006) contribui para uma revisão de ações desenvolvidas pela Pró-Reitoria de Ensino da UNISUL e auxilia na contextualização da formação continuada da Assistência Pedagógica na universidade. A pesquisadora registra que, é fundamental trabalhar com os Assistentes Pedagógicos o Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e o Regulamento da Graduação, pois se torna os principais instrumentos de seu trabalho em serviço, que se define como sintetiza orientações sobre a gestão pedagógica dos cursos de graduação, as diretrizes e fluxos para a elaboração dos projetos e currículos dos cursos de graduação, para sua implementação e avaliação, para estágios e monitorias e para a qualificação pedagógica dos docentes (UNISUL, 2004, p.20).

8 Este documento contém ainda a Metodologia de elaboração e (re) elaboração dos projetos pedagógicos e a Metodologia de Implementação e Acompanhamento dos Projetos Pedagógicos dos cursos (UNISUL, 2004). Conforme a análise de Ehrensperger (2006), as orientações constantes no documento permitem a construção de currículos caracterizados pela flexibilidade, de acordo com os parâmetros propostos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e pelas Diretrizes Curriculares Nacionais. Este modelo recebeu na instituição a denominação de Flexibilização Curricular e passou a ser aplicado em todos os cursos de graduação, respeitadas as suas especificidades. O documento expressa, assim, uma orientação para que o projeto pedagógico seja implantado e repensado coletiva e continuamente, seguindo padrões institucionais de acompanhamento desta implementação. Isso permitiria proporcionar um melhor conhecimento do que tal processo estaria produzindo e, conseqüentemente, avaliar sua qualidade. Evidentemente, este processo é complexo e envolve um constante retomar, uma vez que sempre possuirá lacunas e necessitará de avanços, especialmente no que se refere ao acompanhamento e à avaliação dos projetos, bem como nas efetivas práticas dos docentes em sala de aula (EHRENSPERGER & FELISBINO, 2008). Outro documento significativo para trabalhar com os Assistentes Pedagógicos foi o Programa de Profissionalização Pedagógica dos Docentes (2004), implantado a partir de 1998, que tem como objetivo oferecer formação continuada aos docentes de todos os cursos para o aperfeiçoamento do fazer pedagógico no ensino superior. Este programa atua em sintonia com os coordenadores de curso e assistentes pedagógicos, no sentido da identificação e oferta de formação, conforme as necessidades específicas de cada área e curso. O Programa de profissionalização pedagógica dos docentes envolve diversas modalidades: eventos, palestras, seminários, oficinas e cursos, e é oferecido tanto nos períodos de recesso de aulas, como durante o semestre letivo.

9 Por fim, Ehrensperger (2006) cita que a Assistência Pedagógica é preparada para oferecer as melhores condições aos professores para a implementação dos projetos pedagógicos e deve atuar em conjunto e sintonia com o coordenador do curso, dando suporte de orientação nas questões pedagógicas para a melhorar o processo de ensino e aprendizagem. Após a contextualização desses documentos, é realizado o processo de diagnóstico pedagógico, que é orientado durante o curso de formação continuada que tem um período de duração de 4 meses. A imersão dos assistentes pedagógicos na realidade dos cursos após o período de formação é destacada como um processo importante para que as ações propostas a partir do diagnóstico realizado sejam significativas e façam sentido para coordenadores, professores e estudantes quando realizadas, estratégias planejadas que apresentaremos a seguir. Estratégias de Imersão dos Assistentes Pedagógico nos Cursos Durante a formação continuada os Assistentes Pedagógicos são convidados a fazer uma proposta de diagnóstico Pedagógico dos Cursos que atuarão, chamamos essa etapa de imersão, que é a aproximação da realidade. Esse momento prevê a construção de instrumentos de pesquisa, baseada em entrevistas, reuniões e aplicação de questionários com alunos, professores e coordenadores, torna-se uma pesquisa por amostragem e de análise qualitativa. Desta maneira, a imersão fica estruturada para dois momentos: o primeiro tem como objetivo inicial inserir as assistentes pedagógicas nas UnAs, por meio de reuniões, coleta e análise de documentos específicos sobre o curso e conversas com o diretor do campus,

10 gerentes e coordenadores. No segundo momento é aproximar os professores e alunos por meio de reuniões e aplicação de questionários, com a finalidade de conhecer as práticas pedagógicas vivenciadas na organização e dinâmica dos cursos. Ações de imersão na uma Para a imersão na UnA, é realizada a leitura dos Projetos Pedagógicos dos Cursos pela Assistente Pedagógica, que busca identificar dados relevantes para o acompanhamento do processo pedagógico, tais como: o objetivo do curso, o perfil do egresso desejado pelo curso, a grade curricular (fluxograma), a metodologia pedagógica e o entendimento sobre como almeja-se o processo de avaliação. Outros documentos também são coletados, como: manual do acadêmico, normativa para o estágio e elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso, Projetos de Extensão entre outros; São realizadas reuniões entre a Assistência Pedagógica e o Diretor do Campus, que buscam conhecer as metas de gestão, as expectativas em relação ao trabalho da Assistência Pedagógica; Outra reunião importante é com a Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão, que oferece informações sobre as potencialidades e dificuldades de implementação dos PPC nas UnAs; São realizadas entrevistas com os Coordenadores de Curso com a aplicação de dois questionários, com o primeiro coletamos dados estruturais do curso, e o segundo roteiro buscamos conhecer os processos relacionados ao PPC e à docência;

11 São realizadas marcação das reuniões juntos aos professores dos cursos para apresentar a Assistência Pedagógica e coletar dados. Ações para aproximação da prática pedagógica nos Cursos São agendadas reuniões com as congregações e alunos dos cursos dentro das possibilidades da realidade colocada. Esse é um momento muito importante ouvir os diferentes sujeitos e se aproximar da dinâmica dos cursos. Exige paciência e sensibilidade para se aproximar das práticas pedagógicas no que se refere ao projeto pedagógico, o manual de curso, o plano de ensino, a aula, a avaliação do processo de aprendizagem e as dificuldades e sugestões apresentadas. É necessário o apoio e auxílio dos coordenadores, professores e alunos para que essa meta seja alcançada. As estratégias predominantes utilizadas são: reuniões, visitas em sala de aula e aplicação de diferentes questionários; as quais denominamos como dados de interlocução. Segue descritos os dois momentos significativos dessa etapa: a) Reunião: Apresentação da Assistência Pedagógica e Coleta de Dados É realizada uma reunião com a Congregação de cada Curso, seguindo a pauta: a) apresentação do trabalho do Assistente Pedagógico; b) aplicação de um questionário com questões individuais que favorece os professores a refletirem individualmente sobre suas práticas; c) é entregue um outro questionário que é respondido coletivamente pelos professores, onde puderam apontar as dificuldades encontradas e a colaborarem com um levantamento de sugestões para a melhoria das práticas de ensino no curso; d) e, por último,

12 os professores fazem a socialização das respostas dos pequenos grupos, assinalando o que consideravam mais urgente de ser trabalhado no curso, no campo pedagógico. b) Aplicação de questionários com os alunos Outro momento significativo é o contato com estudantes que, com base num roteiro de interlocução, possibilita a coleta de informações sobre Projeto Pedagógico do Curso, as disciplinas, o desenvolvimento da aula e o processo de avaliação. Participação nas Ações Paralelas do Cotidiano dos Cursos Reunião de alocação docentes; participação em eventos; participação em reunião de congregação; participação na construção de documentos; acompanhamento no atendimento individual de professores e alunos. Diagnóstico Pedagógico: Amostragem da UnA Ciências da Saúde e Bem Estar-Social Os dados que seguem foram extraídos do Relatório de Diagnóstico Pedagógico da UnA Ciências da Saúde e Bem Estar-Social, produzido pela Assistente Pedagógica Flávia Wagner em 2005, autora desta comunicação. São dados referentes à identificação e aos aspectos pedagógicos da referida UnA. Dados de Identificação

13 A UnA Saúde e Bem Estar Social está localizada na unidade Pedra Branca do Campus da Grande Florianópolis/Unisul, os cursos que a compõe são: Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Naturologia, Nutrição, Psicologia e Medicina. Essa UnA, possui a cultura de um trabalho coletivo entre os coordenadores dos cursos, há uma dinâmica de troca de experiências com relação as práticas pedagógicas e administrativas. Com relação aos períodos de maior funcionamento são matutino e noturno. Sobre os Projetos Pedagógicos dos Cursos, temos a seguinte classificação: dois cursos possuem o PPC novo; um curso possui o PPC antigo; e quatro cursos estão com os dois PPC s em andamento o novo e o antigo. A UnA, atende aproximadamente 2.700 alunos, distribuídos pelos sete cursos, o maior número de alunos estão concentrados na: Naturologia (510) e Psicologia (500). Dos, aproximadamente, 262 professores contratados pela UnA, 10 possuem tempo integral na instituição, sendo que deste número muitos são compartilhados por diferentes cursos. Com relação aos espaços físicos, os laboratórios são os mais compartilhados. A respeito do serviço de apoio, como secretaria, estão contemplados os cursos de Naturologia e Psicologia, os demais Coordenadores ressaltam a falta que este profissional faz, argumentam que no cotidiano se tornam tarefeiros, atendem telefonemas, despacham processos, fazem declarações, deixam de exercer outras atividades que venham a agregar para o desenvolvimento do curso no aspecto de gestão administrativa e pedagógica. O Trabalho de Conclusão de Curso é realizado em Psicologia, Nutrição, Enfermagem, Fisioterapia e Medicina. Porém, em Naturologia o trabalho final é a elaboração e entrega de um artigo sobre o estágio cursado. No curso de Educação Física, a dinâmica é construir um relatório ao final do estágio, os demais cursos são monografia.

14 Dados Pedagógicos Para analisar as informações que foram coletadas com os coordenadores, professores e alunos durante o processo de diagnóstico pedagógico, utilizamos algumas categorias, como: projeto pedagógico dos cursos (PPC), planejamento, plano de ensino (conteúdo, metodologia e avaliação). Em cada Una foi detectado aspectos singulares respeitando o contexto de cada Curso, porém, o desafio colocado é refletir sobre as os dados coletados que identificam as práticas comum a Una no campo do aspecto pedagógico que precisam ser melhorados ao longo do processo. A maioria dos Cursos desta Una apresentam seus PPCs em fase de implementação. Apesar dos professores apresentaram que possuem conhecimento sobre o significado da existência do PPC, descrevendo que é um documento que permeia todas as ações da prática pedagógica, busca desenvolver nos alunos uma visão crítica que sustente atitudes éticas, técnicas, científicas, humanas e sociais frente às situações problematizadas no seu cotidiano profissional e pessoal. Percebemos que é pouco articulado entre as disciplinas, ou seja, incipiente como instrumento de gestão das ações pedagógicas, conforme podemos constatar na expressão de um grupo de professores Precisamos conversar mais entre nós professores para dar vida ao PPC. Importante ressaltar que há algumas iniciativas de implementação e consolidação dos PPC por parte da coordenação e de alguns professores, que planejam suas disciplinas levando em conta o projeto pedagógico do curso, procuram fazer a relação do conhecimento entre a teoria e a prática, direcionando os conteúdos programáticos ao perfil do profissional que se deseja formar. Mesmo com essas iniciativas pontuais e isoladas, percebemos que o tempo

15 torna-se um grande limitador para o estudo do documento, planejamento participativo e mais reuniões pedagógicas, podemos constatar no relato de um grupo de professores a articulação está muito difícil de acontecer, não temos nos encontrado com outros professores, estão todos envolvidos em muitas atividades, a maioria é contrato horista. Apesar desse limitador tempo, os professores expressaram o desejo de um acompanhamento pedagógico não só no início do semestre, mas também ao longo dele necessitamos de encontros regulares e sistemáticos para discutir o PPC. Constatamos que precisa haver novas discussões sobre o PPC com toda a congregação, a fim de provocar reflexões e analises sobre as contribuições das disciplinas para a formação do profissional desejado, assim como, perceber as possibilidades de integração entre as disciplinas, a fim de que possamos aproximar o PPC da prática da sala de aula. Constatamos que outro ponto relevante, é a prática dos professores planejarem suas disciplinas, procuram respeitar a ementa, pesquisam novas bibliografias e metodologias, aprimoram suas aulas levando em consideração a avaliação realizada pelos alunos no semestre anterior. Ficou latente a prática do planejamento antecipado e o cuidado que procuram ter em querer trazer vivências e exemplos da prática profissional para as aulas. Apesar de haver esse momento de planejamento, muitos professores apontaram que sentem dificuldades em provocar novas formas de dar aulas, expressaram um grande desejo de aperfeiçoar seus métodos e a qualificar seu processo de avaliação. Sobre o planejamento ainda, questionamos aos alunos sobre a entrega e discussão do plano de ensino (é o conjunto do planejamento das aulas do semestre) realizado pelos professores. Nas respostas, eles demonstraram-se satisfeitos com a entrega do plano de ensino, ressaltaram que serve para saber no que a disciplina contribuirá para a formação

16 profissional, conhecem através da explicação do professores maiores detalhes sobre o conteúdo, objetivos e formas de avaliação. Julgam que é um momento privilegiado para negociação com o professor para fazer os ajustes necessários, no entanto, afirmam que muitos professores não estão abertos a discutir o plano, apenas apresentam. Percebemos que a UnA possui no seu quadro funcional, professores bem preparados no que diz respeito ao domínio do conteúdos de suas disciplinas e área de atuação. A maioria dos professores tratam os conteúdos com profundidade, buscam fazer a relação teoria e prática. Tal constatação pode ser percebida por expressões escritas pelos alunos, tais como: professores possuem boa explicação e domínio da matéria ; (...) a maioria dos professores conseguem ser mediadores do conhecimento e proporcionar uma troca e interação entre os alunos. Com relação à metodologia, muitos professores relataram que fazem a aula de forma dialoga, levam o aluno a relacionar o conteúdo teórico-prático com vivências através de aplicação de estudos de caso, aulas no campo, seminários e aulas expositivas. Alguns professores incentivam a pesquisa, a curiosidade, estimulam a participação e coresponsabilidades diante da disciplina e conteúdos previstos, porém é a minoria. Muitos alunos descreveram que os conteúdos das aulas são bem elaborados, reconhecem que os professores se esforçam para trazer conteúdos atualizados, respeitam o plano de ensino, porém argumentam que é muito conteúdo e possuem dificuldade para fazer a síntese de tudo que foi estudado. Os professores também apontam o tempo como um limitador para o andamento das aulas, alguns professores necessitam administrar melhor o tempo e a quantidade de informações que são abordadas em uma única aula, como podemos constar preciso saber como usar o tempo reduzido para explicar ou dar tantas informações e

17 poucos créditos na disciplina, o assunto muitas vezes tem que ser passado muito que rapidamente. Professores apontam que suas as aulas são divididas em duas partes, a primeira teórica e a segunda prática, como podemos constatar na fala do professor: como no dia são quatro aulas consecutivas sempre mesclo, duas aulas de exposição do conteúdo e as duas últimas os alunos trabalham em grupo ou em dupla. Na dinâmica descrita pelo professor, é possível constatar que está sendo suplantado uma etapa que precisará ser percorrida por professores e alunos para a construção efetiva do conhecimento. Analisamos que os professores realizam num primeiro momento da aula, uma apresentação do conteúdo, o que podemos definir como - mobilização para o conhecimento. Após, num segundo momento, procuram estabelecer o confronto do conhecimento entre o sujeito e o objeto, onde o estudante possa penetrar no objeto, compreendê-lo em suas relações internas e externas. No entanto, percebemos que é preciso incluir no desenvolvimento das aulas o momento da elaboração da síntese do conhecimento, ou seja, espaço para o estudante elaborar e explicitar a síntese ainda que provisória sobre o que apreendeu. No que se refere à avaliação detectamos que professores pouco diversificam os instrumentos, sendo que os mais freqüentes são: seminários, trabalhos e provas, e também não utilizam critérios para avaliar. Analisamos que é necessário continuar discutindo com os professores sobre as formas de avaliação e a importância do aluno ser protagonista da avaliação, ou seja, trabalhar formas de auto-avaliação e avaliação do grupo, como também as etapas e os critérios para a elaboração de um instrumento reflexivo.

18 A partir da análise desses dados coletados, seguem as ações propostas frente aos pontos que precisam ser melhorados. Ações Propostas Após o diagnóstico pedagógico realizado, são elaboradas pelos Assistentes Pedagógicos propostas de intervenções para qualificar os problemas detectados. A proposta é apresentar aos Coordenadores, Professores e Alunos, antes de sua execução a fim de possibilitar aos envolvidos uma reflexão e mudança efetiva sobre a prática pedagógica. Seguem as ações da UnA Ciências e Bem Estar-Social: - Retomar na elaboração dos planos de ensino a descrição das competências e habilidades, buscando fazer relação com os Projeto Pedagógico do Curso (PPC). - Realizar planejamento das disciplinas, por meio de encontros pedagógicos, promovendo análise e articulação dos Planos de Ensino das disciplinas verticalizadas e horizontalizadas. - Fazer acompanhamento no semestre com os planos de ensino, a partir do que foi decidido nas reuniões de planejamento. - Auxiliar os professores via on-line e/ou presencialmente na elaboração do planejamento para as aulas ao longo do semestre, ressaltando sobre a importância em administrar o tempo da aula, levando em conta o processo de sincrese, análise e síntese. - Incentivar os professores a fazer visitas de campo e em eventos ou trazer profissionais externos para os seminários. - Ampliar e promover discussão sobre as formas metodológicas no processo de ensino e aprendizagem, dando enfoque ao estudo de caso e a resolução de problemas.

19 - Discutir com os professores sobre as diferentes formas de avaliação e sugerir a definição de critérios de avaliação. - Ampliar o uso da auto-avaliação e da avaliação processual. - Promover palestras e debates com profissionais que estudam sobre a temática: competências e habilidades. - Criar estratégias junto à coordenação do curso para melhorar a postura do aluno, principalmente nas fases iniciais, a fim de aperfeiçoar a expressão técnica acadêmica na escrita e oralidade. Considerações O exercício docente pressupõe que um professor saiba manejar não só os conhecimentos específicos de sua área de atuação, mas que domine também saberes pedagógicos, utilizando-se criteriosamente das teorias didáticas que dão suporte as tarefas de planejamento, desenvolvimento e avaliação do processo educativo. A construção desse profissional docente depende dos investimentos que se faz no seio da Universidade, que é o lócus privilegiado da formação, como também, das propostas de formação continuada que estarão sendo suscitadas a partir dos resultados de processos avaliativos internos e externos sobre o desempenho profissional docente, dos conclames da sociedade e de pesquisas sobre a problemática. Reconhecer a pedagogia universitária e a ação do assistente pedagógico dentro desse contexto é fundamental na constituição da profissão do docente que atua no ensino superior. É um campo de pesquisa recente, mas que já traz importantes contribuições à formação dos professores, principalmente no que diz respeito a formação continuada que é pensada junto aos professores, havendo o planejamento das ações e dos temas que realmente são necessários de

20 serem trabalhados. Além de, contribuir para aumentar a produção do conhecimento na área da pedagogia universitária e na relação dessa com os demais campos do conhecimento. O papel da Assistente Pedagógico vem se configurando cautelosamente na conquista de espaços de reconhecimento de sua relevância no cotidiano das atividades desenvolvidas nos cursos de ensino superior. Entende-se que o trabalho da Assistência tem como compromisso com a voz do coletivo para guiar suas ações, ouvindo os diferentes sujeitos e aproximar-se da dinâmica dos cursos é fundamental para desenvolver um trabalho que atenda as necessidades do contexto. Tal experiência evidencia a importância do planejamento educacional para operacionalizar as atividades das Assistentes Pedagógicas. Percebe-se que é uma função que exige constante pesquisa, sensibilidade e flexibilização para atender as singularidades pedagógicas de cada curso. Constata-se que a função do Assistente tem como desafio criar espaço para analisar e refletir sobre os saberes pedagógicos cotidianos e auxiliar nas dificuldades que se apresentam no ensino superior. Percebemos que para a continuidade desta função é fundamental continuar desenvolvendo este processo de ação-reflexão-ação permanente e sistemático, utilizando-se de elementos como: observação, análise e síntese, buscando junto com o coletivo qualificar a prática pedagógica da Universidade.

21 Referências Ehrensperger, Regina M. Gubert e Felisbino, Albertina (2008). Gestão Pedagógica dos Cursos de Graduação (2008): o Programa de Assistência Pedagógica da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL. Cadernos Acadêmicos. vol. 1, n. 1. Ehrensperger, Regina M. Gubert (2006). O projeto pedagógico e a prática docente no ensino superior: hipóteses de trabalho. Revista de Estudos Curriculares. Braga. Ano 4, n 1, p.133-155. UNISUL. Universidade do Sul de Santa Catarina (2010). Projeto Pedagógico Institucional. Tubarão.. Universidade do Sul de Santa Catarina (2004). Assistentes Pedagógicos nos cursos da Unisul: função perfil e formas de atuação. Tubarão. Wagner, Flávia (2005). Relatório de Diagnóstico da Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde e Bem Estar-Social. Manuscrito não publicado. Universidade do Sul de Santa Catarina. Palhoça.