Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade Física Adaptada e Saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira ESTIMULAÇÃO PRECOCE: UMA PROPOSTA DE ORIENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS DE 0 A 18 MESES Monique Maciel Soares de Lima Alyne Silva Severiano Janice Souza Marques RESUMO O desenvolvimento é um processo contínuo, que leva tempo e avança numa seqüência ordenada. Para aprimorar e intensificar o desenvolvimento motor de crianças a partir de seu nascimento, contamos com a estimulação precoce. A Escala de Motricidade Infantil de Alberta é uma medida de observação do desempenho motor do bebê que avalia o desenvolvimento seqüencial de marcos motores desde o nascimento até o andar independente. Com a finalidade de estudar a influência de um programa de estimulação precoce associado ao acompanhamento do desenvolvimento motor de crianças na faixa etária entre 0 e 18 meses, foram estudadas treze crianças nesta faixa etária, de ambos os sexos, por um período compreendido por 4 semanas consecutivas. O programa de estimulação precoce associado ao acompanhamento do desenvolvimento motor apresentou ótimos resultados. Em conclusão, foi evidenciado que as crianças que foram submetidas ao programa de estimulação precoce associado ao acompanhamento do desenvolvimento motor durante quatro semanas consecutivas obtiveram êxito em seu desenvolvimento como comprova os resultados. Palavras-Chave: Fisioterapia, estimulação precoce. ABSTRACT The development is a continuous process, that takes time and advances in a commanded sequence. To improve and to intensify the motor development of children from its birth, we count on the precocious stimulation that consists of a set of techniques and procedures of preventive character. Albert Infant Motor Scale is a measure of comment of the motor performance of the baby who evaluates the sequential motor landmark development since the birth until the independent walk.with a finality to study the influence of an associated program of precocious stimulation to the accompaniment of the motor development of children in the etária band between 0 and 18 months, had been studied thirteen children in this etária band, of both the
sexos, for a period understood per 4 weeks consecutive. The program of precocious stimulation associated the accompaniment of the motor development presented excellent resulted. In conclusion, it was evidenced that the children who had been submitted to the associated program of precocious stimulation to the accompaniment of the motor development during four weeks consecutive had gotten success in its development as she proves the results. This if must to the fact of that such children had been displayed to the stimulatons offered during a drawn out period more. Key-Words: Physicotherapy, precocious stimulation. INTRODUÇÃO Pesquisas realizadas vêm comprovando a importância da atuação na prevenção, detecção e atendimento precoce; as crianças atendidas em programas de intervenção precoce necessitam de menor assistência no futuro. Desta forma, o presente estudo visa buscar resultados na realização de um programa de estimulação precoce associado ao acompanhamento do desenvolvimento das crianças submetidas ao mesmo. Este trabalho também tem o interesse de subsidiar informações a cerca de estimulação precoce e o acompanhamento do desenvolvimento da criança para os profissionais da área de fisioterapia que tenham interesse em estudos neste assunto. Com base nos achados, o presente estudo tem como principal interesse, aplicar um projeto de estimulação precoce em crianças de 0 a 18 meses de idade e simultaneamente, acompanhar seu desenvolvimento motor com base nos princípios da Escala de Motricidade Infantil de Alberta (Albert Infant Motor Scale - AIMS). Tal escala propõe uma medida observacional do desenvolvimento motor de crianças, avaliando o desenvolvimento seqüencial de marcos motores desde o nascimento até a marcha independente. METODOLOGIA Este estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa de designe experimental pós-teste ( designe 6). É uma condição apropriada para todas as sentenças onde a verdadeira randomização é possível, (Campbell & Stanley, 1963). POPULAÇÃO: Todas as crianças de 0 a 18 meses que freqüentam as creches-berçário do bairro de Mãe Luiza no município de Natal. Este estudo apresenta-se de forma censitária, pois todos os componentes do universo foram pesquisados.
INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS: Foi utilizada a Escala de Motricidade Infantil de Alberta (AIMS), que nos forneceu dados relacionados à evolução semanal do desenvolvimento motor das crianças, com variação nas posturas prono, supino, sentado e de pé. Além desta, utilizamos de recursos fotográficos (observação direta) e filmográficos (observação indireta). PROCEDIMENTOS: As crianças que compõem a pesquisa foram selecionadas após visitas realizadas às seguintes instituições: Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Desporto (apêndice C); MEIOS (Movimento de Integração e Orientação Social) (apêndice D) e Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (apêndice E). Tais instituições forneceram listagens que constavam das creches-berçário que são cadastradas nesta capital. Dando início aos trabalhos propostos, foi entregue aos cuidadores, a cartilha explicativa a respeito do programa de estimulação precoce, passadas orientações e explicações, à cerca desta e de seus procedimentos. As orientações aos pais foram passadas pelos cuidadores previamente instruídos. Em um período de quatro semanas, foram aplicados pelos cuidadores das crianças os conceitos e procedimentos da cartilha explicativa e simultaneamente, à aplicação da cartilha realizamos uma avaliação observatória para acompanhar o desenvolvimento das crianças com base nos princípios da AIMS. RESULTADOS E DISCUSSÃO Participaram do estudo 13 crianças, das quais 2 foram afastadas devido à enfermidade, impossibilitando assim o acompanhamento do desenvolvimento motor; dentre as 11 que participaram efetivamente da pesquisa, 4 são do sexo masculino e 7 do sexo feminino. A média de idade do grupo foi de 13,8 meses, com variação de 10 a 16 meses.
Os participantes do estudo foram identificados com letras do alfabeto e distribuídos em grupos de acordo com o número de semanas que foram acompanhados; as crianças A, B e C foram acompanhadas durante 4 semanas consecutivas, as crianças D, E e F foram acompanhadas durante 3 semanas e as crianças G, H, I, J e L foram acompanhadas durante 2 semanas, dispostos dessa forma para facilitar a exposição dos dados e preservar as suas identidades reais. Os resultados obtidos a partir de dados colhidos através da AIMS e de um acompanhamento semanal, foram analisados por estatística simples e relacionados com os dados referidos pela literatura consultada. De acordo com a AIMS a subescala prono é composta por 21 itens, onde cada um deles refere-se a uma postura adotada pela criança respeitando os marcos motores para determinada idade, sendo a postura menos madura a de número 1 referente a idade de 0 meses, e a mais madura a de número 21 normalmente observada em crianças entre os 11 e 12 meses. A subescala supino é composta por 9 itens, devido ao fato de bebês maduros (com desenvolvimento perfeito) não costumarem permanecer na posição supino por longos períodos. O resultado é que os itens supino não são observados muitas vezes em crianças acima de 9 meses de idade, o que foi percebido nos resultados deste estudo. A subescala sentado contém 12 itens, onde o primeiro item, diferente das subescalas supracitadas, será observado apenas a partir do primeiro mês de vida, e o último deverá ser adotado até 11 meses. Por fim, a subescala de pé, composta por 16 itens, tem o seu marco inicial a antes do primeiro mês de vida e apresentando o décimo sexto item por volta do décimo quarto décimo quinto mês. Do grupo analisado composto por 11 crianças, 3 destas foram submetidas à 4 acompanhamentos, 3 a 3 acompanhamentos e 5 a apenas 2 acompanhamentos. A tabela 1 apresenta os valores obtidos pelas crianças que foram submetidas à 4 intervenções de estimulação precoce e observação do desenvolvimento motor. Tabela 1: Desenvolvimento das Crianças Acompanhadas por 4 Semanas Consecutivas Cça Ida Prono Supino Sentado De pé
Min. Máx. Min. Máx% Min. Máx% Min. Máx % % % % % % A 11 m 23 100 100 100 66,6 100 25 100 B 12 m 19 100 66,6 100 66,6 100 25 100 C 13 m 19 100 44,4 100 75 100 25 100 Fonte: Pesquisa direta. A criança A apresentou inicialmente para postura prono o item de número 5, equivalente a 23% e no decorrer das 4 semanas evoluiu satisfatoriamente para a idade chegando a alcançar o item de número 21 que compreende nesta subescala ao valor máximo de 100%. Para a subescala supino, a criança adotou apenas o item de número 9, equivalente a 100%, isto se deve ao fato de que crianças acima dos 9 meses não costumam permanecer nesta posição por longos períodos, segundo Herren e Herren (1989). Para a subescala sentado, a criança apresentou variação entre os itens 8 (66,6%) e 12 (100%). Já na subescala de pé, a criança adotou como postura inicial o item de número 4, equivalente a 25% e como postura mais madura adotou o item de número 16, equivalente a 100%. Neste caso, de acordo com a relação entre a idade da criança (11 meses) e a idade esperada para aquisição da postura 16 que de acordo com a escala deve ser alcançada aproximadamente entre os 14 e 15 meses,segundo Piper e Darrah([198-?]). A criança B apresentou inicialmente para postura prono o item de número 4, equivalente a 19% e no decorrer das 4 semanas evoluiu satisfatoriamente para a idade chegando a alcançar o item de número 21 que compreende nesta subescala ao valor máximo de 100%. Para a subescala supino, a criança adotou o item de número 6, equivalente a 66,6%, evoluindo para a aquisição do item de número 9 que corresponde a 100%. Para a subescala sentado, a criança apresentou variação entre os itens 8 (66,6%) e 12 (100%). Já na subescala de pé, a criança adotou como postura inicial o item de número 4, equivalente a 25% e como postura mais madura adotou o item de número 16, equivalente a 100%. Neste caso, de acordo com a relação entre a idade da criança (12 meses) e a idade esperada para aquisição da postura 16 que de acordo com a escala deve ser alcançada aproximadamente entre os 14 e 15 meses.
A criança C apresentou inicialmente para postura prono o item de número 4, equivalente a 19% e no decorrer das 4 semanas evoluiu satisfatoriamente para a idade chegando a alcançar o item de número 21 que compreende nesta subescala ao valor máximo de 100%. Para a subescala supino, adotou o item de número 4, equivalente a 44,4%, evoluindo para aquisição do item de número 9 que eqüivale a 100%; sendo esta a maior evolução para esta subescala entre os componentes deste grupo. Para a subescala sentado, a criança apresentou variação entre os itens 9 (75%) e 12 (100%). Já na subescala de pé, a criança adotou como postura inicial o item de número 4, equivalente a 25% e como postura mais madura adotou o item de número 16, equivalente a 100%. Neste caso, de acordo com a relação entre a idade da criança (13 meses) e a idade esperada para aquisição da postura 16 que de acordo com a escala deve ser alcançada aproximadamente entre os 14 e 15 meses. O desenvolvimento motor de crianças acompanhadas durante 4 semanas consecutivas apresentou resultado favorável, pois todas obtiveram 100% na escala AIMS, ou seja, realizaram as posturas máximas esperadas para a idade, indicando assim que o programa de estimulação realizado pelos pais e cuidadores mostrou-se eficaz em seu caráter preventivo e educativo ao gerar experiências e atividades em seu meio ambiente que desafiasse, exigissem e estimulassem para que o processo de desenvolvimento atingisse sua meta de acordo com a etapa de maturação que cada criança se encontrava. A tabela 2 demonstra os valores apresentados pelas 3 crianças que foram submetidas a 3 intervenções de estimulação precoce e observação. Tabela 2: Desenvolvimento das Crianças Acompanhadas por 3 Semanas Cça Id Prono Supino Sentado De pé Min. Máx. Min. Máx. Min. Máx. Min% Máx.% % % % % % % D 14 m 38 100 44,4 100 66,6 100 25 93 E 14 m 38 100 44,4 100 66,6 100 25 87,5 F 15 m 47,6 95 44,4 100 75 91 25 100 Fonte: Pesquisa direta.
No decorrer das 3 semanas em que foi possível realizar o programa de estimulação precoce e acompanhamento do desenvolvimento motor, a criança D apresentou inicialmente para postura prono o item de número 8, equivalente a 38% evoluindo satisfatoriamente a alcançar o item de número 21 que compreende nesta subescala ao valor máximo de 100%. Para a subescala supino, adotou o item de número 4, equivalente a 44,4%, evoluindo para aquisição do item de número 9 que eqüivale a 100%. Para a subescala sentado, a criança apresentou variação entre os itens 8 (66,6%) e 12 (100%). Já na subescala de pé, a criança adotou como postura inicial o item de número 4, equivalente a 25% e como postura mais madura adotou o item de número 15, equivalente a 93%. A criança E apresentou inicialmente para postura prono o item de número 8, equivalente a 38% evoluindo satisfatoriamente a alcançar o item de número 21 que compreende nesta subescala ao valor máximo de 100%. Para a subescala supino, adotou o item de número 4, equivalente a 44,4%, evoluindo para aquisição do item de número 9 que eqüivale a 100%. Para a subescala sentado, a criança apresentou variação entre os itens 8 (66,6%) e 12 (100%). Já na subescala de pé, a criança adotou como postura inicial o item de número 4, equivalente a 25% e como postura mais madura adotou o item de número 14, equivalente a 87,5%. A criança F apresentou inicialmente para postura prono o item de número 10, equivalente a 47,6% evoluindo satisfatoriamente a alcançar o item de número 20 que compreende nesta subescala ao valor máximo de 95%; demonstrando assim, um valor 5% abaixo daquele esperado pela AIMS de acordo com a AIMS. Para a subescala supino, adotou o item de número 4, equivalente a 44,4%, evoluindo para aquisição do item de número 9 que eqüivale a 100%. Para a subescala sentado, a criança apresentou variação entre os itens 9 (75%) e 11 (95%), demonstrando novamente um valor 9% abaixo do esperado para sua idade. Já na subescala de pé, a criança adotou como postura inicial o item de número 4, equivalente a 25% e como postura mais madura adotou o item de número 16, equivalente a 100%. De acordo com os dados supracitados, não é possível declarar que estas crianças apresentam algum tipo de atraso do desenvolvimento motor apenas pelo fato de que não alcançaram valores previstos para suas idades em certas postura; Isto se deve ao fato de que tais crianças foram acompanhadas e estimuladas por um menor período de tempo, impossibilitando assim, resultados precisos. Sabe-se que, apesar dos valores obtidos abaixo do determinado pela AIMS, as crianças apresentaram nos momentos em que foram avaliadas e estimuladas, desempenho satisfatório para o
desenvolvimento das atividades. O desenvolvimento motor de crianças acompanhadas durante 3 semanas apresentou resultado proveitoso, indicando assim que o programa de estimulação realizado pelos pais e cuidadores mostrou-se eficaz em seu caráter preventivo e educativo, mesmo com a privação de 1 semana de acompanhamento. A tabela 3 demonstra os valores apresentados pelas 5 crianças que foram submetidas a 2 intervenções de estimulação precoce e observação. Tabela 3: Desenvolvimento das Crianças Acompanhadas por 2 Semanas Cça Id Prono Supino Sentado De pé G 15 m H 12 m I 16 m J 10 m L 13 m Min. Máx. Min. Máx. Min. Máx. Min. Máx. 28,5 95 - - 66,6 100 81 100 28,5 95 66,6 100 33,3 100 12,5 68 19 95 66,6 100 75 91 25 100 52 57 100 100 66,6 91 25 75 - - 44,4 77 66,6 91 31 68 Fonte: Pesquisa direta. A criança G apresentou inicialmente para postura prono o item de número 6, equivalente a 28,5% e no decorrer das 2 semanas a evolução foi proveitosa para a idade chegando a alcançar o item de número 20 que compreende a 5% abaixo do total desta subescala, no entanto este é um resultado insatisfatório para a criança levando em consideração que esta aos 14 meses de idade adquiriu como postura mais madura aquela que deveria ser adotada aos 12 meses de vida. Para a subescala supino, a criança não adotou nenhuma postura, o que não demonstra necessariamente que esta criança apresente um atraso no desenvolvimento motor, isto devido ao curto período de tempo. Para a subescala sentado, a criança apresentou variação entre os itens 8 (66,6%) e 12 (100%). Já na subescala de pé, a criança adotou como postura inicial o item de número 13, equivalente a 81% e como postura mais madura adotou o item de número 16, equivalente a 100%.
A criança H apresentou inicialmente para postura prono o item de número 6, equivalente a 28,5% e no decorrer das 2 semanas a evolução foi proveitosa para a idade chegando a alcançar o item de número 20 que compreende a 5% abaixo do total desta subescala, no entanto este é um resultado satisfatório para a criança levando em conta que esta aos 12 meses de idade adquiriu como postura mais madura aquela que deveria ser adotada entre os 11 e 12 meses de vida. Para a subescala supino, a criança apresentou inicialmente o item de número 6, equivalente a 66,6%, alcançando ao final o item de número 9, que compreende 100% desta subescala. Para a subescala sentado, a criança apresentou variação entre os itens 4 (33,3%) e 12 (100%). Já na subescala de pé, a criança adotou como postura inicial o item de número 2, equivalente a 12,5% e como postura mais madura adotou o item de número 11, equivalente a 68%, neste caso a criança apresenta-se a 32% abaixo do total desta subescala, entretanto apresenta resultado proveitoso para a idade (12 meses), levando em consideração que a postura máxima desta subescala deveria ser adquirida entre os 12 e 13 meses. A criança I apresentou inicialmente para postura prono o item de número 4, equivalente a 19% e no decorrer das 2 semanas a evolução foi proveitosa para a idade chegando a alcançar o item de número 20, equivalente a 95%, que compreende a 5% abaixo do total desta subescala, demonstrando um resultado insatisfatório para a criança levando em consideração que esta aos 16 meses de idade adquiriu como postura mais madura aquela que deveria ser adotada aos 12 meses de vida. Para a subescala supino, a criança adotou inicialmente a postura do item de número 6 (66,6%), e no decorrer apresentou como postura mais madura o item de número 9, equivalente a 100%. Para a subescala sentado, a criança apresentou variação entre os itens 9 (75%) e 11 (91%), apresenta-se 9% abaixo do total, apresentando um resultado insatisfatório, já que apresentou a postura mais madura aos 16 meses, e esta deveria ser adotada entre 9 e 10 meses. Já na subescala de pé, a criança adotou como postura inicial o item de número 4, equivalente a 25% e como postura mais madura adotou o item de número 16, equivalente a 100%. A criança J apresentou inicialmente para postura prono o item de número 11, equivalente a 52% e no decorrer das 2 semanas alcançando o item de número 12 que compreende a 57% do total desta subescala, apresentando-se assim 43% abaixo do total desta subescala, entretanto este é um resultado satisfatório para a criança levando em consideração que esta aos 10 meses de vida adotou a postura referente a sua idade. Para a subescala supino, a criança adotou apenas o item de número 9, equivalente a 100%, isto se deve ao fato de que crianças acima dos 9 meses não
costumam permanecer nesta posição por longos períodos. Para a subescala sentado, a criança apresentou variação entre os itens 8 (66,6%) e alcançou o item de número 10, equivalente a 91%, no entanto a criança apresentou resultado proveitoso para a idade. Já na subescala de pé, a criança adotou como postura inicial o item de número 4, equivalente a 25% e como postura mais madura adotou o item de número 12, equivalente a 75%, entretanto a criança também apresenta nesta subescala um resultado satisfatório, tendo em vista que aos 12 meses adquiriu uma postura observada normalmente entre os 13 e 14 meses. A criança L não adotou nenhum item para a subescala prono, o que não demonstra necessariamente que esta criança apresente um atraso no desenvolvimento motor, isto devido ao curto período de tempo. Para a subescala supino ela iniciou com o item de número 4, que eqüivale a 44,4% do total e finalizou com a postura adotada no item de número 7, equivalente a 77%, o que representa 23% abaixo do total, levando em consideração que o máximo conseguido por esta criança normalmente é alcançado em crianças de 6 meses de vida, este resultado é insatisfatório. Para a subescala sentado, a criança apresentou variação entre os itens 8 (66,6%) e alcançou o item de número 10, equivalente a 91%, 9% abaixo do total, levando em conta que a postura mais madura adotada por esta criança normalmente é alcançada em crianças aos 12 meses, este resultado apresenta-se insatisfatório, tendo em vista a idade da criança (13 meses). Já na subescala de pé, a criança adotou como postura inicial o item de número 5, equivalente a 31% e como postura mais madura adotou o item de número 11, equivalente a 68%, entretanto a criança apresenta nesta subescala um resultado satisfatório, tendo em vista que aos 13 meses adquiriu uma postura observada normalmente entre os 12 e 13 meses. CONCLUSÕES: Com base nos resultados obtidos evidenciou-se que as crianças que foram submetidas ao programa de estimulação precoce associado ao acompanhamento do desenvolvimento motor durante quatro semanas consecutivas obtiveram êxito em seu desenvolvimento. Isto se deve ao fato de que tais crianças foram expostas aos estímulos oferecidos durante um período mais prolongado em relação àquelas que foram submetidas ao mesmo programa no período de três semanas obtendo resultados satisfatórios; aquelas crianças que foram acompanhadas durante o período de duas semanas, apresentaram resultados menos significativos. Com relação às crianças que foram avaliadas apenas uma semana, estas foram desprezadas devido o fato de que impossibilitaram o propósito do estudo.
Toda criança tem sua carga de experiência própria, é um ser especial, único e tem o direito de ser tratada como tal, ter total liberdade para explorar todo o universo que a cerca, seja ela normal ou portadora de alguma limitação. A implantação de um programa de estimulação precoce simultâneo ao acompanhamento do desenvolvimento de cada criança é de responsabilidade daqueles que formam o mundo atuante da promoção da saúde, e dos pais e/ou responsáveis que convivem no dia a dia da criança. Desta forma, cria-se condições para que a criança desenvolva integralmente suas habilidades motoras, pois estimular é oferecer à criança situações, pessoas e objetos que tenham significado, despertando assim, desejo de agir, ou reagir sobre os estímulos que lhe são oferecidos. Assim, a importância do meio ambiente em desafiar, exigir e estimular o intelecto da criança. Desse modo, torna-se compreensível a importância de um programa de estimulação precoce com avaliação contínua do desenvolvimento de cada criança, como forma de proporcionar à esta um desenvolvimento global por meio da potencialização de suas capacidades. REFERÊNCIAS CAMPBELL, D. E.; STANLEY, S. Experimental and Quasi-Experimental Designs for research. 1. ed. Dallas: Houghton Miflin Company Boston, 1963. HERREN, H.; HERREN, M. -P. Estimulação Psicomotora Precoce. 2. ed. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul, 1989. PIPER, M.C; DARRAH, J; W.B Motor. Assessment of the Developing Infant. Saunders Company, Montreal, Canadá, [198-?].