AVALIANDO A VARIAÇÃO DO TEOR E COMPOSIÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DAS FOLHAS DE Lippia gracilis CULTIVADA

Documentos relacionados
RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE TOMILHO, Thymus vulgaris L., CULTIVADO EM SOLUÇÃO NUTRITIVA COM DIFERENTES NIVEIS DE FÓSFORO.

Efeito do horário de colheita sobre a carvona e o limoneno do óleo essencial de erva-cidreira brasileira

1. INTRODUÇÃO Aspetos gerais sobre os óleos essenciais

Prospecção tecnológica do óleo essencial de Lippia gracilis Schau (Alecrim de Chapada) e do carvacrol em aplicações na área de necessidades humanas.

Produção de pomada a partir das folhas de mentrasto (Ageratum conyzoides)

Horticultura Brasileira, v. 21, n. 2, julho, 2003 Suplemento CD.

USO TECNOLÓGICO DE ÓLEOS ESSENCIAIS

5 CONGRESSO NORTE NORDESTE DE QUÍMICA 3º Encontro Norte-Nordeste de Ensino de Química 08 a 12 de abril de Natal (Campus da UFRN)

Lippia alba N. E. Br. Lípia

5º CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE QUÍMICA 3º Encontro Norte-Nordeste de Ensino de Química 08 a 12 de abril de 2013, em Natal (Campus da UFRN)

PRODUÇÃO DE ÓLEO DE PAU-ROSA (Aniba rosaeodora Ducke) A PARTIR DE MUDAS PLANTADAS.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Cultivar BRS Sapoti Ipacuru EMBRAPA

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE ORIGANUM VULGARE: ANÁLISE DA RELAÇÃO TIMOL/CARVACROL

Cronograma das Atividades Didáticas FCFRP/USP - 1 semestre de 2019 Integral

AVALIAÇÃO DOS TEORES DE ÓLEOS ESSENCIAIS PRESENTES EM PLANTAS AROMÁTICAS FRESCAS E DESIDRATADAS

FRACIONAMENTO DO ÓLEO DE COPAÍBA (Copaifera multijuga) UTILIZANDO DIFERENTES MÉTODOS

Estudo sazonal da produção do óleo essencial de pau-rosa e de espécimens identificados como suas variedades morfológicas

SÃO LUÍS / MA 6 A 9 DE NOVEMBRO DE 2018

Composição e Teor do Óleo Essencial de Duas Variedades Botânicas de Guaçatonga do Cerrado e Mata.

Resultados preliminares da extração de óleos essenciais de plantas aromáticas nativas da Caatinga em diferentes épocas do ano

INFLUÊNCIA DA SECAGEM SOBRE O RENDIMENTO DO ÓLEO ESSENCIAL DAS FOLHAS DE Mentha pulegium.

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E PERFIL DE COMPOSTOS VOLÁTEIS DE FRUTOS DO PEQUIZEIRO NO ESTADO DE MATO GROSSO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA RICARDO CARVALHO DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO ÓLEO ESSENCIAL. Lantana camara L.

Composição Química do Óleo Essencial de Três Acessos de Hyptis Marrubioides EPL. Coletados no Sul de Minas Gerais

Técnicas Terapêuticas e de Bem-Estar

ESTUDO QUÍMICO, TOXICIDADE E ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Ocimum gratissimum

Extração e caracterização do principal constituinte do óleo essencial de capim-cidreira e citronela

PROGRAMA DE ENSINO DE DISCIPLINA Matriz Curricular Generalista Resolução Unesp 14/2010

- ValuePAM - - Resultados no PNVG -

INFLUÊNCIA DO PRÉ-TRATAMENTO DA MATÉRIA- PRIMA NA OBTENÇÃO DE ÓLEO ESSENCIAL DE FRUTOS DE AROEIRA-VERMELHA (Schinus terebinthifolius Raddi)

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Estudo Fitoquímico de Extratos Vegetais da Jabuticabeira (Myrciaria trunciflora)

Cronograma das Atividades Didáticas FCFRP/USP - 1 semestre de 2019 Integral

Síntese e Purificação de Chalconas.

AVALIAÇÃO FENOLÓGICA E SCREENING FITOQUÍMICO DA CARAMBOLA (Averroha carambola L.)

FENOLOGIA E SCREENING FITOQUÍMICO DO AÇOITA-CAVALO

ANÁLISE DE RENDIMENTO DO ÓLEO ESSENCIAL DE LIPPIA ALBA EM TEMPOS DE EXTRAÇÃO DISTINTOS

DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS NA SECAGEM DO CYMBOPOGAN CITRATUS (CAPIM-LIMÃO): PARTE I

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DAS FOLHAS DE Croton Heliotropiifolius KANT (SINÔNIMO C. Rhamnifolius): RESULTADOS PRELIMINARES.

ÓLEO DE COPAIBA, COMPOSIÇÃO E BIOATIVIDADE ANTIFÚNGICA.

DETERMINAÇÃO DA MATURAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR CULTIVADA NO MUNICÍPIO DE JOÃO PINHEIRO

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Teor de óleo essencial de Ocimum selloi Benth. sob diferentes doses de compostos orgânicos

FARMACOGNOSIA II FARMACOGNOSIA I I- FCF USP

DISPONIBILIDADE HÍDRICA NO SOLO PARA A CULTURA DO MILHO, EM FUNÇÃO DE CULTIVARES, NA REGIÃO DOS TABULEIROS COSTEIROS DE ALAGOAS

3º. CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL

EXTRAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE NUTRIENTES PELA CULTURA DO SORGO FORRAGEIRO. C. A. Vasconcellos, J. A. S. Rodrigues, G.V.E. PITTA e F.G.

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA MAMONEIRA FERTIRRIGADA EM MOSSORÓ RN

PERFIL FITOQUÍMICO DA POLPA LIOFILIZADA DA BABOSA (ALOE VERA)

56 CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA Belém/PA

PROGRAMA DE ENSINO DE DISCIPLINA Matriz Curricular Generalista Resolução Unesp 14/2010, alterada pela Resolução Unesp 02/2013.

LUCIANA MENDES DE SOUZA

Óleos essenciais da Amazônia e propriedade biológicas

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E TEOR DE ÓLEO DE SEMENTES DAS CULTIVARES: BRS NORDESTINA E BRS PARAGUAÇU SEPARADAS EM CLASSES PELA COR DO TEGUMENTO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

4 Procedimento Experimental

Adubação orgânica do pepineiro e produção de feijão-vagem em resposta ao efeito residual em cultivo subsequente

Caracterização Fenológica de Cinco Variedades de Uvas Sem. Sementes no Vale do São Francisco [1] Introdução

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DAS FOLHAS DE TABERNAEMONTANA CATHARINENSIS A. DC. 1

PRÓPOLIS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE BIOLÓGICA Apresentação: Pôster

Congresso Brasileiro de Fruticultura Natal/RN 17 a 22 de Outubro de 2010

PRODUTIVIDADE DAS COLMEIAS DE

Influência da época, do horário de colheita e da secagem de folhas no teor e rendimento de óleo essencial de capim citronela.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

SUCUPIRA BRANCA. Controla as Inflamações das Articulações. Introdução

PARTE I - IDENTIFICAÇÃO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Semiárido Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 2ª edição revista e ampliada

AS CHUVAS E A PRODUÇÃO DE CACAU EM MEDICILÂNDIA, PARÁ RESUMO

AGRICULTURA I Téc. Agroecologia

EXTRAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL OBTIDO DE FOLHAS E GALHOS DE Eucalyptus viminalis CULTIVADO NO SUDOESTE DO PARANÁ

Valor Econômico Atual ou Potencial

Avaliação da qualidade de silagem e grãos de milho usando equipamento de análise química olfativa znose (Nariz Eletrônico)

Composição Química e Avaliação da Atividade Antimicrobiana do Óleo de Pimenta Rosa (Schinus terebinthifolius)

Dados do Projeto e do Proponente

PROJETO DE PESQUISA REALIZADO NO CURSO DE BACHARELADO EM AGRONOMIA DA UERGS 2

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

IDENTIFICAÇÃO DOS CONSTITUINTES VOLÁTEIS DO CAFÉ IRRIGADO DO TRIÂNGULO MINEIRO POR CG-MS E ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS

Danilo Diego de Souza 1 ; Flávio José V. de Oliveira 2 ; Nerimar Barbosa G. da Silva 3 ; Ana Valéria Vieira de Souza 4. Resumo

ANÁLISE DE COBERTURAS DO SOLO EXISTENTES NO BANCO DE DADOS DO MODELO SWAT PARA ASSOCIAÇÃO COM A VEGETAÇÃO CAATINGA DO NORDESTE BRASILEIRO

Química Orgânica Experimental I BAC CRITÉRIOS PARA CORREÇÃO DOS PRÉ-RELATÓRIOS E RELATÓRIOS

V Encontro Amazônico de Agrárias

Comparação de rendimentos e composição química de óleos essenciais de Thymus vulgaris

FITOSSOCIOLOGIA DE PLANTAS INFESTANTES EM PLANTIO DE PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.)

COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE NEMATICIDA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Ruta graveolens (ARRUDA)

Parte II. Meneah Renata Talita

Biomassa, produção e composição química do óleo essencial de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham) em função de espaçamentos, na Amazônia.

Introdução e avaliação de genótipos de maracujá-amarelo no nordeste goiano

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA. 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

Teor e qualidade de óleo essencial de menta em hidroponia.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM JUAZEIRO-BA

EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO DO ÓLEO ESSENCIAL DE Lippia gracilis schauer.

DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE SEMENTES DE PINHÃO MANSO INTRODUÇÃO

Transcrição:

AVALIANDO A VARIAÇÃO DO TEOR E COMPOSIÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DAS FOLHAS DE Lippia gracilis CULTIVADA Ariel Quizi de Andrade Coringa (1*); Francisco Arnaldo Viana (1) (1*) Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, aqcoringa@gmail.com; (1) Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, arnaldoviana@uern.br. INTRODUÇÃO A variação genética em populações naturais de plantas e animais é baseada na sua resistência perante as pressões do ambiente, sendo a matéria-prima da seleção natural. As plantas que se desenvolvem ao longo de um ambiente gradual, por exemplo, variam também a sua constituição genética bem como sua atividade fisiológica, condicionadas pelo processo de seleção natural; embora venham a pertencer a mesma espécie, podem responde de modos diferentes a dado grau de tensão ambiental. A diversidade genética envolve, portanto, o metabolismo dos organismos e seus produtos (Brown, 1988). Os estudos em quimiotaxonomia baseiam-se na investigação de compostos químicos que ocorrem em plantas, afim de evidenciar ou não a relação entre elas, dando a ênfase aos compostos predominantes da espécie (Almeida et al, 1986). Padronizar a época de colheita, a parte a ser colhida, e o cultivo sob as mesmas condições ambientais auxilia a identificação de variedades que apresentam diferenças na sua composição química. Os óleos essenciais são misturas complexas que podem conter mais de cem compostos orgânicos voláteis. Segundo Craveiro (1993), alguns desses óleos essenciais são sintetizados afim de servirem como matéria prima para as mais diversas indústrias, sendo uma prática pouco explorada no Brasil, mas particularmente importante; alguns países como a Indonésia, Egito e China realizam exportações de óleos essenciais. Seus constituintes podem pertencer as mais diversas classes de compostos, porém os terpenos e os fenilpropenos são as classes de compostos mais comumente encontradas. Os terpenos encontrados com maior frequência nos óleos essenciais são os monoterpenos, sesquiterpenos e os diterpenos, sendo estes os constituintes minoritários dos óleos essenciais (Craveiro 1993; Pascual et al, 2001). Os óleos essenciais podem ser extraídos de diversas famílias de plantas, como da família das Anacardiaceae, Borigenaceae, Siparunaceae, Verbenaceae, entre outras. O táxon Lippia, pertencente à família Verbenaceae, destacam-se pelo seu aroma forte e agradável e seu aspecto atrativo no período de floração; onde existem aproximadamente 200 espécies do gênero, as quais estão distribuídas principalmente entre as Américas Central e do Sul e no território Africano. Em geral, o gênero apresenta atividade farmacológica e é amplamente utilizado na medicina popular, fazendo com que a maioria das espécies sejam tradicionalmente utilizadas como remédios gastrintestinais e respiratórios (Albuquerque et al, 2006). Algumas espécies como a Lippia gracilis, caracterizam-se pela presença dos monoterpenos fenólicos, timol e carvacrol, como principais constituintes. Sendo nativa da região nordeste do Brasil, essa espécie pode servir como importante fonte de renda para as comunidades rurais através da comercialização do seu óleo essencial, o qual exibe forte atividade contra microrganismos (Pascual et al, 2001) e tradicionalmente utilizada no tratamento de doenças cutâneas (Lemos et al, 1992). Devido à capacidade de adaptação dessas plantas às condições climáticas da região

Nordeste, a produção em larga escala desses óleos poderá ser uma alternativa de renda para população da zona rural do semiárido. Este estudo avaliou a variação do teor e da composição do óleo essencial das folhas de Lippia gracilis em diferentes estações do ano, especificamente nos meses de Outubro de 2014 a Abril de 2015, relacionando as variações observadas com os dados meteorológicos, ampliando a bibliografia da mesma. METODOLOGIA Para realização dos experimentos, foram coletadas as folhas de Lippia gracilis provenientes da área de cultivo do laboratório de cromatografia da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais-FANAT nas imediações da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN. As amostras de folhas foram coletadas nos meses de outubro de 2014, janeiro de 2015, fevereiro de 2015, março de 2015 e abril de 2015. Para as análises, os constituintes químicos voláteis foram obtidos no processo de hidrodestilação (Matos, 1997), conhecida também como coobação. Na técnica de hidrodestilação, as folhas da espécie vegetal recém coletadas foram lavadas com água destilada, separadas somente, pesadas e condicionadas em um balão de 2L ao qual metade do seu volume foi completado com água destilada. O sistema foi aquecido e levado à ebulição por um período de 2 horas, a água no estado de vapor arrastou os constituintes voláteis que em seguida foram condensados e coletados em um doseador, medindo desta forma a quantidade de óleo extraído. A análise desses constituintes voláteis foi realizada utilizando um cromatógrafo gasoso acoplado a espectrometria de massas (CG/MS) modelo GCMS-QP2010 Ultra da Shimadzu. A identificação dos constituintes foi realizada numa biblioteca tipo NIST11/EPA/NIH e posterior comparação visual dos espectros de massas que foram obtidos com espectros documentados na literatura (Adams, 2012). RESULTADOS E DISCUSSÕES O material botânico, objeto de estudo, foi coletado nos meses de outubro de 2014, janeiro de 2015, fevereiro de 2015, março de 2015 e abril de 2015. O local da coleta foi realizado nas mediações do laboratório de cromatografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN. Foram coletadas folhas frescas de Lippia gracilis e submetidas ao procedimento de extração dos constituintes químicos voláteis por hidrodestilação, em um aparelho de Clevenger durante 2h. Após a extração, o óleo essencial recém-extraído foi separado da fase aquosa, seco em Na 2 SO 4 anidro e em seguida filtrado. Em seguida, o óleo foi pesado, a tabela a seguir estabelece o rendimento de óleo, baseado na massa de óleo essencial e de suas folhas frescas. Na tabela 1 estão sumarizadas as massas das folhas frescas, a massas do óleo essencial e seus respectivos rendimentos. Percebe-se que no mês de outubro houve maior rendimento do óleo em relação aos meses subsequentes. Notou-se também que o existe um decréscimo de rendimento até março de 2015, sendo este reestabelecido no mês de abril 2015. Essa variação se dá possivelmente, as mudanças climáticas características do clima tropical semiárido e quente, do local, nesse período. Tabela 1: Rendimento de óleo essencial com base na massa de óleo e de folhas frescas. Mês Folhas frescas (g) Óleo essencial (g) Rendimento (%)

Outubro 332,3 6,40 1,92 Janeiro 338,0 4,35 1,26 Fevereiro 369,4 2,96 0,74 Março 315,9 2,13 0,67 Abril 334,5 5,73 1,71 Fonte: Autor (2015). Através da análise do CG-MS foram identificados 10 constituintes químicos no mês de outubro 2014 e 8 constituintes nos meses de Janeiro a Abril de 2015. Os constituintes químicos do óleo essencial de L. gracilis estão descritos na tabela 2 abaixo, onde apresentou como majoritários o carvacrol (46,3-53,2%), sendo no mês de março 2015 (53,29%) que obteve com maior ocorrência; o o-cimeno (12,5-18,4%), sendo o mês de Janeiro 2015 (18,46%) que apresentou maior índice; o γ -terpineno (17,0-18,0%), e o Timol (7,7-9,8%), praticamente não ocorreu variação nos meses. Outros constituintes minoritários (< 3,2%) também foram identificados. Apenas na amostra de outubro 2014 foram detectados Traços de Ipsdienol (0,83%) e um derivado fenólico (0,85%). Não podendo ser encontrado nos demais óleos. Tabela 2: Constituintes químicos do óleo essencial de Lippia gracilis. Substâncias % Out % Jan % Fev %Mar % Abr α-turgeno 1,57 2,34 1,20 0,88 1,24 β-mirceno 2,36 2,67 1,55 1,25 1,49 4-careno 3,05 2,30 3,03 2,60 2,82 o-cimeno 12,57 18,46 14,21 13,10 13,23 γ-terpineno 18,00 17,06 17,48 17,05 17,03 Ipsdienol 0,83 - - - - Timol 7,76 9,11 9,50 9,43 9,23 Carvacrol 49,83 46,32 50,78 53,29 52,58 Cariofileno 3,18 1,74 2,25 2,40 2,37 Fenol-3- (1,1-dimetiletil) -4- metoxi 0,85 - - - - Fonte: (2015). Autor O gráfico a seguir, reúne os cromatogramas do óleo essencial dos meses de Outubro de 2014 e de Janeiro a Abril de 2015, obtidos na análise do CG-MS.

Gráfico 1: Cromatrogramas de Outubro de 2014, de Janeiro a Abril de 2015. Fonte: Autor (2015). CONCLUSÃO O carvacrol é o componente químico majoritário nas folhas da espécie L. gracilis. Neste trabalho, foi demonstrado que existe uma periodicidade de coleta ótima e diferente para cada óleo. De forma geral, no mês de outubro e a partir do mês de abril, é a época mais indicada para coleta de óleo, uma vez que se trata da estação mais produtiva. As diferenças encontradas no rendimento e composição do óleo estão relacionadas provavelmente às condições climáticas, fatores ecológicos e de crescimento de planta, ambiente no qual o vegetal se desenvolve. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAMS, R.P. Identification of Essential Oils by Ion Trap Mass Spectroscopy. San Diego: Academic Press, 296p., 1989. ALENCAR, J. W.; CRAVEIRO, A. A., MATOS, F. J. A. Química Nova. 13: 282-284, 1990. ALMEIDA, V. P.; FIGUEIREDO-RIBEIRO, R. C. L.; Revista Brasil. Bot. 69-75, 1986. ALBUQUERQUE, C. C.; CAMARA, T. R.; MARIANO, R. L. R.; WILLADINO, L.; MARCELINO JÚNIOR, C.; ULISSES, C. Antimicrobial Action of the Essential Oil of Lippia gracilis Schauer. Brazilian Archives of Biology and Technology. v. 49, n. 4, p. 527-535, 2006. BROWN JR., K. S.; Acta Amazônica. 18, 291, 1988.

CRAVEIRO, A. A.; QUEIROZ, D. C. Química Nova, v.16, n.3, p. 224-228, 1993. MATOS, F.J.A. Introdução à Fitoquímica Experimental, 2º ed. Fortaleza edições 1997. PASCUAL, M. E.; SLOWING, K.; CARRETERO, E.; MATA, D. SANCHEZ; VILLAR, A. Lippia: tratidional uses, chemistry and pharmacology: a review. Journal of Ethnopharmacology, 76, 210-214, 2001. LEMOS, T.L.G; MONTE, F.J.Q; ALENCAR, J.W.; CRAVEIRO, A.A.; BARBOSA, R.C.S.B.; LIMA, E.O.; Chemical composition and atimicrobial activity of essencial oils from Brazilian plants. Fitoterapia 63. 266-268, 1992.