Ecologia: interações ecológicas



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FACULDADES OSWALDO CRUZ Curso: Engenharia Ambiental Disciplina: Microbiologia Aplicada Prof a MsC. Vanessa Garcia Aula 12 (2º semestre): Ecologia: interações ecológicas Objetivos: analisar os principais tipos de interações biológicas existentes na natureza. Ecologia: interações ecológicas TIPOS DE INTERAÇÕES: Microrganismos Microrganismos Fatores bióticos Microrganismos Macrorganismos Microrganismo Ambiente Fatores abióticos RELAÇÕES ECOLÓGICAS: Existem dois critérios de classificação das interações biológicas. O primeiro critério divide as interações em relações interespecíficas e intraespecíficas. E o segundo critério permite dividir as interações em harmônicas e desarmônicas. - Relações Harmônicas (Interações +) Não há prejuízo para os indivíduos e há vantagem. Pelo menos um dos envolvidos é prejudicado. - Relações Interespecíficas Interações entre espécies diferentes. - Relações Intraespecíficas Interações entre espécies iguais.

INTERAÇÕES ECOLÓGICAS - Relações Harmônicas (Interações +) -Sociedade (intraespecífica) -Colônia (intraespecífica) -Mutualismo (interespecífica) -Comensalismo (interespecífica) - Competição (interespecífica; intraespecífica) - Predação (interespecífica) - Parasitismo (interespecífica) - Amensalismo (interespecífica)

- Relações Harmônicas (Interações +) - Sociedade: Associação entre indivíduos da mesma espécie, que se agrupam para divisão de trabalho organizado, portanto, de modo cooperativo. Exemplo: formigas e cupins. -Colônia: Associação entre indivíduos da mesma espécie, que se mantem ligados entre si, formando uma unidade estrutura. Exemplo: colônias de esponjas e de corais. - Mutualismo: associação entre duas espécies na quais ambas se beneficiam. Às vezes a associação entre as espécies é obrigatória para sua sobrevivência, outras vezes, não; em qualquer caso, havendo benefício mútuo, se fala em mutualismo. Exemplos: 1) Liquens: associação de algas e fungos. As algas clorofiladas realizam a síntese da matéria orgânica, que o fungo utiliza como alimento. Por sua vez, o fungo retém umidade e sais e fornece à alga proteção. Essa combinação permite que o grupo dos liquens seja muito bem sucedido, sobrevivendo em ambientes em que nem a alga nem o fungo, isoladamente, encontrariam condições de vida associação obrigatória. 2) Associação entre as bactérias do gênero Rhizobium e raízes de leguminosas- essas bactérias vivem no nódulo das raízes e usam o nitrogênio para produzir amônia, que pode ser utilizada pela planta para a fabricação de aminoácidos. As bactérias, por sua vez, utilizam matéria orgânica produzida pela planta, participando, portanto, do ciclo do nitrogênio associação obrigatória. 3) Micorrizas: associação de fungos com raízes de plantas. O fungo fornece para a raiz melhor absorção de água e sais minerais do solo, já a planta fornece ao fungo produtos fotossintetizantes. 4) Ruminantes e bactérias: os ruminantes abrigam em seu estômago muitas bactérias indispensáveis para a digestão da celulose. Nenhum vertebrado fabrica a enzima celulase (que quebra a celulose), não tendo, portanto, a capacidade de degradar a celulose. Essas bactérias, que fabricam a enzima, possibilitam aos ruminantes a assimilação da celulose e recebem uma parte dessa substância como alimento associação obrigatória. 5) Protozoarios e cupins: alguns protozoários também produzem a enzima celulase e assim, podem digerir celulose. É o que acontece com protozoários que vivem no tubo digestório de cupins, recebendo alimento já particulado ingerido pelos cupins e possibilitando a esses insetos o aproveitamento da

madeira. Esses protozoários dependem dessa associação, pois só sobrevivem no corpo dos cupins associação obrigatória. 6) Bernardo eremita e conchas de moluscos: esse é um exemplo de associação mutualística não obrigatória. E comum encontrarmos em nossas praias o caranguejo paguro, também chamado de bernardo - eremita. Esse animal vive dentro de conchas vazias de moluscos, que ele carrega ao se locomover. Muitos desses caranguejos se associam a anêmonas, que se instalam sobre a concha. Os tentáculos da anêmona afugentam os predadores devido às substancias urticantes que produzem, dessa forma, o paguro também obtêm maior proteção. Já a anêmona, que normalmente vive presa às rochas, aumenta sua área de obtenção de alimentos, por ser levada para passear pelo caranguejo. Além disso, aproveita os restos alimentares do paguro. Tanto as anêmonas como o caranguejo podem sobreviver um sem o outro, porem sua associação facilita a vida de ambos. - Comensalismo: um dos organismos é favorecido, enquanto o outro não sofre prejuízo. Qualquer tipo de relação, alimentar ou não, em que uma das espécies se beneficia sem prejudicar a outra. O beneficio pode estar relacionado a alimento ou outro fator, como suporte e abrigo. Exemplo 1: Tubarão e Rêmora: as rêmoras se beneficiam do transporte dos tubarões e também se beneficiam com restos alimentares do tubarão. Exemplo 2: Orquídeas, bromélias e samambaias: vivem sobre troncos de arvores mais altas, obtendo dessa forma maior suprimento de luz. Epifitismo: epi= em cima; fito=planta. Essas plantas são chamadas de epífitas, utilizando a árvore apenas como suporte, sem lhe causar prejuízo, pois não são parasitas. - Competição: é a luta por fatores (alimento, território, parceiro sexual, etc.) que não existem em quantidade suficiente para todos. Existem dois tipos principais de competição: - Intraespecífica: entre organismos de uma mesma espécie. Importante fator evolutivo, por exemplo, o macho mais forte poderá deixar descendentes mais adaptados. - Interespecífica: entre organismos de espécies diferentes. Disputa pelos mesmos recursos devido à ocupação de nichos ecológicos similares. Por exemplo: cobras, gaviões e corujas que vivem na mesma região e

se alimentam de roedores. Nesse caso, os recursos alimentares são os mesmos, ou seja, os nichos se equivalem. - Predação: relação em que uma das espécies, a predadora, mata a outra para dela se alimentar (presa). Numa população em equilíbrio, os predadores são sempre menos numerosos que as presas. A relação entre predador e presa em comunidades estáveis ajuda a estabelecer equilíbrio entre as populações envolvidas. A população de predadores pode determinar a densidade da população de presas e vice-versa. - Parasitismo: os parasitas costumam viver dentro do hospedeiro (endoparasita) ou sobre ele (ectoparasita), sem matá-lo. Retiram substâncias nutritivas do hospedeiro. Os parasitas normalmente são mais especializados que os predadores: enquanto um predador geralmente usa como presas espécies variadas, o parasita se instala em uma ou em poucas espécies. Desse modo, a associação intima do parasita com seu hospedeiro regula a maneira eficiente ambas as populações. - Amensalismo ou antibiose: uma espécie inibidora impede o crescimento da outra, chamada amensal. Produção de substâncias nocivas que inibem o desenvolvimento de outro organismo. Exemplo 1: Antibióticos, como a penicilina, produzidos por fungos (Penicillium sp.) e largamente empregados na medicina. Esses antibióticos são liberados no meio, inibindo o crescimento de bactérias. Exemplo 2: Marés Vermelhas. Algas planctônicas marinhas dinoflageladas (Gonyaulax sp.) proliferam de forma exagerada, liberando toxinas que acarretam a morte de toda a fauna em uma grande extensão a seu redor.