UTILIZAÇÃO DE MOTORES DE DIFERENTES TRATORES AGRICOLA COM BIOCOMBUSTIVEL

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Transcrição:

25 a 28 de Outubro de 2011 ISBN 978-85-8084-055-1 UTILIZAÇÃO DE MOTORES DE DIFERENTES TRATORES AGRICOLA COM BIOCOMBUSTIVEL André Luiz Biscaia Ribeiro da Silva 1, Raimundo Pinheiro Neto 2, Luiz Henrique Biscaia Ribeiro da Silva 3 RESUMO: O uso de biocombustíveis em motores diesel de tratores e colhedoras agrícolas, nas operações de preparo de solo e colheita, é uma boa opção de economia para o agricultor. Para bom desempenho da máquina é necessário uma boa regulagem. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi preparar e levantar dados de motor de trator agrícola em uso com biocombustível. No experimento realizado na Universidade Estadual de Maringá, utilizaram-se para os ensaios, três motores de tratores Massey Ferguson. Ensaios de fumaça e opacidade mostram que os tratores apresentaram problemas nas regulagens, e são essas regulagens que permitam ajuste dos motores dos tratores para operar conforme recomendado pelos fabricantes, assim como permitem o correto funcionamento e melhor acompanhamento da vida útil do motor, utilizando biocombustível em operações de preparo do solo, semeadura e colheita. PALAVRAS-CHAVE: Biocombustíveis, motor, regulagem. 1 INTRODUÇÃO O governo brasileiro incentiva a produção de biodiesel, através do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel PNPB, que tem como objetivo implementar de forma sustentável, técnica e econômica, a produção e uso do Biodiesel, com enfoque na inclusão social e no desenvolvimento regional. A crise energética mundial promove buscas incansáveis de alternativas energéticas, resultando na realização de inúmeras pesquisas com outras fontes de energia não dependentes do petróleo. O biocombustível, especificamente óleo vegetal, tem potencial de substituir o óleo diesel de origem fóssil, e o Brasil tem todas as condições de se tornar um grande produtor de óleo vegetal, pois tem um potencial incomparável para produção de biomassa para fins energéticos (BELING, 2006). O Estado do Paraná está implantando um programa para a utilização de biocombustíveis nos motores diesel dos tratores e colhedoras agrícolas, nas operações de desenvolvimento das culturas, desde o plantio à colheita. Para uma boa avaliação, é necessária uma boa regulagem de maquinas e implementos agrícolas e, segundo MIALHE (1994), para que essa regulagem aconteça, é necessário que seja feita a manutenção correta dos mesmos. Em muitas regiões do Brasil tratores, máquinas e 1 Acadêmico do Curso de Agronomia da Universidade Estadual de Maringá UEM- Maringá Paraná. Programa de Iniciação Cientifica PIC/UEM. dehbiscaia@gmail.com 2 Orientador, Professor Doutor do Curso de Agronomia da Universidade Estadual de Maringá UEM. rpneto@uem.br 3 Acadêmico do Curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário de Maringá Cesumar Maringá Paraná.

implementos agrícolas são usados para dar suporte aos diferentes sistemas de produção e para auxiliar os fabricantes e agricultores na solução de problemas, há necessidade de verificar o desempenho desses equipamentos. Os biocombustíveis podem ser utilizados nos motores de tratores sem alteração do motor, pois assemelham se nas propriedades às do diesel mineral, podendo substituí-lo sem exigir alterações no motor ou outro tipo de adaptação, alem de reduzir a emissão de poluentes para a atmosfera (SANTOS et al., 2004). Ensaios realizados com mistura de biodiesel ao diesel comprovam o potencial dessa alternativa, sendo sugerida a proporção de ate 20% (OLIVEIRA e COSTA, 2002). A necessidade de usar combustível renovável em motor de ignição por compressão, cuja primeira tentativa de uso foi com óleo vegetal derivado de amendoim torna-se cada vez mais necessário. Diante do exposto, este trabalho teve como o objetivo de avaliar o uso de biocombustivel (20% de óleo vegetal + 80% diesel) além de regular o motor de trator agrícola para o uso do mesmo. 2 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado na FEI Fazenda Experimental Iguatemi, numa altitude média de 590m (Maringá-PR) e no CAU Campus de Umuarama (Umuarama- PR), numa altitude média de 430m, da UEM Universidade Estadual de Maringá. Utilizou-se para os ensaios três tratores, onde: T1 Trator Massey Ferguson MF292, ano 2002, com 2.186 horas (FEI); T2 Trator Massey Ferguson MF275, ano 2002, com 2.994 horas (FEI) e T3 Trator Massey Ferguson MF292, ano 2001, com 1.314 horas (CAU). A preparação das máquinas para o ensaio envolveu: a) Retirada dos injetores e verificação das pressões de compressão dos cilindros do motor; b) Verificação das folgas das válvulas; c) Verificação das pressões de abertura, vedação e avaliação dos jatos de injeção; d) Retirada da bomba injetora e verificação dos débitos e velocidades governadas; e) Calibração das varetas indicadoras do nível de óleo do cárter; e f) Verificação do funcionamento dos instrumentos de painel das máquinas e substituição do filtros de ar, óleo e combustível. Após todas estas verificações foram realizadas ensaios de fumaça com diesel antes e depois das regulagens. O ensaio com fumaça foi realizado com o motor aquecido, válvula termostática aberta e óleo lubrificante com temperatura acima de 70ºC, com equipamento BOSCH. As medições de fumaça Bosch foram efetuadas com os equipamentos Bomba Dosadora Fumaça Diesel EDT 020.00 e Unidade Leitora ETD 020.50 da BOSCH, sendo retiradas quatro amostras na condição de marcha lenta (referência) e quatro amostras durante acelerações repetidas antes e após regulagens. Os ensaios de opacidade foram efetuados com opacímetro WAGER 650CP, utilizando a metodologia recomendada pela NBR 13037, retirando-se e utilizando cinco amostras na condição de marcha lenta (referência) e cinco amostras durante acelerações repetidas antes e após regulagens. O delineamento foi em blocos ao acaso em esquema fatorial 2x2x3. Utilizou-se teste F e Scott-Knott em nível de 5% de probabilidade no programa Sisvar 4,6. Após 250 horas de trabalho destas verificações realizou se os ensaios de consumo de diesel (100%) e diesel (80%) + óleo vegetal (20%). Para realizar o ensaio foi utilizado o conjunto trator MF 275 + grade nivelador com carga de três aberturas (ângulo de corte): Carga a Abertura leve AL, Carga a Abertura média (AM) e Carga a Abertura total (AT) em solo sob preparo convencional e trator parado com motor funcionando sem carga (SC). A rotação sem carga e a trabalho foi de 1900 rpm e velocidade média de 6 Km h-1. O consumo horário foi verificado por uma proveta graduada e um fluxometro Flowmate OVAL M III LSF 45L0-M2 acoplados a um datalogger CR23X. Os dados de consumo horário foram expressos em L h-1. O delineamento foi em blocos ao acaso em esquema fatorial 2x2x3, utilizando se de 4 repetições.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os bicos injetores mostraram funcionamento normal, com exceção para pressões de injeção, sendo corrigidos para 235 bares (T1 Trator MF 292 e T3 Trator MF292) e 260 bares (T2 Trator MF 275) de acordo com as recomendações da DELPHI. As bombas injetoras também foram verificadas e reguladas de acordo com as recomendações da DELPHI. Na tabela 1 e 2, pode se observar os resultados de ensaio de fumaça e opacidade, obtidos para os motores dos tratores MF 292 e MF 275. No ensaio de fumaça e opacidade verificou-se que o trator T1- MF292 apresentou rotação em marcha lenta de 800rpm e 750rpm e máxima de 2200rpm e 2200rpm nas condições de sem regulagem e com regulagem, respectivamente, nos sistemas de bico injetor, válvulas e bomba injetora. O trator T2-MF275, apresentou rotação em marcha lenta de 850rpm e 750rpm e máxima de 2350rpm nas condições de sem regulagem e com regulagem, nos sistemas de bico injetor, válvulas e bomba injetora. E o trator T3-MF292 apresentou rotação em marcha lenta de 850rpm e 750rpm e máxima de 2350rpm tanto nas condições de sem regulagem como nas com regulagem, no sistema de bico injetor válvulas, e bomba injetora. Verifica-se também, que tanto para fumaça quanto para opacidade ambos os tratores apresentaram problemas de regulagem. O trator MF292 (FEI) estava com excesso de fumaça, pois a bomba de transferência encontrava-se avariada (cilindros e palhetas) e foi substituída, para que as regulagens especificadas pela DELPHI fossem restabelecidas, com isto, a bomba injetora passou a operar dentro das especificações. O trator MF 275 (FEI), não se observou fumaça, pois tinha problema com o débito e velocidade de corte que estavam com valores fora das especificações da DELPHI. O trator MF292 (CAU) também estava emitindo muita fumaça, o qual foi corrigido de acordo com a prescrição da DELPHI. Pela Tabela 1 e 2, verifica-se que os três tratores diferiram em valores médios de fumaça e opacidade. Os maiores valores médios foram obtidos para as acelerações, comportamento esperado, em virtude de maior quantidade exigida de combustível. Nos ensaios de fumaça, os tratores T1 e T3 apresentaram maiores valores de teor de fumaça antes das regulagens em marcha lenta, o mesmo não ocorrendo com o trator T2-MF275. Em relação às regulagens, o trator T1 apresentou mar valor médio de fumaça na condição SR e o trator T2 apresentou maior valor médio para condição de CR. Tabela 1. Valores dos ensaios de Fumaça (UB - Unidade Bosch). Fumaça (UB - Unidade Bosch) T1 - Trator MF 292* SR 0,40 Bb 7,10 Aa 4,50 A CR 1,90 Ab 6,38 Ba 3,39 B Média 1,15 b 6,74 a T2 - Trator MF 275* SR 0,10 Ab 1,53 Ba 0,81 B CR 0,10 Ab 2,50 Aa 1,30 A Média 0,10 b 2,01 a T3 - Trator MF 292* SR 1,10 Ab 6,18 Aa 3,64 A CR 0,50 Bb 6,33 Aa 3,41 A Média 0,80 b 6,25 a

Tabela 2. Valores dos ensaios de opacidade (m -1 ) Média 0,87 b 13,63 a SR - Condição de sem regulagem dos bicos injetores, bomba injetora, válvulas e pressão nos cilindro; CR - Condição de com regulagem dos bicos injetores, bomba injetora, válvulas e pressão nos cilindros. *Motores e diesel 4 cilindros; T1 e T3 - tratores 4x2 TDA de 105 cv (2200 rpm); T2 - trator 4x2 de 75 cv (2200rpm) Para os ensaios de opacidade, os tratores T2 e T3 diferiram estatisticamente em relação aos valores médios nas condições de regulagens e aceleração do motor. Os maiores valores médios de opacidade para os tratores T2 e T3 foram observados na condição de aceleração do motor foram para CR. 4 CONCLUSÃO Os motores dos tratores ensaiados estavam não estavam de acordo com as especificações de funcionamento indicada pelo fabricante, apesar das poucas horas de operação. Indicanto assim a necessidade de realizar periodicamente as manutenções corretas das máquinas e treinamento dos operadores. As regulagens permitiram ajustar os motores dos tratores para operar em situações recomendadas pelos fabricantes. As regulagens permitem o correto funcionamento e melhor acompanhamento da vida útil do motor utilizando biocombustível em operações de preparo do solo, semeadura e colheita. REFERÊNCIAS Opacidade (m-¹) T1 - Trator MF 292* SR 0,68 Ab 8,21 Aa 4,45 A CR 0,17 Ab 6,99 Aa 3,58 A Média 0,43 b 7,60 a T2 - Trator MF 275* SR 0,00 Bb 0,00 Ba 0,00 B CR 0,43 Ab 0,87 Aa 0,65 A Média 0,21 b 0,44 a T3 - Trator MF 292* SR 1,40 Bb 11,30 Ba 6,35 B CR 0,34 Ab 15,96 Aa 8,15 A BELING, R. R. Anuário Brasileiro da Agroenergia. Ed. Gazeta Santa Cruz. Santa Cruz do Sul, 2006. 136p. MIALHE, L. G. Máquinas agrícolas: ensaios & certificação. Piracicaba: Fundaçao de estudos agrários Luiz de Queiros, 1996. P. 551-70. Norma Brasileira NBR 13037 - Gás de escapamento emitido por motor em aceleração livre. Métodos de 13 pontos, 1999.

OLIVEIRA, L.B.; COSTA, A.O. Biodiesel: uma experiência de desenvolvimento sustentável. In Anais do Congresso Brasileiro de Energia, Rio de Janeiro, 2002, v.1, o. 445-53. SANTOS, R. F. E.; SANTOS, A. M.; MARTINS, K. C. R.; SILVA, J. A. Análise de detonação, torque e potencia em um motor de ignição por compressão turboalimentado por um sistema de ternário de combustíveis diesel, biodiesel e etanol. In: CONGRESSO NACIONAL DE ENGENHARIA MECÂNICA, 3., 2004, Belém. Anais... Belém: Associacao Brasileira de Engenharia Mecânica, 2004. 1 CD-Rom.