COMPARAÇÃO DE TRÊS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO PERCENTUAL DE PATINAGEM DE TRATORES AGRÍCOLAS
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- Alexandra Laranjeira Fartaria
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1 COMPARAÇÃO DE TRÊS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO PERCENTUAL DE PATINAGEM DE TRATORES AGRÍCOLAS Autor(es): Apresentador: Orientador: Revisor 1: Revisor 2: Instituição: LOUZADA, Renata Salvador; GONÇALVES, Rafael da Silva; FISS, Guilherme; LISBÔA, Heitor; SIGNORINI, Chaiane Borges; LOY, Flávia Saraiva; FERREIRA, Otoniel Geter Lauz Heitor Lisbôa Otoniel Geter Lauz Ferreira Ângelo Vieira dos Reis Carlos Antonio da Costa Tillmann Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel COMPARAÇÃO DE TRÊS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO PERCENTUAL DE PATINAGEM DE TRATORES AGRÍCOLAS LOUZADA, Renata Salvador¹; GONÇALVES, Rafael da Silva²; FISS, Guilherme³; LISBÔA, Heitor³; SIGNORINI, Chaiane Borges³; LOY, Flávia Saraiva³; FERREIRA, Otoniel Geter Lauz 4. ¹ Graduando em Agronomia, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Bolsista BIC/FAPERGS; ² Graduando em Agronomia, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Bolsista do Programa de Educação Tutorial FAEM/UFPel; ³ Graduando em Agronomia, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel - FAEM/UFPel 4 Professor substituto do DER/FAEM/UFPEL; otoniel@ufpel.tche.br 1. INTRODUÇÃO Para que a maioria das espécies cultivadas apresente bom desempenho produtivo, se faz necessário o correto preparo do solo, semeadura, tratos culturais e colheita, sendo que para a realização destas atividades, na maioria das vezes, são utilizadas máquinas agrícolas, como por exemplo, o trator e as colhedoras. Durante o preparo, semeadura e tratos culturais e, para algumas espécies, a colheita, o trator é a principal máquina utilizada para tracionar os implementos necessários para a realização destas atividades. Em relação às colhedoras pode-se dizer que em culturas anuais utilizam-se, principalmente, máquinas autopropelidas. Diversos são os fatores que afetam o desempenho dos tratores agrícolas, como por exemplo o tipo de solo, tipo de preparo (primário ou secundário), tipo de cultivo, que pode ser classificado em conservacionista, convencional e direto, implemento utilizado, patinagem, entre outros. Dentre os itens anteriormente citados, a patinagem é um dos fatores que mais afeta o desempenho de um trator. Segundo Schlosser et al. (1992) a patinagem excessiva das rodas motrizes, devida a falta de interação entre o rodado e o solo, é um fator de perda de velocidade, e é agravada pelo mau estado dos pneus.
2 De acordo com Miranda et al. (2000), que avaliou o desempenho operacional de um trator na subsolagem de um inceptisol, a utilização de pneus novos resultou em desempenho superior do trator em relação ao uso de pneus desgastados. Para os parâmetros estudados, sendo um deles a patinagem, a combinação entre pneus novos e rotação do motor de 1800 rpm promoveu uma redução de 26,9% na patinagem. Conforme o mesmo autor, a utilização de uma rotação de 1800 rpm combinada com o uso de pneus desgastados reduziu a patinagem em 19,2% quando comparado à rotação de 2000 rpm. Levien et al. (1999), avaliaram o desempenho de uma semeadora-adubadora de precisão em semeadura de milho (Zea mays L.) sobre diferentes formas de manejo do solo. Os autores constataram maior patinagem das rodas motrizes do trator na semeadura em solo arado e escarificado, comparado ao sistema plantio direto. Furlani et al. (2005), avaliando o desempenho de uma semeadora-adubadora de precisão trabalhando em três sistemas de preparo do solo, sendo eles: convencional, plantio direto e reduzido, observaram que os mesmos não influenciaram na patinagem média dos rodados do trator para a marcha M1 (3ª reduzida alta). No entanto, houve aumento significativo na patinagem no sistema reduzido para as marchas M2 (4ª reduzida baixa) e M3 (4ª reduzida alta). Segundo Lopes et al. (2005), a pressão de insuflagem é outro fator determinante para o desempenho dos tratores agrícolas. Em estudo realizado por esse autor, a pressão de insuflagem influenciou significativamente a velocidade de deslocamento, patinagem e potência na barra de tração, sem, no entanto, apresentar uma tendência de comportamento. A interação entre pressão de insuflagem e carga sobre os rodados mostrou que determinadas combinações desses dois fatores são mais favoráveis para o desenvolvimento de maior velocidade de deslocamento e menor patinagem. Devido a, já evidenciada, importância da patinagem no desempenho operacional dos tratores, se faz necessário sua correta determinação. Assim, o presente estudo teve por objetivo comparar três métodos de avaliação da patinagem de tratores agrícolas. 2. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado em janeiro de 2007 nos campos experimentais da Universidade Federal de Pelotas Campus Capão do Leão. O solo da região pertence ao grupo dos Planossolos, conforme o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (Embrapa, 1999). A área trabalhada apresentava cobertura vegetal nativa rasteira, típica da região. Para realização do trabalho utilizou-se como elemento de tração um trator FORD modelo 4600, de 47 kw de potência a 2100 rpm e peso total de 2482 kg sem lastro, em 1 marcha simples (trator 1). Como elemento tracionado, no lugar do implemento agrícola, utilizou-se um trator Valmet modelo 85 id, de 58 kw de potência a 2300 rpm e peso total de 2520 kg, em 1 marcha reduzida (trator 2). O delineamento experimental utilizado foi de blocos inteiramente casualizados com três repetições, sendo o único fator estudado a patinagem. Os dados foram avaliados estatisticamente através de análise de variância e comparação de médias pelo teste de Tukey (p=0,05), sendo estas realizadas com auxílio do programa SISVAR. Para análise estatística os dados de percentagens de patinagem foram
3 transformados para log x. Para a avaliação da patinagem foram utilizados três métodos, os quais estão descritos a seguir: Método 1: 1-Marcar com o giz o flanco de um dos pneus do trator de tração; 2-Com o trator em movimento numa área não trabalhada e com o implemento levantado (ou com o trator tracionado desacoplado), fincar uma baliza no local onde a marca de giz do pneu coincidir com o solo; 3-Fincar a segunda baliza quando forem completadas 10 voltas do 4-Medir a distância percorrida; 5-Operar o trator com o implemento no solo (ou acoplado ao trator tracionado) num local imediatamente ao lado das balizas, contando 10 voltas do 6-Medir a distância percorrida; 5-Fazer o cálculo do patinamento percentual através da fórmula: P (%) = d 0 d 1 x 100 d 0 Sendo: d 0 = distância percorrida pelas rodas sem carregamento d 1 = distância percorrida pelas rodas com carregamento Método 2: 1- Marcar com o giz o flanco de um dos pneus do trator de tração; 2-Com o trator em movimento numa área não trabalhada e com o implemento levantado (ou com o trator tracionado desacoplado), fincar uma baliza no local onde a marca de giz do pneu coincidir com o solo; 3-Fincar a segunda baliza quando forem completadas 10 voltas do 4-Operar o trator com o implemento no solo (ou acoplado ao trator tracionado) num local imediatamente ao lado das balizas, contando o número (n) de voltas que o pneu vai dar na distância demarcada (a última volta do pneu deve ser estimada em forma de fração de volta - 1/2, 1/4, 3/4, etc.); 5-Fazer o cálculo do patinamento percentual (P). P = n 10 x Sendo: P= patinamento no campo. n = número de voltas da roda com o implemento no solo. Método 3: 1-Medir uma distância de 100m; 2-Marcar com giz o flanco de um dos pneus do trator de tração na sua parte inferior no início da distância medida; 3-Percorrer os 100m na marcha e rotação a serem utilizadas no trabalho, porém agora com o implemento levantado (ou com o trator tracionado desacoplado);
4 4-Medir o tempo em segundos que se levou para percorrer esta distância; 5-Com o implemento em posição de trabalho (ou o trator tracionado acoplado) percorrer a distância marcada até se completar o tempo anteriormente medido; 6-Medir a distância que faltou para percorrer-se os 100m; 7-Esta medida é a percentagem de patinamento (P) do trator. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com a análise de variância e de comparação de médias, verificouse diferenças estatísticas significativas entre o método 2 e os métodos 1 e 3, que não diferiram entre si (Tabela1). Os métodos 1 e 3 apresentaram médias semelhantes, não diferindo estatisticamente, e por levarem em consideração a distância linear percorrida pelo trator provavelmente sejam mais precisos, sendo assim mais indicados para a avaliação de patinagem. A diferença observada entre o método 2 e os métodos 1 e 3 pode ser devido a uma superestimativa por parte do primeiro, fazendo com que se diferenciasse dos demais. A superestimativa do resultado do método 2 pode ser explicada pelo fato de que o mesmo leva em consideração o número de voltas dadas pela roda motriz estando esta tracionando ou não, ao invés de considerar a distância percorrida pelo trator. Com a utilização de um método que superestime o percentual de patinagem, diversas decisões podem ser tomadas sem que haja necessidade, como por exemplo a modificação da pressão de insuflagem dos pneus, alteração do lastreamento e até mesmo a troca de pneus, sendo que no último caso esta decisão acarretaria aumento do custo para o produtor. Tabela 1. Percentagem de patinagem dos três métodos avaliados. Método Patinagem (%) 2 201,667 a 3 75,433 b 1 66,803 b Média geral 114,634 CV (%) 19,05 ** *Médias seguidas por letras minúsculas distintas diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p 0,05). **Dados transformados para log x. 4. CONCLUSÕES O método 2 superestima o percentual de patinagem. Os métodos 1 e 3 são mais indicados para a verificação do percentual de patinagem. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EMBRAPA. Centro Nacional Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: EMBRAPA - SPI, p.
5 FURLANI, C. E. A.; LOPES, A.; SILVA, R. P. da. Avaliação de semeadoraadubadora de precisão trabalhando em três sistemas de preparo do solo. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.25, n.2, p , LEVIEN, R.; MARQUES, J. P.; BENEZ, S. H. Desempenho de uma semeadoraadubadora de precisão, em semeadura de milho (Zea Mays L.), sob diferentes formas de manejo do solo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 28., 1999, Pelotas. Anais... Pelotas: Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola, CD-ROM. LOPES, A.; LANÇAS, K. P.; SILVA, R. P. da; et al. Desempenho de um trator em função do tipo de pneu, da lastragem e da velocidade de trabalho. Ciência Rural, Santa Maria, v.35, n.2, p , MIRANDA, N. de O.; OLIVEIRA, M. de; NUNES, R. L. Desempenho operacional de trator com tração dianteira auxiliar na subsolagem de um inceptisol. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.4, n.1, p , SCHLOSSER, J. F.; PEREIRA, C. F.; SOUSA, F. E. G. et al. Equalização da patinagem provocada pela diferenciação de lastros no trabalho do trator em aração a duas velocidades. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 21., 1992, Santa Maria. Anais... Santa Maria: Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola/UFSM, p
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