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Transcrição:

fls. 85 ACÓRDÃO Registro: 2017.0000405974 Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação / Reexame Necessário nº 1037070-50.2015.8.26.0053, da Comarca de, em que é apelante FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO e Recorrente JUIZO EX OFFICIO, é apelado CELSO ANTONIO DOS SANTOS. ACORDAM, em 6ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Deram parcial provimento aos recursos, para o fim que constará do acórdão. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SIDNEY ROMANO DOS REIS (Presidente sem voto), MARIA OLÍVIA ALVES E EVARISTO DOS SANTOS., 5 de junho de 2017. REINALDO MILUZZI RELATOR Assinatura Eletrônica

fls. 86 6ª CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO APEL.Nº: 1037070-50.2015.8.26.0053 APTE. : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO APDO. : CELSO ANTONIO DOS SANTOS COMARCA: SÃO PAULO 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA JUIZ : Bruna Acosta Alvarez VOTO Nº: 24616 EMENTA SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL Policial militar reintegrado ao cargo - Não pagamento pela Administração dos vencimentos relativos ao período de afastamento Obrigação da ré ao restabelecimento de todos os direitos devidos ao militar que, após absolvição judicial, for reintegrado ao cargo Art. 138, 3º, da CE - Direito ao recebimento dos vencimentos não pagos durante o período de afastamento Aplicação integral da LF 11.960/09 - Sentença de procedência - Recursos oficial e da FESP parcialmente providos. RELATÓRIO. Trata-se de ação movida por servidor público estadual, objetivando a condenação da Fazenda do Estado ao pagamento de seus vencimentos de todo o período em que esteve afastado de suas funções, após ter sofrido penalidade de demissão. Absolvido na esfera criminal, requereu revisão do processo administrativo disciplinar e foi reintegrado ao cargo de policial militar. Contudo, não recebeu os vencimentos do período compreendido entre 02/07/2013 a 17/6/2015, sem prejuízo de férias, 13º salário, terço constitucional de férias, licença-prêmio, quinquênios e contagem de tempo. A r. sentença de fls. 49/53, de relatório adotado, declarada Apelação / Reexame Necessário Nº 1037070-50.2015.8.26.0053 - VOTO Nº 24616 - COMARCA: 2/8

fls. 87 a fls. 58, julgou procedente a ação para condenar a ré ao pagamento dos danos materiais sofridos, consistentes no valor do seus vencimentos e demais vantagens pecuniárias a que faria jus, fazendo nelas incidir todos os descontos devidos como se em atividade estivesse, a partir da data da exoneração, até a data de sua reintegração (de 2.7.2013 a 15.6.2015), bem como para considerar o tempo em que esteve indevidamente afastado como de efetivo exercício, para todos os efeitos; as verbas pecuniárias abrangem férias, com o terço constitucional, 13º salário, licença-prêmio e quinquênios. 0s valores deverão ser corrigidos monetariamente pelo IPCA-E, e acrescidos de juros de mora nos termos da LF 11.960/09. Condenada, a ré, ainda, ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios que serão fixados em liquidação de sentença, nos termos do art. 85, 4º, II, do CPC. Anotado o reexame necessário. Inconformado, recorre o vencido, buscando a reforma do julgado. Sustenta que é indevido o pagamento dos vencimentos do período em que ficou afastado por não ter havido a contraprestação por parte do servidor, sob pena de enriquecimento sem causa; quinquênios e sexta-parte dependem de certo lapso de tempo de efetivo exercício de cargo público; assim como a licença prêmio tem por escopo remunerar a assiduidade e a disciplina do servidor no exercício do cargo. Pede ao final a improcedência da ação, ou, se mantida a sentença, a aplicação integral da LF 11.960/09. Recurso tempestivo e respondido. FUNDAMENTOS. O recurso comporta parcial acolhimento. Não se questiona aqui a legalidade do ato administrativo perpetrado. Apelação / Reexame Necessário Nº 1037070-50.2015.8.26.0053 - VOTO Nº 24616 - COMARCA: 3/8

fls. 88 Com efeito, à vista do trânsito em julgado da sentença absolutória proferida no processo crime, o autor foi reintegrado ao cargo de policial militar, em 15.6.2015 (fls. 20/25). Todavia, a ré deixou de lhe pagar os vencimentos do período em que ficou afastado. Ressalte-se que a reintegração é a recondução do servidor ao mesmo cargo de que fora demitido, com o pagamento integral dos vencimentos e vantagens do tempo em que esteve afastado, uma vez reconhecida a ilegalidade da demissão em decisão judicial ou administrativa. Como a reabilitação funcional, a reintegração acarreta, necessariamente, a restauração de todos direitos de que foi privado o servidor com a ilegal demissão, conforme lição do mestre HELY LOPES MEIRELLES, em sua obra Direito Administrativo Brasileiro, 30ª edição, Malheiros Editores pág. 450). Conclui-se, portanto, que da reintegração do servidor decorre o direito de ser ressarcido pelos vencimentos que deixaram de lhe ser pagos durante o período de afastamento, não havendo que se falar em enriquecimento sem causa. Anotou a MM. Juíza que a despeito das alegações da requerida, no sentido de que a remuneração somente seria devida como contraprestação ao trabalho efetivamente realizado, não pairam dúvidas, quanto ao direito do autor ao pagamento de todos os vencimentos que lhe seriam devidos a partir da demissão, com todas as vantagens inerentes ao cargo. Isso porque há expressa disposição no artigo 138, 3º, da Constituição Estadual que obriga a ré ao restabelecimento de todos os direitos devidos ao militar que, após absolvição judicial, for reintegrado ao cargo, neles compreendidas as remunerações e vantagens que deveriam ter disso pagas no período em que esteve afastado do cargo. Apelação / Reexame Necessário Nº 1037070-50.2015.8.26.0053 - VOTO Nº 24616 - COMARCA: 4/8

fls. 89 Assim, considerando que a reintegração do autor pela Administração Pública é incontroversa, de rigor reconhecer que ele faz jus ao recebimento de todas as verbas remuneratórias de que fora privado pelo indevido afastamento. Devido, portanto, o pagamento dos vencimentos e demais vantagens pecuniárias do respectivo cargo, relativas ao período compreendido entre sua exoneração e sua reintegração, valores que ele deixou de auferir. Era mesmo de rigor, portanto, a procedência da ação. Nesse sentido: SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL - SÃO BERNARDO DO CAMPO - DEMISSÃO - EVIDENTE ABUSO DO PODER - ANULAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO, COM A CONSEQUENTE REINTEGRAÇÃO E PAGAMENTO DOS VENCIMENTOS DEVIDOS DURANTE O PERÍODO DE AFASTAMENTO ALÉM DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - NECESSIDADE - AÇÃO IMPROCEDENTE - RECURSO DO AUTOR PROVIDO. (AC 1017087-21.2014.8.26.0564, Rel. Des. Ricardo Feitosa, 4ª Câmara de Direito Público, j. 10.4.2017). Apelação cível - Cumprimento provisório de sentença - Reintegração no cargo de Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas - APOFPS - Inadmissibilidade - Acórdão que garantiu aos Autores a reintegração nos últimos cargos ocupados (Assistente Técnico da Fazenda), com o recebimento de todos os seus vencimentos desde a data da exoneração. Recurso não provido (AC 0036879-90.2013.8.26.053, Rel. Des. Marrey Uint, 3ª Câmara de Direito Público, j. 4.4.2017). De outro lado, o recurso comporta provimento no que se refere aos juros e correção monetária dos valores devidos. O Supremo Tribunal Federal assentou entendimento de Apelação / Reexame Necessário Nº 1037070-50.2015.8.26.0053 - VOTO Nº 24616 - COMARCA: 5/8

fls. 90 que lei referente à disciplina de juros e atualização monetária possui natureza processual, regida pelo princípio do tempus regit actum. Daí porque aplicável a Lei 11.960/2009, a partir da data em que entrou em vigor. Ocorre que em data posterior a questão ficou pacificada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal, diante do julgamento das ADIs nºs 4.357 e 4.425, que decidiu pela inconstitucionalidade da Taxa Referencial (TR) como índice de correção monetária. Tendo em vista que o STJ aplicou decisão de mérito proferida na ADI nº 4.357, sem pronunciamento conclusivo da Suprema Corte acerca do início de sua eficácia, o Min. Luiz Fux, em decisão monocrática proferida cautelarmente na mencionada ADI, impôs o retorno do sistema imediatamente anterior, qual seja, a continuidade do pagamento de precatórios da mesma forma como vinham fazendo, até que a Suprema Corte se pronuncie definitivamente sobre a modulação dos efeitos de sua decisão. Cabe apenas anotar que a modulação recentemente efetuada pelo Pretório Excelso quanto às ADIS ns. 4.357 e 4.425 restringiu-se a feitos com precatório já expedido, conferindo eficácia prospectiva à declaração de inconstitucionalidade, aplicando-se quanto a eles a Lei n. 11.960/09 até 25.03.15, quanto então passará a incidir o IPCA-E (RE 747703 AgR- Plenário do STF de 25.03.15 Rel. Min. LUIZ FUX). Ressalte-se que a decisão plenária de 25.03.15 da C. Suprema Corte delibera apenas sobre o regime de precatório. Quanto aos acréscimos atualização monetária e juros moratórios nos demais casos (fase de conhecimento e execução antes do precatório, e não se tratando de matéria tributária) permanecem aplicáveis o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 e as Leis ns. 11.960/09 e 12.703/12, pois a Apelação / Reexame Necessário Nº 1037070-50.2015.8.26.0053 - VOTO Nº 24616 - COMARCA: 6/8

fls. 91 definição ainda se encontra pendente em incidente de Repercussão Geral (Tema nº 810 do STF atrelada ao RE nº 870947). Vale dizer, os Tribunais de Justiça devem continuar aplicando a LF 11.960/09, a partir de sua vigência, razão pela qual a correção monetária, assim como os juros moratórios, devem ser calculados pelo índice oficial aplicado à caderneta de poupança, nos processos em fase de conhecimento e execução antes do precatório, como é o caso dos autos. Aliás, nesse sentido é o entendimento exposto no recentíssimo julgamento da AC 1006282-36.2014, com voto condutor do i. Rel. Des. Evaristo dos Santos, em 24.08.2015:...E esse entendimento deve ser mantido em que pese a modulação recentemente efetuada pelo Pretório Excelso quanto às ADIs nos 4.357 e 4.425. Restringiu-se ela a feitos com precatório já expedido (RE nº 747703 AgR Plenário do STF de 25.03.15 Rel. Min. LUIZ FUX que conferiu eficácia prospectiva à declaração de inconstitucionalidade, aplicando-se para os precatórios já expedidos a Lei nº 11.960/09 até 25.03.15, quando então passará a incidir o IPCA-E). Ressalte-se que a decisão plenária de 25.03.15 da C. Suprema Corte delibera apenas sobre o regime de precatório. Quanto aos acréscimos atualização monetária e juros moratórios permanece a aplicabilidade do art. 1º-F da Lei nº. 9.494/97 e das Leis nºs 11.960/09 e 12.703/12, pois a definição se encontra pendente em incidente de Repercussão Geral (Tema nº 810 do STF atrelada ao RE nº 870947). Entendo, portanto, ser o caso de manter, a partir de sua vigência, a aplicação da Lei nº 11.960/09. Deve ser observada, outrossim, a alteração promovida pela Medida Provisória nº 567, de 03 de maio de 2012, convertida na Lei 12.703, de Apelação / Reexame Necessário Nº 1037070-50.2015.8.26.0053 - VOTO Nº 24616 - COMARCA: 7/8

fls. 92 07 de agosto de 2012, no cálculo dos juros, a partir de sua vigência. Por fim, arbitro os honorários recursais em 10% sobre o percentual que será fixado na fase de liquidação da sentença, em observância ao disposto no artigo 85, 11, do Código de Processo Civil. aos recursos, para o fim acima. Ante o exposto, pelo meu voto, dou parcial provimento REINALDO MILUZZI Relator Apelação / Reexame Necessário Nº 1037070-50.2015.8.26.0053 - VOTO Nº 24616 - COMARCA: 8/8