Luci Kikuchi Veloso Luiz Alves de Souza FONÉTICA E FONOLOGIA DO INGLÊS

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Transcrição:

Luci Kikuchi Veloso Luiz Alves de Souza FONÉTICA E FONOLOGIA DO INGLÊS Montes Claros - MG, 2010

Copyright : Universidade Estadual de Montes Claros UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES REITOR Paulo César Gonçalves de Almeida VICE-REITOR João dos Reis Canela DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES Giulliano Vieira Mota CONSELHO EDITORIAL Maria Cleonice Souto de Freitas Rosivaldo Antônio Gonçalves Sílvio Fernando Guimarães de Carvalho Wanderlino Arruda REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA Wanessa Pereira Fróes Quadros REVISÃO TÉCNICA Kátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira IMPRESSÃO, MONTAGEM E ACABAMENTO Gráfica Yago PROJETO GRÁFICO E CAPA Alcino Franco de Moura Júnior Andréia Santos Dias EDITORAÇÃO E PRODUÇÃO Alcino Franco de Moura Júnior - Coordenação Andréia Santos Dias Bárbara Cardoso Albuquerque Clésio Robert Almeida Caldeira Débora Tôrres Corrêa Lafetá de Almeida Diego Wander Pereira Nobre Gisele Lopes Soares Jéssica Luiza de Albuquerque Karina Carvalho de Almeida Rogério Santos Brant Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes Ficha Catalográfica: 2010 Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. EDITORA UNIMONTES Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG) Caixa Postal: 126 - CEP: 39041-089 Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214

Universidade Aberta do Brasil - UAB Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância Carlos Eduardo Bielschowsky Coordenador Geral da Universidade Aberta do Brasil Celso José da Costa Governador do Estado de Minas Gerais Antônio Augusto Junho Anastasia Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Alberto Duque Portugal Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes Paulo César Gonçalves de Almeida Vice-Reitor da Unimontes João dos Reis Canela Pró-Reitora de Ensino Maria Ivete Soares de Almeida Coordenadora da UAB/Unimontes Fábia Magali Santos Vieira Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes Betânia Maria Araújo Passos Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH Mércio Coelho Antunes Chefe do Departamento de Comunicação e Letras Ana Cristina Santos Peixoto Coordenadora do Curso de Letras/Inglês a Distância Hejaine de Oliveira Fonseca

AUTORES Luci Kikuchi Veloso Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), possui especialização em tradução pela Universidade de São Paulo (USP). Possui graduação em Língua e Literatura Inglesas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), graduação em Secretário Executivo Bilíngue Português-Inglês pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora de Linguística e de Língua Inglesa do Departamento de Comunicação e Letras da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES. Luiz Alves de Souza Especialista em Linguística Aplicada pela UNIMONTES e mestrando em Linguística na Universidade de Franca/SP. Licenciado em Letras/Inglês pela UNIMONTES, é professor do Curso de Letras/Inglês e de Língua Italiana no Núcleo de Ensino e Estudos de Línguas do Departamento de Comunicação e Letras desta mesma universidade.

SUMÁRIO DA DISCIPLINA Apresentação.......................................... 05 Unidade I: Fonética..................................... 07 1.1 Sistema Sonoro do Português x Sistema Sonoro do Inglês... 09 1.2 Grafemas e Fonemas............................... 12 1.3 As Consoantes do Inglês............................ 13 1.4 Referências...................................... 21 Unidade II: As Vogais do Inglês............................. 23 2.1 Os Fonemas Vocálicos do Inglês...................... 25 2.2 Referências...................................... 43 2.3 Vídeos Sugeridos para Debate........................ 44 Unidade III: Regras de Pronúncia........................... 45 3.1 Algumas Regras de Pronúncia........................ 45 3.2 A Importância da Transcrição Fonética no Inglês e as Regras de Pronúncia............................................. 45 3.3 A Sílaba......................................... 46 3.4 As Regras de Pronúncia............................. 47 3.5 Referências...................................... 51 Unidade IV: Fonologia................................... 52 4.1 Fala em Cadeia................................... 52 4.2 Entoação........................................ 58 4.3 Referências...................................... 61 Resumo.............................................. 63 Referências Básica, Complementar e Suplementar.............. 69 Atividades de Aprendizagem - AA........................... 72

APRESENTAÇÃO Caro aluno, Olá! Este é o material que será utilizado na disciplina Fonética e Fonologia do Inglês, com carga horária de 75 (setenta e cinco horas/aula). Essa disciplina lida com os sons da língua inglesa e, assim como a Fonética do Português, a fala é o foco. Em uma língua estrangeira, podemos afirmar que a dificuldade maior do aprendiz está na compreensão auditiva e na fala. Esta disciplina auxiliará muito nestas duas habilidades, sendo um elemento motivador no seu aprendizado aqui neste curso de Letras-Inglês. Como já mencionamos na Fonética e Fonologia do Português, o objeto de estudo tanto da fonética quanto da fonologia é a fala humana. Nesse curso, discutiremos as características das consoantes e vogais do inglês, com mais detalhamento, sua distribuição para a formação da fala e também o porquê da dificuldade de aquisição de uma segunda língua pelo aprendiz brasileiro. Portanto, é muito importante rever os conceitos e teorias da Fonética e Fonologia do Português, pois a teoria linguística é a mesma, a diferença entre estas duas disciplinas está primeiramente no sistema sonoro e, neste curso, discutiremos o sistema sonoro do inglês. A disciplina tem como objetivos: Explicitar a produção articulatória das vogais e consoantes do inglês britânico padrão e americano padrão e contrastar com as do português brasileiro; Resgatar conceitos como a sílaba, a tonicidade e conceitos da fonologia como fonemas, alofones, processos fonológicos e aplicá-los nesta disciplina; Praticar a transcrição fonética do inglês para que vocês consigam ler a pronúncia correta de qualquer palavra do inglês nos dicionários. Expor e praticar regras de leitura, ou a relação de grafema e fonema da língua inglesa. É imprescindível que você, caro aluno, faça uma leitura atenta de todos os textos e desenvolva todas as atividades propostas, uma vez que a disciplina Fonética e Fonologia do Inglês traz especificidades próprias do funcionamento da língua inglesa. Assim, você perceberá que a disciplina é muito importante para o ensino da língua inglesa. 07

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período Optamos pela Escola de Fonética Britânica, pois além da Inglaterra ser o berço desta ciência, é a mais utilizada em livros de fonética e pronúncia publicados. No entanto, faremos um paralelo entre a pronúncia britânica e a americana, devido à predileção do brasileiro pela pronúncia americana. Lembramos também que os símbolos fonéticos utilizados, assim como os símbolos do curso de Fonética e Fonologia do Português, são do IPA International Phonetic Alphabet (Alfabeto Fonético Internacional), um alfabeto desenvolvido pela Associação Fonética Internacional para fornecer símbolos que representam quaisquer sons das línguas naturais existentes (McARTHUR, 1992). É considerado o alfabeto fonético oficial pelos principais linguistas. Você verá que o texto está estruturado em unidades e subunidades, sendo as Unidades I e II referentes à Fonética do Inglês, a unidade III referente às regras de pronúncia e a unidade IV referente à Fonologia do Inglês. Esta subdivisão tem a função de oferecer um ambiente propício para a discussão e reflexão, acompanhadas de sugestões que remetem a outros ambientes de aprendizagem, tais como: participação em fórum, acesso a bibliotecas virtuais na web, sites na internet, informações, atividades e dicas que aparecem com os seguintes ícones: DICAS PARA REFLETIR GLOSSÁRIO B G A C E F ATIVIDADES Esperamos que você possa usufruir dos novos conhecimentos oferecidos pela disciplina. Boa sorte! Os autores. 08

1UNIDADE 1 FONÉTICA As Consoantes 1 INTRODUÇÃO Quando pensamos em aprender uma língua estrangeira, no caso, o inglês, qual o primeiro pensamento? Falar inglês. Concorda? Porém, a compreensão auditiva precisa ser trabalhada anteriormente. Muitas pessoas tendem a considerar a fala como o maior objetivo no aprendizado de língua inglesa, pois, como afirma O Connor (1996), Language starts with the ear. Portanto, a compreensão auditiva também é muito importante, precedendo a fala. Assim como quando adquirimos a língua materna, também captamos os sons primeiramente pelo ouvido. Através dele, internalizamos informações linguísticas para produzir elocuções. Na sala de aula, os alunos escutam mais do que falam. A competência da compreensão auditiva é universalmente maior que a competência na fala (BROWN, 1994). Tradução dos autores: A língua inicia pelos ouvidos. Figura 1: Primeiro escutamos e depois falamos. Fonte: www.childrenmatternetwork.org Então, se a fala depende da compreensão auditiva e os livros não falam, qual é o caminho para entender e falar inglês? Vamos escutar o máximo de inglês possível, mas, para isto, temos que conhecer os sons da língua inglesa para alcançar a intelecção, a compreensão auditiva. A compreensão auditiva está intimamente ligada a uma boa pronúncia. 09

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período Precisamos adotar um modelo de pronúncia inglesa padrão, o B.B.C English (Inglês da BBC): inglês utilizado nas transmissões da BBC de Londres ou o G.A General American - Inglês americano padrão e escutar. A partir desta escolha, tentar repetir e utilizar esta pronúncia. Ao adotar um modelo, temos a garantia de treinar nossos ouvidos com um inglês que qualquer falante, nativo ou não, poderá entender. Figura 2: Americano padrão Fonte: www.travelpod.com Figura 3: Britânico Padrão Fonte: http//tugas.co.uk E como podemos ajudar a atingir os objetivos acima? Podemos alcançar tal objetivo, contando com seu esforço pessoal no sentido de aplicar os conhecimentos obtidos por meio da Fonética e Fonologia do Inglês. Pois, quando começamos a aprender uma língua estrangeira, não conseguimos entender os sons que não são familiares ou mesmo a diferença entre estes (BAKER, 1996). E por desconhecermos as consoantes e as vogais desta língua, não captamos a mensagem. Parece óbvio, mas não escutamos o que não conhecemos. Por isso é recomendável aprender como estes sons são produzidos, além de escutá-los. Então, nossa primeira proposta é, através da Fonética e Fonologia do Inglês, conhecer os sons da língua inglesa para que vocês consigam entender o falante de inglês. Expor também as regras fonéticas e fonológicas para que vocês captem os sons, as sílabas, as palavras e os enunciados com palavras encadeadas. Está aqui a principal vantagem desta disciplina: é o primeiro passo para que vocês entendam (Listening) e, consequentemente, falem (speaking). Portanto, iniciaremos nosso estudo com uma comparação do sistema sonoro do inglês e do português. Figura 4: Speaking and Listening Fonte: www.connectedonline.co.uk 10

Fonética e Fonologia do Inglês UAB/Unimontes 1.1 O SISTEMA SONORO DO PORTUGUÊS X O SISTEMA SONORO DO INGLÊS Como já mencionado no curso de Fonética e Fonologia do Português, cada língua possui um sistema sonoro próprio, que é composto pelas consoantes e as vogais faladas. Observe, a seguir, as duas tabelas: a TAB. 1 apresenta as consoantes do sistema sonoro do português, que vocês já conhecem, e a TAB. 2 apresenta as consoantes do inglês padrão. Os fonemas sublinhados fazem parte tanto do sistema consonantal do português quanto do inglês. Observe: DICAS O áudio destas consoantes da tabela 1 está disponível no site http://www.cefala.org/fonologia /quadro_fonetico.php Tabela 1 - As consoantes do Português PARA REFLETIR As Consoantes do Inglês The English Consonants Observe que colocamos os nomes técnicos da fonética na tabela abaixo em inglês. Percebem alguma semelhança? Nós, falantes de português, temos uma grande vantagem perante o inglês, devido a presença, na nossa língua, dos cognatos. São palavras de duas línguas, no nosso caso, português e inglês, com a mesma origem greco-romana. Elas têm a forma e o significado semelhantes como vocês podem verificar abaixo. Utilizem esta estratégia de inferir o significado por meio dos cognatos nesta disciplina e em qualquer outra da língua inglesa, pois a probabilidade de acerto é muito alta. As línguas Há mais de 6.800 línguas no mundo. O inglês é falado por 1,5 bilhões de pessoas; O chinês por 1,2 bilhão; O hindu por um bilhão; 51 línguas são faladas por uma pessoa; 1.500 línguas são faladas por menos de mil pessoas; 240 línguas são faladas por 96% dos seres humanos. Acredita-se que daqui a l00 anos restarão 100 línguas; 24 daqui a 300 anos. O inglês, chinês e espanhol sobreviverão. O português será incorporado pelo espanhol. Fonte: http://www.cruiser.com.br/giria 11

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período DICAS O áudio destas consoantes do inglês está disponível no site http://www.teachingenglish.org. uk/try/activities/phonemic-chart Nesta mesma página, se você clicar no quadro semelhante ao abaixo, Attachment pron_chart_vector.hqx PC_pron_chart_vector.exe Size 3.12 MB 1.64 MB conseguirá baixar este quadro fonético em seu computador! Tabela 2 - As consoantes do Inglês Fonte: adaptado de ROACH, 2003. Os fonemas que o português e o inglês possuem em comum devem ser utilizados na fala do inglês à vontade! Você sabia que utilizamos os sons do português em uma segunda língua que aprendemos automaticamente, mas não percebemos? Às vezes dá certo, às vezes não... Por isso sublinhamos as consoantes que estas duas línguas têm em comum nas tabelas 1 e 2 para serem usadas intercambiavelmente sem dor na consciência. Observe e escreva: Observe as tabelas 1 e 2. 1. Quais sons consonantais o inglês e o português têm em comum? 2. Quais sons o inglês possui e o português não? Fromkin (2003, p. 381) afirma que o aprendiz de segunda língua dispõe de uma gramática internalizada da sua língua materna. O mesmo não ocorre com a criança em situação de aquisição de sua língua materna. Ou seja, já temos um inventário de sons e regras fonéticas e fonológicas de nossa língua materna internalizados. Entendemos como regras fonéticas e fonológicas as regras utilizadas para combinação de sons formando enunciados para a comunicação. Partindo do princípio de que na aquisição de uma segunda língua, baseamo-nos na língua materna, transferindo as regras e os fonemas da língua materna para a língua em aprendizagem, 12

Fonética e Fonologia do Inglês UAB/Unimontes podemos afirmar que os sons da questão 2 acima poderão apresentar problemas na hora de pronunciar. O Connor (1996) afirma que nossa língua é feita de uma combinação de sons que fazem parte de nossa gramática internalizada. Os sons inexistentes em nossa língua materna são substituídos por outros existentes que são similares, por exemplo, o som do grafema th desvozeado tende a ser substituído por /f/ ou /s/, sons existentes no português. Figura 5: Tentativa de produção do som do th do inglês por um estrangeiro. Fonte: http://en.wordpress.com/snap Portanto, quais consoantes podem ser transferidas de uma língua para outra sem causar erro de pronúncia? Resposta: Quais sons do inglês podem causar sotaque ou até mesmo uma pronúncia incorreta quando um falante brasileiro os utiliza tendo em mente um som semelhante do português - por exemplo, com um ponto de articulação semelhante? Lembramos que uma pronúncia incorreta causa danos na comunicação. Resposta: Afinal, o que é uma boa pronúncia? Hockett (1972) define que uma boa pronúncia é aquela que faz o nativo prestar atenção ao assunto que está em pauta e não ao MODO como você fala. Quando isso não acontece, certamente ocasiona ruídos na comunicação. Para evitarmos esta situação, nada melhor que o aprendizado da compreensão auditiva do inglês. 13

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período GLOSSÁRIO B G A C E F Pronúncia: é o ato ou resultado da produção de sons da fala para comunicação. Ruido: o leitor pode entender como pertubação de ordem sonora, e não barreiras ou dificuldades na comunicação. Sotaque: é um modo de pronunciar que reflete o lugar de origem e/ou classe social (MCARTHUR, 1992). Em outras palavras, precisamos melhorar nossa pronúncia, enquanto falantes de língua estrangeira, minimizando nosso sotaque e sendo, portanto, melhor compreendidos. A partir dessa reflexão, podemos conceituar: Como afirmamos acima, possuímos a gramática da língua materna já internalizada por sermos adultos, portanto, nada mais natural que fazer um paralelo entre grafema (letra) e fonema (som) no inglês, assim como foi feito no curso de Fonética e Fonologia do Português. Digamos que é o modo mais fácil de associar o som e a letra e também de internalizar as regras de fonema e grafema do inglês. 1.2 GRAFEMAS E FONEMAS Nunca devemos misturar grafemas (letras) com fonemas (sons). Grafemas são escritos e os fonemas são falados. É muito útil usar as letras para remeter aos seus sons correspondentes e, ao contrário do português, a relação letra e som do inglês é mais complexa. Observe as palavras abaixo: City busy women pretty village As letras i, y, u, o, e, a, respectivamente, são pronunciadas com o mesmo som vocálico, o [I] (O CONNOR, 1996), algo que não ocorre no português. Mas, por que o que se fala no inglês é tão diferente da escrita? Porque ao longo dos séculos, a pronúncia de certas palavras mudou enquanto a escrita se manteve (BOWLER & CUNNINGHAM, 1996). Pode parecer difícil, mas em português temos algo semelhante com o som /s. Este pode ser escrito com as letras s, c, ss, sc, sç, ç, x, xc, não é mesmo? No inglês, a relação grafema e fonema é maior. No entanto, lembrem-se de que a diversidade é o elemento comum entre as línguas naturais. No inglês, existem muitas palavras homônimas, palavras com a mesma pronúncia, mas significado e escrita diferentes (CEGALLA, 2008), e os falantes de língua inglesa exploram muito este recurso nas piadas. Por isso, muitas vezes não achamos graça nas piadas americanas ou inglesas. Observe a oração abaixo: Last weak, I cent my sun to the shops to bye a pair. Considerando apenas a forma escrita, a oração acima não faz sentido algum, ao passo que, quando lida em voz alta, o seu sentido é completo (Hancock, 2003). As palavras incorretas na escrita estão em negrito. A correta seria: Last week, I sent my son to the shops to buy a pear. E a transcrição fonética das duas orações é: 14

Fonética e Fonologia do Inglês UAB/Unimontes Este é outro ponto a favor para se familiarizar com a fonética do inglês. Você potencializa sua percepção auditiva ao adquirir conhecimento do sistema fonético do Inglês. Além disso, o inglês possui regras diferentes de leitura, algo que o nativo de língua inglesa habitua a fazer e treinar desde criança, assim como treinamos as nossas regras de leitura desde a infância. Para tal, exporemos a relação de grafema e fonema da língua inglesa. Na seção seguinte, discutiremos cada um dos fonemas consonantais do BBC English ou britânico padrão. Apresentaremos os pares de consoantes desvozeadas e vozeadas, sua classificação (ponto e modo de articulação, vozeamento), exemplos e relação fonema e grafema. Iniciaremos apenas com os fonemas e, quando pertinente, mencionaremos os alofones. 1.3 AS CONSOANTES DO INGLÊS Observe o trato vocal abaixo: GLOSSÁRIO B G A C E F Gramática: Conjunto de regras da língua dominado pelo indivíduo a partir de sua internalização, ou a gramática internalizada (visão científica, desenvolvida no século XX a partir do gerativismo, baseada na proposição de que a criança em fase de aquisição de uma língua, à medida que é a ela exposta, internaliza suas regras. Esta gramática não existe em forma de manual, está arquivada em nossa mente. (Esta definição foi retirada do seu curso do primeiro período, Introdução à Linguística.) Letra = grafema Som = segmento Fonema: unidade da fonologia; tem um valor distintivo, porque a mudança de um fonema implica em mudança de significado ou outra palavra. Exemplo no português: contraste entre mato e pato. O alofone é uma realização do fonema e, ao contrário do fonema, em duas palavras, a substituição de um alofone por outro não muda o significado. Figura 6: O trato vocal - Pontos de articulação dos sons consonantais. Conhecer os articuladores, os locais e modos de articulação bem como o posicionamento da língua na produção dos fonemas facilita a percepção e compreensão de diversos processos fonológicos. Fonte: www.umanitoba.ca/faculties/arts/linguistics/russell/138/sec1/anatomy.htm Utilizando a estratégia dos cognatos, perceba a semelhança entre a nomenclatura em inglês e os seus termos correspondentes em português: DICAS Se você tiver curiosidade em rever as palavras com o som /s/, veja uma gramática do português. 15

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período DICAS Alveolar ridge = Alvéolos Tongue tip = Ponta da língua Tongue blade = Lâmina da língua Você pode baixar gratuitamente o programa "silipa93.exe" que permite o uso dos símbolos fonéticos da IPA. Esse é instalado como um tipo de fonte a mais na janela do Windows um tipo de fonte a mais no seu computador. Você pode digitar diretamente alguns desses símbolos no seu teclado e inserir outros na opção INSERIR/SÍMBOLOS, optando pelo SILSophia IPA93. Acesse http://scripts.sil.org/cms/scripts/page.php?site_id=nrsi&item_id=encore -ipa-download e procure: Download "silipa93.exe", Windows application, 450KB [48840 downloads]. Outra dica: Acesse a Internet e entre no site www. B.B.C Learning English. Na seção Pronunciation tips, você terá acesso a inúmeros exercícios para treinar o contraste entre pares de sons. DICAS Releia a Unidade 2 ( A produção dos sons da fala até o tópico Maneira Utilizada para obstruir a corrente de ar: a maneira de articulação) do seu material de Fonética e Fonologia do português para revisar alguns conceitos. Estes não serão repetidos neste caderno. A produção dos sons e a produção de consoantes são iguais em todas as línguas naturais, assim como os conceitos de:. Mecanismo e direção da corrente de ar,. Vibração das cordas vocais,. Consoantes nasais, O lugar e modo de articulação entre o inglês e o português possuem poucas diferenças. Para que você também escute os sons e os exemplos, vá ao site http://www.uiowa.edu/~ acadtech/phonetics/english/ frameset.html Tongue body = Corpo da língua Tongue root = Raiz da língua Lanrynx = Laringe Epiglottis = Epiglote Pharynx = Faringe Uvula = Uvula Soft palate = Palato mole Hard palate = Palato duro 1.3.1 Classificação e Transcrição das Consoantes do Inglês As consoantes são uniformes em todos os dialetos do inglês, portanto, não colocamos esta observação nas consoantes descritas abaixo. Iniciaremos com as consoantes oclusivas ou stop or plosives em inglês. Estamos usando uma tabela semelhante à utilizada no curso de Fonética e Fonologia do português. Na tabela consonantal você encontrará: a) O símbolo fonêmico; b) A classificação da consoante com a figura com a articulação para visualizar a produção de cada som; c) Cada palavra dada como exemplo contém:. A tradução no português;. Sua transcrição fonética de acordo com o IPA;. Pode ter a figura correspondente para ilustrar;.a relação grafema e fonema, ou seja, a letra ou as letras grifadas correspondem ao som. Não colocamos todas as combinações de grafemas existentes para cada som, apenas as mais frequentes. d) Observações pertinentes também foram inseridas. 1.3.1.1 The Stop Consonants As Consoantes Oclusivas Oclusivas (ou stop consonants ou plosives) são consoantes formadas por meio da obstrução total do fluxo de ar. Vindo dos pulmões, este ar é bloqueado porque os lábios ou a língua podem tocar alguma região na parte superior da boca. No caso de /p/ e /b/, o ar é bloqueado porque os lábios se juntam; em /t/ e /d, o ar é bloqueado porque a ponta da língua toca o alvéolo; no caso de /k/ e /g/, o ar é bloqueado porque a parte posterior da 16

Fonética e Fonologia do Inglês UAB/Unimontes língua toca o véu palatino. O inglês possui 6 consoantes oclusivas ( stop consonants). Os pontos ou lugares de articulação ( place of articulation) são iguais aos do português. Tabela 3: The Stop Consonants of English GLOSSÁRIO B G A C E F Voiceless: desvozeado, ou seja, as cordas vocais estão abertas para a passagem do ar. Voiced: vozeado, as cordas vocais estão vibrando. Aspiração: Quando uma consoante deve ser aspirada, significa que você tem que segurar um pouco mais o ar antes de soltá-lo. Em inglês, as oclusivas desvozeadas no início da palavra sempre têm que ser aspiradas. Um bom método é, segure uma folha de papel ao pronunciar /p t k/. Ao pronunciar estes sons, o papel tem que mover, como na figura abaixo: Figura 7: Aspiração Fonte: www.coolscienceexperiment sforkids.com 17

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período 1.3.1.2 The Fricative Consonants As Consoantes Fricativas Consoantes fricativas (ou fricatives) são consoantes formadas com impedimento parcial do fluxo de ar no trato vocal. O ar força a passagem entre dois articuladores que se aproximam, causando fricção. O inglês possui oito fricativas, sendo que duas não existem no português brasileiro. Os pontos ou lugares de articulação (place of articulation) são iguais aos do português, com exceção do som interdental: Inter = entre e dental = dental. Tabela 4: The Fricative Consonants of English 18

Fonética e Fonologia do Inglês UAB/Unimontes 1.3.1.3 The Affricate Consonants As Consoantes Africadas The affricates ou consoantes africadas são formadas bloqueando o fluxo de ar em algum lugar do trato vocal e, então, liberando o ar com dois articuladores que estão próximos, produzindo uma fricção. Ou seja, uma africada é: Uma oclusiva + uma fricativa Assim como o português, o inglês possui duas africadas, uma vozeada e outra desvozeada. Observe a FIGURA abaixo, lembrando que os pontos ou lugares de articulação (place of articulation) são iguais aos do português: Tabela 5: The Affricate Consonants of English 19

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período Vocês repararam que as africadas podem ser escritas com várias combinações de letras? É a relação fonema x grafema. 1.3.1.4 The Nasal Consonants As Consoantes Nasais Figura 8: O palato mole, as amídalas, a língua e a úvula Fonte: www.goldbamboo.com Para as consoantes nasais (ou nasals) os articuladores produzem uma obstrução completa da passagem de ar através da boca; o véu palatino encontra-se abaixado (observe a FIG. 5), o que permite a passagem de ar para a cavidade nasal. Observe as três FIGURAS correspondentes às três consoantes nasais do inglês. Os pontos ou lugares de articulação (place of articulation) são iguais aos do português. Tabela 6: The Nasal Consonants of English 20

Fonética e Fonologia do Inglês UAB/Unimontes 1.3.1.5 The Lateral Consonants As Consoantes Laterais Consoantes laterais (ou lateral consonants) são aquelas que, ao serem produzidas, permitem que o ar escape pelas laterais da língua. Roach (2005) classifica apenas o /l/ como lateral. No inglês, temos dois tipos de l : o claro e o escuro. O l claro não apresenta problemas para nós brasileiros, porém o l escuro, que ocorre no final de palavra ou no meio, como em cold, tende a ser pronunciado como u. No nosso curso de Fonética e Fonologia do Português, abordamos este processo denominado vocalização do l. Relembremos: O L ortográfico em final de sílaba, em certos dialetos brasileiros, é pronunciado como uma vogal u. Este processo é denominado vocalização do l, como em sal.em português, este processo é articulado sem danos na comunicação, porém, no inglês, este não é permitido. Em palavras como cold e will. Os pontos ou lugares de articulação (place of articulation) são iguais aos do português. Tabela 7: The Lateral Consonants of English 1.3.1.6 The Approximant Consonants As Consoantes Aproximantes As consoantes aproximantes (ou approximant consonants) são produzidas com a aproximação de dois articuladores, mas não chegam a produzir uma plosiva, nasal ou uma fricativa. Este termo é apenas usado para consoantes (ROACH, 2005). Explicaremos estas consoantes separadamente: /r/ - A ponta da língua aproxima-se da área alveolar, mas não toca nenhuma parte do céu da boca. Apresenta a mesma pronúncia do r caipira do português. 21

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período /j/ e /w/ - São consoantes que são foneticamente vogais, mas fonologicamente são consideradas consoantes no inglês. Sob o ponto de vista fonético, têm o som de i e u respectivamente, porém, no inglês, são usados como consoantes (ROACH, 2005). Estes sons são também conhecidos como semivogais e semiconsoantes. Os pontos ou lugares de articulação (place of articulation) são iguais aos do português. Tabela 8: The Approximant Consonants of English DICAS Para praticar a pronúncia do inglês, além dos sites mencionados nas REFERÊNCIAS, vá também ao sitehttp://cambridgeenglishonli ne.com /Phonetics_Focus e divirta-se! Apresentamos o inventário de segmentos consonantais do inglês. A vantagem das consoantes inglesas é que várias são semelhantes ou iguais às do português. Podemos fazer uma transferência positiva utilizando as mesmas consoantes. Na próxima unidade, estudaremos as vogais inglesas. 22

Fonética e Fonologia do Inglês UAB/Unimontes REFERÊNCIAS BAKER, Ann. Introducing English Pronunciation: A Teacher s Guide to Tree or three and Ship or Sheep? An Intermediate pronunciation course. Great Britain: Cambridge University Press, 1996. BOWLER, B. & CUNNINGHAM, S. Headway Pronunciation Upperintermediate. Oxford University Press. Oxford, 1996. BROWN, H. Douglas. Teaching by Principles: an interactive approach to language pedagogy.upper Saddle River, NJ: Prentice Hall Regents, 1994. CEGALLA, D.P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. CRISTÓFARO SILVA, Thaïs. Pronúncia do inglês: para falantes do português brasileiro: os sons. Belo Horizonte: FALE UFMG, 2005. FROMKIN, V. & RODMAN, R. & HYAMS, N. An Introduction to language. 7th Ed. Boston: Thomson Wadsworth, 2003. HANCOCK, M. English Pronunciation in Use. Cambridge: Cambridge University Press, 2004. HOCKETT, C.F. Learning Pronunciation. CROFT, Kenneth. (Ed.) Readings on English as a Second Language. Massachusetts: Cambridge, 1972. JONES, Daniel. English Pronouncing Dictionary. 15th ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1997. MCARTHUR, Tom. (Ed.). The Oxford Companion to the English Language. Oxford: Oxford University Press, 1992. O CONNOR, J.D. Better English Pronunciation. Cambridge: Cambridge University Press, 1996. ROACH, Peter. English Phonetics and Phonology: A Practical Course.Cambridge: Cambridge University Press, 2005..A Little Encyclopaedia of Phonetics. 2002. Disponível em www.cambridge.org/elt/peterroach/resources/glossary.pdf. SMALL, Larry. Fundamentals of phonetics: a practical guide for students. Boston: Allyn & Bacon, 1999. NOBRE OLIVEIRA, D. Sheep ou Ship? Men ou man? O Papel da Hierarquia de restrições na aquisição das vogais coronais do inglês como língua estrangeira. 2003. 90f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) - Faculdade de Letras, Universidade Católica de Pelotas, Rio Grande do Sul, 2003. 23

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período http://www.uiowa.edu/~acadtech/phonetics/english/frameset.html http://facweb.furman.edu/~wrogers/phonemes/phono/phcons.htm http://www.cambridge.org/elt/resources/skills/interactive/pron_animations/ index.htm 24

2 UNIDADE 2 AS VOGAIS DO INGLÊS 2 AS VOGAIS DO INGLÊS Após termos estudado os fonemas consonantais da língua inglesa, estudaremos as suas vogais e classificação para auxiliar na leitura e produção de transcrições fonêmicas e fonéticas. O objetivo é explicitar a produção articulatória das vogais do inglês britânico padrão e contrastar com as do português brasileiro. A ordem escolhida primeiro as consoantes e depois as vogais não é aleatória, mas intencional, tendo em vista que, em relação às consoantes, o estudo das vogais apresenta uma maior complexidade (OLIVEIRA, 2003, p. 10). Esta complexidade ocorre devido ao fato de a cavidade oral ser um espaço bastante amplo desde a glote até os lábios (veja a FIG. 9 a seguir) e por não haver locais e modos de articulação bastante exatos para a produção das vogais, ao contrário das consoantes, como você já viu no capítulo anterior. Assim, pequenas diferenças na posição da língua e no grau de arredondamento dos lábios produzem diferentes vogais com consequentes implicações fonológicas, ou seja, podemos formar palavras diferentes e, assim, gerarmos sentidos diferentes em enunciados apenas com a alternância de uma vogal; veja exemplo em bat, bet, bit e but. Fonte: education.smarttech.com/ste/e n-us/ed+resource/lesson+activities/ Notebook+activities/Browse+Notebo ok/united+states Figura 9: Trato onde ocorre a produção das vogais orais. A produção do som se inicia na glote e sofre alterações acústicas segundo o posicionamento da língua e formato dos lábios. Note que, neste caso, o véu palatino encontra-se levantado, o que impede a nasalização do som. Essa é a posição do véu para a produção isolada de todas as vogais da língua inglesa. Fonte: GODOY, 2006. 25

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período DICAS Qualidade Vocálica Sugerimos que você reveja o item 2.3.2.2 (Qualidade Vocálica) do Caderno Didático da Disciplina Fonética e Fonologia do Português. Esse item faz a apresentação de aspectos que são aprofundados nesta seção sobre os sons vocálicos e suas propriedades. Observe a Figura 9. Essa mostra o trato oral onde são produzidas as vogais sem qualquer constrição ou bloqueio apreciável do fluxo egressivo da corrente de ar proveniente dos pulmões, sendo esta a principal diferença entre vogais e consoantes (SMALL, 1999). A produção dos sons se dá pela passagem do fluxo de ar proveniente dos pulmões e, no caso das vogais, pela simultânea vibração das pregas vocais (localizadas no interior da laringe). As diferentes alturas do corpo da língua e do seu grau de anterioridade/posterioridade, juntamente com a posição assumida pelos lábios arredondados ou estendidos produzem diferentes modulações correspondentes às vogais orais. Por exemplo, produza o i do português da palavra tiro. Você produz esta vogal posicionando a língua na parte anterior (frente) da cavidade oral, e próxima aos alvéolos, pois esta é uma vogal alta anterior. Sentiu? E ainda por cima, seus lábios ficam estendidos, observe seus lábios no espelho. Se você arredondar seus lábios, deixando a língua exatamente onde está, você produzirá o famoso i do francês, da palavra Tu (tu), como na FIG. 10. Aí está a única diferença entre o nosso i e o do francês, apenas no arredondamento dos lábios (lip rounding). O Termo Vogal Figura 10: O biquinho do francês Fonte: finissimo.com.br/spfw/verao 2010/2009/06/18/faz-biquinho-para -o-finissimo-mon-amour/ Nos estudos da fonética e da fonologia, o termo vogal refere-se unicamente aos sons vocálicos, ou seja, aos fonemas, e não aos 5 grafemas vocálicos (a, e, i, o, u) do alfabeto latino como é normalmente utilizado na educação infantil. Os grafemas vocálicos do inglês são os mesmos do português, mas esses 5 grafemas, sozinhos ou em combinação, podem representar as 12 vogais do inglês britânico padrão. Assim, no estudo desta disciplina, fique alerta para não confundir vogal (fonema) com grafema vocálico, que corresponde à letra. 26

Fonética e Fonologia do Inglês UAB/Unimontes 2.1 OS FONEMAS VOCÁLICOS DO INGLÊS Na introdução desta disciplina, na Unidade 1, você pôde observar a existência de duas variedades referenciais no ensino e aprendizagem da língua inglesa: Inglês Britânico Padrão e Inglês Americano Padrão. Cada uma dessas variedades tem o seu conjunto de fonemas e uma rede de contrastes foneticamente realizados a que chamamos sistema (CRYSTAL, 2000). Essa divisão tem implicações amplas para o estudo da fonética e fonologia deste idioma, sobretudo no caso da pronúncia ou realização das vogais. A proposta desta seção do nosso caderno didático é conhecer o sistema vocálico da língua inglesa e isso se dá inicialmente com o inventário dos fonemas vocálicos dessa língua. Conforme o exposto por questões didáticas optamos por descrever as vogais dentro do sistema britânico, levando em conta o seu número e as convenções na realização das transcrições fonêmicas, como geralmente empregadas em materiais didáticos e pela maioria dos dicionários recomendados no ensino do inglês no Brasil e no exterior. O inventário das vogais usado aqui é proposto por Daniel Jones e Peter Roach, autores britânicos de referência nos estudos da fonética e fonologia do inglês. Quando houver relevância prática em algum ponto, serão feitos esclarecimentos quanto à diferença entre os dois sistemas mencionados. Para visualizar as vogais do inglês, utilizaremos o método das Vogais Cardeais. DICAS Se necessário, reveja a Unidade 2 do Caderno Didático da disciplina Fonética do Português. Essa contém mais detalhes sobre o mecanismo de produção dos sons da linguagem humana, válidos para todas as línguas naturais. Figura 11: Peter Roach Professor de fonética na Universidade de Reading Inglaterra. As vogais classificadas neste caderno didático são aquelas descritas por ele. Essa definição é necessária por haver variação no número e na qualidade dos sons vocálicos do inglês, mesmo no âmbito da Grã-Bretanha. Fonte: http://www.pgchile.cl/f05.jpg 27

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período 2.1.1 O Método das Vogais Cardeais Este método será utilizado para demonstrar a posição das vogais do inglês dentro da cavidade oral, ou seja, dentro da sua boca. Como várias vogais do inglês não existem no português, este método pode auxiliá-lo muito! As vogais cardeais são um conjunto de pontos de referência utilizados para a identificação e classificação de vogais de qualquer língua (CRYSTAL, 2000). Elas são apenas parâmetros, não existindo em sua totalidade em nenhuma língua natural. O método das vogais cardeais foi proposto por Daniel Jones no início do século passado. Em 1917, ele classificou as vogais do inglês utilizando-se desse método, mas, na verdade, este torna possível a caracterização de qualquer segmento vocálico de qualquer língua natural através da fixação de um ponto padrão de referência o chamado ponto cardeal estabelecido dentro do limite da área vocálica, ao qual qualquer outro ponto vocálico pode ser relacionado diretamente (ABERCROMBIE, 1967:151). O Limite Vocálico Daniel Jones (1969) estabeleceu uma linha vocálica na altura do palato na boca, simbolizada pela linha pontilhada que aparece na FIG. 12 a seguir: Figura 12: O limite vocálico Durante a articulação de um som, se a língua ultrapassar a linha vocálica, ocorre um som friccional que caracteriza um segmento consonantal. Por outro lado, se a língua não ultrapassar a linha vocálica (e, portanto, se não ocorrer fricção audível), teremos a produção de um segmento vocálico. Fonte: JONES, 1969. 28

Fonética e Fonologia do Inglês UAB/Unimontes Portanto, o conceito de vogais cardeais está associado a um método de identificação e classificação de vogais de uma língua e são as vogais produzidas nas extremidades máximas possíveis de articulação de vogais na boca. Pois, se na produção das vogais altas, a língua ultrapassar um limite no palato duro ou mole, conforme proposta do Limite vocálico de Jones (1969), já discutido anteriormente no curso de Fonética e Fonologia do Português, serão produzidas consoantes. Elas são pontos fixos ideais que formam um sistema representado pelo quadrilátero das 8 vogais cardeais primárias ilustradas na Figura 13. Figura 13: Quadrilátero ilustrativo dos posicionamentos da língua para as 8 vogais cardeais primárias. Todas as vogais de qualquer língua podem ser posicionadas nessa figura e, portanto, classificadas a partir dos 8 pontos referenciais. Veja o quadrilátero com as 12 vogais britânicas na FIG.16. Fonte: Jones, 1969. 2.1.2 O Inventário dos Fonemas Vocálicos do Inglês O sistema vocálico britânico é composto por 20 fonemas vocálicos distribuídos como mostra a Tabela 9. Os fonemas vocálicos de uma língua englobam as vogais simples ou monotongos (por exemplo, e e os ditongos (por exemplo, e ) que, embora sejam compostos por duas vogais simples, formam um único fonema. Figura 14: Daniel Jones (1881 1967) propôs o método das vogais cardeais que continua sendo utilizado na descrição de línguas que ainda não possuem a escrita, como as línguas indígenas do Brasil, ou para comparação de vogais de línguas ou dialetos diferentes. Fonte: ucl.ac.uk/news/news-articles/06 09/06090601 29

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período DICAS Se você quiser escutar as vogais cardeais na voz do próprio Daniel Jones, vá ao Youtube no link http://www.youtube.com/ watch?gl=br&v=6uiae4p2i7 4. Tabela 9: The British Vowels Fonte: ROACH, 2000. Das vogais listadas na Tabela 9, apenas a vogal simples tipicamente britânica. Quanto às demais vogais simples, pode-se dizer que são muito semelhantes àquelas do inglês americano padrão. O ditongo é pronunciado o fonema neste outro dialeto e nos ditongos é substituído por /r/. Abaixo, na Tabela 10, temos as 12 vogais britânicas seguidas de um exemplo e a respectiva transcrição fonêmica da palavra. é Dos fonemas da Tabela 9, vamos focalizar, em um primeiro momento, para efeito de classificação, as doze vogais simples ou monotongos. Os ditongos serão vistos em outra seção do nosso caderno didático. Tabela 10: As 12 vogais britânicas Fonte: Roach, 2000. 30

Fonética e Fonologia do Inglês UAB/Unimontes ATIVIDADES Tabela 11 Nasalização na Língua Inglesa Como você pôde observar no quadro das vogais da língua inglesa e na realização da Atividade 1 (Conhecendo as vogais da Língua Inglesa), o inglês, ao contrário do português, não possui vogais nasais distintas (CRYSTAL, 2000 p.180). Em inglês não há vogais nasais como fonemas, ou seja, sua substituição por uma oral não muda o significado. Contudo, podese ouvir uma nasalização em vogais quando influenciadas por consoantes nasais adjacentes, como em hand ou Note que, nos exemplos dados, a consoante nasal continua sendo pronunciada: Nesses casos, quando a nasalidade decorre de outros fonemas desencadeada por um processo chamado assimilação temos uma vogal nasalizada. Essas não têm traço distintivo como ocorre com as palavras mato manto, do português. 2.1.3 Comparação das vogais da Língua Portuguesa e da Língua Inglesa Como mencionado anteriormente, no processo de aprendizagem de uma segunda língua geralmente ocorre a transferência de diversos aspectos gramaticais e fonéticos, por exemplo, da língua materna para a língua que está sendo aprendida. Em relação ao inglês, é fundamental que os estudantes brasileiros conheçam, reconheçam e reproduzam adequadamente todos os fonemas que ela contém para terem um bom desempenho e, consequentemente, serem bem compreendidos. Conhecendo as vogais da Língua Inglesa Entre em um dos sites indicados abaixo e, com o recurso de áudio do seu computador, confira o som de cada vogal do quadro dado. É essencial que você reconheça, distinga e saiba produzir adequadamente cada um dos fonemas apresentados. Ao ouvir cada fonema, repitao; depois de ter praticado a audição, faça o oposto, pronunciando o fonema e, logo em seguida, conferindo com a pronúncia dada pelos sites: http://www.oup.com/elt/global/ products /englishfile/elementary/c_pronu nciation /pronunciation01 http://www.teachingenglish.org. uk/try/ activities/phonemic-chart ATIVIDADES Tendo realizado a Atividade 1 Conhecendo as vogais da língua inglesa, complete a Tabela 11 com outra palavra que tenha o mesmo fonema (Exemplo 2), que está numerado, dando a respectiva transcrição retirada de um dicionário que contenha os símbolos fonéticos da IPA International Phonetic Association. O primeiro site da Atividade 1 traz esses exemplos. 31

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período Na unidade anterior, você observou as diferenças e semelhanças do sistema consonantal entre essas duas línguas. Nesta seção, também vamos fazer o mesmo com o sistema vocálico das duas línguas. Observe a TAB. 12 (Tabela Comparativa simples das vogais do português e do inglês). Essa tabela apresenta as vogais comuns entre as duas línguas (de 1 a 10) que, como você pode observar, constituem a maioria. Isso facilita bastante o processo de aprendizagem. Do item 11 ao 15, temos os fonemas do português que não ocorrem sistematicamente na língua inglesa. São os fonemas nasais (Veja o quadro PARA REFLETIR - Nasalização na Língua Inglesa, do item 2.1.2) que não devemos transpor para a nossa fala em inglês, pois podem interferir negativamente na comunicação. Do item 16 ao 19, temos aqueles fonemas do inglês que não ocorrem no português e, por isso, os aprendizes devem aprender tais fonemas. Há uma tendência do estudante do inglês em transformar tais sons em sons semelhantes existentes no português, causando, como no caso anterior, problemas na comunicação. É importante salientar que o português possui vogais abertas e fechadas em posição tônica como em avô e avó. A letra o nas duas palavras são fonemas, pois a troca de uma vogal aberta por uma fechada muda o significado. No entanto, isso não ocorre no inglês. Se você pronunciar egg com o e aberto ou fechado, não muda o significado. O mesmo ocorre com os ditongos, se você pronunciar boi no português, você entende que estamos referindo-nos ao macho da vaca. Se pronunciarmos, você entende boy de office boy. No inglês, tanto as sequencias ou se referem à mesma ideia, boy (menino). Figura 15: Égg ou êgg é a mesma coisa no inglês! Fonte: http://www.foodsubs.com/eggs.html A Tabela 12 mostra as semelhanças e diferenças entre as duas línguas estudadas: 32

Fonética e Fonologia do Inglês UAB/Unimontes PARA REFLETIR Qual dicionário usar ou recomendar? Tabela 12: Tabela comparativa simples das vogais do português e do inglês 2.1.4 Classificação das vogais da Língua Inglesa - Vowel Classification Os dicionários de inglês mais recomendados são aqueles que contêm as transcrições fonêmicas com os símbolos atualizados da IPA International Phonetic Association. O Alfabeto Fonético Internacional foi revisado em 1993 e corrigido em 1996. Dicionários de editoras vinculadas às universidades são boas referências. Os símbolos contidos no Alfabeto Fonético Internacional são úteis na aprendizagem da pronúncia das palavras e são comumente empregados em materiais didáticos de idiomas, como é o caso deste caderno didático. Veja se o dicionário contém esses símbolos fonéticos. Outro critério de escolha de um dicionário de inglês é a disponibilidade de CDs com recursos de áudio para verificação de pronúncia das palavras nele contidas. Assim como no português, as vogais do inglês também são classificadas de acordo com determinados traços articulatórios que essas apresentam. Esses traços serão explicados nesta seção seguindo as classificações didáticas de Larry Small (1999), pois as categorizações vocálicas podem apresentar alguma diferença de um teórico para outro. Small (1999) apresenta uma classificação primária que é aquela relacionada à altura e ao grau de anterioridade/posterioridade do corpo da língua e outra, a classificação secundária, que é aquela referente ao grau de arredondamento dos lados e ao comprimento ou tensão da vogal. De certa forma, essas classificações podem tornar-se bem visíveis e concretas se observarmos o quadrilátero das vogais, baseado no método das vogais cardeais, associando-o com a posição da língua, formato dos lábios e duração do som. Veja, por exemplo, a FIG. 16 e observe as diferentes alturas do corpo da língua (low/baixo mid/médio high/alto) e do seu grau de anterioridade e posterioridade (front/anterior central/central back/posterior). 33

Letras/Inglês Caderno Didático - 3º Período PARA REFLETIR Qual transcrição fonêmica aprender e usar? Essa opção depende de alguns fatores, inclusive da pronúncia que se quer representar. Didaticamente, sugere-se que você comece a lidar e a praticar as transcrições fonêmicas de apenas uma modalidade: a britânica ou aquela da Escola Americana, pois cada uma reflete a pronúncia dos seus falantes. Normalmente essa aprendizagem é fixada através de dicionários que usam os símbolos da IPA em suas transcrições. Os mais comercializados no Brasil contêm os símbolos britânicos e mesmo com esses símbolos também trazem, em geral, a pronúncia americana quando a diferença é significativa. Tais diferenças geralmente envolvem as vogais. Não é didaticamente recomendável o uso mesclado de símbolos, pois esses refletem a fala e essa normalmente tende para uma variedade ou outra. Você já percebeu a diferença entre o inglês britânico e o americano? Qual desses modelos você tende a usar na pronúncia do inglês? Essa é uma escolha pessoal! Figura 16: A posição da língua na produção das vogais. Mostra as diferentes alturas do corpo da língua (low mid high) e do seu grau de anterioridade e posterioridade (front central back) para a produção das vogais do inglês. Fonte: Adaptado de GODOY, 2006. Sabemos que cada uma das vogais de uma determinada língua se diferencia acusticamente das demais. O que causa essa diferença? A resposta a esta questão está diretamente relacionada à classificação detalhada na sequência. 2.1.4.1 Classificação Primária A Tongue height: low, mid, high (Altura da língua: baixa, média, alta). A classificação primária agrupa as vogais em baixas, médias e altas, segundo a altura da língua na cavidade oral no momento da produção de um fonema vocálico. A Figura17 mostra duas vogais anteriores (front) em posições extremas e opostas quanto à altura do corpo da língua no trato oral. A linha pontilhada indica a posição mais inferior da língua proporcionada pela mandíbula; nessa posição, tem-se a produção da vogal cat), anterior baixa (low front). O oposto se verifica para a vogal (como em see), classificada como anterior alta (high front). (como em 34