Meios de transmissão guiados

Documentos relacionados
REDES DE TELECOMUNICAÇÕES

2 Conceitos de transmissão de dados

RUÍDOS. São sinais elétricos não desejados que interferem num sistema de telecomunicações. Possíveis classificações: Quanto a fonte:

Escola Superior de Tecnologia e Gestão Instituto Politécnico de Bragança Março de 2006

e P= 60,65% de P o . informa a largura do pulso. Balanço do tempo de subida Balanço de dispersão Considerações iniciais

Redes de Computadores Prof. Ivair Teixeira

Sinal analógico x sinal digital. Sinal analógico. Exemplos de variações nas grandezas básicas. Grandezas básicas em sinais periódicos

Fundamentos de Telecomunicações

1 Problemas de transmissão

UNIDADE I Aula 5 Fontes de Distorção de Sinais em Transmissão. Fonte: Rodrigo Semente

2 Conceitos de transmissão de dados

Terminologias Sinais Largura de Banda de Dados Digitais. Sinais e Espectro

Enunciados de Problemas

UFSM-CTISM. Comunicação de Dados Capacidade de canal Aula-12

Sistemas e Sinais (LEIC) Análise em Frequência. Carlos Cardeira

Modulação. Modulação e Codificação. Modulação. Modulação. Técnicas de Modulação

Transmissão de impulsos em banda-base

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE) CADERNO DE PROVAS PROVA DISCURSIVA

Redes de Computadores. Comunicação de Dados e Representação de Sinais Analógicos e Digitais Aula 02 Profa. Priscila Solís Barreto

Transmissão de Dados

Casamento de Impedância

Redes de Computadores

Fontes Ópticas - Tipos e principais características -

1 Fibra Óptica e Sistemas de transmissão ópticos

NASCE A ERA DA COMUNICAÇÃO ELÉCTROMAGNÉTICA

Modelo de um Sistema de Transmissão

Sistemas que incluem amplificação podem possuir grandes valores de g, é assim, é conveniente expressar o ganho de potência em decibéis (db): produto

A Física por trás da Tecnologia RFID. Profa. Renata Rampim de Freitas Dias, RFIDSCM

Multiplexação. Multiplexação. Multiplexação - FDM. Multiplexação - FDM. Multiplexação - FDM. Sistema FDM

Considerações Finais. Capítulo Principais conclusões

Multiplexação FDM. Amplamente utilizada de forma conjunta às modulações AM, FM, QAM, PSK Usada na comunicação de sinais analógicos e digitais

Principais Meios de Transmissão Par Trançado Cabo Coaxial Fibra Ótica Micro Ondas

Modelo de um Sistema de Transmissão

Redes de Computadores sem Fio

Lista de Exercícios A1

FUNDAMENTOS DE COMUNICAÇÃO DE DADOS

6 Meios de Transmissão

Prof. Samuel Henrique Bucke Brito

Lista 1: Processo Estocástico I

(11) Número de Publicação: PT A. (51) Classificação Internacional: H04L 5/00 ( ) (12) FASCÍCULO DE PATENTE DE INVENÇÃO

Redes de Computadores

2 Conceitos de transmissão de dados

Transmissão de impulsos em banda-base

Redes de computadores N Laboratório 01. Luiza Eitelvein

Capítulo 5. Sensores Digitais

1331 Velocidade do som em líquidos Velocidade de fase e de grupo

Acompanha: 1 cabo de 4m 1 adaptador para plug p10 1 antena 1 receptor. Este microfone pode ser usado com ou sem fio.

6 Meios de Transmissão

Teleinformática e Redes I. Meios de Transmissão Aula 05 Profa. Priscila Solís Barreto

Comunicação sem fio - antenas

COMUNICAÇÃO DIGITAL 1. INTRODUÇÃO PROF. MARCIO EISENCRAFT

Tipos de Medidores MEDIDOR NÃO-INTEGRATIVO CC

Davidson Rodrigo Boccardo

Meios de transmissão. Escola Superior de Tecnologia e Gestão Instituto Politécnico de Bragança Março de 2006

Séries de Fourier Aplicações em Geral Transformada de Fourier (TF) Aplicações específicas da TF Conclusões

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Professor: Gládston Duarte

Tensão à entrada do osciloscópio. nº divisões no ecrã 30 V... 3 V... 1,5 div 10 V... 1 V... 0,5 div 0 V... 0 V... 0 div 30 V... 1 V...

ni.com Série de conceitos básicos de medições com sensores

Redes Sem Fio (Wireless) Prof. Fred Sauer. Redes Sem Fio (Wireless) 1

Fundamentos de Telecomunicações

EXERCíCIOS CAPÍTULOS 3 E 4

1 Problemas de transmissão

GUIA GERAL DO PIX-DSX

UFSM-CTISM. Comunicação de Dados Meios de Transmissão Aula-03

SISTEMA DE TREINAMENTO EM COMUNICAÇÃO DIGITAL Modelo: ED-2990 DESCRIÇÃO

11/07/2012. Professor Leonardo Gonsioroski FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA.

Módulo 4 Testes de Cabos

UFSM-CTISM. Teoria da Comunicação Aula-01

1 - Uma onda plana monocromática no espaço livre tem por equação fasorial para a componente campo eléctrico, o seguinte vector complexo:

Filtros Digitais. Capítulo 6.0 PDS Prof. César Janeczko (2 o semestre 2009) 10 A

Prof. Daniel Oliveira

II-6 Análise de ruído e capacidade de canal

Amostragem e PCM. Edmar José do Nascimento (Princípios de Comunicações) edmar.nascimento

INSTITUTO POLITÉCNICO DE BRAGANÇA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E DE GESTÃO ONDAS 2004 / 05. Exercícios teórico-práticos FILIPE SANTOS MOREIRA

Sistemas de Comunicação Óptica

MANUAL DO UTILIZADOR

The Importance of Radio Metrology for Health Impact Evaluation

ONDULATÓRIA. Neste capítulo vamos definir e classificar as ondas quanto à sua natureza e estudar alguns fenômenos ondulatórios.

INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL 1. INTRODUÇÃO / DEFINIÇÕES

Evolução dos sistemas de comunicação óptica

26. Dentre as dimensões a seguir, núcleo/casca, quais representam tipicamente fibras monomodo e fibras multimodos, respectivamente?

MODULAÇÃO AM E DEMODULADOR DE ENVELOPE

Capítulo 3 Aspectos de transmissão Serviços em Telecomunicações

Especi cação Técnica Cabo OPGW

Cabeamento Estruturado

5 Comportamento Dinâmico de um EDFA com Ganho Controlado sob Tráfego de Pacotes

Capítulo 2. Elementos de um Sistema de Telecomunicações Digital

p. 1/1 Resumo Osciladores Sintonizados LC Osciladores de Cristal

IFRS Campus POA. Elétrica Aplicada Turma Redes II Noite. Prof. Sergio Mittmann. Grupo : Nilo Cesar Ferreira Alvira. Caroline Silva Tolfo

Introdução à Informática. Aula 05. Redes de Computadores. Prof. Fábio Nelson

Linha de transmissão

05 - Camada de Física. 10 de novembro de 2014

História da Fibra Óptica

Faculdade de Engenharia. Fibras Ópticas. OpE - MIB 2007/2008

Exercícios do livro: Tecnologias Informáticas Porto Editora

LABORATÓRIO 3 PROPAGAÇÃO EM FIBRAS ÓPTICAS

Introdução. Modelo de um Sistema de Comunicação

Par simétrico de fios (ou linha bifilar)

Faculdades NDA Sistemas de Informação Disciplina: Redes de Computadores Questionário de apoio ao Módulo I

Transcrição:

Meios de transmissão uiados Pares simétricos - dois fios metálicos (cobre) isolados e entrelaçados: usados na rede telefónica local, em LANs; larura de banda MHz (sem pupinização, i.e. cara); sujeitos a diafonia. Cabo coaxial - dois condutores concêntricos: usado nas redes híbridas e de dados; larura de banda até centenas de MHz. ibra óptica: usado em backbones e aluns acessos locais (e.. TTH, TTC); larura de banda muito elevada 50 THz; muito baixa atenuação, 0.2 db/km em 550 nm.

Características erais dos meios de transmissão uiados Dissipação de potência internamente que reduz a amplitude do sinal à saída atenuação do sinal ( ) α l 0 atenuação = p in / p out ; pout = 0 pin para linhas de transmissão, a potência à saída deesce exponencialmente com a distância, em que l é comprimento da linha e α é o coeficiente de atenuação por unidade de comprimento. Armazenamento de eneria que altera a forma do sinal à saída distorção do sinal; Introdução (eralmente, adição) de sinais indesejáveis sobrepostos ao sinal que se pretende transmitir ruído (e.. ruído térmico). 2

Transmissão sem distorção e com distorção Transmissão sem distorção O sinal à saída tem a mesma forma do sinal à entrada Canal de transmissão não distorcivo Transmissão com distorção Canal de transmissão distorcivo 3

Transmissão sem distorção Análise no domínio do tempo: dado um sinal na entrada x(t) diz-se que a saída y(t) não está distorcida se ela diferir da entrada somente através da multiplicação de uma constante e de um tempo de atraso finito, t d : y ( t ) = K x ( t t d ) (K e t d são constantes) Análise no domínio da frequência: a função de transferência do canal não distorcivo é dada por: H ( f ) = K exp ( j2π ) ft d Conclusão: Um ema para não introduzir distorção deve apresentar: H(f) = K e a fase deve ter uma variação linear em função da frequência - ar[h(f)] = -2πft d ± mπ (m é um nºinteiro). 4

Transmissão sem distorção - Representação ráfica no domínio da frequência - Atenuação, -20 lo 0 H(f), db K Atraso, t d (f), se. t d t d ( f ) = [ H ( f )] ar 2π f requência (Hz) requência (Hz) 5

Tipos de distorção Distorção linear Distorção de amplitude: ocorre quando o módulo da função de transferência varia com a frequência, i.e. H f ; o tipo mais habitual de distorção de amplitude é a atenuação elevada ou anho elevado nas frequências elevadas ou baixas do espectro do sinal. Distorção de fase ou de atraso: ocorre quando a fase da função de transferência não varia linearmente com a frequência, i.e. ar [ H ( f )] 2π ft ; d ± m π factor ítico no desempenho da transmissão de impulsos: desenvolvimento de técnicas de Iualação (equalization). Distorção não-linear: ( ) K ocorre quando o ema inclui elementos não-lineares (e.. bobinas); eração de componentes espectrais noutras frequências desinadas por produtos de intermodulaçãodiafonia. 6

Exemplos de distorção linear - Distorção de amplitude - Sinal oriinal - aproximação da onda quadrada que inclui os termos até à 5ª harmónica, i.e. ( t ) = cos ( 2π f t ) 3 cos ( 6πf t ) + 5 cos ( πf t ) x 0 0 0 0 Aproximação da onda quadrada Saída Distorção de amplitude - as componentes espectrais à saída não estão na correcta proporção, i.e. mesma proporção que à entrada. 0 t Baixas frequências atenuadas para metade do seu valor 3 componentes espectrais 7

Exemplos de distorção linear - Distorção de fase ou de atraso - Desvio de fase constante (para todas as componentes espectrais) de θ = -π/2: Aproximação da onda quadrada após desvio de fase constante Distorção de fase ou de atraso - as várias componentes espectrais sofrem diferentes atrasos. 0 t NOTAS: Reparar que o valor de pico aumentou cerca de 50%. Curiosidade: o ouvido humano é insensível à distorção de atraso a transmissão analóica de voz e música não se preocupa com este fenómeno. A distorção de fase é um problema para a transmissão de sinais diitais. 8

Repetidores - actor de ruído - Para vencer as perdas dos cabos de transmissão usam-se amplificadores colocados ao lono do percurso desinados por repetidores; = s n s n i o Secção Secção 2 Secção m cabo c < T amb = T 0 repetidor r = / c r cabo c < T amb = T 0 repetidor r = / c r. cabo c < T amb = T 0 repetidor r = / c r Cada secção é constituída por um troço de cabo seuido por um repetidor cujo anho compensa as perdas do cabo: se o troço estiver à temperatura ambiente de referência, T 0, e as suas perdas forem / c então c = / c ; se o repetidor apresentar um anho r e tiver um factor de ruído r cada secção tem anho = r c e factor de ruído = r / c. 9

O anho total de m secções em cadeia é: Repetidores - actor de ruído (cont.) - Mostra-se que o factor de ruído total de m secções em cadeia vem na forma =,,2, Se o anho e factor de ruído de todas as secções forem iuais: o anho total de m secções em cadeia é o factor de ruído total de m secções em cadeia é pois Se o anho de todas as secções for, i.e. os amplificadores compensam exactamente as perdas, e o factor de ruído de todas as secções for iual: o anho total de m secções em cadeia é o factor de ruído total de m secções em cadeia é + = + =,,2,3, m,3,,2 = m +... +, m m + = + ( ) k k = =, m,2..., m Lembre-se que n n+ k r r = k = 0 r que pode ser usado em m k = 0 = válido para >> c << ( k + ) ( m ) + m m m m m m = + = + ( ) = ( ) = r c k = Conclusão: Duplicar o nº de repetidores aumenta o factor de ruído total de 3 db 0

Repetidores - Relação sinal-ruído - Sabendo-se da Termodinâmica que a densidade espectral de potência (DEP) do ruído é S n = k B T amb, a potência de ruído à entrada do ema, à temperatura ambiente de referência é: ni = kbtamb BN k B constante de Boltzmann Relação sinal-ruído à saída do ema, à temperatura ambiente de referência: s s s s s s = = = n n k T B m k T B m n i i 0 ni 0 B amb N B amb N (s/n) é a relação sinal-ruído à saída da primeira secção (º repetidor) Conclusão: A relação sinal-ruído vai-se deradando com a transmissão, i.e com o aumento do nº de secções.