PGJ A classe faz uma votação onde é formada uma lista tríplice, que será encaminhada ao Governador, que poderá nomear qualquer um dos três.

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1 Turma e Ano: 2015 Matéria / Aula: Princípios Institucionais do Ministério Público / Aula 02 Professor: Elisa Pittaro Monitora: Kelly Silva Aula 02 ALGUNS PONTOS DE APROXIMAÇÃO ENTRE O MPU E OS MPES Em relação à Chefia: MPU O PGR deverá ser integrante da carreira do MPU com mais de 35 anos de idade; MPE O PGJ pode ser qualquer integrante da carreira que possua dois anos de atividade institucional. Em relação à nomeação: PGR O Presidente da República indica e esse nome deve ser aprovado pela maioria absoluta do Senado. Após a aprovação, o Presidente nomeia. Não há lista tríplice. Art. 128, 1º da CRFB/88; Art. 128 [...] 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução. PGJ A classe faz uma votação onde é formada uma lista tríplice, que será encaminhada ao Governador, que poderá nomear qualquer um dos três. OBS: foram propostas as ADIs 3727/RN e 3888/RR, que questionaram dispositivos das Constituições de seus estados, que através de emenda alteraram a forma de nomeação do PGJ fazendo uma simetria com o PGR. O STF entendeu que isso não

2 é possível, uma vez que a própria CRFB/88 estabeleceu regras distintas entre o MPE e o MPU. Destituição: PGR iniciativa é do Presidente da República com a aprovação da maioria do Senado (art. 128, 2º, CRFB/88); Art. 128 [...] 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal. PGJ exige apenas maioria absoluta da ALERJ. Mandato: PGR dois anos, admitida a recondução sem limite; PGJ dois anos, admitida somente uma recondução. CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO (CNMP) O CNMP surgiu junto com o CNJ, com a EC 45, conhecida como reforma do Judiciário. Foi proposta a ADI 3365, questionando a constitucionalidade desses Conselhos. 1º argumento: violação da separação entre os poderes; 2º argumento: violação da autonomia do Judiciário e do Ministério Público; 3º argumento: violação da independência funcional dos juízes e membros do Ministério Público. O STF entendeu que os Conselhos eram válidos com as seguintes alegações: 1ª. A Constituição pode criar sistemas de controles recíprocos; 2ª. A maioria dos integrantes dos Conselhos são integrantes da própria carreira; 3ª. Os Conselhos são

3 órgãos de natureza administrativa e não podem interferir de forma alguma na atividade-fim dos seus membros. Natureza Jurídica dos Conselhos são órgãos constitucionais autônomos e de natureza administrativa. Composição do CNMP possui 14 conselheiros, sendo o PGR o seu Presidente e o único membro nato. 4 conselheiros são indicados pelo MPU (1 do MPF, 1 do MPT, 1 do MPM e 1 do MPDT). 3 conselheiros são membros dos MPEs, 2 juízes indicados pelo STF e STJ, 2 advogados indicados pela OAB e 2 cidadãos comuns escolhidos pela Câmara e pelo Senado. De acordo com o art. 102, I, r, CRFB/88, compete ao STF julgar os atos praticados pelo CNMP e pelo CNJ. Como estes Conselhos podem punir juízes e promotores, o STF passou a ter muitas demandas, razão pela qual o Supremo vem restringindo a sua competência para mandado de segurança, mandado de injunção, habeas corpus e habeas datas. ACO 2373, HC , Informativo 755 do STF. Art Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I processar e julgar, originariamente: r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; Competência constitucional do CNMP (130-A, 2º, CRFB/88) 130 A [...] 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:

4 I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas; III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano; V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI. Controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público. Nesse aspecto cabe ao Conselho a fiscalização do uso e aplicação dos recursos públicos, contratação de servidores, etc., ou seja, o CNMP faz a análise da gestão que o MP faz com seus recursos do orçamento. Controle do cumprimento dos deveres funcionais pelos seus membros. Conforme decisão do STF, não cabe aos Conselhos qualquer ingerência na atividade-fim do MP, nem mesmo quando o promotor estiver no exercício de atividade extrajudicial (ex: inquérito civil). Seria possível que o Conselho regulamentasse alguma resolução regulamentando o disposto no art. 576 do CPP, sobre a impossibilidade do promotor desistir de um

5 recurso que ele interpôs? Como trata-se de atividade-fim, eventual resolução seria abusiva. Art O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto. Determinado promotor interpõe recurso e em seguida sai da Comarca, deixando a apresentação das razões para outro. Se por um lado o CPP proíbe a desistência do recurso, por outro lado o outro promotor possui a sua independência funcional. Para evitar maiores transtornos no processo, existe resolução do MPRJ vinculando o promotor que recorreu à apresentação de razões. Instrumentos para atuação do CNMP O Conselho pode elaborar recomendações e atos regulamentares. As recomendações são orientações gerais sobre a atuação dos membros e não possuem caráter vinculativo. Atos regulamentares não podem extrapolar limites legais e constitucionais, ou seja, devem zelar pela autonomia funcional e administrativa. Discussões envolvendo esses atos: 1º ADC 12 foi proposta em relação a resolução nº 7 do CNJ, que proibia a nomeação de parentes para ocuparem cargos de confiança, cujo objetivo era combater o nepotismo. Atualmente a discussão perdeu a relevância por conta da súmula vinculante nº 13, porém a ideia da ADC foi atribuir efeitos vinculantes a essa resolução. O STF entendeu que a resolução era válida, afirmando em linhas gerais que o CNJ recebe competência diretamente da Constituição, ou seja, os atos regulamentares do CNJ teriam natureza de ato normativo primário, podendo então produzir normas com caráter geral e abstrato. Emerson Garcia discorda disso, entendendo que o simples fato de estar na Constituição não basta para considerarmos esse ato normativo como uma espécie normativa primária. Ademais, regulamento é apenas regulamento, serve apenas para regulamentar leis previamente estabelecidas. Na ADI 4220 foi questionada a resolução do CNMP que regulamentava o controle externo da atividade policial. O STF negou seguimento a

6 essa ADI, pois de acordo com o então Ministro Eros Grau ADI não serve para análise de ato infralegal, ou seja, ato secundário, ato regulamentar. OBS: em maio de 2015 a ADPOL ajuizou a ADI 5315 em face da resolução 36 do CNMP, que regulamenta as interceptações telefônicas pelo MP, autorizando-o a utilizar e a armazenar dados da interceptação independente da polícia. Controle da legalidade do ato administrativo (art. 130-A, 2º, II, CRFB/88) praticamente todos os atos de gestão que o MP faz são atos administrativos e, como tais, são submetidos ao controle de legalidade. Ex: criação de cargos comissionados pelo PGJ; convênio criado entre a Procuradoria e a AMPERJ sobre a contratação de cursos de pós-graduação; pedido de providências feito por um promotor que se sentiu prejudicado, uma vez que supostamente não foram observados os critérios de antiguidade e merecimento. Determinado Procurador de Justiça foi condenado sem trânsito em julgado pelo crime de falsidade documental. O PGJ resolveu dar início a todo procedimento que no final levaria à sua demissão. Porém, para tal era preciso a autorização do órgão especial, que decidiu não fazer nada, uma vez que não havia ainda decisão transitado em julgado. A questão foi parar no CNMP, uma vez que a decisão do órgão se abstendo seria ilegal. O Conselho entendeu que órgão deveria decidir, o que fez com que o órgão entrasse com mandado de segurança contra essa decisão dos conselheiros. O STF deu razão ao Conselho entendendo que o órgão especial tinha que decidir. Poder disciplinar do CNMP (art. 130, 2º, III e IV) a Constituição atribuiu genericamente poder correcional aos Conselhos, sem prejuízo das Corregedorias locais. A partir daí, surgiu a dúvida a respeito dessa atribuição ser concorrente ou então se a atribuição desses Conselhos seria apenas subsidiária, o que é defendido pelo Emerson, mesmo porque o CNMP está em Brasília. Dois juízes e um promotor de Mato Grosso estavam sendo investigados, sendo que os magistrados foram aposentados compulsoriamente pelo CNJ. Na ocasião, os juízes impetraram mandado de segurança e o STF concedeu liminar, uma vez que a nível estadual não houve a instauração de qualquer procedimento. Porém, na ADI 4638 o

7 STF entendeu por 6 x 5 que esse poder disciplinar do CNJ é concorrente com as Corregedorias locais. Desta forma, a última decisão do STF sobre o assunto é contrária a posição do Emerson Garcia. Apesar de a Constituição dar ao CNMP poder correcional em relação a servidores, nos MPs estaduais eles são submetidos à Secretaria Geral e não à Corregedoria, que atua apenas em relação a membros do Ministério Público.