APLICAÇÃO DE LODO TERMICAMENTE TRATADO EM SOLARIZADOR PARA A PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS

Documentos relacionados
USO DO BIOSSÓLIDO COMO SUBSTRATO NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE AROEIRA (Schinus terenbinthifolius Raddi)

Análise do balanço hídrico e nutricional em Cedrela fissilis Vell. em diferentes substratos e lâminas de água

Uso de Resíduos em Plantios Florestais: Presente e Futuro

USO POTENCIAL DA TORTA DE PINHÃO MANSO NA COMPOSIÇÃO DE SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE Acacia mangium WILD.

Acidez do solo em plantios de Eucalyptus grandis sob efeito residual da adubação com diferentes lodos de esgoto

Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 17 a 20 de outubro, ARTIGOS COMPLETOS

Produção de mudas de Hymenaea courbaril L. em sementeira e semeadura direta

Utilização de diferentes proporções de casca de café carbonizadas para a produção de mudas de tomate (Solanum lycopersicum)

Categoria Trabalho Acadêmico\Resumo Expandido ANÁLISE DO USO DE ADUBO ORGÂNICO NO CULTIVO DE GIRASSOL

PRODUÇÃO DE MUDAS DE CAFEEIRO EM TUBETES UTILIZANDO SUBSTRATOS CONSTITUÍDOS POR CASCA DE ARROZ CARBONIZADA E CASCA DE CAFÉ COMPOSTADA

SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE Delonix Regia Raf. (LEGUMINOSAE - CAESALPINIOIDEAE )

26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas

Aclimatização ex vitro de Aechmea setigera, bromélia endêmica da Amazônia, Acre, Brasil

VIII Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG- campus Bambuí VIII Jornada Científica

PRODUÇÃO DE MUDAS DE BRÓCOLIS EM SUBSTRATOS A BASE DE FIBRA DE COCO VERDE EM SISTEMA ORGÂNICO 1 INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DOS MACRONUTRIENTES NO CRESCIMENTO INICIAL DE PLÂNTULAS DE Peltophorum dubium (Spreng.) Taubert

EFEITO DOS DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATO NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE LACTUCA SATIVA RESUMO

Impacto Ambiental do Uso Agrícola do Lodo de Esgoto: Descrição do Estudo

Efeito do esterco no crescimento inicial de mudas de Sterculia foetida L.

AVALIAÇÃO DE SUBSTRATOS ALTERNATIVOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE TOMATE CV. DRICA

26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas INFLUÊNCIA DA QUALIDADE E DA QUANTIDADE DA LUZ NA GERMINAÇÃO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE Araucaria angustifolia (Bert) O. Ktze, EM DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS

Efeitos de Diferentes Substratos na Germinação de Mimosa caesalpiniifolia Benth.

PRODUÇÃO DE MUDA DE MAMONEIRA EM SUSTRATOS CONTENDO DIFERENTES RESÍDUOS ORGÂNICOS E FERTILIZANTE MINERAL

CONSORCIO DE MILHO COM BRACHIARIA BRINZANTHA

Diferentes níveis de adição de Torta de Neem no substrato na produção de mudas de Pinus taeda EVERTON BENDLIN COLLET DIEDRA RIBEIRO ESCOBAR

Diferentes substratos no desenvolvimento do pepino (Cucumis sativus)

CRESCIMENTO DE MOGNO AFRICANO APÓS ADUBAÇÃO QUÍMICA E ADUBAÇÃO QUÍMICA COM LODO DE ESGOTO

EFEITO DO TEOR DE UMIDADE DAS SEMENTES DURANTE O ARMAZENAMENTO NA GERMINAÇÃO DE MILHO CRIOULO

3ª Jornada Científica e Tecnológica da FATEC de Botucatu 22 a 24 de Outubro de 2014, Botucatu São Paulo, Brasil

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de tomate

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO ESPECTRO DE LUZ NO CRESCIMENTO INICIAL DE MUDAS DE ESPÉCIE FLORESTAL DO CERRADO

DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE TOMATE EM SUBSTRATO CONTENDO TORTA DE MAMONA

EFEITO DE CINZA DE EUCALIPTO NA INCIDÊNCIA DE CERCOSPORIOSE E BICHO MINEIRO EM MUDAS DE COFFEA ARABICA

SELEÇÃO DE GENÓTIPOS EXPERIMENTAIS DE BATATA- DOCE ORIUNDOS DE SEMENTES BOTÂNICAS COM POTENCIAL PARA A PRODUÇÃO DE ETANOL.

Produção de plantas para arborização urbana. Hoje O EMPREGO DE SUBSTRATO NA PRODUÇÃO DE PLANTAS O EMPREGO DE SUBSTRATO

METODOLOGIA E ESTRATÉGIAS PARA A DEGRADADOS

MANEJO DE IRRIGAÇÃO EM MUDAS DE Archontophoenix cunninghamii (PALMEIRA REAL) PRODUZIDAS EM TUBETES

Iniciação Científica (PIBIC) - IFMG 2 Professora Orientadora IFMG. 3 Estudante de Agronomia.

FERTILIDADE E MANEJO DE SOLOS. Prof. Iane Barroncas Gomes Engenheira Florestal

SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE MILHO EM CONDIÇÕES DE ESTRESSE DE SECA EM CASA DE VEGETAÇÃO

CIRCULAR TÉCNICA N o 117. Outubro/1980. DETERMINAÇÃO DO INÍCIO DA DORMÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DA SEMENTE DE Delonix regia (Raf.

ARBORIZAÇÃO E PAISAGISMO

Produção de mudas de alface (Lactuca sativa) utilizando diferentes substratos

EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE Myrsine ferruginea SPRENGE 1

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

TEMA: Sementes e mudas florestais

Reação ao estresse hídrico em mudas de cafeeiros arábicos portadores de genes de Coffea racemosa, C. canephora e C. liberica

Palavras-chave: Bromeliaceae, casa de vegetação, fertilização.

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO CULTIVO DO TOMATEIRO IRRIGADO *

BIOCARVÃO COMO COMPLEMENTO NO SUBSTRATO PARA A PRODUÇÃO DE MUDAS DE TOMATE CEREJA

AÇÃO DA DESINFESTAÇÃO DE SUBSTRATOS COMERCIAIS SOBRE A EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO DE PORTA-ENXERTOS CÍTRICOS INTRODUÇÃO

PRODUÇÃO DE MUDAS DE FAVA DE BOLOTA (PARKIA PENDULA) PARA FINS DE ÁREAS VERDES URBANA

PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA SOB INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E DOSES DE MATERIAL HÚMICO

Produção e distribuição de biomassa de Mimosa caesalpiniaefolia Benth. em resposta à adubação

Disciplina: Fitopatologia Agrícola CONTROLE FÍSICO DE DOENÇAS DE PLANTAS

Avaliação na eficiência de emergência em três cultivares de goiabeiras submetidas a quatro níveis de sombreamento

s u m o s IIII III IIl D1 lii II p A N D Simpósio slicultura NA AMAZÔNIA ORIENTAL: CONTRIBUIÇÕES DOPROJETO EMBRAPAIDFID .:..

CAIS Celebração do Ano Internacional do Saneamento

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHOS HÍBRIDOS CONSORCIADOS COM Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS EM SEMENTES DE MURICI

Análise de variância de diferentes caracteres em cana-de-açúcar

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

COLETOR SOLAR PARA DESINFESTAÇÃO DE SUBSTRATOS R.GHINI&W.BETTIOL

Germinação de sementes e desenvolvimento inicial de plântulas de pepino em diferentes tipos de substratos.

TÍTULO: EFEITOS DA PROFUNDIDADE DE PLANTIO NA GERMINAÇÃO E PRODUÇÃO DE MASSA DO CAPIM BRAQUIARÃO ADUBADO NO PLANTIO

VIII Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG- campus Bambuí VIII Jornada Científica

MUDAS DE Eucalyptus grandis E Eucalyptus dunni SOB DIFERENTES DOSES DE POLÍMERO HIDRORETENTOR E PERÍODOS DE DÉFICIT HÍDRICO

IX Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí IX Jornada Científica

Avaliação da altura do Cedro Australiano (Toona ciliata var. australis) após diferentes níveis de adubação de plantio

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES FONTES DE MATÉRIA ORGÂNICA NA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE VERMICOMPOSTO RESUMO

TEORES DE AMIDO EM GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA

II DISPOSIÇÃO DE LODO DE ESGOTO NO SOLO AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS SANITÁRIOS

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO SOB INFLUÊNCIA DA MATÉRIA ORGÂNICA DE EFLUENTE DAS FOSSAS SÉPTICAS BIODIGESTORA.

QUEBRA DE DORMÊNCIA E UTILIZAÇÃO DE SUBSTRATOS NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE FAVA D ANTA (Dimorphandra mollis BENTH.)

EFICIÊNCIA AGRÔNOMICA, DE ESTIRPES DE RIZOBIO NATIVO DO CERRADO DO TOCANTINS INOCULADOS EM FEIJÃO-CAUPI

USO DE LODO DE ESGOTO COMO SUBSTRATO NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE CAFEEIRO EM TUBETES

Técnicas de Experimentação Agrícola

TÍTULO: ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO DE COFFEA ARÁBICA L. SOB CONDIÇÕES DE CULTIVO COM MULCHING PLÁSTICO EM CAMPO GRANDE-MS

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

EFEITO DO RESÍDUO EXAURIDO DO CULTIVO DE COGUMELOS SOBRE A GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Eucalyptus dunnii

Efeitos da adubação nitrogenada de liberação lenta sobre a qualidade de mudas de café

Produção de mudas de Adenanthera pavonina L. em sementeira e semeadura direta

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MATERIAL HÚMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA

DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS (CEDRO ROSA E MOGNO AFRICANO) EM FUNÇÃO DO SUBSTRATO E TIPO DE RECIPIENTE

Efeito da adubação nitrogenada na recuperação de mudas de porta enxertos de caju anão precoce

LODO DE ESGOTO NA COMPOSIÇÃO DE SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE MIRINDIBA-ROSA. Eixo temático: Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Líquidos

Solo características gerais. Definição: solo = f(rocha+ clima + relevo+biota)

TÍTULO: AVALIAÇÃO DE MUDAS DE COFFEA ARABICA PRODUZIDAS EM DIFERENTES RECIPIENTES

Uso da Técnica da Solarização como Alternativa para o Preparo do Solo ou Substrato para Produção de Mudas Isentas de Patógenos de Solo

EFEITO DA MICROBIOLIZAÇÃO COM DIFERENTES MICRORGANISMOS NA FASE DE MUDA DE CEBOLA

APLICAÇÃO DE SULFATO DE AMÔNIO COMO FONTE DE NITROGÊNIO NA CULTURA DA ALFACE

SOLARIZAÇÃO DO LODO DE ESGOTO PARA A PRODUÇÃO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

Métodos em Fitopatologia. Esterilização

CIRCULAR TÉCNICA N o 100. Abril/1980. EFEITO DA LUMINOSIDADE E PROFUNDIDADE DE SEMEADURA DE Eucalyptus cloeziana

Termos para indexação: nitrogênio, matéria seca, Brachiaria decumbens, recuperação, acúmulo

Solarizador Modelo PESAGRO RIO

COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS DE FÁBRICA DE CELULOSE E PAPEL

UTILIZAÇÃO DE SUBSTRATOS À BASE DE RESÍDUOS ORGÂNICOS AGROINDUSTRIAIS E AGROPECUÁRIOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE VINCA (Catharanthus roseus).

Transcrição:

APLICAÇÃO DE LODO TERMICAMENTE TRATADO EM SOLARIZADOR PARA A PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS Nathana Gomes Cardoso Neres 1 ; Ubaldo Martins das Neves 2 ; Amanda da Silva Reis 1 1 Aluno do Curso de Engenharia Florestal; Campus de Gurupi; e-mail: nathana_l@hotmail.com; areis176@gmail.com; PIVIC/UFT 2 Orientador do Curso de Engenharia Florestal; Campus de Gurupi; e-mail: neves@uft.edu.br RESUMO Este trabalho teve como objetivo verificar o efeito de tratamento térmico de lodo de esgoto através de solarizador parabólico visando aplicação desse material para a produção de mudas de Flamboyant (Delonix regia (Raf.)). Foram realizados seis tratamentos com quatro repetições para o lodo termicamente tratado e para o lodo não tratado, totalizando doze tratamentos com quatro repetições cada. O substrato foi composto de uma mistura homogênea de lodo de esgoto juntamente com a casca de arroz carbonizada (CAC), nas seguintes proporções: (lodo tratado/cac) 0/100; 20/80; 40/60; 100/0; 80/20; 60/40. Após 15 dias, as mudas foram avaliadas em relação à quantidade de sementes que germinaram e altura da parte aérea. Verificamos que o procedimento de esterilização do biossólido com o solarizador levou a uma maior taxa de germinação das sementes bem como melhor desenvolvimento inicial das mudas. Palavras-chave: Lodo de esgoto; flamboyant; esterilização solar. INTRODUÇÃO O lodo de esgoto, também conhecido como biossólido, é um composto de alto poder nutricional, contém matéria orgânica, macro e micronutrientes que exercem um papel fundamental na produção agrícola e na manutenção da fertilidade do solo. Além disso, a matéria orgânica contida nos biossólidos pode aumentar o conteúdo de húmus, que melhora a capacidade de armazenamento e de infiltração da água no solo, aumentando a resistência dos agregados e reduzindo a erosão (BETTIOL; CAMARGO, 2000). A utilização deste componente para substratos pode propiciar a redução de custos, assim como auxiliar na minimização da poluição decorrente do acúmulo desses materiais no meio ambiente (FERMINO, 1996). Devido à presença de microorganismos prejudiciais ao desenvolvimento da planta, é fundamental a esterilização do composto. São conhecidos vários métodos, sendo que a solarização é citada como uma das formas mais eficiente e de baixo custo.

Para Katan & DeVay (1991), citado por Ghini (1997), o crescimento das plantas é beneficiado com o efeito da solarização do substrato, a qual afeta os componentes bióticos e abióticos do solo em favor dos antagonistas e saprófitas e promove a liberação de nutrientes nos solos e substratos como, por exemplo, o nitrogênio nas formas de amônia e nitrato, o cálcio e o magnésio devido à morte e decomposição de parte da microbiota. A inativação térmica de diversos patógenos, de modo geral, é obtida de maneira que quanto menor a temperatura, maior é o tempo necessário de exposição para ocorrer à inativação das estruturas do patógeno (Ghini, 1997). O Flamboyant (Delonix regia (Raf.)) é originário de Madagascar, porém é bem adaptada às condições ambientais de clima tropical (Côrrea, 1978). É conhecido por ser uma árvore de grande porte, com floração vistosa e atrativa sendo bastante utilizado para ornamentação de parques e ruas, além de propiciar sombreamento (SILVA, 2009). O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do tratamento térmico do lodo de esgoto, via solarizador, visando compor substrato para a produção de mudas Flamboyant. MATERIAIS E MÉTODOS O experimento foi implantado na Universidade Federal do Tocantins, campus de Gurupi. A exposição do solarizador ocorreu em campo aberto, próximo ao viveiro, onde havia maior incidência de luz solar. O biossólido utilizado no estudo foi produzido na Estação de Tratamento de Esgoto ETE da empresa SANEAGO, localizada na Avenida Perimetral Norte S/N, no município de Goiânia Goiás. O lodo recém chegado passou por um processo de secagem ao sol durante um mês para diminuição da quantidade de água. Após este período, o biossólido foi colocado em um tubo galvanizado e introduzido no foco do nosso solarizador parabólico. Esse solarizador constitui-se de uma placa de aço espelhada de 1,4 m por 1,80 m curva em forma de parábola com ajuda de armação de madeira. A forma parabólica permite concentrar a energia proveniente do sol em uma região denominada foco da parábola. Nessa região, introduz-se um tubo de aço preto contendo o material que se deseja aquecer. A temperatura do biossólido ao longo do experimento foi medida, em dez e dez minutos, através de um termômetro à termopar que foi colocado junto com o biossólido no tubo.

Temperatura C 26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas Para a produção das mudas, utilizou-se tubetes plásticos, com capacidade de 100 ml, contendo oito estrias, os quais foram acondicionados em bandejas. Utilizou-se do delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos e quatro repetições para lodo tratado e seis tratamentos e quatro repetições para lodo não tratado. Foram utilizados 48 tubetes, contendo duas sementes em cada. O substrato foi composto de uma mistura homogênea de lodo de esgoto juntamente com a casca de arroz carbonizada (CAC), as proporções foram de: (lodo tratado/cac) 0/100; 20/80; 40/60; 100/0; 80/20; 60/40; e as mesmas proporções para lodo não tratado. Para medir a quantidade foi utilizada a proveta de 100 ml e Becker para a homogeneização do composto. Após o plantio das sementes, o substrato foi coberto com casca de arroz para uma melhor retenção da umidade. As sementes de Flamboyant foram beneficiadas para a quebra de dormência através de escarificação mecânica com lixa grossa e imersão em água em temperatura ambiente por duas horas. A produção das mudas foi feita na Universidade, em casa de vegetação utilizando sombrite 50%. RESULTADOS E DISCUSSÕES O solarizador ficou em exposição solar das 11h00min às 16h00min, o mesmo mostrou-se eficiente no tratamento do lodo de esgoto, pois a temperatura média obtida ao longo do dia foi de 121,5 C e a máxima de 144 C às 13h30min. A Figura 1, mostra a temperatura atingida pela amostra de biossólido durante o experimento. No momento da instalação do experimento a temperatura ambiente era de 32 C. 160 140 120 100 80 60 40 20 0 Hora do dia

Figura 1. Temperatura em C atingida pelo solarizador durante a esterilização do biossólido. A utilização da mistura de biossólido (BIO) e casca de arroz carbonizada (CAC) como substrato mostrou-se eficiente para nosso objetivo que é a avaliação do efeito da solarização na germinação e desenvolvimento inicial das sementes de Flamboyant. Dos 6 tratamentos e das 4 repetições para lodo tratado e não tratado, a germinação foi, em média, de 3 mudas para lodo tratado e 2 em lodo não tratado (Figura 2). Figura 2. Quantidade de sementes que haviam germinado aos 15 dias, de acordo com o tratamento. Na contagem feita aos 15 dias, as mudas apresentaram altura média de 5 centímetros para as mudas produzidas com lodo tratado e 7 centímetros para as mudas produzidas usando lodo não tratado(figura 3). Figura 3. Altura atingida pela maior muda, aos quinze dias de germinada, de acordo com o tratamento utilizado. CONCLUSÕES Verificou-se que o solarizador parabólico construído é bastante efeiciente já que permite aquecer materiais a temperaturas maiores que 100 C sem custo algum. Como

pode ser visto na Figura 2, o biossólido tratado permitiu a germinação de uma maior quantidade de sementes. No entanto, como mostrado na Figura 3, as mudas produzidas com substrato a base de lodo esterilizado não apresentaram alturas maiores que as produzidas com lodo não tratado no solarizador. REFERÊNCIAS CALDEIRA, M. V. W. et al. Biossólido na composição de substrato para a produção de mudas de tectona grandis, FLORESTA, Curitiba, PR, v. 42, n. 1, p. 77-84, jan./mar. 2012. MIRANDA, Gustavo Rabelo Botrel. Métodos alternativos de desinfestação de substratos para formação de mudas de cafeeiro (Coffea arabica L.). 2005. 64 p. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG. PADOVANI, Vera Cristina Ramalho. Composto de lodo de esgoto como substrato para produção de mudas de árvores nativas e exóticas / Vera Cristina Ramalho Padovani. --Campinas, SP: [s.n.], 2006. BETTIOL, W.; CAMARGO, O.A. Impacto ambiental do uso agrícola do lodo de esgoto, Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna SP, 2000, 312p. TRIGUEIRO, R. de M.; GUERRINI, I. A. Uso de biossólido como substrato para produção de mudas de eucalipto. Scientia Forestalis, Piracicaba-SP, 2003, p. 150-162. NÓBREGA, R.S.A. et al. Utilização de biossólido no crescimento inicial de mudas de Aroeira (schinus terebynthifolius raddi). R. Árvore, Viçosa-MG, v.31, n.2, p.239-246, 2007. BEZERRA, F.B. et. al. Lodo de esgoto em revegetação de área degradada, Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.3, p.469-476, mar. 2006. AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT.