INFORMATIZAÇÃO DE BIBLIOTECAS ESCOLARES E SOFTWARE LIVRE



Documentos relacionados
Universidade Paulista

P4-MPS.BR - Prova de Conhecimento do Processo de Aquisição do MPS.BR

Exame de Fundamentos da ITIL

Perguntas para avaliar a efetividade do processo de segurança

SIMULADO: Simulado 3 - ITIL Foundation v3-40 Perguntas em Português

FACULDADE PITÁGORAS DISCIPLINA: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

GARANTIA DA QUALIDADE DE SOFTWARE

Gestão do Conhecimento e Arquivologia:

Sistema de Controle de Solicitação de Desenvolvimento

Gerenciamento de Problemas

II. Atividades de Extensão

Manual de digitação de contas Portal AFPERGS

MANUAL DO USUÁRIO SORE Sistema Online de Reservas de Equipamento. Toledo PR. Versão Atualização 26/01/2009 Depto de TI - FASUL Página 1

Universidade de Brasília Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação Departamento de Ciência da

Carreira: definição de papéis e comparação de modelos

SOFTWARE LIVRE NO SETOR PÚBLICO

Abordagens. Ao redor do computador. Ao redor do computador. Auditoria de Sistemas de Informação. Everson Santos Araujo

Diretoria de Informática TCE/RN 2012 PDTI PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. Brivaldo Marinho - Consultor. Versão 1.0

Critérios para certificação de Sites SciELO: critérios, política e procedimentos para a classificação e certificação dos sites da Rede SciELO

Avanços na transparência

ISO/IEC 12207: Gerência de Configuração

A disciplina de Gestão do Conhecimento no currículo do Curso de Biblioteconomia: a experiência da UFRGS/BRASIL.

POLÍTICA DE ATUALIZAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO ACERVO DA BIBLIOTECA SIMONSEN

CHECK LIST DE AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES Divisão:

CENTRAL DE SERVIÇOS APOIADA EM SOFTWARE LIVRE

PESQUISA-AÇÃO DICIONÁRIO

ARCO - Associação Recreativa dos Correios. Sistema para Gerenciamento de Associações Recreativas Plano de Desenvolvimento de Software Versão <1.

CONCURSO PÚBLICO ANALISTA DE SISTEMA ÊNFASE GOVERNANÇA DE TI ANALISTA DE GESTÃO RESPOSTAS ESPERADAS PRELIMINARES

GUIA DE CURSO. Tecnologia em Sistemas de Informação. Tecnologia em Desenvolvimento Web. Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

Sistemas de Informação I

INTRODUÇÃO A PORTAIS CORPORATIVOS

OBJETIVO 2 APLICAÇÃO 3 ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES 4 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA 5 TERMINOLOGIA 6 DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE GESTÃO DE MUDANÇAS

Conceitos de Banco de Dados

Metodologias de Desenvolvimento de Sistemas. Analise de Sistemas I UNIPAC Rodrigo Videschi

Gestão dos Níveis de Serviço

POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA - NOR 350

O futuro da educação já começou

Gerenciamento de Serviços de TI ITIL v2 Módulo 1 Conceitos básicos

BANCO CENTRAL DO BRASIL 2009/2010

Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos práticas do PMI

ADMINISTRAÇÃO DE ATIVOS DE TI GERENCIAMENTO DE LIBERAÇÃO

INFORMAÇÃO PARA A PREVENÇÃO

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

ECS -ASSESSORIA E CONSULTORIA TÉCNICA. ISO 9001:2015 Tendências da nova revisão

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

CHECK - LIST - ISO 9001:2000

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

Estruturando o modelo de RH: da criação da estratégia de RH ao diagnóstico de sua efetividade

ORIENTADOR EDUCACIONAL

Processos Técnicos - Aulas 4 e 5

ANEXO X DIAGNÓSTICO GERAL

MUDANÇAS NA ISO 9001: A VERSÃO 2015

MASTER IN PROJECT MANAGEMENT

ESTRUTURA ISO 9.001:2008

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Preservar para garantir o acesso

15 Computador, projeto e manufatura

Projeto de Sistemas I

Aula 01. Introdução ao Linux

Gerenciamento de Projeto: Planejando os Recursos. Prof. Msc Ricardo Britto DIE-UFPI

ISO 9001:2008. Alterações e Adições da nova versão

PORTFÓLIO, AVALIAÇÃO E TRABALHO SITUANDO O PORTIFÓLIO PEDAGÓGICO BENIGNA MARIA DE FREITAS VILAS BOAS

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL: PERSPECTIVAS E DESAFIOS PARA A GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS

Prof. Daniel Gondim. Sistemas de Informações

Projeto Você pede, eu registro.

Resumo das Interpretações Oficiais do TC 176 / ISO

REGULAMENTO DO NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM CONTABILIDADE DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA (NEPEC/UCB)

Gerenciamento de Níveis de Serviço

Lista de verificação (Check list) para planejamento e execução de Projetos

Prof. Marcelo Machado Cunha

Referências internas são os artefatos usados para ajudar na elaboração do PT tais como:

Na medida em que se cria um produto, o sistema de software, que será usado e mantido, nos aproximamos da engenharia.

Gerenciamento de Incidentes

Governança Corporativa

G P - AMPLITUDE DE CONTROLE E NÍVEIS HIERÁRQUICOS

15/09/2015. Gestão e Governança de TI. Modelo de Governança em TI. A entrega de valor. A entrega de valor. A entrega de valor. A entrega de valor

Engenharia de Software II

Suporte Técnico de Software HP

UNIDADE 4. Introdução à Metodologia de Desenvolvimento de Sistemas

ASSUNTO DO MATERIAL DIDÁTICO: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E AS DECISÕES GERENCIAIS NA ERA DA INTERNET

ANEXO A - Estrutura e serviços da Rede Bibliodata. Unidade Central. Comissão diretora. Sete membros constituem esta Comissão, com mandado de dois

Roteiro para apresentação do Plano de Negócio. Preparamos este roteiro para ajudá-lo(a) a preparar seu Plano de Negócio.

Sistema de Gestão da Qualidade

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Programação com acesso a BD. Prof.: Clayton Maciel Costa clayton.maciel@ifrn.edu.br

Programa de Capacitação

FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

GESTÃO DAS INFORMAÇÕES DAS ORGANIZAÇÕES MÓDULO 11

1. Esta Política Institucional de Gestão de Continuidade de Negócios:

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Transcrição:

INFORMATIZAÇÃO DE BIBLIOTECAS ESCOLARES E SOFTWARE LIVRE Eugenio C. G. Hansen * Resumo: A biblioteca escolar como instrumento do desenvolvimento do currículo e colaboradora do fomento da leitura e da atitude crítica. A informati-zação como recurso para liberar o bibliotecário escolar para ter mais tempo para interagir com a clientela nestas atividades. Aponta itens a serem questionados antes de iniciar a informatização da biblioteca. Inclui critérios para seleção do software. Enumera características do software livre e estilo bazar. Conclui com aspectos necessários para a informatização da biblioteca escolar com software livre bazar. Palavras-chave: Biblioteca escolar; Informatização; Software livre. 1 INTRODUÇÃO Bibliotecas informatizadas estão se tornando uma ocorrência cada vez mais comum, havendo inclusive tentativas de automação de alguns processos técnicos da Biblioteconomia. No Brasil, depois de disseminar-se entre as bibliotecas universitárias e especializadas, a informatização está chegando aos demais tipos de bibliotecas. A biblioteca escolar por suas próprias características não deve ser submetida a um processo de informatização igual ao de uma biblioteca universitária. Portanto neste artigo será apresentado caracterização das necessidades de uma biblioteca escolar, considerações sobre o processo de informatização de bibliotecas e as tendências atuais da geração de software. 2 BIBLIOTECAS ESCOLARES Numa definição simples apresentada por Sandroni e Machado (1987), a biblioteca escolar é o conjunto dos materiais educativos da escola, organizados sob uma norma geral. Ainda segundo estes, a biblioteca tem uma função dentro da escola e seu valor ou êxito é decorrente de seu modo de atuação do que da quantidade de material * Aluno das disciplinas Estágio em Sistemas de Informação I e II, formando do Curso de Biblioteconomia da UFRGS, 2000/2, orientado pela professora Glória Isabel Sattamini Ferreia.

disponível. Contudo, tem-se a obrigação de assinalar que, sendo esta afirmativa correta, se a quantidade de material disponível for muito precária isto implicará em precarização no modo de atuação da biblioteca escolar. Com uma visão refinada sobre as suas funções tem-se: A biblioteca escolar é um instrumento do desenvolvimento do currículo e permite o fomento da leitura e a formação de uma atitude crítica; constitui um elemento que forma o indivíduo para aprendizagem permanente; estimula a criatividade e a comunicação; facilita a recreação; apóia os docentes em sua capacitação e lhes oferece a informação necessária para a tomada de decisões na aula. Interage também com os pais de família e com outros agentes da comunidade. (Borba, 1999, p. 37) Pelo exposto acima fica evidente que mais do que em qualquer outro tipo de biblioteca (jurídica, universitária etc.) a interação direta da biblioteca escolar com seus usuários é fundamental para que esta instituição cumpra com o que dela é esperado não que nos demais tipos de biblioteca a interação com os usuários seja menos importante que outras atividades destas bibliotecas, mas que na biblioteca escolar esta interação influi mais do que em qualquer outra na avaliação de sua eficiência. Sendo que o processo de informatização deverá levar os profissionais que atuam em bibliotecas escolares a aumentarem o tempo e a qualidade desta interação. 3 INFORMATIZAÇÃO DE BIBLIOTECAS Quando se resolve informatizar uma biblioteca uma série de perguntas deve ser respondida para que o resultado possa ser exitoso e que eventuais atualizações não impliquem em refazer todo o trabalho já realizado. Dentre uma série de ítens, citados por Kraemer e Marchiori (1996) destaca-se os seguintes: Necessidades de informação identificadas na comunidade de usuários.

Prioridade de serviços e atividades para informatização. Partes da coleção a serem incluídas na informatização. Informações a serem incluídas no sistema. Formas de recuperar as informações. Participação do sistema em redes de intercâmbio. Aquisição do software ou desenvolvimento do mesmo na instituição. Formato bibliográfico a ser utilizado. Produtos, serviços e acessos a serem incluídos pela informatização. Recursos do software. Treinamento o pessoal do sistema de informação. Uma etapa posterior é o estabelecimento de critérios para a seleção, avaliação e aquisição de software e hardware. Neste quesito o trabalho de Côrte e outros (1999) apresenta algumas luzes das quais destacamos alguns pontos a se considerar sobre o software: Uso dos caracteres da língua portuguesa. Atualização em tempo real. Padrão ISO 2709, protocolo de comunicação Z39.50 e formato MARC Bibliográfico. Senha para funções de atualização de dados. Remissivas para autores e assuntos. Consulta ao thesauro, lista de autoridades e de editoras. Correção de todos os registros quando da alteração no thesauro e lista de autoridade. Importação de dados de centros de catalogação. Sistema para elaboração de thesauro. Ordenação e classificação de documentos pesquisados. Gravação, em disquetes ou arquivos, das pesquisas. Pesquisa por palavra, campo ou subcampo. Salvação de estratégias de busca. Truncamento à esquerda, à direita e ao meio.

Operadores boleanos, proximidade e distância entre termos. Emissão de rol de publicações por assuntos e autores. Estatísticas de processamento técnico, seleção, aquisição, intercâmbio. Atualização de thesauro, lista de autoridades. Supondo-se que o software selecionado não seja MARCcompatível é aconselhável que se faça uma implementação mais próxima possível deste formato. Com isto já se previne uma possível migração futura para um software com esta compatibilidade, tornando-a menos onerosa. Muitas bibliotecas que adotam o software MicroISIS o fazem com este cuidado. Ressalta-se ainda que no caso de bibliotecas escolares o software não deve exigir recursos de hardware como um mainframe, pois isto é fora da realidade das escolas. 4 SOFTWARE LIVRE E ESTILO BAZAR Apesar de não ser uma proposta recente, o software livre tem ultimamente alcançado popularidade. Software livre é basicamente uma filosofia de programação, que segundo Baptista (199-) teve seus pressupostos básicos estabelecidos por Richard Stallman em que se ressalta: Liberdade de conhecimento (código fonte disponível). Liberdade de alteração (possibilidade de modificar o programa). Liberdade de compartilhamento (possibilidade de copiar, distribuir etc.). Baptista (199-) deixa subentendido que o que Stallman fez foi codificar (estabelecer um códice) o que era prática corrente entre os programadores e que naquele momento estava ameaçada por outras práticas que restringiam estas liberdades. As três características têm de estar presentes para que se caracterize o software livre. Ressalte-se que os produtores de software

livre não precisam abrir mão dos direitos autorais morais (o direito ao reconhecimento da autoria intelectual), mas abrem mão dos direitos autorais pecuniários (direito de receber um pagamento em dinheiro pelo software) e isto é feito através da GPL (General Policy License) que é uma declaração de autoria intelectual e autorização para alterar sem que ninguém possa cobrar por isto. Complementa a filosofia do software livre o estilo de desenvolvimento modelo bazar. Segundo Raymond (1998) este modelo foi inicialmente aplicado pelo finlandês Linus Torvalds com o sistema operacional Linux. Raymond analisou os procedimentos de Torvalds e testou-os no desenvolvimento de um programa. Da análise e do teste o autor propôs dezenove aforismos sobre o desenvolvimento de software livre que caracterizam este modelo. Para o estilo bazar funcionar é necessário:.... Ter a capacidade de apresentar é uma promessa plausível.... que ele [o software] pode evoluir para algo elegante em um futuro próximo.... é absolutamente crítico que o coordenador seja capaz de reconhecer boas idéias de projetos de outras pessoas.... um coordenador ou líder de projeto no estilo bazar deve ter boa habilidade de comunicação e relacionamento. (Raymond, 1998) A cooperação é elemento fundamental no modelo bazar, para tanto o coordenador do projeto deve tratar os usuários do software como co-desenvolvedores, como o recurso mais valioso de que se dispõe. Com o código fonte os usuários não só descobrem falhas do sistema (e quanto mais usuários de um software houver, mais rapidamente falhas são descobertas), como também facilmente apresentam soluções para os problemas. Por isto é que versões são liberadas rápida e freqüentemente, para corrigir falhas detectadas como também para que os usuários percebam claramente que são ouvidos. Por todas estas características o software livre não só tem tido uma adesão crescente de usuários como inclusive tem recebido incentivos por parte de governos (e.g.: Prefeitura Municipal de Porto

Alegre, Governo da República Popular da China), o que tem lhe dado uma maior credibilidade. 5 CONCLUSÕES Com software livre construído sob o modelo bazar é possível não só obter um programa que seja adequado às necessidades de uma biblioteca escolar como também minimizar a inexistência, assinalada por muitos autores, de um sistema ideal pois sendo necessário mais facilmente pode ser criada uma solução local. Côrte e outros (1999) assinalando a preocupação com a possibilidade de falência, concordata, extinção ou mudança de ramo do fornecedor do software indicam que o contrato deve prever o fornecimento do código fonte da última versão nestas ocorrências. Se por um lado problemas similares podem ocorrer com software livre, por outro a solução apresentada por estes autores já está contemplada desde o princípio pois o código fonte tem que estar disponível. O uso de software livre para a informatização de bibliotecas impõe as seguintes condições: 1 Existir a decisão política de seguir por este caminho. 2 Estabelecer as condições mínimas que o software deve atender recomendamos a compatibilidade ISO 2709, Z39.50 e MARC. 3 Pesquisar e adotar um software que responda às condições estabelecidas e que ofereça a perspectiva de se aperfeiçoar. 4 Estabelecer comunicação com o responsável pela edição de novas versões do software para assinalar problemas e se possível apresentar soluções. Finalmente é necessário lembrar que o processo de informatização de uma biblioteca acarreta, inexoravelmente, em mudanças na cultura organizacional da mesma. Isto inicialmente pode diminuir sua eficiência, porém se este processo estiver bem planejado e sendo corretamente executado, com persistência os níveis de eficiência não só retornarão como serão ultrapassados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAPTISTA, H. R. Software Livre Definição e Direções. [S.l.: s.n.], [199-]. Disponível em: <http://www.ime.usp.br/mac/grad/bccnews/softwarelivre.html>. Acesso em: 30 out. 2000. BORBA, M. S. A. Adolescência e Leitura; a Contribuição da Escola e da Biblioteca Escolar. Natal: Ed. UFRN, 1999. CÔRTE, Adelaide et. al. Automação de Bibliotecas e Centros de Documentação: O Processo de Avaliação e Seleção de Softwares. Ci. Inf., Brasília, v. 28, n. 3, p. 241-256, set./dez. 1999. KRAEMER, L. L. B.; MARCHIORI, P. Z. Automação Documentária: Contribuições Conceituais para a Prática. R. Bibliotecon. Brasília, v. 20, n.1, p. 15-26, jan./jun. 1996. RAYMOND, E. S. A Catedral e o Bazar. [S.l.: s.n.], 1998. Disponível em: <http://www.geocities.com/collegepark/union/3590/pt-cathedral-bazaar.html>. Acesso em: 01 nov. 2000 SANDRONI, L. C.; MACHADO, L. R. (org.). A Criança e o Livro. 2.ed. São Paulo, Ática, 1987.