UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS. Patricia Pannia Guimarães



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Transcrição:

1 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Patricia Pannia Guimarães A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DO MEIO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Trabalho de Graduação Inter-disciplinar apresentado à Universidade Presbiteriana Mackenzie. São Paulo 2010

2 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Patricia Pannia Guimarães A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DO MEIO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Monografia apresentada ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como parte dos requisitos exigidos para a conclusão do Curso de Ciências Biológicas modalidade Licenciatura. Orientador: Prof. Dr. Maria Helena de Arruda Leme São Paulo 2010

3 AGRADECIMENTOS Saúde - CCBS. À Universidade Presbiteriana Mackenzie, Centro de Ciências Biológicas e da À minha orientadora Profª. Drª Maria Helena de Arruda Leme pela paciência e dedicação empregadas em solucionar as minhas dúvidas e/ou desesperos. Aos professores de licenciatura do curso de Ciências Biológicas, Adriano Monteiro de Castro, Magda Medhat Pechliye e Rosana dos Santos Jordão, por ensinar outra visão na Educação, pela paciência e pelo acompanhamento do meu crescimento durante não só este semestre, mas nos anteriores. A todos os meus amigos da faculdade pela força dada durante o desenvolvimento deste trabalho, principalmente a Thais Tiemi Mizutani pela enorme ajuda. A minha família pela educação básica e pelo respeito ensinado, pela força não só neste trabalho, mas em todos os momentos da minha vida, seja de alegria ou de tristeza. fazer parte dela. Aos meus professores e amigos da escola por passarem pela minha vida ou

4 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...6 OBJETIVOS...6 JUSTIFICATIVA...7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...9 1. O processo de ensino-aprendizagem...9 2. Estudo do Meio...12 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...18 ANÁLISE...20 CONSIDERAÇÕES FINAIS...25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...26 ANEXO I...28

5 RESUMO Relacionado ao meio ambiente, este trabalho tem como objetivo investigar a relevância do estudo do meio, como estratégia no processo de ensino-aprendizagem por meio de análise documental e definição de conceitos. Para isso, um exemplo de atividade realizada no mangue foi analisado de acordo com autores estudados no curso de licenciatura e outros encontrados em artigos científicos. Como esperado, estudo do meio é uma estratégia importante, complexa e diferenciada que pode ser usada na educação. ABSTRACT Related to the environment, this study aims to investigate the relevance of the study of the environment as a strategy in the teaching-learning process through document analysis and definition of concepts. For this, an example of an achievement in the mangrove was analyzed according to the authors studied on the degree course and others found in scientific articles. As expected, study of the environment is an important strategy, complex and differentiated that can be used in education.

6 INTRODUÇÃO Relacionado ao abrangente tema meio ambiente, que pode ser abordado informalmente ou formalmente de modo interdisciplinar pela escola, estudo do meio e sua importância para o processo de ensino-aprendizagem foram abordados neste trabalho. Como importante campo de estudo na área da educação, livros, artigos publicados na internet, informes e documentos foram consultados. O principal problema identificado nesse campo de estudo é a falta de conhecimento adequado sobre estudo do meio. Algumas pessoas podem confundi-lo erroneamente com saída de campo e excursão. Entretanto, estudo do meio é mais complexo, pois envolve antes, durante e depois da ida a campo, precisando ser bem planejado para ser efetivo e contribuir no processo de ensino-aprendizagem. Trata-se de uma ferramenta importante, já que aproxima o aluno de ambientes fora da sala de aula, em espaços não formais, podendo ser motivadora. Há possibilidade também de aproximar pessoas e suas experiências, de interagir conforme a discussão caminhe e de refletir sobre problemas encontrados perto do aluno. Deste modo, ele pode se enxergar como integrante do ambiente, pode participar e trazer contribuições diferentes para o aprendizado. Esta pesquisa buscou apresentar um exemplo de atividade realizada em campo, demonstrando uma possibilidade de como fazer este estudo, não sendo entendida aqui como única. Posteriormente, uma análise foi realizada com base nos autores citados neste trabalho. OBJETIVO Investigar a relevância do estudo do meio como estratégia no processo de ensino-aprendizagem por meio de análise documental e definição de conceitos.

7 JUSTIFICATIVA Segundo Cozza e Santos (2004), há no Brasil uma preocupação crescente em relacionar a educação com a vida do aluno, devido principalmente ao desenvolvimento dos movimentos ambientalistas a partir da década de 1970, como por exemplo, a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais em 1997, com a inclusão do meio ambiente como um dos temas transversais. Relacionado a este tema, houve a criação da Lei nº 9.795, artigo 2º do Capítulo I, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental, em 1999. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, esta lei diz que a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. Dentro desta perspectiva, o presente trabalho tem como tema o estudo do meio, que segundo Cozza e Santos (2004), é um método de ensino integrador do currículo de escolas, oferecendo ao educando possibilidades de construção de seu conhecimento e, portanto, contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem. Segundo Nogueira et al. (2005), o estudo do meio envolve uma série de fatores, como metodologia de pesquisa e de organização de novos saberes, além de requerer atividades anteriores à visita, levantamento de questões a serem investigadas, seleção de informações, observações em campo, comparações entre os dados levantados e os conhecimentos já organizados por outros pesquisadores, interpretação, organização de dados e conclusões. Estes fatores envolvem investigação, percepções e ações, devendo atender a realidade, a fim de que possa ser importante e fazer sentido no processo de ensinoaprendizagem (KUBO e BOTOMÉ, 2001). Os autores ainda afirmam que se trata de um complexo sistema de interações envolvendo aluno e professor, precisando ser planejado e contextualizado de acordo com o objetivo. Para tal, a participação tanto de um como do outro se torna um componente essencial. Não é fácil e da noite para o dia, trata-se de um processo que caminha conforme necessidades e, só é efetivo quando envolve reflexão e resolução de problemas (PECHLIYE e TRIVELATO, 2005). Segundo Cozza e Santos (2004): O estudo do meio propicia a possibilidade de conhecer e aprender outros modos de vida, entrar em contato com diferentes leituras do

8 mundo, ter a experiência prática dos conhecimentos aprendidos em sala de aula, desenvolver a linguagem escrita e a linguagem visual, desenvolver o nível de atenção e observação no processo de elaboração de registros, desenvolver a capacidade de obter e selecionar informações, rever atitudes e valores individuais e do grupo (p.14). A realização de estudos do meio é motivadora para os alunos, pois desloca o ambiente de aprendizagem para fora da sala de aula (BRASIL, 1998). É apenas uma das metodologias de ensino existentes, mas com um grande potencial e relevância, já que chama a atenção do aluno, deslocando-o do ambiente comum de aprendizagem para uma nova percepção de mundo. O aluno entra em contato com ambientes naturais e pode perceber-se como integrante e agente transformador do ambiente. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), a utilização de outras metodologias de ensino significa, também, construir o currículo ao longo do processo, partindo de vivências do grupo (professor e aluno), sem deixar de considerar o conhecimento historicamente constituído. (p.64). Portanto, é um trabalho que carrega consigo uma possibilidade, uma ferramenta metodológica distinta, em que o aluno e o professor são educados na prática, através de participação, envolvimento e reflexão.

9 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1. O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Segundo Pechliye e Trivelato (2005), ensinar é dar ferramentas ao aluno para que esse construa seu próprio conhecimento, escolhendo alguns caminhos e aprender, segundo Coll e Solé (2006), é quando algo faz sentido e ele consegue reelaborar com suas próprias palavras o novo conhecimento, aplicando-o em seu cotidiano e isso significa aproximação a partir de experiências, interesses e conhecimentos prévios que dão conta da novidade. Ainda segundo este autor, tanto o aluno quanto o professor precisam ver sentido no que fazem e atribuir significado devido. Dessa forma, o professor terá um desempenho profissional funcional e significativo e o aluno terá um aprendizado eficaz, devendo ambos participar ativamente da vida escolar, já que são os responsáveis pela construção do conhecimento conjuntamente, inclusive, necessitando interagir. Segundo Kubo e Botomé (2001), a palavras ensino e aprendizagem são diferentes quanto ao significado, mas caminham juntas como um processo na Educação. Estes autores abordam que esse processo envolve investigação, percepções e ações, não podendo ser entendido como algo separado ou independente e, além disso, deve atender a realidade, a fim de que possa ser importante e fazer sentido. Eles ainda afirmam que o processo de ensinoaprendizagem refere-se a um complexo sistema de interações comportamentais entre aluno e professor, precisando ser planejado de acordo com o que se quer atingir, ou seja, de acordo com o objetivo. Segundo os PCN + (BRASIL, 1998), a relação professor aluno possibilita um novo ensinar, uma nova forma de comunicação educacional a construção de uma nova identidade do professor que, transmissor de informações prontas e de verdades inquestionáveis, torna-se um mediador, intervindo no processo de construção do conhecimento de modo intencional, sistemático e planejado. A interação entre professor e aluno e outras existentes dentro da sala de aula são importantes, de acordo com Monteiro e Teixeira (2004), pois além de ocorrerem dentro de um contexto social, envolvem diálogo rico em informações, instigação ou incentivo à exposição de opiniões dos alunos, problematização, exposição de ideias, explicação de fatos, raciocínio lógico, reflexão sobre contraposições e/ou ideias, reorganização de proposições feitas com retomada de discussões. Nesse tipo de diálogo, ainda segundo esses autores, o

10 professor pode intervir realizando mediações a fim de que os alunos se envolvam e evoluam dentro de um objetivo principal e os alunos, por sua vez, devem participar ativamente dentro desse processo, explicitando suas ideias. A participação tanto do aluno como do professor constituem também o processo de ensino-aprendizagem e remete a ação, contrapondo-se à passividade, permitindo confronto de ideias, além de reflexões importantes discutidas por Pechliye e Trivelato (2005). Esta autora aborda que o processo reflexivo permite a resolução de problemas de modo consciente, permite preparar e inventar de modo sistemático e dar sentido ao conhecimento e que, portanto, exige união entre teoria e prática, além de trabalho coletivo. Segundo Coll e Solé (2006), como guia à reflexão, o construtivismo serve para a atuação/ação de qualquer profissional, oferecendo ao professor o papel de mediador entre indivíduo e sociedade e oferecendo ao aluno o papel de aprendiz social e, portanto, trata-se de um referencial explicativo e não um livro de receitas, isto é, algo fixo que deve ser seguido corretamente, passo a passo. O professor para mediar, precisa conhecer o cotidiano do aluno, bem como o próprio aluno e saber suas dificuldades e facilidades. Este conhecimento ajuda no processo de aprendizagem, já que o professor a partir de observações pode mudar suas estratégias de ensino. Cada aluno trás consigo um conhecimento prévio, uma vivência distinta dos demais, uma bagagem particular, igualmente ao professor, e isso contribui diferentemente na aprendizagem, fazendo com que cada indivíduo torne-se único e insubstituível (COLL e SOLÉ, 2006). Por isso, é de fundamental importância que o aluno seja ativo e só o é, quando perguntam e pedem ajuda a alguém. Tanto Colom (2004) quanto Mauri (2006) dizem que o aluno precisa de auxílio de outros, a fim de que se permita a representação ou a atribuição de significados, sendo necessária a intervenção do professor, desequilibrando o aluno, a fim de produzir conhecimentos novos, de ampliar o significado, tornando-os relevantes a educação. Portanto, volta-se a questão de que a aprendizagem é um processo em constante mudança, permitindo reflexão e envolvendo retomada, revisão e reinvenção (ROSA, 2003). Segundo essa autora, isto é educar, influenciar o aluno até que ele não seja capaz de ser influenciado por ninguém. Professores, diretores, pais, Governo e até os próprios alunos devem estar envolvidos na educação, a responsabilidade do bom funcionamento dela e a culpa de um sistema não ter dado certo é de todos e não do outro. Por isso é preciso mudar, para que se possa melhorar, acertar e chegar a um ensino melhor.

11 Segundo Coll e Solé (2006), a escola deve se encontrar aberta aos pais, a fim de estes a apóiem, para que ela possa contribuir com a aprendizagem e atender a diversidade, além disso, deve-se ter uma direção eficiente, com estabilidade de corpo docente, que saiba trabalhar em equipe. Mauri (2006) afirma que tomar uma decisão em equipe muitas vezes gera contradições, pois cada um tem uma idéia, um conhecimento prévio diferente, devendose, portanto, compreender e avaliar as opiniões adversas e não simplesmente rejeitá-las de início. O trabalho coletivo possibilita visões diferentes sobre o mesmo assunto e no ensino, significa levar em consideração a união entre teoria e prática (PECHLIYE e TRIVELATO, 2005). Segundo Cunha (1997), os professores acreditam que é a prática que propicia elaborar a teoria. Para a autora, o educador se educa na prática da educação. Com o auxílio da prática, os conhecimentos podem ser construídos de modo efetivo. Na construção desses conhecimentos, além da importância da prática, incertezas e dúvidas tornam-se ferramentas fundamentais e significativas no processo de ensino-aprendizagem, pois a partir daí escolhas podem ser feitas para a resolução de alguma situação (PECHLIYE e TRIVELATO, 2005). As escolhas, por sua vez, estão relacionadas aos objetivos de um trabalho e são reveladas de acordo com o modo de ser e de agir do professor, demonstrando não-neutralidade e compromisso, além de nem sempre estarem vinculados a uma única corrente filosófica de forma linear (CUNHA, 1997). O modo de ser e de agir do educador pode ser diferenciado segundo Monteiro e Teixeira (2004). O professor pode oferecer pistas ou fazer uma exposição direta de uma ideia para que os alunos possam resolver um determinado problema apresentado ou então, ele pode fazer um remodelamento, isto é, uma postura intermediária em que o professor chama a atenção para alguns pontos de vista dos alunos e preenche lacunas conceituais, contornando uma ideia precisamente e aproximando-a da visão científica. Qualquer que seja a postura do educador, ele deve fazer perguntas e variar os estímulos (CUNHA, 1997). Segundo a autora, isto possibilita a geração de situações diversas, o que dificulta a generalização, mas acaba enriquecendo os relatos. Estas situações, no entanto, podem gerar um desconforto, já que não são previsíveis, mas se bem planejado o ensino, o professor poderá se sentir mais seguro em discuti-las. Na educação, planejar o que se pretende ensinar é fundamental segundo Machado (2004). Ele diz que esta ação de planejar, juntamente com os valores que a pessoa carrega, visa transformações e atualmente, ele acredita que a educação é uma busca da

12 construção, da relação entre projetos pessoais e coletivos. Por isso a educação é algo complexo, já que varia de acordo com interesses e necessidades dos seres humanos envolvidos, isto é, de acordo com a intenção, não sendo algo fixo a ser seguido indistintamente para todos os setores da sociedade (CUNHA, 1997). É por essa gama de opções, que Coll (2006) afirma que ensinar é difícil e/ou complexo, já que há multiplicidade de variáveis e multicausalidade de fenômenos. 2. ESTUDO DO MEIO Antes de abordar as contribuições do tema deste trabalho que é estudo do meio para o processo de ensino-aprendizagem, é interessante destacar qual o seu significado e diferenciá-lo de saída de campo e/ ou excursão. Segundo Cozza e Santos (2004), estudo do meio é um método de ensino integrador do currículo de escolas públicas e particulares que oferece ao educando possibilidades de construção de seu conhecimento. Ainda segundo as autoras, sua origem está ligada diretamente às escolas anarquistas fundadas no Brasil no início do século XX. Estas escolas, calcadas na pedagogia do espanhol Francisco Ferrer Guardia (1859-1909), tinham como objetivo o contato dos alunos com o meio e a sua reflexão sobre as dinâmicas presenciadas, tais como relações sociais, desigualdades, injustiças, etc., além da apresentação de propostas próprias visando à transformação da sociedade. A Escola Nova, que se desenvolveu na primeira metade do século XX, também incorporou esse método de ensino, entretanto com o objetivo da participação dos alunos, a fim de adaptá-los ao meio social (COZZA e SANTOS, 2004). Segundo Nogueira et al. (2005), o estudo do meio é frequentemente confundido com saída a campo, já que o primeiro envolve uma metodologia de pesquisa e de organização de novos saberes, além de requerer atividades anteriores à visita, levantamento de questões a serem investigadas, seleção de informações, observações em campo, comparações entre os dados levantados e os conhecimentos já organizados por outros pesquisadores, interpretação, organização de dados e conclusões. Para estes autores, para o estudo do meio são necessários os requisitos: reconhecimento do local a ser estudado, definição da problemática a ser estudada, organização do roteiro a ser seguido com identificação das

13 atividades a serem realizadas como coleta ou seleção de material, execução do estudo propriamente dito e trabalho posterior. O espaço onde o estudo do meio pode ser realizado é variado, pois depende da demanda, isto é, dos professores, do currículo e de temas dotados de sentido para os alunos em determinado momento (COZZA e SANTOS, 2004). Ainda segundo as autoras, além da definição do espaço, é preciso determinar um tema e uma questão problematizadora, que norteará todo o trabalho, e um diálogo com outras disciplinas (interdisciplinaridade). Com relação aos temas, não há limites para a entrada das diferentes disciplinas em um estudo do meio, dependerá do tema definido. Com relação à questão problematizadora, ela deve ser apresentada para os alunos no início do trabalho, ainda em sala de aula, e deve envolvê-los e ser relevante. Com relação à interdisciplinaridade, cada área do conhecimento, em sua especificidade, contribui para que o aluno tenha uma visão mais ampla e diversificada do espaço estudado, além de ser importante que os professores das disciplinas envolvidas estejam presentes nas diferentes etapas do trabalho. Segundo Pechliye e Trivelato (2005), o envolvimento de professores diferentes em um projeto significa ter a possibilidade de um trabalho coletivo, com visões diferentes sobre o mesmo assunto e, por isso, requer uma organização eficaz. Segundo Cozza e Santos (2004), a organização do estudo do meio está dividida em quatro etapas: preparação dos professores e dos alunos, ida a campo e levantamento de dados, produção de síntese e avaliação. A preparação, segundo as autoras, exige encontros dos professores envolvidos e da coordenação pedagógica da escola para definir o espaço, o tema, a questão problematizadora e as disciplinas desenvolvidas no trabalho, além do levantamento bibliográfico, levantamento das instituições a ser visitadas, visita prévia aos locais das atividades, preparação do material a ser utilizado em sala e no campo, organização do cronograma tanto das atividades quanto de lazer, organização das etapas de registro e análise dos dados coletados e discussão e elaboração de propostas de síntese e da avaliação do trabalho realizado. Além disso, há algumas iniciativas a serem consideradas, tais como: encaminhamento de ofícios para instituições, solicitando o agendamento para a visita, levantamento de custos (hospedagem, alimentação, transporte e ingressos) e produção e envio de carta aos pais comunicando os objetivos da proposta do estudo do meio, autorização para a saída do aluno e de ficha médica contendo dados acerca da saúde e de cuidados específicos.

14 A preparação dos alunos envolve leitura de textos e a capacidade de observação. Eles devem estar cientes do que irão realizar no campo e como farão, qual a postura adequada para a ocasião, quais os cuidados, quais os momentos de lazer, qual o objetivo da saída e se o que desenvolverão, será suficiente para atingir esse objetivo. Apenas a ida a campo e as intervenções dos professores não são suficientes para que os alunos tenham a dimensão da importância do olhar atento. Por isso, a postura de investigação prévia, como experiência, é importante (COZZA e SANTOS, 2004). A elaboração das atividades para o estudo deve ser bem planejada de acordo com o objetivo para serem efetivas e contribuírem para o aprendizado. Planejamento este, fundamental na educação, já que está relacionado a diferentes agentes com diferentes contribuições, intenções, valores e experiências (MACHADO, 2004). Segundo Cozza e Santos (2004), após todo esse planejamento, toda essa preparação de acordo com os objetivos do estudo, vem a coleta de dados no campo por meio de atividades diferenciadas, como visita e observação do local, entrevistas, depoimentos e palestras, preparadas previamente de acordo com o objetivo e com a questão problematizadora, devendo ser relevante e servir como guia. Ainda segundo as autoras, atividades de lazer também devem ser desenvolvidas em campo, já que visam à maior interação do grupo. Interações estas, importantes segundo Monteiro e Teixeira (2004), pois demonstram diálogos e discussões, ricos em informação, inseridos em um contexto social e que podem servir para o entendimento de situações existentes na educação. Segundo os PCN + (BRASIL, 1998): trabalhar em grupo produz flexibilidade no pensamento do aluno, auxiliando-o no desenvolvimento da autoconfiança necessária para se engajar numa dada atividade, na aceitação do outro, na divisão de trabalho e responsabilidades e na comunicação com os colegas. Fazer parte de uma equipe exercita a autodisciplina e o desenvolvimento de autonomia e automonitoramento (p.56). A próxima etapa a ser discutida por Cozza e Santos (2004) é a organização dos dados e a produção de síntese. Para as autoras, trata-se de uma etapa de fundamental importância, já que as informações coletadas são analisadas na busca de respostas à problematização levantada anteriormente. Para tal, os alunos devem se reunir em grupos em sala de aula e usar suas anotações para comparar os dados obtidos, trocar impressões e relatar

15 as experiências vividas no campo. E depois disso, a síntese é elaborada a partir, por exemplo, de textos individuais argumentativos que usem os conceitos estudados ou de produções coletivas, como apresentação para a comunidade, a fim de compartilhar os conteúdos estudados. A junção das informações é uma experiência rica, pois cada aluno é único e trás consigo um conhecimento prévio, uma vivência distinta dos demais, uma bagagem particular, podendo contribuir diferentemente na aprendizagem (COLL e SOLÉ, 2006). A última etapa, a avaliação, é essencial e deve ocorrer em duas frentes: a avaliação do desempenho dos alunos e a avaliação do estudo do meio (COZZA e SANTOS, 2004). A primeira é feita pelos professores durante todo o processo de trabalho, através da análise de anotações em campo, textos individuais e apresentação para a comunidade, resultando em uma nota ou conceito para o bimestre, trimestre ou semestre. A segunda referese a um momento de reflexão, por exemplo, através de uma conversa de professores e alunos sobre as atividades feitas no estudo do meio, se foram relevantes, se algo deveria ser modificado e o que deveria permanecer para os próximos projetos. Nessa reflexão, os alunos e os professores participam coletivamente e contribuem para o processo de ensinoaprendizagem, já que é uma situação que possibilita o confronto de idéias e a construção do conhecimento (PECHLIYE e TRIVELATO, 2005). Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997): compreender as relações entre os homens significa compreendê-las não como universais e genéricas, mas como específicas de uma determinada época, envoltas em um contexto. No contato com a fonte de interpretação, pelo estudo do meio, podem ser criadas oportunidades para os alunos confrontarem o que imaginavam ou sabiam, com o que a realidade apresenta como materialidade, vida, com suas contradições dinâmicas. Nesse sentido, o que se observa provoca conflitos fundamentais, que instigam os alunos a compreender a diversidade de interpretações sobre uma mesma realidade e a organizar as suas próprias conclusões como mais algumas possíveis (p.63). O estudo do meio permite estabelecer uma relação mais direta entre o conteúdo escolar e a realidade: o aluno consegue se enxergar como sujeito inserido na sociedade e passa a interrogar, investigar e problematizar o meio (COZZA e SANTOS, 2004). Segundo essas autoras, atualmente no Brasil há uma preocupação crescente em relacionar a educação com a vida do aluno, devido principalmente ao desenvolvimento dos movimentos ambientalistas a

16 partir da década de 1970, à publicação dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) em 1997, que incluíram como um dos temas transversais o meio ambiente, e à criação da Lei nº 9.795, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental, em 1999. O estudo do meio permite aos professores e alunos buscarem no lugar, a partir dos problemas encontrados em sua localidade, os seus questionamentos (NOGUEIRA et al., 2005). Além disso, para os autores, trata-se de uma metodologia que não se relaciona simplesmente à obtenção de informações fora da sala de aula ou à constatação de conhecimentos já elaborados, encontrados em livros didáticos, jornais ou enciclopédias. Há a possibilidade, neste contexto, de se fazer descobertas, relacionando teoria e prática, propiciando a construção do significado de algo objetivo pelo aluno segundo sua visão e experiências de mundo e podendo ainda levar ao desenvolvimento de hábitos e métodos de trabalho e ao enriquecimento da sua personalidade. Segundo Coll e Solé (2006), a teoria é um referencial para que se possa contextualizar, atuar, analisar, modificar e tomar decisões, isto é, serve como instrumento de análise e reflexão sobre a prática, o que pressupõe trabalho em equipe. O desenvolvimento dessas habilidades, então, poderia ser trabalhado no estudo do meio, como uma alternativa significativa para o aprendizado, entretanto, é claro, se bem planejada. Planejar, visando à realização da ideia de ação sobre a realidade através de escolhas, remete a palavra projeto, característica do ser humano (MACHADO, 2004). Esses projetos, segundo este autor, sustentam as pessoas segundo valores da sociedade e ambos são protagonistas do processo educacional. Eles podem ser feitos individualmente ou coletivamente, mas nunca ser feito pelo outro. Dependem também de vontade, motivação e intenção/ meta. Qualquer que seja o destino do projeto, como museus, sítios arqueológicos, zoológico, horto, manguezal, cachoeira, represa, usina, aquário, entre outros, ele deve ser bem planejado previamente, tomando os devidos cuidados, tanto para Pechliye e Trivelato (2005) quanto para Rosa (2003), já que quando mediado pelo professor, torna-se uma ferramenta importante na construção do conhecimento, exigindo comprometimento, responsabilidade e objetivo dos envolvidos. Estes projetos dependem de envolvimento do professor e de sua intenção, sendo necessários para educar em uma diversidade de alunos que aprendem e, se fazem sentido, são funcionais e há um aprendizado significativo (COLL e SOLÉ, 2006).

17 A educação, portanto, envolve constantes desafios para o professor, segundo Pechliye e Trivelato (2005), e é por isso que o processo de ensino-aprendizagem deve ser uma troca dialógica. Segundo os PCN + (BRASIL, 1998), a instalação de uma relação dialógica em sala de aula é possível por diversas estratégias, sendo uma delas o estudo do meio. Por este motivo, este trabalho tem como objetivo principal investigar a relevância do estudo do meio, como estratégia no processo de ensino-aprendizagem.

18 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Com o objetivo de investigar a relevância do estudo do meio, como estratégia no processo de ensino-aprendizagem, este trabalho foi desenvolvido através de uma análise documental. Para isso, um levantamento bibliográfico foi feito através de consultas em livros e artigos. A introdução expõe de maneira geral o corpo do trabalho contemplando o tema escolhido, além de um problema, componentes importantes de uma pesquisa. No processo de investigação, esta pesquisa vem com uma abordagem qualitativa, procurando consolidar procedimentos que podem superar os limites das análises meramente quantitativas sendo, portanto, tomada de intencionalidade, servindo na elaboração de conhecimentos que possibilitem compreender e transformar a realidade (PÁDUA, 1996). Segundo esta autora, quando se quer apreender a dinâmica de um processo, a abordagem qualitativa é a indicada. Além disso, as atividades de pesquisa possibilitam uma reflexão, já que podem ser estudadas com diferentes enfoques, diferentes níveis de aprofundamento e recursos, dependendo dos objetivos a serem alcançados. Com relação ao tema, estudo do meio, a escolha foi decorrente da afinidade desenvolvida ao longo dos anos de colégio e de faculdade, isto é, trata-se de uma decisão pessoal. Houve uma curiosidade de entender mais essa ferramenta utilizada nas escolas, de saber o porquê de essa metodologia chamar a atenção dos alunos de modo geral e de ser vista como diferente da rotina presenciada em sala de aula. Após a definição do tema de pesquisa, uma delimitação foi necessária, a partir de uma situação problemática, para que a pesquisa fosse encaminhada, já que, segundo Pádua (1996), geralmente, o tema tem uma amplitude que comporta vários estudos e interpretações, sendo necessário decompô-lo. Em seguida, foi apresentado em forma de texto um referencial ou uma fundamentação teórica, relacionando as obras e servindo como um guia bibliográfico para o estudo da temática proposta. Segundo Pádua (1996), a pesquisa bibliográfica tem como finalidade colocar o pesquisador em contato com o que já se produziu e registrou a respeito do tema de pesquisa. Este referencial teórico foi dividido em duas categorias, o que significa,

19 ainda segundo o autor citado, agrupar de ideias ou elementos em torno de construções lógicas e com sentido, criadas a partir de percepções ou mesmo experiências bem complexas. Posteriormente, foi apresentado um exemplo de estudo do meio realizado em ambiente estuarino, no caso, em um manguezal (ver anexo I). As autoras do documento Geografia: Estudo do Meio - Projeto Araribá - apresentaram três exemplos de possíveis atividades que poderiam ser realizadas no campo. Dentre elas, foi escolhida a segunda atividade, denominada: ecossistema de mangue. O documento, onde o exemplo de estudo do meio foi encontrado, foi escolhido aleatoriamente para a realização de uma análise. Entretanto, esta atividade e/ou este ambiente foi selecionado por afinidade, pela vivência e/ ou experiência de um estudo deste tipo na escola e por um interesse futuro de pesquisa nesta área, servindo para visualizar na prática o que foi apresentado no referencial teórico. Após apresentar o exemplo, uma análise foi feita de acordo com os autores citados neste trabalho. Segundo Pádua (1996), a análise dos dados é importante, pois através desta atividade há condições de evidenciar-se a criatividade do pesquisador. Esta autora ainda afirma que os dados devem ser organizados logicamente e trabalhados num contexto interpretativo, levando-se em conta sua importância e evidência e que o momento da análise também possibilita o estabelecimento de relações entre os dados, o que pode significar um avanço no plano do conhecimento.

20 ANÁLISE Segundo Nogueira et al. (2005), para o estudo do meio são necessários os requisitos: reconhecimento do local a ser estudado, definição da problemática a ser estudada, organização do roteiro a ser seguido com identificação das atividades a serem realizadas como coleta ou seleção de material, execução do estudo propriamente dito e trabalho posterior. Nesta perspectiva, analisou-se um exemplo de uma atividade a ser realizada em campo (ver anexo I). Nela, estavam definidos os objetivos, o que deveria ser observado, descrito, desenhado e respondido de acordo com o ambiente. Cada tópico deste será analisado, separadamente ou não, de acordo com os autores relacionados no referencial teórico deste trabalho. Relacionado ao reconhecimento do local a ser estudado, o exemplo da atividade em ambiente de manguezal mencionada por Cozza e Santos (2004) não oferece aos alunos uma introdução, um texto ou qualquer outro recurso que contenha uma caracterização deste ecossistema. Seria necessário abordar o manguezal como um ecossistema costeiro que se desenvolve nas zonas de elevada produtividade biológica, apresentando componentes de todos os elos da cadeia alimentar, influenciadas pela maré, geralmente, em regiões intertropicais ao longo de estuários, deltas e águas salobras interiores, lagoas e lagunas (PEREIRA et al., 2006). Segundo as autoras, é um ecossistema importante para o equilíbrio ecológico e para o homem, contemplando fauna e flora características, mas que ainda é destruído por processos urbano-industriais de ocupação do litoral, com a exploração predatória de sua fauna e flora, poluição de suas águas, além de sua transformação em aterros e depósitos de lixo. Ao final de uma breve caracterização do ambiente, foi apresentado um problema que pode servir, por exemplo, para a formulação de situações-problema, as quais deverão ser estudadas, orientando o trabalho. Posteriormente a isso, segue a organização de um roteiro elaborado pelos professores envolvidos com objetivos bem definidos. No exemplo da atividade mencionada, Cozza e Santos (2004) abordam primeiramente o objetivo do trabalho. Todos os envolvidos no estudo do meio devem estar cientes do objetivo do trabalho, para que a atividade desenvolvida seja efetiva, contribuindo, assim, para a aprendizagem. Entretanto vale ressaltar que muitos objetivos destinados a uma atividade podem acabar prejudicando, pois se perde o foco, acabando não fazendo sentido.

21 Segundo Coll e Solé (2006), é quando algo faz sentido, que o aluno consegue reelaborar com suas próprias palavras o novo conhecimento. Ainda segundo este autor, aplicá-lo em seu cotidiano significa aproximação com a realidade, ver um sentido no que está fazendo. Fato notado quando o objetivo descrito parece relacionar o ambiente em estudo com o homem, abordando as formas de exploração. Segundo Cozza e Santos (2004), o estudo do meio permite estabelecer uma relação mais direta entre o conteúdo escolar e a realidade: o aluno consegue se enxergar como sujeito inserido na sociedade e passa a interrogar, investigar e problematizar o meio. Conhecer um determinado ambiente fora da sala de aula com suas características permite treinar o olhar para a observação, condição necessária para o estudo do meio, segundo Cozza e Santos (2004). Ao observar, o aluno pode anotar suas impressões em um caderno de campo e depois discutir em grupos ou com a sala através de uma mediação realizada pelo(s) professor (es) envolvido(s). A junção das informações em grupos sobre os dados levantados em campo, permitindo comparações, segundo Nogueira et. al. (2005) e Coll e Solé (2006), é uma experiência rica, pois cada aluno é único e trás consigo um conhecimento prévio, uma vivência distinta dos demais, uma bagagem particular, um olhar diferenciado, podendo contribuir diferentemente na aprendizagem. Quando a atividade propôs observar o solo, as vias de entrada e saída de água e o odor característico do ecossistema, ela trabalhou tanto a visão quanto o olfato, dois sentidos usados para uma mesma finalidade: a caracterização do ambiente em questão. Nota-se, então, uma percepção do meio que, segundo Pereira et al. (2006), é uma experiência sensorial direta do ambiente em um dado instante não sendo um processo passivo de recepção informativa. Segundo as autoras, há relação homem-ambiente, onde todo o ambiente influencia a percepção e conduta do ser humano, ou seja, é uma forma do ser humano ver o meio ambiente e compreender as leis que o regem, segundo seus conhecimentos, experiências, crenças, emoções, culturas e ações. Depois foi feita uma associação às espécies de animais do mangue. Fazer essas relações permite ao aluno experimentar diversas sensações e vivenciar algo diferente da rotina. A atividade poderia abordar também o tato, por exemplo, ao tocar o solo e sentir a consistência do substrato, realizando comparações com outros tipos de solo, como areia, e associando com a alimentação e distribuição dos animais ali presentes. Essas relações permitem que raciocínios sejam construídos e que outros sejam reformulados com sentido.

22 Além disso, segundo Nogueira et. al. (2005), há possibilidades de se fazer descobertas, relacionando teoria e prática, propiciando a construção do significado de algo objetivo pelo aluno segundo sua visão e experiências de mundo. E, portanto, não é uma simples obtenção de informações fora da sala de aula, ou a constatação de conhecimentos já elaborados, encontrados em livros e jornais. Ao descrever e desenhar o que foi observado, o aluno além de ter a possibilidade de treinar o olhar, também pode explorar a criatividade. Desenhos variados produzidos por diferentes aprendizes sobre o mesmo local representam possibilidade de expressão e olhares distintos. Como sugestão, para uma etapa posterior ao estudo, cartazes poderiam ser feitos em grupos, expondo no corredor da escola os desenhos e as fotos, a fim de mostrar o trabalho realizado em campo. Segundo Pechliye e Trivelato (2005) e Monteiro e Teixeira (2004), o trabalho coletivo seria estimulado dentro de um contexto social, incluindo discussões, diálogos ricos em informação, confronto de ideias, participação dos alunos, reflexões importantes e resolução de problemas de modo consciente, a fim de que o conhecimento faça sentido (PECHLIYE e TRIVELATO, 2005). Posteriormente à observação, descrição e ao desenho, há perguntas que devem abordar a importância do ecossistema e a ocupação humana neste habitat como uma conclusão. É importante notar que as perguntas no final da atividade estão relacionadas ao objetivo, além de serem problematizadoras, devendo ser respondidas ao final do processo. Elas devem ser apresentadas no início do trabalho, ainda em sala de aula, ser relevantes, envolver os alunos e servir como guia (COZZA e SANTOS, 2004). Para que esta atividade por completa seja interessante aos alunos, ela deve buscar no lugar os questionamentos, a partir dos problemas encontrados no cotidiano (NOGUEIRA et al., 2005). Ainda segundo os autores, o campo, lugar de coletar os dados para a pesquisa, deve proporcionar descobertas, além de relacionar teoria e prática, a fim de que haja construção de significados associados ao que o aluno já possua. O professor pode mostrar através não só desta atividade, como em outras, que a aprendizagem também ocorre fora da sala de aula, se bem planejada. O foco pode ser outro, o importante é que o aluno tenha um contato diversificado com outros ambientes fora da escola e uma nova experiência que o motive, contribuindo para uma real aprendizagem.

23 O espaço onde o estudo do meio pode ser realizado é variado, pois depende da demanda, isto é, dos professores, do currículo e de temas dotados de sentido para os alunos em determinado momento (COZZA e SANTOS, 2004). Qualquer que seja o destino do projeto, ele deve ser bem planejado previamente, tomando os devidos cuidados, tanto para Pechliye e Trivelato (2005) quanto para Rosa (2003), já que quando mediado pelo professor, torna-se uma ferramenta importante na construção do conhecimento, exigindo comprometimento, responsabilidade e objetivo dos envolvidos. A atividade proposta não deixa claro se as perguntas devem ser discutidas ou apenas respondidas. A discussão seria interessante, já que contribui para a aprendizagem, pois cada aluno possui um olhar diferenciado e trás consigo um conhecimento prévio, uma vivência distinta dos demais, uma bagagem particular, igualmente ao professor, tornando cada indivíduo único e insubstituível (COLL e SOLÉ, 2006). Em um roteiro, além de atividades desenvolvidas em campo, atividades de lazer também devem ser consideradas, já que visam à maior interação do grupo, segundo Cozza e Santos (2004). Quando um grupo interage, ele pode se aproximar e trabalhar melhor. Isto se refere não só aos alunos, mas aos professores também. Esta interação, segundo Monteiro e Teixeira (2004), é importante, pois envolve diálogo rico em informações, permitindo exposições de ideias e participação. O aluno pode conhecer mais o professor e vice-versa, fato útil na educação, já que conhecer o outro ajuda no processo de ensinoaprendizagem, como por exemplo, em mudança de estratégias de ensino (COLL e SOLÉ, 2006). As interações presentes entre as pessoas não são fáceis, pelo contrário, são complexas, pois variam de acordo com interesses e necessidades da sociedade em determinada época, isto é, são contextualizadas e intencionais (CUNHA, 1997). Por isso e outros fatores, a educação é algo complexo. Ela envolve planejamentos, valores que a pessoa carrega e relação entre projetos pessoais e coletivos, estando em constante construção e transformação (MACHADO, 2004). Se há envolvimento, sentido e reflexões nesses projetos, então eles são funcionais e há um aprendizado significativo (COLL e SOLÉ, 2006). Reflexões estas fundamentais de serem feitas antes, durante e depois de ir a campo. Todas elas devem ser mediadas pelo professor. Ao final, consiste em analisar se o

24 estudo atingiu os objetivos, se foi proveitoso para todos e se haveria algo para ser modificado, a fim de que se possa melhorar, acertar e chegar a um ensino eficaz.

25 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa demonstrou que o estudo do meio é uma ferramenta interessante na Educação, já que é motivadora e permite ao aluno observar um lugar diferenciado da sala de aula, o que pode contribuir significativamente para o aprendizado. Também se notou o fato de que envolver-se em uma atividade de estudo do meio possibilita trabalho em equipe, aspecto muito importante quando se trata de interdisciplinaridade. A participação e o envolvimento são fundamentais neste aspecto. No estudo do meio, tudo está vinculado à questão problematizadora, ao tema e ao objetivo, a uma meta planejada a ser atingida, isto é, tem uma intenção, é algo contextualizado. Prática e teoria estão envolvidas, devendo ser relacionadas através da mediação do professor, para que conhecimentos sejam construídos de modo efetivo, contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem. Há também uma preocupação no estudo do meio com o antes, durante e depois da ida a campo. Portanto, é complexo, mas importante em diversos aspectos, como por exemplo, no desenvolvimento da observação, interações, descobrimento de algo novo, entre outros.

26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Artigo 2º do Capítulo I da lei nº 9795. Brasília DF, 1999. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idestrutura=20&idconteudo= 967> Acesso em 27 de Julho de 2010. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: história, geografia. Brasília: MEC/SEF, 1997. 166p. BRASIL. MEC. PCN+ Ensino Médio Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível na WEB em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciasnatureza.pdf, Acesso em 12/11/2009. COLL, C. e SOLÉ, I. Os professores e a concepção construtivista. COLL et al. O construtivismo em sala de aula. 6ed. São Paulo: Editora Ática, 2006. p. 9 29. COLOM, A. A (des)construção do conhecimento pedagógico. Porto Alegre: Artmed. Capítulo 5, 2004. COZZA, M. M. R. e SANTOS, O. R. de A. Geografia: Estudo do Meio. Projeto Araribá. Editora Moderna, 2004. CUNHA, M. I. O bom professor e sua prática. 10ed. São Paulo: Papirus, 1997. KUBO, O. M. e BOTOMÉ, S. P. Ensino-aprendizagem: uma interação entre dois processos comportamentais. 2001. Disponível em < http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/psicologia/article/viewfile/3321/2665> Acesso em 06 de Outubro de 2010. MACHADO, N. J. Educação: Projetos e Valores. 5ed. São Paulo: Escrituras Editora, 2004. p.1-67.

27 MAURI, T. O que faz com que o aluno e a aluna aprendam os conteúdos escolares? : A natureza ativa e construtiva do conhecimento. COLL, C. et al. O construtivismo em sala de aula. São Paulo: Editora Ática, 2006. p. 79 121. MONTEIRO, M. A. A. e TEIXEIRA, O. P. B. Uma análise das interações dialógicas em aulas de Ciências nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Investigações em Ensino de Ciências v.9 (3), pp. 243 263, 2004. Disponível em < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/file/conteudo/artigos_teses/ci encias/artigos/monteiroteix.pdf> Acesso em 08 de Outubro de 2010. NOGUEIRA, A. P. F.; MACENA, C. V.; OLIVEIRA, E. V. da; LIMA, F. S. de; BRITO, J. N. de; OLIVEIRA, L. G. de; COSTA, L. B.; CAVALCANTE, M. dos S.; FREIRE, N. P.; NASCIMENTO, P. P. G. do; ALBUQUERQUE, M. A. M. de. Projeto Integrado Monitoria do Curso de Geografia UFPB: uma experiência de Estudo do Meio. X Encontro de Iniciação à Docência, 2005. Disponível em < http://www.prac.ufpb.br/anais/ixenex/iniciacao/documentos/anais/4.educacao/4ccend GEOCMT05.pdf> Acesso em 11 de Outubro de 2010. PÁDUA, E. M. M. de. Metodologia de Pesquisa (abordagem teórico-prática). São Paulo. Papirus Editora. 1996. PECHLIYE, M. M. e TRIVELATO, S. L. F. Sobre o que professores de ecologia refletem quando falam de suas práticas. Ensaio, São Paulo. 2006. v. 7, n. 2, p. 1-16. Disponível em <http://www.fae.ufmg.br/ensaio/> Acessado em 05 de Setembro de 2010. PEREIRA, E. M.; FARRAPEIRA, C. M. R.; PINTO, S. de L. Percepção e Educação Ambiental sobre manguezais em escolas públicas da região metropolitana do Recife. Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. ISSN 1517-1256, v.17, julho a dezembro de 2006. ROSA, S. S. Mudar ou não mudar: eis a questão. ROSA, S. S. Construtivismo e mudança. 9ed. São Paulo: Cortez Editora, 2003.

28 ANEXO I Exemplo da atividade proposto por Cozza e Santos (2004) para a realização do estudo do meio em área de manguezal, retirado do documento Geografia: Estudo do Meio - Projeto Araribá - e denominado Atividade 2 Ecossistema de mangue, p.10: Objetivos: conhecer um dos ecossistemas litorâneos, suas principais características, sua importância e as formas de exploração humana nesse ambiente. Observar atentamente e descrever: O odor característico desse ecossistema; O solo; As vias de entrada e saída de água do mangue; As espécies de animais encontradas no mangue. Desenhar: A vegetação do mangue, com destaque para a altura das espécies vegetais; o formato dos troncos e das copas; e os tipos de raiz. Encaminhar a conclusão por meio de perguntas como: Qual a importância do mangue na relação com os demais ecossistemas? Na sua opinião, o mangue favorece a ocupação humana? Por que ou como? Explique sua resposta.

29 Estou ciente do conteúdo da Monografia A importância do estudo do meio no processo de ensino-aprendizagem Prof. Dr. Maria Helena de Arruda Leme (Orientadora Universidade Presbiteriana Mackenzie) Patricia Pannia Guimarães (Aluna Código de Matrícula 3083961-0) Trabalho a ser apresentado em: Dezembro/2010