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Transcrição:

Organização do Ministério Público MP na constituição federal capitulo IV seção I art.: 127 a 130-A 1 - MINISTÉRIO PÚBLICO: Art.: 127 o Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. O MP vem ganhando cada vez mais destaque na organização do estado, dado alargamento de suas funções de proteção de direitos indisponíveis e de interesses coletivos. Cada constituição que se seguia garantia maior amplitude ao MP, até a recente descrição. A CF/88, em plena harmonia com o sistema de freios e contrapesos (check and balance system) institui o MP como órgão autônomo e independente, não subordinado a qualquer dos 3 poderes autentico fiscal da nossa federação da separação dos poderes, da moralidade pública, da legalidade, dos direitos e garantias constitucionais e do regime democrático. A Constituição Federal situa o MP em capítulo especial, fora da estrutura dos Poderes, certamente como meio de explicitar sua autonomia e independência. Ressaltamos sua feição constitucionalmente traçada, de órgão independente, ou seja, não subordinado a nenhum dos Poderes, sujeito apenas a constituição e as leis. Autonomia e independência conferem ao MP imparcialidade na sua atuação, sem ingerência dos demais Poderes do Estado legais: Regulamentando a constituição federal de 88, seguiram-se os seguintes diplomas Lei nº 8.625 de 12/02/1993 dispõe de normas gerais para organização do MP dos estados Lei Complementar nº 75 de 20/05/1993 dispõe sobre a organização, atribuição e estatuto do MPU Leis Complementares Estaduais no caso RJ: Lei Complementar Estadual nº 106 de 03/01/2003 institui a lei orgânica do MPE-RJ e suas alterações na lei complementar estadual nº 113 de 24/08/2006 Lei Estadual 5.260/2008 estabelece regime jurídico próprio e único da previdência social dos membros do Poder Judiciário, do MPE, da Defensoria Pública, do Tribunal de Contas e dos Servidores Estatutários do Estado Lei Estadual 5.891/2011 dispõe sobre o quadro permanente dos serviços auxiliares do MPE-RJ Lei Estadual 5.976 cria cargos na estrutura do MPE-RJ

2 - PRINCÍPIOS DO MINISTÉRIO PÚBICO: Art.: 127, 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. Unidade seus membros integram um só órgão, sob única direção de um Procurador Geral (PG). Contudo, a unidade se encontra dentro de cada órgão, não existe unidade entre MPs de qualquer natureza. Indivisibilidade relacionado diretamente ao principio da unidade, pode um membro do MP ser substituído por outro, dentro da mesma função, sem que, com isso, haja qualquer implicação prática. Já que, quem atua é o MP (intuição) e não a pessoa do promotor ou procurador. Independência Funcional trata-se de autonomia de convicção, na medida em que os membros do MP não se submetem a qualquer tipo de poder hierárquico no exercício de seu mister, podem agir, no processo, do modo que melhor entenderem. A hierarquia é meramente administrativa, materializada pelo chefe da instituição. (como obs. vide art.: 85, II, CF) - Principio do Promotor Natural Tal princípio impõe que o critério pra designação de um membro do MP para atuar em uma determinada causa seja abstrato e pré-determinado baseado em regras objetivas e gerais aplicáveis a todos que se encontrem nas situações nelas descritas. Dessa forma, não poderá a chefia do MP realizar designações arbitrárias, decididas caso a caso, tampouco determinar a substituição de um promotor por outro, fora das hipóteses expressamente previstas em lei.

3 - GARANTIAS INSTITUCIONAIS DO MP: Art.: 127, 2º - Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art.: 169, propor ao poder legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. Garantia de autonomia funcional e administrativa Consiste na capacidade de direção de si próprio, autogestão. Art.: 127, 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. Garantia de autonomia financeira Consiste em propor e gerir seu orçamento, obedecido os parâmetros legais. Art.: 127, 4º - Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do 3º Art.: 127, 5º - Se a proposta Orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do 3º, o Poder Executivo procederá os ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. Art.: 127, 6º - Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. A emenda constitucional 45/2004 incluiu os três últimos parágrafos e, dessa forma, regulou os procedimentos de encaminhamento de proposta orçamentária e solução em caso de inércia.

4 - COMPOSIÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO: Art.: 128 o Ministério Público abrange: O MP se divide em - da área da União (MPU; MPF; MPT; MPM; MP- DFeT) e da área dos Estados (MPE-(estado) no caso, MPE-RJ) Art.: 128, I o Ministério Público da União, que compreende: a) O Ministério Público Federal; b) O Ministério Público do Trabalho c) O Ministério Público Militar d) O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios Art.: 128, II os Ministérios Públicos dos Estados Art.: 128, 1º - o Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos, após aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de 2 anos, permitida a recondução. A recondução dar-se-á sem qualquer limite, devendo, contudo, observar em cada recondução todo procedimento e requisitos, pois apesar de ser reconduzido, trata-se de nova nomeação. Os MPT e MPM tem seus respectivos PGs nomeados pelo PGR (que também o MPF) na forma da Lei Complementar. Art.: 128, 2º - A destituição do Procurador-Geral da Republica, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal. O Presidente pode requerer a destituição do PGR, desde que o ato seja autorizado pelo Senado. Art.: 128, 3º - os Ministérios Púbicos do Estado e do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para a escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo chefe do Poder Executivo, para mandato de 2 anos, permitida uma recondução Note-se que o Poder Legislativo não se manifesta sobre a nomeação dos Procuradores-Gerais de Justiça (PGJ) Vale a ressalva, outrossim, que a recondução no caso dar-se-á por vez única O MPE-DFeT tem seu PGJ nomeado pelo Presidente da República, observado o art.: 128, 3º

Art.: 128, 4º - os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação de maioria absoluta do Poder Legislativo, a forma da lei complementar respectiva Enquanto na nomeação ele não se manifesta, a destituição incorre apenas no Poder Legislativo No caso do PGJ-DFeT a destituição se dá pela maioria absoluta do Senado - Vacância do Cargo de Chefia do MP Em caso de vacância do cargo de PG aquele que entrar em lugar de seu antecessor assume por 2 anos como disposto no art.: 128, 1º e 3º, CF e não pelo tempo restante que findaria o mandato do PG anterior. Ou seja, é instituído um novo mandato e não o mero complemento do mandato anterior.

5 - GARANTIAS DOS MEMBROS DO MP: Art.: 128, 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: Art.: 128, 5º, I as seguintes garantias: a) Vitaliciedade, após 2 anos de exercícios, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado Vale ressaltar que o membro deve ter sido admitido por meio de aprovação em concurso público de provas e títulos b) Inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa Não pode o membro do MP ser removido ou promovido unilateralmente, sem sua autorização ou solicitação O órgão colegiado no caso é o Conselho Superior do MP c) Irredutibilidade de subsídios, fixado na forma do art.: 39, 4º, e ressalvado o disposto nos arts.: 37, X e XI; 150, II; 153, III; 153, 2º, I Observando as disposições legais para alteração de subsídio, além do teto salarial em seus respectivos aspectos e a igualdade entre equivalentes Vale lembrar que aplica-se apenas na forma nominal, estando ainda sujeito a corrosão inflacionária e incidência ou aumento de tributos (nesses casos não cabe o reclame a garantia)

6 - VEDAÇÕES DOS MEMBROS DO MP: Art.: 128, 5º, II as seguintes vedações: a) Receber, a qualquer titulo e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais b) Exercer advocacia c) Participar de sociedade comercial, na forma da lei d) Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério e) Exercer atividade político partidária Após a EC 45/2004 essa passou a ser absoluta, não comportando qualquer exceção. Equiparou-se então a inelegibilidade dos membros do Poder Judiciário. Assim membro do MP só pode se filiar a partido político ou se candidatar a cargo eletivo se optar pela exoneração ou aposentadoria do cargo. Cabe aqui ainda uma resolução do conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que diz que apenas esta sujeito a tal os ingressantes posteriores a publicação da EC 45/2004 f) Receber, a qualquer titulo ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, ressalvadas as exceções previstas em lei Art.: 128, 6º - aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art.: 95, parágrafo único, V É vedada o exercício da advocacia no juízo ou tribunal em que desempenhava suas funções antes de decorrido 3 anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração

7 - FUNÇÕES INSTITUCIONAIS DO MP: Art.: 129 são funções institucionais do Ministério Público: A vigente constituição ampliou o rol de funções do MP, erigindo-o em autêntico defensor da sociedade, as esferas penal e cível, e incumbindo-o de zelar pela moralidade e probidade administrativa. Art.: 129, I promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei Possui titularidade e monopólio, salvo exceção prevista no art.: 5º, LIX Art.: 129, II Zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nessa constituição; promovendo as medidas necessárias a sua garantia Não confundir com as funções do Poder Judiciário que também tratam de defesa constitucional Art.: 129, III promover o inquérito civil e a ação civil pública, para proteção do patrimônio publico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. Interesses difusos abrange um numero indeterminado de pessoas unidas pelas mesmas circunstancias de fato. A indeterminação de seus titulares é sua característica fundamental Interesse coletivo pertencem a grupos, categorias ou classes de pessoas determinadas, ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base. A determinação é sua característica fundamental Interesse homogêneo são os que têm a mesma origem comum, sendo subespécie do interesse coletivo e como tal podem ser impugnadas pelo MP em sede da ação civil pública, quando ilegais ou abusivas Inquérito civil pode preceder a ação civil pública. Suas características são: procedimento administrativo, natureza instrumental, pré-processual, facultativo. Art.: 129, IV promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta constituição Art.: 129, V defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas Art.: 129, VI expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los na forma da lei Art.: 129, VII exercer controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior

Art.: 129, VIII requisitar diligencias investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais Art.: 129, IX exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria juridica de entidades públicas. Como ressalva o inciso IX essas competências não são exaustivas Art.: 129, 1º - a legitimação do Ministério Público pra as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta constituição e na lei. Nos casos explicitados no inciso III deste artigo Art.: 129, 2º - as funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição Art.: 129, 3º - o ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, 3 anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação Cabe observar nesse momento que entende-se como atividade jurídica, aquela exercida por bacharel em direito, bem como o exercício de cargos, empregos ou funções (inclusive de magistério superior), que exija a utilização preponderante de conhecimento jurídico, vedada a contagem do estagio acadêmico ou qualquer outra atividade anterior a colação de grau. Pode figurar ainda como tempo a ser computado como atividade jurídica os cursos de pós-graduação reconhecidos pelo MEC ou pelas Escolas Nacionais de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM), desde que integralmente concluídos com aprovação. Por regulamentação, o termo inicial para contagem do prazo de três anos darse-á a partir do momento da obtenção do grau de bacharel em direito e deve findar-se no exato momento da definitiva inscrição no concurso (e não na data da pose). Regula ainda o órgão que em caso de efetivo trabalho no âmbito de utilização preponderante de conhecimento jurídico, sem, contudo, a exigência do grau de bacharel em direito fica a instituição responsável por emissão de certidão garantindo as respectivas atribuições e praticas, para que em vias de fato se faça valer a contagem do prazo. Art.: 129, 4º - aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art.: 93 Art.: 129, 5º - a distribuição de processos no Ministério Público será imediata

Visando a celeridade processual adicionou ao art o para por fim a fila de processos na distribuição. Esse por sua vez deve mandar imediatamente a respectiva competência e não mais aguardar para tal. - Atuação do MP na Ação Civil Pública: A promoção de tal ação é uma das funções institucionais do MP, ocupando o Parquet privilegiado no seu processo. É um dos integrantes para o ajuizamento da ação Se a ação não for por ele proposta, atuará como parte autônoma, zelando pela regularidade do processo e pela correta aplicação da lei Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, deverá assumir a titularidade ativa Se, decorridos 60 dias da sentença condenatória, a associação autora da ação não promover a execução é sua obrigação fazê-lo Está isento de custas e honorários advocatícios (ônus de sucumbência) no caso de improcedência da ação civil publica por ele proposta É admitida a formação de litisconsórcio entre os MPs Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do MP, fornecendo-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil pública, indicando-lhe os elementos de convicção Os juízes e tribunais que, no exercício de suas funções, tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar nas proposituras da ação civil pública, deverão remeter peças ao MP para providências cabíveis MP não está, nessas hipóteses, obrigado a propor a ação. Se o Parquet observar a inexistência de fundamentos para tal, promoverá o arquivamento do recebido, fazendo-o motivadamente e remetendo ao Conselho Superior do MP para deliberação definitiva do mesmo. Caso ajuizada a ação civil pública, o MP não poderá desistir da mesma, por ser seu objeto indisponível. Pode, porem, opinar ao final (baseado nas provas produzidas no decurso do processo) pela improcedência da ação

8 - O MP JUNTO AO TRIBUNAL DE CONTAS Art.: 130 aos membros do Ministério Público juto aos Tribunais de Conta aplicamse as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e formas de investiduras Previsto pelo art.: 73, 2º, I, CF. Desfrutam seus membros do previsto nestes artigos que antecedem a questão. São regulados por lei orgânica de iniciativa do TC, que instituirá por lei ordinária (e não complementar). Haja vista, o órgão especial do MP que atua junto ao TC qualifica-se como órgão estatal dotado de identidade e fisionomia próprias que os torna inconfundíveis e inassimiláveis ao MPU e/ou MPEs

9 CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO (CNMP) A EC 45/2004 introduziu o artigo que se segue que prevê a criação do CNMP. Com características de regulador, o órgão atua no controle da atuação administrativa e financeira do MP e do cumprimento dos deveres de seus membros. Tal qual o CNJ muito se discute sobre a inconstitucionalidade do órgão Art.: 130-A o Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de 14 membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de 2 anos, admitida uma recondução, sendo: Vale a ressalva que vale apenas uma única recondução Art.: 130-A, I o Procurador-Geral da República, que o preside Art.: 130-A, II 4 membros do Ministério Público da União, assegurada representação de cada uma de suas carreiras Serão indicados pelo MPU na forma da lei Art.: 130-A, III 3 membros do Ministério Púbico dos Estados Serão indicados pelos respectivos MPE na forma da lei Art.: 130-A, IV 2 juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça 1 indicação do STF, 1 indicação do STJ Art.: 130-A, V 2 advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil O Presidente do Conselho Federal da OAB não poderá ser membro do CNMP como representante indicado pela OAB, contudo oficiará junto ao conselho (e apenas) como consta mais adiante. Art.: 130-A, VI 2 cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados u pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal 1 indicação da Câmara, 1 indicação do Senado Art.: 130-A, 1º - Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei Obs.: No caso de não indicação dos membros do CNMP dentro do prazo estipulado, caberá ao MPU realizá-la.

Art.: 130-A, 2º - Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe: Art.: 130-A, 2º, I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; Art.: 130-A, 2º, II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas; Art.: 130-A, 2º, III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; Art.: 130-A, 2º, IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano; Cabe a ressalva que os processos julgados só vale a revisão se este ocorreu a menos de 1 ano Art.: 130-A, 2º, V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI. Art.: 130-A, 3º - O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes: Não cabe recondução, em qualquer forma, ao cargo de Corregedor Nacional do CNMP Art.: 130-A, 3º, I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares; Art.: 130-A, 3º, II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral; Art.: 130-A, 3º, III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.

Art.: 130-A, 4º - O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho. Art.: 130-A, 5º - Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público. - Prerrogativa de Foro e resolução de não indicação Cabe ao Senado Federal Processar e Julgar nos crimes de responsabilidade os membros do CNMP Nos casos de infrações penais comuns cada membro responderá a seu respectivo foro de acordo coma função por ele ordinariamente exercida (se houver), sendo: Procurador-Geral da Republica STF Membros do MP (atuantes junto aos tribunais) STJ Membros do MPU (atuantes junto aos juízes 1º grau) TRF Membros do MPE (atuantes junto aos juízes 1º grau) TJ Cidadãos Justiça Comum (salvo no caso de foro especial em virtude de sua função ordinária)