A EFICÁCIA DO MÉTODO DAS BOQUINHAS NA ALFABETIZAÇÃO UM ESTUDO NO 1º ANO DO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL



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1 A EFICÁCIA DO MÉTODO DAS BOQUINHAS NA ALFABETIZAÇÃO UM ESTUDO NO 1º ANO DO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL Bruna Conrado 1 Laíse Rezende 2 Viviane Medeiros Pasqualeto 3 Resumo: O presente artigo pretende refletir sobre o método de alfabetização fonovisuoarticulatório, partindo do objetivo de verificar a eficácia deste método no processo de alfabetização em turmas do Primeiro Ano do Ensino Fundamental. As reflexões aqui apresentadas são resultado de uma pesquisa realizada no 1º semestre de 2012 aplicada em duas turmas de Primeiro Ano do Ensino Fundamental de uma escola da Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul. Autores como Ferreiro e Teberosky, Jardini e Moojen permitiram que aprofundássemos nossa compreensão sobre alfabetização, método das boquinhas e consciência fonológica. Percebe-se através dos resultados obtidos que as crianças que tiveram a oportunidade de ser alfabetizadas através de intervenções baseadas no Método Fonovisuoarticulatório demonstraram um processo de apropriação da escrita alfabética de maior consistência e em tempo menor se comparado à outros métodos alfabetizadores. Palavras-Chave: Alfabetização. Método das Boquinhas. Consciência Fonológica. 1 INTRODUÇÃO A discussão acerca de ensino e aprendizagem da leitura e escrita antes dos sete anos tem merecido a atenção dos educadores e estudiosos da área em diferentes contextos da história da educação brasileira e ganhou força com a implementação do Ensino Fundamental de nove anos. 1 Licenciada em Pedagogia pela Universidade de Caxias do Sul. Professora da Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul. Acadêmica do Pós-Graduação Alfabetização e Letramento da FSG. 2 Licenciada em Pedagogia pela Universidade de Caxias do Sul. Professora da Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul. Acadêmica do Pós-Graduação Alfabetização e Letramento da FSG. 3 Fonoaudióloga. Mestre em inclusão social e acessibilidade. Professora do Pós-Graduação Alfabetização e Letramento da FSG.

2 A meta de que no Primeiro Ano de escolarização a criança domine os princípios básicos do sistema alfabético, tem feito com que educadores e pessoas envolvidas nesse processo iniciem um movimento de busca por caminhos e métodos de alfabetização que possibilitem uma aprendizagem lúdica e efetiva. Este contexto é o ponto de partida desta pesquisa, no qual apresentaremos o Método das Boquinhas como um recurso a ser utilizado por professores alfabetizadores. Este estudo fora impulsionado pelo seguinte problema: os resultados apresentados a partir de intervenções pedagógicas baseadas no Método das Boquinhas são significativos se comparados a outros métodos? E teve por objetivo principal verificar a eficácia do Método das Boquinhas no processo de alfabetização em turmas de 1º Ano do Ensino Fundamental de uma escola da Rede Municipal. Para a realização desse trabalho, utilizou-se a pesquisa exploratória, no qual houve o estudo aprofundado sobre alfabetização e Método das Boquinhas. O procedimento metodológico empregado foi um estudo de caso com abordagem quantitativa, sob forma de ensaio clínico, cuja amostra foi definida por conveniência, abrangendo duas turmas de primeiro ano de uma escola da rede municipal de Caxias do Sul. Para a técnica de coleta de dados foram aplicados testes de escrita elaborados pela Secretaria Municipal de Educação e para a interpretação dos dados, a análise por percentual simples. A estruturação desse artigo apresenta-se na seguinte ordem: o primeiro capítulo consiste na Introdução, com as ideias principais do tema abordado. O segundo capítulo Alfabetização e métodos: a busca por melhores resultados expõe a opinião de autores no que se refere à Alfabetização, Método das Boquinhas e Consciência Fonológica. O terceiro capítulo Procedimentos Metodológicos apresenta os percursos metodológicos da pesquisa realizada. O quarto capítulo, Apresentação e análise dos resultados, consiste no resultado da pesquisa. E o quinto capítulo Considerações Finais, a conclusão das autoras sobre a pesquisa realizada.

3 2 ALFABETIZAÇÃO E MÉTODOS: A BUSCA POR MELHORES RESULTADOS 2.1 Alfabetização e Letramento: uma visão atual Alfabetização em seu sentido amplo é o processo de apropriação de linguagens musical, pictórica, corporal, matemática, virtual, etc. que precisam ser apreendidas. Todas essas linguagens, apesar de se utilizarem de códigos específicos e textos próprios, têm por objetivo a comunicação entre as pessoas. Num sentido mais restrito, segundo Magda Soares (2004), podemos definir alfabetização como processo de aquisição do código escrito e das habilidades de leitura e escrita. Neste sentido a alfabetização tem por objetivo, além da comunicação entre as pessoas, a possibilidade de o indivíduo participar ativamente do mundo que o cerca compreendendo os diversos usos sociais da escrita. Dessa forma, une-se à alfabetização o conceito de letramento como estado ou condição de quem além de saber ler e escrever cultiva as práticas sociais que utilizam a escrita. O conceito de letramento é relativamente novo; surgiu na década de 80 em função da necessidade de relacionar as questões de alfabetização (codificar e decodificar o código escrito) à leitura de mundo. Neste mesmo período surgem os estudos referentes ao construtivismo deslocando as questões de aprendizagem do Como se ensina? para o Como se aprende?. Estas discussões serviram de pano de fundo para os estudos de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky referentes ao processo de aquisição da língua escrita. A publicação da pesquisa das autoras no livro Psicogênese da Língua Escrita foi um marco divisor na história da alfabetização brasileira. A partir dela foi possível compreender o caminho que o indivíduo percorre até a leitura e a escrita convencional. Além disso, a investigação possibilitou a quebra de alguns paradigmas, entre eles a ideia de que havia pré-requisitos para que alguém pudesse aprender a ler e escrever conhecidos como prontidão para a alfabetização. O que Emília Ferreiro e Ana Teberosky demonstraram é que:

4 A questão crucial da alfabetização inicial é de natureza conceitual. Isto é, a mão que escreve e o olho que lê estão sob o comando de um cérebro que pensa sobre a escrita que existe em seu meio social e com a qual toma contato através da sua própria participação em atos que envolvem o ler ou o escrever, em práticas sociais mediadas pela escrita. (FERREIRO, 1999. P. 8) O que as autoras destacam é que quanto maiores as oportunidades de contato com as práticas de leitura e escrita maiores as possibilidades de o indivíduo pensar sobre a escrita e assim avançar em suas hipóteses sobre a língua escrita. Sendo assim percorre-se um caminho de avanços na elaboração de hipóteses até que se chegue à escrita alfabética. Este caminho é descrito por Ferreiro e Teberosky (1999) através de níveis de escrita. Inicialmente, no nível I a intenção é subjetiva, a escrita não pode servir como meio de transmissão de informações, pois cada um pode interpretar sua própria escrita, porém não a dos outros. Há uma tentativa de correspondência figurativa entre a escrita e o objeto referido, ou seja, a escrita pode representar o tamanho, mas não a forma. Neste momento a sonoridade não expressa significação. Busca-se a reprodução dos traços típicos da escrita conforme o sujeito identifica ser a forma básica cursiva ou imprensa. Ainda não há uma apropriação de letras em suas formas convencionais e há a possibilidade de utilização do desenho como apoio à escrita, garantindo o seu significado. Neste nível a representação é através de rabiscos e desenhos No nível II, a intenção passa a ser objetiva, conhece e domina as letras enquanto repertório para a escrita ou seja, já sabe que precisa das letras para escrever e então não faz mais rabiscos, já utiliza as letras. A sonoridade continua não expressando significação. Debruça suas escritas em duas hipóteses muito significativas em seu processo: 1ª Quantidade mínima de caracteres (acredita que é necessário pelo menos três letras para uma palavra poder ser escrita.). 2ª Variação de caracteres (acredita que é necessário uma variedade de letras para uma palavra poder ser escrita, letras repetidas não permitem sua escrita.) Já no nível III surge a hipótese silábica supondo que cada letra equivale a uma sílaba sendo assim deve escrever tantos sinais quanto abre a boca para falar a palavra. Pela primeira vez trabalha com a hipótese de que a escrita representa a

5 fala. Nas palavras monossílabas surge o conflito hipótese silábica X quantidade mínima de caracteres, pois essas exprimem somente um som porém conforme sua hipótese não existe palavra com menos de três letras, então tal conflito resolve-se acrescentando-se letras aleatórias, O nível IV caracteriza-se por ser uma transição muito rápida entre a hipótese silábica e a hipótese alfabética. A questão sonora se torna muito importante nesse processo movimentando a ideia de que ora um som é representado por uma letra e que ora um som é representado por mais que uma letra. Os conflitos entre essas hipóteses é o que leva ao avanço deste nível. Por fim, no nível V a criança se apropria do sistema alfabético, compreende que para cada som, para cada sílaba, são necessárias mais que uma letra, além disso, compreende que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba. Não significa que tenha se apropriado do sistema ortográfico, a partir desse momento ela se defrontará com dificuldades próprias das convenções ortográficas, mas não terá mais problemas relacionados aos mecanismos do código alfabético. Atualmente nos deparamos com diversos métodos de alfabetização que nos apontam diferentes caminhos para o mesmo objetivo: proporcionar da maneira mais eficaz e prazerosa a aquisição do código alfabético pela criança. Dentre esses métodos apresentamos o Método das Boquinhas, como uma alternativa eficiente e segura para a criança nesse processo. 2.2 Método das Boquinhas Método das Boquinhas é o nome dado popularmente para o Método Fonovisuoarticulatório, que utiliza-se de estratégias fônicas (fonema/som), visuais (grafema/letra) e articulatórias (articulema/boquinhas) para efetivar o processo de alfabetização que Ferreiro e Teberosky (1999) descreveram na psicogênese.

6 Sua idealizadora, Renata S. R. Jardini, fonoaudióloga, psicopedagoga, mestre e doutora em pediatria, iniciou seus estudos a partir das dificuldades encontradas na aprendizagem de um de seus filhos, que é disléxico. Por conta disso, inicialmente este método foi desenvolvido para auxiliar na alfabetização e reabilitação de crianças com distúrbios de leitura e escrita. Sendo mais adiante, por volta de 1995, aprimorado a partir de uma parceria entre a Pedagogia e a Fonoaudiologia, e tendo sua fundamentação baseada nos estudos de Dewey, Vygotsky, Ferreiro e Watson, entre outros começando aí a sua jornada pelas salas de aula. O método caracteriza-se por ser multissensorial e desta maneira submete a criança simultaneamente a vários inputs neurossensoriais, possibilitando estímulos em diversas áreas cerebrais. Sabemos que, desta maneira, quanto maiores as possibilidades para a aprendizagem, maiores as chances de a criança obter sucesso em seu processo de alfabetização. Sabe-se que desde que uma criança nasce suas manifestações em busca de novos conhecimentos e descobertas ocorrem na sua maioria através da boca. Inicialmente a criança chora, se alimenta e aos poucos inicia a produção de sons (fonemas), que posteriormente se transformam na fala. Desta maneira fica claro que a boca está relacionada a funções indispensáveis à vida. Jardini (2010) considera que em um percurso normal, a criança quando inicia sua vida escolar no 1º Ano do Ensino Fundamental, já possui dominadas as habilidades de falar e escutar referentes aos sons da língua. Estas habilidades, segundo o método, seriam o ponto de partida para o processo de alfabetização. O foco do trabalho passa a ser então a reflexão da estrutura sonora das palavras faladas, ou seja, consciência fonológica, que é um pré-requisito para a aquisição da leitura e escrita. Outro pré-requisito é a compreensão do princípio alfabético, que segundo Zuanetti, et al (2008), está relacionado também à consciência fonológica. As autoras afirmam que:

7 O princípio alfabético é uma condição necessária para a aquisição da leitura e escrita, e três fatores são necessários para a aprendizagem deste princípio: consciência de que é possível segmentar a língua falada em unidades distintas, consciência de que tais unidades reaparecem em diferentes palavras e o conhecimento das regras de correspondências grafo-fonêmicas. Os dois primeiros constituem a consciência fonológica. (ZUANETTI et al, 2008, p.168) Acrescenta-se ao processo de consciência fonológica, a aprendizagem dos pontos de articulação de cada fonema ao ser pronunciado isoladamente, os articulemas, conhecidos como boquinhas. O foco da aprendizagem então passa a ser, segundo Jardini (2010), a boca concreta que produz o som, ou seja, a consciência fonoarticulatória. De acordo com Sônia Moojen: É a habilidade de distinguir os diferentes pontos de articulação dos segmentos sonoros. É importante não somente na produção e na percepção dos sons, mas também na aprendizagem do sistema alfabético de escrita. É inegável que a consciência fonoarticulatória ajuda a consolidar o conhecimento fonêmico, indispensável na aquisição de leitura e escrita. (MOOJEN, 2010, p.18) Sendo assim percebe-se que os conceitos de consciência fonológica e consciência fonoarticulatória se correlacionam e desempenham papel fundamental na aplicabilidade do método. Desta forma, com prazer, eficácia e rapidez, os educandos se apropriam inicialmente das vogais, em seguida das consoantes (em uma ordem própria apresentada pelo método), até chegarem à formalização do modelo alfabético de escrita descrito por Ferreiro e Teberosky. Pesquisas citadas e desenvolvidas por Jardini (2010), já comprovam o sucesso do método: Concluiu-se que as crianças aprendem com maior prazer, segurança e eficiência o uso significativo da leitura/escrita, bem como adquirem maior velocidade e consistência na sua aquisição, num tempo inferior ao que levariam, se comparado ao ensino tradicional.(jardini, 2010, p.154) A partir das conclusões de Jardini (2010) sobre esse processo, nossa pesquisa buscou observar e verificar a eficácia do método em uma escola de Ensino Fundamental da Rede Municipal de Caxias do Sul-RS.

8 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Desde o início de 2012 a Secretaria Municipal de Educação (SMED) incentiva a realização de testagem de escrita dos alunos dos primeiros anos, no intuito de acompanhar o desenvolvimento dos mesmos no processo de alfabetização. Com a intenção de avaliar a eficácia do Método das Boquinhas na alfabetização, surgiu o interesse em realizar a presente pesquisa que se caracteriza por um estudo de caso com abordagem quantitativa, sob forma de ensaio clínico, cuja amostra foi definida por conveniência, abrangendo duas turmas de primeiro ano de uma escola da rede municipal de Caxias do Sul. Segundo Silva (2010), o ensaio clínico é um tipo de estudo no qual o observador realiza uma intervenção e analisa seus efeitos sobre os participantes. As duas turmas passaram pela testagem sugerida pela SMED, porém apenas uma vivenciou o método referido. A faixa etária, o turno frequentado na escola e a série foram considerados como critérios de inclusão. Foram excluídos os alunos matriculados fora do período normal e os que não participaram da primeira testagem. Para a coleta dos dados utilizou-se o teste de escrita elaborado pela assessoria da SMED. Esse teste de escrita consiste em oito imagens para a escrita espontânea do nome das figuras. As imagens foram selecionadas seguindo alguns critérios de dificuldades, como a composição das sílabas: sílabas simples (consoante+vogal), ex: fada, ou sílabas complexas (consoante+consoante+vogal), ex: zebra. O outro critério utilizado refere-se à quantidade de sílabas dessa forma estão apresentadas: duas palavras monossílabas, duas dissílabas, duas trissílabas e duas polissílabas. As aplicações dos testes foram realizadas de forma individual, porém no mesmo momento em cada turma. A primeira aplicação ocorreu no mês de março de 2012 e a segunda, no mês de julho do mesmo ano. No primeiro momento da nossa pesquisa o teste foi aplicado nas duas turmas sem que estas estivessem sido expostas a nenhum método de alfabetização. O

9 objetivo nesse momento era verificar o nível de escrita em que os alunos se encontravam quando chegaram ao ambiente escolar, baseados apenas por seus conhecimentos prévios. A partir disso, na turma nº 1, iniciou-se um processo de intervenção pedagógica baseado no Método das Boquinhas. Enquanto na turma nº 2 iniciou-se também um processo de intervenção pedagógica, baseado nos métodos já utilizados pela professora titular, os quais não serão nomeados ou descritos nesse estudo, uma vez que o objetivo desse trabalho é verificar a eficácia do Método das Boquinhas. Vale ressaltar que durante esse processo foi realizada pelas pesquisadoras uma revisão bibliográfica acerca dos temas: alfabetização, métodos das boquinhas, consciência fonológica, entre outros que foram se tornando necessários ao longo desse processo. Passados quatro meses, o teste foi reaplicado nas duas turmas seguindo as mesmas instruções da primeira testagem, buscando verificar os avanços obtidos em cada turma após as intervenções pedagógicas. Por fim realizamos a tabulação dos dados obtidos nas duas testagens e a análise se deu por porcentagem simples, tendo em vista o nº pequeno de participantes. 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Após a tabulação dos dados obtidos, chegamos aos seguintes resultados nas turmas envolvidas na pesquisa. A turma nº 1 apresentou os seguintes resultados, na testagem aplicada no mês de março: 1 aluno (4%) no nível I; 20 alunos (80%) no nível II; 2 alunos (8%) no nível III; 1 aluno (4%) no nível IV e 1 aluno (4%) no nível V. Após a intervenção pedagógica baseada no Método das Boquinhas, o teste foi reaplicado no mês de julho e a turma apresentou os seguintes avanços: 0 alunos (0%) no nível I; 0 alunos (0%) no nível II; 10 alunos (40%) no nível III; 6 alunos

10 (24%) no nível IV e 9 alunos (36%) no nível V. Estes avanços podem ser observados no gráfico Nº 1. Gráfico Nº 1: Resultados apresentados pela turma com intervenção pedagógica baseada no Método das Boquinhas. Já a turma nº 2, na testagem aplicada no mês de março, apresentou os seguintes resultados: 5 alunos (19%) no nível I; 21 alunos (81%) no nível II; 0 alunos (0%) no nível III; 0 alunos (0%) no nível IV e 0 alunos (0%) no nível V. Após a intervenção pedagógica baseada nos métodos utilizados pela professora titular, diferentes do Método das Boquinhas, o teste foi reaplicado no mês de julho e a turma apresentou os seguintes avanços: 0 alunos (0%) no nível I; 16 alunos (61%) no nível II; 6 alunos (23%) no nível III; 3 alunos (12%) no nível IV e 1 aluno (4%) no nível V. Estes avanços podem ser observados no gráfico Nº 2.

11 Gráfico Nº 2: Resultados apresentados pela turma sem intervenção pedagógica baseada no Método das Boquinhas. A partir dos dados apresentados acima podemos observar que ambas as turmas obtiveram avanços, uma vez que acreditamos que não há um único método eficaz, porém nota-se que a turma que recebeu a intervenção pedagógica baseada no Método das Boquinhas apresentou avanços mais significativos relacionados aos níveis de escrita em relação à turma que não recebeu. Na turma nº 1, dos 20 alunos (80%), que apresentavam escrita pré-silábica (Nível II) na primeira testagem, todos obtiveram avanços na segunda testagem. Já na turma nº 2, dos 21 alunos (81%) que também apresentavam escrita pré-silábica (Nível II) na primeira testagem, 11 alunos (42%) não demonstraram avanços na segunda testagem, permanecendo assim no mesmo nível de escrita após quatro meses de intervenção. Juntaram-se a eles os 5 alunos (19%) que avançaram do Nível I para o Nível II. Outro aspecto importante a ser observado é que na segunda testagem, realizada no mês de julho, a turma nº 1 apresentou 9 alunos (36%) com escrita de nível V considerada por Ferreiro e Teberosky (1999) como escrita alfabética. Enquanto que na turma nº 2 somente 1 aluno (4%) alcançou esse nível de escrita. A partir dos estudos realizados sobre o Método das Boquinhas percebe-se que os avanços na turma nº 1, descritos acima, ocorreram devido a aspectos bem peculiares do método, como por exemplo: o trabalho inicial baseado na consciência

12 fonológica e propriocepção da articulação dos fonemas. Nessa turma a professora realizou inicialmente atividades de apropriação do som e do articulema representado por cada letra, com o auxílio da observação em espelhos e no modelo ofertado, ora por movimentos dos órgãos fonoarticulatórios envolvidos, ora por imagens dos próprios articulemas. Somente quando percebeu que as crianças já se sentiam seguras em relação a isso, é que ela passou para atividades que desenvolvem a escrita dos grafemas. Além disso, o fato de cada criança precisar somente da sua boca para compreender e acompanhar o processo de escrita faz dela autora de seu processo de uma maneira autônoma, pois não necessita de recursos externos para se apropriar disso. Vale ressaltar que desde o início do trabalho com a turma nº 1, a professora utilizou recursos próprios do método para que de uma maneira lúdica e com o envolvimento do corpo, a criança compreendesse a divisão silábica das palavras. Assim quando as primeiras letras foram apresentadas (as vogais), os alunos rapidamente passaram para uma escrita silábica (Nível III), uma vez que toda sílaba apresenta vogal. Com a tentativa de leitura dessas escritas silábicas as crianças foram se dando conta de que faltavam letras em seus escritos, uma vez que quando as palavras eram pronunciadas em frente ao espelho, apareciam na forma das boquinhas outras letras que não as vogais. Desta maneira a professora introduziu as letras consoantes, realizando sempre o mesmo caminho: atividades de consciência fonológica (som/articulema/espelho) e depois atividades de escrita dos grafemas. Com isso, os alunos passaram a uma escrita silábica-alfabética (Nível IV). Neste aspecto o método apresenta uma ordem própria de apresentação das consoantes, levando em conta a facilidade de reconhecimento do som e do articulema, o que não significa que não se trabalhe a ordem alfabética das letras. A professora notou que a cada consoante apresentada, o princípio alfabético se torna mais consistente e pouco a pouco os alunos tornam suas escritas alfabéticas (Nível V). Os resultados acima comprovam o que Jardini defende em seus estudos, nos quais observa-se apropriação de maior consistência da escrita alfabética e em tempo menor para as crianças que vivenciam o Método Fonovisuoarticulatório.

13 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste momento final retornarmos ao problema dessa pesquisa, e observamos que os resultados apresentados pela turma que foi submetida ao método em questão, o Método das Boquinhas, apresentou avanços mais significativos em seu processo de alfabetização se comparados aos obtidos pela outra turma, que utilizou outros métodos. Assim respondemos positivamente ao nosso problema de pesquisa comprovando que os resultados apresentados a partir de intervenções pedagógicas baseadas no Método das Boquinhas são significativos se comparados a outros métodos, levando em consideração a população pesquisada. Acreditamos que a partir desta pesquisa o método fonovisuoarticulatório se apresenta como uma possibilidade de organização do trabalho nas turmas de alfabetização, devido à consistência apresentada bem como o menor tempo para aquisição da leitura e da escrita. Pretendemos que este estudo auxilie muitos educadores na busca por melhores e mais eficazes práticas de ensino e que este possa ser o passo inicial para uma pesquisa maior envolvendo este tema. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. JARDINI, Renata Savastano Ribeiro. Alfabetização com as boquinhas: método fono-visuo-articulatório: manual do educador. Bauru, SP: Boquinhas Aprendizagem e Assessoria, 2011. JARDINI, Renata Savastano Ribeiro. Alfabetização e Reabilitação pelo Método das Boquinhas: fundamentação teórica: livro 1. Bauru, SP: R. Jardini, 2010. JARDINI, Renata Savastano Ribeiro. Boquinhas na educação Infanil: livro do professor. Araraquara, SP: [s.n], 2009.

14 SILVA, LN. Projeto de pesquisa: material didático para disciplina bibliográfica: Porto Alegre, curso de nivelamento, Instituto de Cardiologia- ICFUC, 2010. SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. São Paulo, SP: Contexto, 2004. ZUANETTI, Patrícia Aparecida; SCHNECK, Andréa Pires; MANFREDI, Alessandra Kerli da Silva. Consciência Fonológica e desempenho escolar. In: Revista CEFAC, São Paulo, v.10, n2, 168-174, abr-jun, 2008.