Crédito Tributário e suas formas de lançamento Rubens Kindlmann
Modalidades de Extinção do Crédito Tributário Art. 156, CTN Pagamento Compensação Transação Remissão Prescrição e Decadência Conversão do depósito em renda Pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do art. 150 e seus 1º e 4º Consignação em pagamento Decisão administrativa irreformável Decisão judicial passada em julgado Dação em pagamento de bens imóveis
Acerca do constrangimento ilegal ao pagamento de tributos: Sumula 70, STF: É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo Pagamento Sumula 323, STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para o pagamento de tributos Sumula 547, STF: Não é licito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais
Proibição de selos Pagamento TRIBUTÁRIO. IPI. MANDADO DE SEGURANÇA. OBTENÇÃO DE SELOS DE CONTROLE DE BEBIDAS ALCOÓLICAS. DÉBITOS COM A FAZENDA PÚBLICA. PRINCÍPIO DO LIVRE EXERCÍCIO DE ATIVIDADE ECONÔMICA. ARTIGO 170, PARÁGRAFO ÚNICO, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. SÚMULA Nº 547 DO STF. - Violação que o Poder Público pratica, pelo ato de seus agentes, negando ao comerciante em débito de tributos à aquisição dos selos necessários ao livre exercício das suas atividades. Artigo 170, parágrafo único da Carta Magna. - Ratio essendi das Súmulas 70, 323 e 547 do E. STF e 127 do STJ no sentido de que a Fazenda Pública deve cobrar os seus créditos através de execução fiscal, sem impedir direta ou indiretamente a atividade profissional do contribuinte. - É defeso à administração impedir ou cercear a atividade profissional do contribuinte, para compeli-lo ao pagamento de débito, uma vez que tal procedimento redundaria no bloqueio de atividades lícitas, mercê de representar hipótese da autotutela, medida excepcional ante o monopólio da jurisdição nas mãos do Estado-Juiz. - Recurso improvido. (STJ - REsp 414486 Rel. Min LUIZ FUX)
É o encontro de contas entre o contribuinte que é credor e devedor de tributos para com o mesmo ente tributante Art. 170, CTN Compensação PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. RENÚNCIA AO MANDATO. FORMALIDADES. COMPENSAÇÃO. OFERECIMENTO DE CRÉDITO JUNTO A OUTRO ENTE POLÍTICO. NÃO CONFIGURAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. (...). - A compensação pressupõe créditos recíprocos, ou seja, identidade subjetiva. - Oferecimento de créditos junto a terceiros implicaria dação em pagamento que, contudo, não encontra guarida em lei nem se adequaria ao art. 156, XI, do CTN, conforme a LC 104/2001. (TRF4, AC 1998.04.01.033857-6,Relator Leandro Paulsen)
Compensação ou Repetição do indébito? Compensação Reconhecido o direito à restituição do tributo indevido, nada impede o deferimento do pedido alternativo da compensação requerida. Ao contribuinte é facultado optar pela compensação tributária, a qualquer tempo, mesmo após liquidada a sentença que reconheceu o direito à devolução do indébito Recurso Especial conhecido e provido (Resp 272.439/SP, rel. Min Francisco Peçanha Martins)
Precisa de Lei Transação Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário. Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso. Há o Projeto de Lei 5082/2009 em tramitação no Congresso
Não se confunde com parcelamento Transação (...) Mas também o parcelamento se afasta da transação, em primeiro lugar porque não extingue o crédito tributário como prevê o art. 171, in fine, do CTN. Em segundo, no acordo de parcelamento, não são previstas concessões: apenas a Administração torna o pagamento mais viável para o devedor dividindo o seu crédito em prestações periódicas. (STJ, Resp 39.020-6/SP, excerto do voto do Min. Milton Luiz Pereira, que ele próprio transcreve no Resp 54.531/SP, de que foi relator, ago/95)
É o perdão da dívida atinente ao tributo devido e extingue o respectivo crédito. Não se confunde com a anistia Depende de lei específica (art. 150, 6º) Remissão A ultima lei federal que trouxe a remissão foi a Lei Nº 11.941/09
- Se depositado em processo judicial penas após o transito em julgado a favor do fisco Conversão do depósito em renda - Se depositado em processo administrativo:... A conversão dar-se-á trinta dias após a notificação do devedor, desde que não recorra ele ao Poder Judiciário (Paulo de Barros Carvalho, Curso de Direito Tributário, 8ª edição, Ed. Saraiva, 1996, p.321) - E a correção do valor?? TRIBUTARIO. DEPOSITO JUDICIAL. CORREÇÃO MONETARIA. A CIRCUNSTANCIA DE QUE OS INDEXADORES DO DEPOSITO JUDICIAL SEJAM MAIORES OU MENORES DO QUE O DO CREDITO TRIBUTARIO NÃO INFLUI NO SEU REGIME JURIDICO, QUE ESTIPULA DEVOLUÇÃO OU CONVERSÃO EM RENDA, CONFORME O DESFECHO DA LIDE, PELO SALDO DACONTA. ORDEM DENEGADA. (TRF4, MS 93.04.04832-0)
Consignação em pagamento Regra válida apenas para o julgamento procedente da ação consignatória Consignação em pagamento Art. 164, CTN Cabimento: I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar. 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.
Decisão administrativa irreformável Decisão administrativa irreformável A decisão precisa reconhecer a inexistência do crédito tributário. Se a decisão reconhecer apenas vícios formais no lançamento e o anula, cabe à fazenda realizar novo lançamento, desde que dentro do prazo decadencial
Entrega de bens pelo contribuinte para a quitação de débitos tributários, mediante avaliação do bem para realização da imputação do valor na dívida do contribuinte Dação em pagamento de bens imóveis Necessita ser estabelecida / criada por lei por cada ente tributante (sujeito ativo) Formas e condições, caberão à lei Lei 13.259/16 - Deve ser precedida de avaliação do(s) bem(ns) ofertado(s) que devem estar livres de ônus - Deve abranger a totalidade do(s) crédito(s) que se queira liquidar (com juros, mulas e encargos) sem qualquer desconto - Não se aplica a créditos decorrentes do SIMPLES
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