Mapa da Violência 2012: Os Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil. Consolidação dos Dados da Violência Homicida por Unidade Federada

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Transcrição:

Mapa da Violência 2012: Os Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil Consolidação dos Dados da Violência Homicida por Unidade Federada Julgamos que seria de grande utilidade consolidar as informações disponíveis para cada Unidade Federada. Como já indicamos na introdução, não se pretende aqui realizar um diagnóstico da situação e evolução dos homicídios em cada local. Procura-se elencar um conjunto de informações que possibilitem a elaboração desse diagnóstico, seja por parte das autoridades, seja pela sociedade civil, ou de forma conjunta. Com essa finalidade são detalhados dados dos 30 anos disponíveis 1980/2010 ou, para maior aprofundamento, da última década -2000/2010 mediante tabelas, gráficos e mapas georeferenciados. Um último esclarecimento referente aos cortes utilizados nos mapas: 0,0: Municípios sem registro de homicídio no ano de referência. 0,0-10,0: Municípios que registram homicídios, mas por embaixo do nível epidêmico. 10,0-26,0: Municípios acima do nível epidêmico, mas ainda embaixo da média nacional. 26,0 e +: Municípios acima da média nacional.

Mapa da Violência 2012: Os Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil Pernambuco Na virada do século, Pernambuco era o estado que apresentava o maior nível de violência do país. Sua taxa de 54 homicídios em 100 mil habitantes duplicava o índice nacional. Para o ano 2010 essa taxa cai para 38,8, o que representa uma queda de 28,2%, localizando-se agora no quarto lugar entre as 27 UF. Em sua evolução histórica, desde 1980, podemos reconhecer quatro grandes etapas. Nas duas primeiras, que vão até o ano 2001, as taxas de homicídios são crescentes, e o motor desse crescimento pode ser encontrado na elevação das taxas nas regiões metropolitanas (RM) 1 do estado, que se distanciam do interior. As duas últimas etapas, a partir de 2001, vão marcar o declínio nas taxas, com início lento e acelerando a partir de 2007, onde as quedas concentram-se também nas RM, cujas taxas vão se reaproximando das do interior. Diversas situações do Estado vão resultar nesses quatro períodos: Primeiro período: 1980/1994. As taxas do estado, sempre acima das nacionais, crescem de forma moderada, com um ritmo de 4,7% ao ano, com maior intensidade no interior. O estado acompanha de perto o crescimento nacional, onde já aparece entre os cinco mais violentos do país. Segundo período: 1994/2001. Acelerado crescimento das taxas (7,7% aa.), centrado nas RM (9,1% aa.) crescendo com uma intensidade bem acima da média nacional (3,9% aa.). Esse íngreme crescimento leva o Estado a ocupar o primeiro lugar no mapa nacional em 1998, situação que perdura até 2001. Em contra partida, também o interior continua crescendo de forma regular, mas com um ritmo bem menor que as RM. Com isso, as diferenças entre ambas as áreas tende a aumentar: as taxas das RM mais que duplicam às do interior. Terceiro período: 2001/2007. Estagna a espiral de violência e as taxas do estado, vagarosamente, começam a declinar (-1,7% aa.), acompanhando o ritmo nacional (-1,6%). As RM apresentam uma taxa de queda levemente maior (-2,8% ao ano) que as do interior, que praticamente estagna (0,8% ao ano.). Quarto período: 2007/2010*. Quedas aceleradas nas taxas de homicídio do estado (-9,9% aa.) puxadas pelas RM (-11,2% aa.), mas com significativas quedas, ainda que em menor grau, no interior (-7,3%). Num período que os índices nacionais aumentam muito devagar (1,3% aa.) o estado cai para o 4º lugar entre as 27 UF. As taxas do interior vão ficando mais próximas às da RM. 1. Além dos 14 municípios que integram a RM de Recife, aqui também são incluídos os dados do município de Petrolina, integrante do RIDE do Polo Petrolina/Juazeiro. 171

Tabela PE1. Taxas de Homicídio por Área. Pernambuco 1980/2010* Pernambuco Pernambuco Ano Brasil UF Capital +RM Interior Ano Brasil UF Capital +RM Interior 1980 11,7 18,2 25,1 12,8 1996 24,8 40,7 52,5 29,6 1981 12,6 22,6 29,1 17,5 1997 25,4 49,7 66,9 33,1 1982 12,6 23,9 28,3 20,4 1998 25,9 58,9 80,9 37,3 1983 13,8 25,7 32,6 20,1 1999 26,2 55,4 75,4 35,6 1984 15,3 28,7 36,8 21,9 2000 26,7 54,0 71,4 35,5 1985 15,0 30,4 40,1 22,3 2001 27,8 58,7 81,3 34,3 1986 15,3 30,7 40,0 22,7 2002 28,5 54,8 70,7 39,1 1987 16,9 32,4 42,4 23,9 2003 28,9 55,3 74,1 34,9 1988 16,8 32,7 41,6 25,0 2004 27,0 50,7 70,5 29,2 1989 20,3 36,6 48,2 26,4 2005 25,8 51,2 69,8 30,7 1990 22,2 39,1 52,5 27,1 2006 26,3 52,7 70,3 33,1 1991 20,8 38,7 50,4 28,2 2007 25,2 53,1 68,7 36,1 1992 19,1 35,3 45,7 25,9 2008 26,4 50,7 64,7 35,6 1993 20,2 37,6 47,7 28,5 2009 27,0 45,1 56,0 33,8 1994 21,2 34,9 44,1 26,5 2010* 26,2 38,8 48,0 28,8 1995 23,8 36,4 48,2 25,7 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares 90 80 Gráfico PE1. Taxas de Homicídio por Área. Pernambuco 1980/2010* 81,3 Taxas de Homicídio (em 100 mil) 68,7 70 60 58,7 53,1 50 48,0 44,1 40 38,8 34,3 34,9 36,1 25,1 28,8 30 26,5 25,2 20 27,8 26,2 18,2 21,2 12,8 10 11,7 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010* Brasil UF C + RM Interior Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 172

Mapa da Violência 2012: Os Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil Área Tabela PE2. Crescimento % total e ao ano por período e área. Pernambuco. 1980/2010* 1980-1994 1994/2001 2001-2007 2007-2010* % total % ao ano % total % ao ano % total % ao ano % total % ao ano Brasil 81,5 4,3 31,1 3,9-9,4-1,6 3,9 1,3 UF 91,2 4,7 68,3 7,7-9,5-1,7-26,9-9,9 Capital+RM 75,6 4,1 84,3 9,1-15,4-2,8-30,1-11,2 Interior 106,3 5,3 29,6 3,8 5,2 0,8-20,3-7,3 Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Os mapas a seguir e a tabela PE3 permitem verificar outros indicadores dessa disseminação da violência no estado. Na última década, podemos ver que: Cai a participação relativa dos grandes centros urbanos: nas seis cidades do estado com mais de 200 mil habitantes, as taxas passam de 89,6 em 2000 para 48,7 em 2010, um declínio de 45,6%. Pela coluna % Taxas da tabela PE3, pode-se verificar que, em geral, quanto maior o tamanho do município, maiores foram as quedas nos homicídios registrados na década. Nos dois municípios do estado com mais de 500 mil habitantes: Recife e Jaboatão dos Guararapes, as quedas foram significativas e semelhantes em ambos, em torno de 40%. A intensidade das quedas vai diminuindo até os 65 municípios de menor porte, entre 5 e 20 mil habitantes, onde as taxas em realidade cresceram. Mapa PE1. Pernambuco: 2000 taxa 2000 0,0 0,0 -- 10,0 10,0 -- 26,0 26,0 -- + Fonte: SIM/SVS/MS 173

Mapa PE2. Pernambuco: 2010* taxa 2010* 0,0 0,0 -- 10,0 10,0 -- 26,0 26,0 -- + Fonte: SIM/SVS/MS *2010: Dados Preliminares Inclusive nos 3 municípios com menos de 5 mil habitantes, que no ano 2000 não registraram nenhum homicídio, em 2010 já evidenciam a existência de mortes por agressão intencional. Vemos assim que, se no conjunto do estado os homicídios caíram 28,2%, as quedas não se espalharam uniformemente no conjunto dos municípios. Seria de esperar que com as quedas, deveria aumentar o número de municípios sem registro de homicídios, mas pelo contrário, o número de municípios livres do flagelo diminuiu. Em 2000, Pernambuco registrou 19 municípios sem homicídios, já em 2010 esse número caiu para 12. Recife, que em 2000 era a cidade mais violenta do estado, com uma taxa de 97,5 homicídios em 100 mil habitantes, em 2010 passa para a 12º posição no estado, com uma taxa de 57,9. Essas mudanças também podem ser observadas nos mapas. No ano 2000 várias áreas concentravam a violência extrema do estado. Eram os polos dinâmicos centrados em torno de determinadas atividades: a agricultura irrigada do polo Petrolina, o polo das confecções do eixo Santa Cruz do Capibaribe/Caruaru, o denominado polígono da maconha, a RM de Recife, a região da mata sul do Estado. Para 2010 o panorama fica muito mais difuso e os antigos polos perdem especificidade, com deslocamentos significativos, por exemplo, da região da mata sul para a mata norte do estado. Resumindo, Pernambuco forma parte do conjunto de estados onde o fenômeno da disseminação da violência atuou de forma clara, com marcadas quedas nos grandes centros urbanos e elevação dos níveis em áreas relativamente tranquilas na virada do século. 174

Mapa da Violência 2012: Os Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil Tabela PE3. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) por tamanho do município. Pernambuco: 2000-2010* Tamanho do município Homicídios 2000 Homicídios 2010* Δ % Taxas n. munin Taxas % n Taxas % cípios Até 5 mil habitantes 0 0,0 0,0 1 8,7 0,0 3 de 5 a -10 mil 17 15,1 0,4 18 15,6 0,5 3,5 15 de 10 a -20 mil 198 22,8 4,6 232 24,8 6,8 9,1 65 de 20 a -50 mil 586 33,2 13,7 574 29,6 16,8-10,9 67 de 50 a -100 mil 595 43,6 13,9 518 33,8 15,2-22,5 23 de 100 a -200 mil 376 54,5 8,8 379 47,7 11,1-12,4 6 de 200 a -500 mil 693 62,9 16,2 519 40,3 15,2-35,9 4 500 mil e mais. 1811 90,3 42,4 1171 53,7 34,3-40,6 2 Total 4276 54,0 100,0 3412 38,8 100,0-28,2 185 Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares Gráfico PE2. Taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) segundo tamanho do município. Pernambuco: 2000-2010* Taxas de Homicídio (em 100 mil) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 90,3 62,9 54,5 53,7 47,7 43,6 40,3 33,2 29,6 33,8 22,8 24,8 15,115,6 8,7 0,0 Até 5 5 a -10 10 a -20 20 a -50 50 a -100 100 a -200 200 a -500 500 e + Tamanho do município (1000 habitantes) 2000 2010* Fonte: SIM/SVS/MS. *2010: Dados Preliminares 175

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INSTITUTO SANGARI Rua Estela Borges Morato, 336 Vila Siqueira CEP 02722-000 São Paulo-SP Tel: 55 (11) 3474-7500 Fax: 55 (11) 3474-7699 www.institutosangari.org.br As tabelas contendo diversos dados de todos os 5.565 municípios brasileiros estão disponíveis, junto com a versão integral deste estudo, em www.mapadaviolencia.org.br