Alterações orçamentárias incluídas nas Emendas Constitucionais nº 86 e 85/2015

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Transcrição:

Alterações orçamentárias incluídas nas Emendas Constitucionais nº 86 e 85/2015 Prezado estudante, concursando! Desejo-lhe sucesso e sorte na conquista de seus objetivos e o pleno alcance de suas metas. Vou repetir parte de um texto que escrevi em uma de minhas notas de aula em 2005! Às vezes vejo e ouço muitas pessoas, nas rodas de amigos, que falam: agora eu vou estudar pra valer, nesse concurso eu vou passar, agora será minha vez. Entretanto, fazem igual fogo em palha, acende e apaga rapidamente, após a primeira ou segunda derrota, desistem. Geralmente esses candidatos estudam muito pouco, pegam alguns livros ou apostilas, dão uma olhada aqui, outra ali, fazem alguns exercícios fáceis, estudam deitados, televisão ligada, ouvindo música, etc. Esse tipo de procedimento é completamente inadequado para quem irá encontrar concorrentes verdadeiramente compromissados com os estudos e queimando mais de seis horas por dia. Agindo dessa forma estarão jogando tempo e dinheiro fora. Vamos parar agora com essa atitude? Para passar num bom concurso público precisa ser decidido e não enganar a si mesmo. Pergunte a si mesmo(a): o atual emprego está bom? Estou sendo bem remunerado? Valorizado profissionalmente? Estou fazendo o que eu realmente gosto? Tudo isso são perguntas a serem feitas antes de se tomar uma decisão. O raciocínio é muito simples e fácil! Pense!! Vou enfiar a cara nos livros por uns 10/12 meses e depois, se for aprovado é só tirar o atraso, aí sim, com mais grana no bolso as coisas melhoram. O que não se admite é estar exercendo cargo ou emprego insatisfeito, reclamando diariamente e nada fazendo para mudar essa situação. Passar 30 ou 35 anos reclamando! Até se aposentar? Assim não dá! Vamos lá? É hora de virar esse jogo, nada está perdido! Existe sempre um bom motivo para estudar: ser aprovado no concurso escolhido, então, estude com a melhor boa vontade possível, não desperdice a oportunidade de aprender. Só se executa bem uma atividade quando há interesse por ela. Conquistar um bom emprego ou cargo público com seus próprios méritos, concorrendo em igualdade de condições com os demais candidatos, respeitando a liberdade e o direito dos seus colegas de luta é o meio mais difícil, porém o mais democrático e empolgante de se conquistar uma vitória.

Seus sonhos podem se tornar realidade, tudo depende de seu esforço, motivação, dedicação, planejamento, organização e persistência. Estude com afinco e com vontade de vencer sempre. Você estará preparado, dominando um assunto por completo quando estiver em condições de ministrar aula sobre o tema Pense nisso! Neste artigo disserto sobre as alterações orçamentárias incluídas nas Emendas Constitucionais nº 86 e 85/2015. Reflexão! Algumas vezes coisas ruins acontecem em nossas vidas para nos colocar na direção das melhores coisas que poderíamos viver. Bons estudos! Vamos ao nosso estudo! Sabemos que o sistema orçamentário brasileiro é autorizativo, ou seja, as despesas são meramente autorizativas, na prática, exceto quanto aos limites de despesas constitucionais e legais (saúde, educação, etc.), grande parte das despesas fixadas na LOA, para diversas ações, não seriam obrigatórias. Há tempos a sociedade e os parlamentares discutem sobre a necessidade de que o orçamento no Brasil seja IMPOSITIVO, a fim de evitar contingenciamentos, cortes, sem critérios técnicos e sem limites impostos ao chefe do Poder Executivo. Diante dessa realidade o Congresso Nacional aprovou a EC nº 86/15, que, na prática, limita a discricionariedade do Executivo na manipulação do orçamento, basicamente quanto às despesas destinadas às emendas parlamentares. É importante esclarecer que na apreciação do projeto de lei da LOA poderão existir emendas individuais dos parlamentares e coletivas (bancadas estaduais). Exemplo: bancada federal do Estado de Goiás (deputados federais e Senadores de Goiás). Assim, no 9º, do art. 166 estabeleceu que as emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida (RCL) prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo

que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde. O que significa isso? Significa que as emendas individuais dos parlamentares ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% da RCL, sendo que, desse total, 50% serão destinados a ações e serviços públicos de saúde. O 9º, do art. 165 acrescentou o inciso III. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos. III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto no 11 do art. 166. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) Equitativo, significa algo justo, equivalente. O 11, do art. 166, referido o Inciso III, fala sobre a execução orçamentária e financeira obrigatória das emendas individuais dos parlamentares, de forma equitativa. Cabe a Lei Complementar (atual Lei 4.320/64), estabelecer os critérios equitativos. Portanto, o 11, do art. 166 da CF/88, acrescentado pela EC nº 86/15, criou o orçamento impositivo às emendas dos parlamentares, ao estabelecer: 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no 9º do art. 165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) A EC nº 86/15 estabeleceu ressalva a execução orçamentária obrigatória das emendas parlamentares, nos casos de impedimentos de ordem técnica.

O que são impedimentos de ordem técnica? Segundo a cartilha do orçamento impositivo da Secretaria de Orçamento Federal - SOF, impedimentos de ordem técnica são elementos que obstem o curso regular da realização da despesa referente à emenda individual de execução obrigatória. Exemplos: Não indicação do beneficiário e respectivo valor da emenda no prazo estabelecido; Não apresentação do plano de trabalho no prazo; Incompatibilidade do objeto indicado com a finalidade da ação orçamentária; Não aprovação do Plano de Trabalho, etc. Importante regra inserida no 13, da EC 86/15. Estabelece que quando houver transferência obrigatória da União, para a execução orçamentária de emenda parlamentar, e esta for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169 da CF/88 e da LRF. Portanto, essa regra estabelece que no caso de transferência obrigatória da União para emendas parlamentares destinadas a estados, Distrito Federal e municípios, independe de inadimplência do Ente Federado destinatário, bem como a receita não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal. O 14 da referida EC 86 estabeleceu que no caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a programação, serão adotadas as seguintes medidas: I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder Legislativo as justificativas do impedimento; II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder Executivo o remanejamento da

programação cujo impedimento seja insuperável; III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável; IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso III, o Congresso Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do Poder Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária. É importante salientar que os Poderes Legislativo e Judiciário, bem como o Ministério Público e a Defensoria Pública da União, detém autonomia orçamentária constitucional. Ainda, a EC 86 reza no parágrafo 15 que após expirados os prazos previstos no 14 (acima), as programações orçamentárias não mais serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos justificados. Outra regra inserida no 16, é que os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira obrigatória das emendas parlamentares, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior. O 17 estabelece que se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, destinada a emendas parlamentares poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias. Portanto, deverá reduzir a execução de despesas de emendas parlamentares na mesma proporção, no caso de não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias. Por último, o 18 estabelece que considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria. Em tese, essa regra impõe tratamento igualitário e impessoal na liberação de créditos orçamentários para as emendas parlamentares. Emenda Constitucional nº 85/2015

Em regra, a CF/88 veda a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa. Essa regra significa que, uma vez aprovado o orçamento pelo Congresso Nacional, só este pode alterá-lo, pois cabe ao Legislativo aprovar e, se for o caso, alterar as leis orçamentárias através de proposta do Chefe do Executivo ou quando a matéria for da competência de outro Poder, por proposta deste. Porém, a EC nº 85/2015 alterou essa regra da seguinte forma: 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) Com essa alteração, atualmente poderá haver remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra, desde que sejam destinadas as atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções. Quem pode realizar essas alterações orçamentárias e de que forma? Conforme a EC 85/15, tais alteração serão realizadas por ato do Chefe do Poder Executivo, ou seja, por Decreto do Executivo, sem necessidade de autorização do Legislativo.