11/ - CONSORCIAÇÃO MILHO-FEIJÃO

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Transcrição:

11/ - CONSORCIAÇÃO MILHO-FEIJÃO Magno Antônio Parto Ramalho 1. INTRODUÇÃO o plantio associado do milho com outras culturas, especialmente com o feijão, é uma prática muito freqüente no Brasil. É um sistema utilizado principalmente pelos pequenos agricultores que visam, sobretudo, uma redução do risco, melhor aproveitamento da área e mão-de-obra. Apesar da grande contribuição deste sistema de plantio para a produção de milho e feijão, só recentemente é que estão sendo conduzidas pesquisas, visando a melhoria de sua eficiência. Por isso mesmo, eistem ainda muitas dúvidas; porém algumas informações já foram obtidas e serão relatadas sucintamente neste tópico. 2. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CONSORCIAÇÃO MILHO-FEIJÃO Entre as principais vantagens destacam-se: a) Maior produção de alimentos por área. De modo geral, no plantio consorciado, obtêm-se produções equivalentes de milho às do monocultivo, e a produção de grãos de feijão passa a ser uma quantidade adicional de alimentos produzidos por área. b) Estabilidade de rendimento. É freqüentemente sugerido que a principal razão para a predominância do cultivo associado entre os pequenos agricultores é a maior estabilidade de rendimento nos diferentes anos. Isto é facilmente eplicado pelo fato de que, no sistema consorciado, se uma das culturas falha ou se desenvolve fracamente, a outra cultura componente pode compensar; tal compensação não é possível se as duas culturas são cultivadas separadamente. c) Melhor controle das plantas daninhas. Isto ocorre porque este sistema possui, em relação ao monocultivo, uma comunidade de plantas mais competitivas no espaço e no tempo. d) Melhor controle de erosão. Observações de campo mostram que o sistema consorciado milho e feijão proporciona maior cobertura do solo, especialmente na fase inicial de desenvolvimento, o que contribui para uma melhor proteção do solo contra a erosão. e) Melhor aproveitamento da mão-de-obra. Como não há coincidência no ciclo das duas culturas, há um melhor aproveitamento da mão-de-obra e, conseqüentemente, uma maior fiação do homem no campo. Desvantagens: A grande desvantagem é a dificuldade na utilização de mecànização. Esta é a principal razão pela qual este sistema se tem restringido aos pequenos agricultores. Uma ênfase que se tem dado, nos trabalhos de pesquisa conduzidos, é o de se utilizarem arranjos das duas culturas.de modo a permitir a mecanização na maioria das operações, como será mostrado posteriormente. 11

3. SISTEMAS DE CONSORCIAÇÃO Nos plantios associados são utilizados os mais variados sistemas, os quais podem ser agrupados em três categorias: 3.1. Feijão semeado antes do plantio do milho Este sistema é mais comum nos estados do Sul. O feijão é geralmente semeado de 15 a 45 dias antes do milho; reduzindo, desta forma, a forte competição da gramínea sobre a leguminosa, que normalmente ocorre nos plantios simultâneos. As desvantagens deste sistema são: a redução na produtividade do milho e, sobretudo, a dificuldade na semeadura do milho e na realização dos tratos culturais. O sistema de produção de milho e feijão consorciados, para a região do Norte Pioneiro, no Paranã-; envolve a semeadura do feijão cerca de 45 dias antes da do milho. Em resumo, é o seguinte: 0;5m Feijão semeado na 2~ quinzena de julho até o final de agosto, com 12 a 15 sementes por metro, no espaçamento de 0,5 metros entre as linhas duplas, as quais são espaçadas de 1,0 m. Milho semeado 45 dias após a semeadura do feijão. Devem ser colocadas de 6 a 7 sementes por metro entre as linhas duplas de feijão. A operação de plantio de ambas as culturas pode ser realizada com plantadeira de tração animal. 3.2. Semeadura simultânea das duas culturas Neste sistema o milho e o feijão são semeados na mesma época. Eistem várias alternativas para se proceder a semeadura simultânea das duas culturas, as quais podem ser agrupadas do seguinte modo: 12 Sistema de Produção proposto por representantes da EMBRAPA, EMBRATER, IAPAR, ACARP A, reunidos em Santo Antônio da Patrulha, em maio/1977.

3.2.1.Feijão semeado dentro da linha do milho (Figura 1,a). Este sistema apresenta uma série de vantagens de ordem prática, tais como: - Facilidade de cultivo: Devido a distribuição das duas culturas na mesma linha de plantio, o cultivo pode ser realizado com cultivadores a tração animal ou tratorizada. Além disso, o feijão substitui as plantas daninhas que ocorrem dentro da linha de milho, e quê não são retiradas com o cultivo mecânico. Este fato é muito importante porque se sabe que o feijão, normalmente, compete menos com o milho que as plantas daninhas. - Melhor aproveitamento dos fertilizantes: Como as duas culturas são colocadas na mesma linha, elas terão ('~")rtunidade de utilizar, conjuntamente, os fertilizantes distribuídos por ocasião da semeadura, contribuindo desse modo para um melhor aproveitamento dos nutrientes. - Economia de tempo e mão-de-obra: A operação de semeadura é facilitada com a semeadeira desenvolvida pelo CNP-Milho e Sorgo para esta finalidade. Essa plantadeira permite a semeàdura simultânea das culturas de milho e feijão na mesma linha, e, dessa forma, a operação é realizada com uma única passagem da plantadeira, com economia marcante de tempo, energia e mão-de-obra. Quando se utiliza este sistema, de um modo geral, devem-se adotar as mesmas recomendações apresentadas para o monocultivo do milho; porém, alguns pontos devem ser considerados: - Semeadura: Quando for utilizada a plantadeira a tração animal, embora a operação possa ser realizada de uma só vez, é aconselhável, para não forçar- o animal e ficar uma semeadura mais uniforme, sulcar inicialmente a área para depois fazer a semeadura. - O espaçamento pode ser o mesmo do recomendado para o milho em monocultivo, ou seja, de 1,Om; porém deve-se utilizar de uma menor densidade de milho, 3 a 4 plantas por metro, perfazendo uma população de 30 a 40 mil plantas por hectare. Para isto, na semeadura, deve-se utilizar um disco de milho que permita a queda de 4 a 5 sementes por metro. Já para o feijão, o número de sementes por metro linear deve ser de 12 a 16, para uma densidade final de 10 a 12 plantas por metro. - Adubação: Devido à insuficiência de resultados a esse respeito, deve-se adotar, de um modo geral, as mesmas recomendações de fertilizantes para o milho em monocultivo. Contudo, a adubação nitrogenada em cobertura, que é normalmente realizada para o milho aos 45 dias, deve ser antecipada em pelo menos 10 dias, para não coincidir com o período de florescimento do feijão. - Cultivares: Para o milho, podem-se utilizar as cultivares recomendadas para o monocultivo. No caso do feijão, deve-se dar preferência às cultivares que não apresentem tendência de se enrolarem em demasia na planta do milho, porque isto dificulta a operação de colheita. Cultivares de feijão, tais como, Rio Tibagi (Preto) e CNF 010 (Roão), apresentam um bom desempenho e não dificultam a colheita. 13

3.2.2. Feijão semeado entre as linhas do milho (Figura l,b). Neste caso, o milho e o feijão são semeados em sulcos separados. Normalmente é colocada uma linha de feijão entre as linhas de milho. Os resultados de pesquisa, de um modo geral, mostram que o desempenho deste sistema é semelhante ao anterior, em termos de produtividade. A principal dificuldade no seu manejo é com relação ao cultivo, principalmente no início do desenvolvimento, uma vez que a distância entre a linha de feijão e de milho é de apenas 50 cm. As recomendações para este sistema são semelhantes às do sistema anterior. Deve-se salientar, contudo, que a adubação, evidentemente, deve ser realizada para o milho e feijão separadamente. 3.2.3. Semeadura de milho e feijão em faias alternadas (Figura 'l,c), A semeadura em faias alternadas tem sido proposta, principalmente.visando a mecanização na maioria das operações, uma vez que as culturas em faias podem ser conduzidas como em monocultivo. Na literatura são encontradas várias proposições para este sistema, envolvendo, entre outras, 2 linhas de milho e 4 de feijão,3 de milho e 6 de feijão, 4 de milho e 8 de feijão. 3.3. Semeadura do feijão após a maturação fisiológiça do milho É um sistema muito utilizado no Centro-Sul do Brasil. Neste caso, o feijão é semeado nos meses de fevereiro e março, entre as linhas do milho já em fase final de secagem. Como a semeadura do feijão ocorre após a maturação fisiológica do milho, não há efeito de competição sobre a leguminosa em água e nutrientes, apenas o sombreamento. Por ocasião da semeadura do feijão, o milho deve ser cultivado. Este cultivo quase sempre é manual, devido a baia eficiência dos cultivadores a tração animal nesta condição, uma vez que, quase sempre, nesta época, a planta daninha no meio do milho está muito desenvolvida. A semeadura pode ser em linha, colocando-se duas linhas entre as "ruas" de milho, ou então, aleatoriamente. A semeadura, normalmente, é manual, utilizando enada ou matraca. A densidade de semeadura deve ser de 20 a 25 plantas por m 2. Como a semeadura do feijão, nesta época, coincide com um período de menor precipitação e uma distribuição mais irregular das chuvas, normalmente ele não é adubado, ou utiliza-se de menor quantidade de fertilizante, devido ao risco envolvido no empreendimento. A cultivar de feijão, neste caso, pode ser trepadora (hábito III ou IV), porque o milho oferece-lhe tutoramento adequado. Neste aspecto, deve ser salientada a necessidade de utilizarem-se, para este sistema de consorciação, cultivares de milho com menor tendência a acamar. Pois, quando o milho está muito acamado, tornase muito difícil o preparo do solo e a semeadura do feijão. 14

a) Semeadura do feijão dentro da linha do milho milho 1,0 m. feijão b) Semeadura do feijão entre as linhas do milho 1,Om c) Semeadura do feijão e milho em faias ::; ::; ::; ::;:.; :';::;]-1'5'" Figura 1. Alguns tipos de arranjos de milho e feijão consorciados, para a semeadura simultânea das duas culturas. 15